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segunda-feira, 1 de julho de 2019

Moro excelente vice-presidente para 2022

Cuidado com Moro, capitão!

Quem mais une a direita



O ex-juiz Sérgio Moro ameaça tomar do presidente Jair Bolsonaro a posição de o maior líder da direita brasileira neste momento. As manifestações de ruas, ontem, em pelo menos 70 cidades do país, mostraram que organizações de direita de todas as tendências foram capazes de se unir em defesa de Moro, mas já não se unem com tanto entusiasmo em defesa de Bolsonaro e do seu governo.

Pixulecos, faixas, cartazes e discursos traíram a escalada do tom raivoso dos protestos. Os alvos preferidos foram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal, a imprensa e, naturalmente, o PT que não poderia ter ficado de fora. Pela primeira vez desde a posse de Bolsonaro, um ministro de Estado, o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, discursou para a multidão.

E o que ele falou, com pequenas diferenças aqui e ali, foi o que se ouviu em São Paulo, no Rio e em outras grandes cidades. Recém-chegado do Japão, onde participou da reunião da cúpula das 20 maiores economias do mundo, Bolsonaro disse no Twitter o que até Lula pensaria melhor antes de dizer: “Respeito todas as instituições, mas acima delas está o povo, meu patrão, a quem devo lealdade”.

Populismo em grau puríssimo? Nada estranho. No último sábado dia 15, em uma celebração militar no Rio Grande do Sul, Bolsonaro já afirmara que “mais do que o Parlamento”, precisa do povo ao seu lado para “impor uma política que reflita em paz e alegria” E pregou que a população se arme não só para se defender, mas para evitar que grupos radicais voltem a assumir o poder.
O general-agitador foi mais brando do que o capitão. Segundo ele, com o objetivo de libertar “um bando de canalhas”, tenta-se pôr Moro contra a parede, o que seria uma “calhordice”. Ao seu lado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o Zero Três, aproveitou para provocar a turba: “Alguém aí gosta de bandido, alguém aqui é amigo de bandido? Bolsonaro já disse que Moro não sai”.
O destino do ex-juiz não está nas mãos do capitão.Por ora, Bolsonaro segue sem poder demiti-lo mesmo que quisesse.  O ex-juiz virou político. E é mais popular do que o capitão.O destino de Moro também não está nas mãos dos seus milhões de seguidores. Depende mais do que venha a ser revelado por suas conversas travadas com procuradores da Lava Jato para condenar Lula. [Nada do que o intercePT divulgou tem valor - é material roubado e forjado.] 
 
A política do confronto permanente deu mais uma prova de que subiu a rampa do Palácio do Planalto no dia em que Bolsonaro por ali passou pela primeira vez, e que só a descerá no dia em que ele a descer pelo bem ou pelo mal. Pelo bem, para dar lugar a um novo presidente legitimamente eleito. Pelo mal, por meio de um impeachment caso seu governo desmorone antes de chegar ao fim.

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sábado, 7 de maio de 2016

Os últimos dias de Dilma Rousseff

Às vésperas do impeachment, a presidente se isola e evita até mesmo os empregados do palácio. 

 

 Dilma na chegada da tocha olímpica: o evento ficará para Temer(Jefferson Coppola/VEJA)

Sem expectativas de sobreviver à sessão no Senado e com poucas esperanças de vencer no julgamento final, já faz planos para um futuro longe do poder e não esconde a mágoa por aqueles que a traíram

Entre os muitos enganos que a presidente Dilma cometeu desde que subiu pela primeira vez a rampa do Palácio do Planalto, um foi definitivo para selar seu destino. Dilma sempre teve certezas demais. Acreditou que seria capaz de "corrigir" certas leis de mercado, convenceu-se de que poderia governar apenas com quem bem quisesse e pensou que conseguiria pairar, impoluta, "acima da sujeira do PT". Agora, a última certeza presidencial é que o seu afastamento iminente do poder é o resultado de um complô tecido com os fios da vingança, do oportunismo e da ambição - um golpe urdido por Eduardo Cunha, apoiado pela oposição e consumado por Michel Temer, a quem hoje dedica os epítetos mais cabeludos, sendo "santinho de prostíbulo" o mais suave deles.

A poucos dias da votação no Senado que deve determinar seu afastamento provavelmente sem volta, Dilma está mais isolada do que nunca. No Palácio da Alvorada, recolhida aos aposentos privativos no 2º andar, evita até mesmo lidar com os servidores, que trata como espiões ou espectadores incômodos do seu calvário. Na hora das refeições, a comida sai da cozinha e é enviada às dependências presidenciais por um elevador. Os servidores só ficam sabendo como anda o humor da chefe quando ela liga para a cozinha reclamando de algo (o fracasso em servir ovos cozidos no "ponto Dilma" - gema mole e clara dura - já derrubou ao menos um taifeiro).

Todos os presidentes da República padecem de solidão, mas é certo que Dilma é uma presidente mais sozinha do que foram seus antecessores. No Alvorada, mora só com a mãe. Dilma Jane, de 92 anos, é assistida diariamente por três enfermeiras, locomove-se em cadeira de rodas e, por causa dos lapsos de memória, já não é capaz de fazer companhia à filha. Recentemente, Dilma chamou um deputado petista, que é também advogado, para ir ao Alvorada num sábado discutir estratégias de defesa. O deputado chegou no meio da tarde e permaneceu a seu lado por duas horas e meia. Na saída, espantou-se ao perceber que, durante todo esse tempo, o celular de Dilma não tocara nenhuma vez - ninguém havia procurado a presidente.

Circunstâncias pessoais e políticas ajudaram Dilma a erguer seu próprio muro. Tendo ocupado cargos gerenciais na maior parte da vida, aprendeu sobretudo a mandar. Subordinados conhecem bem o seu estilo. A presidente quer tudo para ontem ("Te dou meio segundo pra me trazer essa informação"). Acha que entende de qualquer assunto ("O que ocê tá falando é uma besteira. Olha aqui, lição de casa pra você"). Impacienta-se diante de um trabalho que considera malfeito ("Ocês só fazem porcaria, só fazem m., pô"). Quando está exasperada, não deixa o interlocutor terminar as frases ("Ô... ô... ô, querido: negativo. Pode parar já"). Por fim, nos momentos de grande fúria, pode mesmo lançar objetos sobre o seu interlocutor (grampeadores de seu gabinete já tiveram de ser repostos mais de uma vez).

Pouco empenhada na arte de agradar, frequentemente frustra aliados carentes de afagos. No último dia 14, por exemplo, às vésperas da votação da Câmara que decidiu pela abertura do impeachment, convidou ministros e deputados da base para um café da manhã no Alvorada. Muitos dos parlamentares, governistas de primeira hora, nunca haviam pisado no palácio antes. Um deles, do PR mineiro, ao passar ao lado da piscina de 50 metros de comprimento onde Dilma entrou apenas duas vezes em seus seis anos como presidente, comentou com assessores palacianos: "Bem que ela poderia convidar a gente para nadar aqui um dia". Esse tipo de coisa nunca passou pela cabeça da petista. Pelo contrário, Dilma se notabilizou por gestos bem menos simpáticos, como riscar na última hora da lista de passageiros do avião presidencial parlamentares previamente convidados a viajar com ela.

Se nunca se deu ao trabalho de distribuir os pequenos mimos que tanto aquecem o coração dos políticos, não foi apenas porque isso não é do seu feitio, mas porque os atalhos que a levaram à Presidência permitiram-lhe pular certas etapas. "Dilma nunca disputou uma prévia nem tinha enfrentado uma campanha antes de virar presidente da República. Recebeu o cargo numa bandeja. Não teve de aprender a seduzir", afirma um de seus ministros mais próximos.

Com reportagem de Robson Bonin

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