O caso do duplo benefício recebido pelo juiz da Lava Jato no Rio abala a imagem de um personagem exemplar da investigação — e a operação perde com isso
Rápido nas decisões e implacável como poucos, o juiz fluminense Marcelo Bretas, 47 anos, encarregado das investigações ligadas à Operação Lava-Jato no Rio de Janeiro, atravessou 2017 como o condutor da versão local da cruzada anticorrupção deslanchada por Sergio Moro em Curitiba. Desde novembro de 2016, quando mandou prender o maior peixe da sua rede, Sérgio Cabral, Bretas aceitou a abertura de dezessete dos 21 processos em que o ex-governador é réu (o mais recente deles na quarta-feira) e o condenou a 87 anos de prisão. Elogiado pela capacidade de trabalho, o juiz representou com dignidade a mais excepcional iniciativa de restauração da ética no Rio até fazer o que não podia: derrapar nesse mesmo terreno. [antes dessa derrapada se tem percebido uma certa hostilidade - que não combina com imparcialidade - do juiz Marcelo Bretas em relação a Sérgio Cabral - já chegou ao ponto de tentar punir o preso por informações que são de conhecimento público.]
Dentro da lei - Bretas com a mulher, a também juíza Simone: benefício
legal — mas que atropela o bom-senso (Geraldo Bubniak/AGB//Folhapress)
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