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quarta-feira, 11 de novembro de 2015

A bagunça é um perigo para todos



Na terça-feira o Congresso votará os vetos da doutora, demarcando sua posição diante da plataforma da desordem 

[o velho ditado 'não se faz omeletes sem quebrar os ovos' continua válido no Brasil de hoje.

O desgoverno Dilma não pode continuar. E sua remoção pode exigir mais sacrificios, mas sem Dilma e petralhada  teremos a certeza de DIAS MELHORES; com Dilma, vai sempre valer outro ditado: 'pior do que ontem e melhor que amanhã'. ESCOLHAM.]

Uma greve de caminhoneiros pedindo a saída da presidente da República não é uma greve, nem é de caminhoneiros, mas apenas de alguns donos ou motoristas de caminhões que resolvem obstruir estradas. Se fosse greve de caminhoneiros, os  veículos ficariam nas garagens. É apenas bagunça. Na hora em que a Receita Federal põe no ar um sistema bichado e ameaça multar suas vítimas caso não cumprissem um prazo maluco, não houve problemas na montagem do sistema. O que houve foi onipotência, pois o programa foi ao ar bichado porque o Serpro, que trabalhava na sua montagem, teve uma greve por tempo indeterminado que durou 29 dias. (Com pagamento dos dias parados, negociando-se a reposição das horas perdidas.) Bagunça.

Recessão, desemprego e inflação ameaçam a vida dos brasileiros, mas são fenômenos que não têm identidade física. A doutora Dilma, por exemplo, diz que não é responsável por nenhuma dessas ruínas. A bagunça, diferentemente das outras pragas, tem sempre nome e sobrenome. Falando em nome do Comando Nacional do Transporte, o cidadão Ivar Schmidt diz que só negocia “com o próximo governante”.

Administradores ineptos, bem como provocadores, são riscos da vida. Pela lógica, uns deveriam ser demitidos e os outros, responsabilizados criminalmente. Se isso não acontece, é porque a bagunça vai além da inépcia e das provocações. O Congresso não precisa aderir à desordem. Vive uma triste fase, com os presidentes do Senado e da Câmara respondendo a inquéritos na Justiça, mas nem isso justifica que os plenários das duas Casas entrem num estágio superior ao do “quanto pior melhor”. Nessa linha, pode-se apenas torcer para que as coisas piorem. No estágio seguinte, trata-se de piorar o que já está muito ruim.

O senador Renan Calheiros anunciou que na próxima terça-feira votará pelo menos oito vetos da doutora Dilma. Três deles poderão custar R$ 63,2 bilhões ao Erário até 2019. Um dos projetos vetados aumenta os servidores do Judiciário e custará R$ 36,2 bilhões. Outro concedeu aos professores o direito de descontar do Imposto de Renda as suas despesas na compra de livros.[os livros são necessários por ser material necessário às atividades dos professores; se o governo não disponibiliza e força os professores a comprarem com seus parcos salários ´DIREITO, no mínimo, abater o valor despendido do Imposto de Renda.] Poderá custar R$ 16 bilhões. O terceiro atrela os benefícios da Previdência aos índices de aumento do salário-mínimo. [se o governo não estabelecer um percentual que reajuste os valores pagos aos aposentados de forma a manter o poder de compra próximo ao existente quanto em atividade, logo teremos um salário único para todos os aposentados e que será inferior ao mínimo e decrescente.
Lembrando que os hoje aposentados contribuíram toda sua vida profissional para a Previdência sobre valores atualizados.]
 
Cada uma dessas reivindicações tem seus defensores, mas a realidade é que os servidores do Judiciário estão empregados, os professores compram livros sem desconto no Imposto de Renda há décadas e os benefícios da Previdência nunca estiveram atrelados ao salário-mínimo. Deveriam estar, mas, com a ruína econômica nas ruas, o cofre da Viúva não aguenta tantas pancadas.

Derrubar qualquer desses vetos nada tem a ver com a construção de uma sociedade melhor. Relacionam-se apenas com a radicalização da bagunça, na expectativa de que ela derrube o governo. Afinal, só o fim do mundo pode salvar os réus da Lava- Jato e garantir o mandato de Eduardo Cunha.

A oposição tucana comporta-se com uma astúcia infantil. Apoia a Lava-Jato com adjetivos, e só. Faz a mesma coisa com Eduardo Cunha. Veste a toga dos senadores romanos quando fala e a máscara dos black blocs quando se move no Congresso. São todos muito bem educados e sabem fazer contas. Infelizmente, flertam em silêncio com a bagunça. [a bagunça e a crise tem um único nome: DILMA ROUSSEFF. Ela caindo fora da presidência a crise e a bagunça acabam.]

Fonte: Elio Gaspari é jornalista - O Globo