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quinta-feira, 7 de março de 2019

Carnaval de Itamar e Bolsonaro

(“Tô no meio da rua, tô louca. Tô no meio da rua sem roupa. Tô no meio da rua com água na boca, vestida de rebeldia, provocando a fantasia”) Caetano Veloso
A história é quase inacreditável. Experimente contar seus detalhes para um jovem na casa dos 20, 25 anos. Ele vai dizer que é carnaval, e você bebeu demais. Um presidente da República dançando num camarote da Sapucaí com uma modelo sem calcinha? Conta outra. E pior, fotografado de um ângulo em que toda a intimidade da moça ficou exposta ao lado de um presidente em êxtase. Mentira? Claro que não. Você sabe que não. Era assim o carnaval do Sambódromo dos anos 80, 90 e início dos 2000. Uma alegria devassa insuperável.
No dia seguinte, os jornais estamparam a foto do presidente Itamar Franco com a modelo Lilian Ramos, alguns nas suas primeiras páginas. O que fez o presidente? Nada. Não acusou a moça, não ficou irado, não veio a público atacar a permissividade do carnaval. Ao contrário, à noite ligou para Lilian e tentou iniciar um romance com a moça. Não colou. A modelo queria apenas a publicidade da companhia presidencial num desfile da Sapucaí.
Outra história inacreditável vimos na noite de terça-feira, no Twitter do presidente Bolsonaro. A cena escatológica distribuída por ele entre seus 3,6 milhões de seguidores mostra como Bolsonaro pensa, ou como pensa pequeno. Imaginar que aquelas imagens representam os blocos do carnaval é não enxergar um palmo à frente de seu nariz. Não precisava ir às ruas para entender como funcionam os blocos, bastava ficar meia hora assistindo à GloboNews.

A nudez dos tempos de Itamar era dona absoluta do espetáculo das escolas de samba. [Nudez apesar das restrições cabíveis é bem mais aceitável do que uma cena de baixaria quanto a denunciada pelo nosso presidente - que se repete, com outras piores, no carnaval de rua de diversas cidades brasileiras.]Havia até um adereço chamado tapa-sexo, que era uma peça minúscula que se encaixava não sei bem onde e que deixava protegida de olhos alheios apenas a genitália da mulher que o portava. Além das bundas totalmente desnudas, os seios também eram livres para se manifestar como bem entendessem. O Brasil inteiro assistia àquela desabusada nudez desfilando nas telas da TV.
Hoje, não. Dois ou três pares de seios nus foram tudo o que se viu nos dois dias de desfile da Sapucaí. A nudez na Avenida era absolutamente aceitável, como hoje é aceitável a seminudez da garotada nos blocos. O discurso é o da liberdade, do meu corpo, minhas regras, do não é não. E, portanto, tudo é saudavelmente possível. Cada um sai como quer e, com algumas raras exceções, todos e todas são respeitados por todos. A nudez nas escolas aos poucos desapareceu devido a críticas de que as mulheres eram exploradas. As mesmas vozes que no passado criticavam a nudez das passistas e rainhas das baterias hoje apoiam a liberdade individual de cada mulher se vestir ou se despir como bem entender nos blocos ou fora deles. Nada contra, pelo contrário. Impossível discordar ou não apoiar incondicionalmente todas as campanhas de afirmação e valorização da mulher.
Ontem, as meninas das escolas de samba estavam sendo usadas pela indústria do carnaval, e sua nudez era gratuita e permissiva. Hoje, com um importante gap geracional, a nudez das meninas dos blocos ou do uso do corpo feminino pela mulher de acordo com as suas regras é uma questão de afirmação de gênero. [as regras delas tirarem a roupa são aceitáveis,  desde que respeitando o direito dos outros - especialmente evitando o mau exemplo que passam para crianças.]  As duas lógicas devem ser entendidas como expressão de sua época. Se no passado a nudez podia ser chamada de vulgar e machista, hoje pode ser considerada rebelde, libertadora e feminista. Com objetivo igual, os dois movimentos percorreram ou percorrem caminhos inteiramente distintos para alcançá-lo. Portanto, é justo afirmar que o vista-se de 20 anos atrás tem o mesmo significado do dispa-se de hoje em dia.
Da mesma maneira, a homossexualidade se expressa e se reafirma nos blocos. Normal e saudável. Uma festa como o carnaval serve para todo tipo de exaltação. Tente se lembrar de um só carnaval em que você não viu manifestações de afeto gay despudoradamente livres. Foi sempre assim. E continuará sendo assim, quer o presidente do Brasil queira ou não. Hoje, aliás, o amor LGBTQIA+ não precisa do carnaval para se mostrar. [os portadores do homossexualismo ou de qualquer outra coisa mostrada no emaranhado de letras acima destacado -  que a cada dia ganha mais uma categoria e uma letra -   podem praticar suas aberrações desde que entre quatro paredes, respeitando o DIREITO dos que não apreciam tais práticas.]

O que Bolsonaro fez foi explorar um detalhe tão pornográfico quanto mínimo [?] e insignificante [?] da festa, escancarando mais uma vez suas limitações sociais e cognitivas.  
 
[Bolsonaro não errou ao publicar o vídeo e sim na forma como fez.
Aquele vídeo mostra apenas uma fração do que de ruim acontece no carnaval de rua.

Além do que acontece a impunidade corre solta - o mostrado no vídeo é crime, previsto na Legislação Penal e era DEVER de qualquer policial prender em flagrante os indivíduos.  

Só que a própria polícia se sente desestimulada a cumprir seu DEVER - apesar de dever não ser algo para só ser cumprido se quiser.
Mas, prender aqueles 'ratos', ainda que em flagrante, resultaria em nada: seriam conduzidos a uma Delegacia, autuados em flagrante, levados a uma 'audiência de custódia' (isso se o delegado não entendesse que lavrar um termo circunstanciado seria suficiente) liberado, ficando livre para ingerir mais cerveja e fazer novo show.

ERRO DE BOLSONARO:
 mais uma vez o nosso presidente demonstrou que ainda não se acostumou com, ou mesmo não entendeu, a liturgia do cargo que ocupa pela vontade soberana de quase 58.000.000 de eleitores brasileiros.
Mas é questão de tempo se acostumar - um egresso da Aman é inteligente mais do que o suficiente para se adaptar.

O que Bolsonaro deveria ter feito - afinal seu desejo de contato mais direito com o povo, nunca foi escondido, e,  apesar das críticas, pode ser exercido desde que moderadamente - seria identificar vários vídeos com cenas iguais ou pior do que aquela, fazer a apresentação da forma que fez e indicar os links, colocando antes mesmo da entrada uma recomendação no sentido de 'ser material sensível'.

Mas, a denúncia foi conveniente e apenas mostrou que o carnaval de rua não é tão inocente para merecer verbas públicas;
aqui em Brasília, em vários locais e ocasiões foliões, ou bagunceiros, promoveram desordens, a polícia em alguns casos agiu com energia - tem momentos que um cassetete é excelente para repor as coisas nos lugares corretos - e agora estão preocupados em encontrar meios para punir os policiais.

A propósito, gosto de Carnaval e sou MANGUEIRA - mas, não estou obrigado a me submeter ou meus familiares a cenas deprimentes como aquela.

O carnaval de rua precisa ser moralizado e a legislação penal se tornar mais severa - o que Moro está tentando fazer.]

Ascânio Seleme - O Globo

 

sábado, 8 de julho de 2017

A fabulosa história da beldade que virou criminosa

Advogada, modelo e ex-repórter da RedeTV!, Luana Don foi presa na semana passada depois de mais de seis meses foragida. Ela é acusada de levar mensagens para integrantes do PCC na cadeia. Algumas eram escritas nos seios

Linda, corpo escultural e inúmeras curtidas de seguidores nas redes sociais. O perfil é parecido com o de tantas outras celebridades da Internet, a não ser por um detalhe: era o de umas das criminosas mais procuradas pela Justiça de São Paulo. Advogada de formação, ex-repórter da RedeTV! e modelo, Luana Domingos de Almeida, 32 anos, é acusada de fazer parte do PCC, o Primeiro Comando da Capital, e tinha mandados de prisão por corrupção ativa e organização criminosa. Luana Don, como ficou conhecida por sua carreira na televisão, foi presa na terça-feira 4, em Ilhabela, no litoral paulista. 
CELEBRIDADE Além de trabalhar em um escritório de advocacia, Luana Don foi repórter do “Superpop”, de Luciana Gimenez (Crédito: Divulgação)
Ela era um dos alvos da Operação Ethos, deflagrada no final do ano passado pela Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público do Estado de São Paulo para prender advogados suspeitos de trabalhar para o PCC. Luana conseguiu evitar a prisão em flagrante. Sumiu do mapa, mas não quis deixar a vida de luxo de lado. Manteve-se escondida nos últimos sete meses com uma prima em uma casa de veraneio de um tio, avaliada em R$ 2 milhões. No local, promovia festas regadas a vinho e fazia exercícios físicos para manter o corpo sarado. Tudo, no entanto, longe da exposição que tanto amava. Logo que a Polícia Civil divulgou sua foto com o status de “Procurada”, Luana apagou todos os vestígios de sua intensa atividade nas redes sociais. 

Antes de ingressar no mundo do crime, Luana Don foi repórter do programa “Superpop”, da RedeTV!. Em uma entrevista, disse que a oportunidade de trabalhar na televisão surgiu ao acaso, como quase tudo em sua vida. Ela então trabalhava como advogada em uma empresa, mas estava infeliz. Convidada para participar de fotos para o calendário de um bar, conseguiu a vaga para um quadro dentro do programa que tem como apresentadora a ex-modelo Luciana Gimenez. Ficou na frente da telas por três anos, de 2012 a 2015. Era conhecida por fazer reportagens sobre celebridades – numa delas recebeu uma cantada do craque Neymar – e temas como prostituição, casas de swing e Santo Daime. Ela chegou a tomar a beberagem e passou mal diante das câmeras. 

Depois que saiu da TV, ainda continuou nos holofotes no Instagram, além de fazer publicidade para marcas de roupas e suplementos alimentares. Na terça-feira 4, o rosto de Luana voltou a aparecer em todas as emissoras de televisão do Brasil. Sem o glamour da vida de celebridade, com o cabelo mal pintado e amarrado em um coque, ela foi encaminhada à delegacia usando roupas simples. Chorou bastante e disse aos policiais que era inocente. Mas não é o que a investigação diz. De acordo com o Ministério Público do Estado de São Paulo, a bela era uma espécie de “pombo-correio” do PCC, ou seja, se aproveitava da função de advogada para simular visitas aos presos da facção e repassar informações deles para membros que ainda estão em liberdade, incluindo ordens para grandiosos assaltos e até atentados contra policiais.

Doutora Carla
No mundo do crime, Luana era conhecida pelo codinome doutora Carla. Integrante de uma célula chamada “sintonia dos gravatas”, era identificada pelos líderes da facção como R-35 (a letra R está relacionada ao setor jurídico do PCC). De acordo com as investigações, a advogada usava o próprio corpo para passar mensagens durante as visitas, escrevendo informações nos seios. Em depoimento à polícia, ela negou. Disse que nunca foi a uma penitenciária e que apenas esteve no fórum verificando processos de clientes do escritório onde ficou um mês e meio trabalhando. Ré na ação sobre a organização criminosa, agora Luana espera o julgamento na Penitenciária Feminina de Tupi Paulista.


Luana não foi o único nome conhecido a aparecer na Operação Ethos, que teve o trabalho iniciado após a polícia encontrar no teto de uma penitenciária uma carta de um advogado para Marcola, o líder do PCC. No ano passado, também foi preso Luiz Carlos dos Santos, então vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana. Ele é acusado de fazer parte da “sintonia dos gravatas” (o grupo de advogados do PCC) e já foi condenado a uma pena de pouco mais de 16 anos por receber uma mesada da facção para fazer denúncias falsas contra policiais que desafiavam os criminosos.

Fonte: Isto É - Thais Skodowski