Potências ocidentais têm e conversar com Vladimir Putin e lançar ataque terrestre fulminante, com ocupação de território
O novo e
espetacular atentado terrorista em solo francês demonstra que o Estado
Islâmico, que nasceu debaixo do nariz das potências ocidentais, é muito
mais perigoso do que se imaginava. Parece-me que é chegada a hora de as
tais potências se perguntarem se bastam ataques aéreos para contornar o
mal.
Sim, eu sei o
que estou perguntando, aparentemente em contradição com os fatos.
Afinal de contas, o atentado foi praticado em solo francês. Quando se
conhecer a identidade dos terroristas, é possível que haja franceses
entre eles — se não forem todos nascidos na própria França.
Ocorre que
esses “emissários” ou “representantes” atuam hoje em nome do que está
pretendendo se estabelecer como uma pátria. Parece claro a esta altura
que simples ataques aéreos são insuficientes para vencer os
delinquentes.
[em nome dos inocentes que permanecem obrigados em áreas ocupadas pelo Estado Islâmico, a vingança dos franceses mortos, não pode causar a morte de milhares de civis inocentes - exatamente o que ocorrerá se for desencadeado ataques contra áreas ocupadas pelo EI e cujos nativos lá permanecem a força.
Agindo dessa forma a França, ou mesmo o mundo, estará procedendo da mesma forma covarde que Israel, quando mata milhares de civis palestinos na Faixa de Gaza, a pretexto de vingar a morte de alguns israelenses mortos por terroristas que se escondem naquela região. ]
Ainda que o
terrorismo em rede prescinda de um território específico — os desta
sexta, reitero, muito provavelmente são nativos da França —, o fato é
que as amplas áreas ocupadas pelo Estado Islâmico dão a impressão de que
existe também uma “pátria” pela qual lutar.
Por
improvável e até, vá lá, exótico que pareça, chegou a hora de as
potências ocidentais se sentarem à mesma mesa de Vladimir Putin e
planejar uma ação terrestre e fulminante, com ocupação do território,
nas áreas dominadas pelo Estado Islâmico. Talvez, por
um tempo, as ações terroristas no Ocidente até se intensifiquem. Mas
chegou a hora de constatar o óbvio: o que se passa por lá e os braços
que essa gente mobiliza no mundo agridem a noção mais comezinha de
humanidade.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo