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quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Os impactos da inflação na expectativa de alteração da Selic

Em um momento em que a economia precisa de estímulos econômicos para crescer, analistas projetam subida gradual da taxa básica até o final de 2021

A aceleração da inflação traz preocupações extras além do peso dos preços no orçamento das famílias. Acima das expectativas dos economistas, o IPCA fechou dezembro em alta de 1,35% e nos 12 meses acumulou alta de 4,52%. Além de mitigar o poder de compra da população, esse número gera dúvidas sobre como impactará na Selic em um momento em que a economia urge por estímulos monetários para poder crescer.

Grande parte dos analistas acredita que o Comitê manterá a Selic inalterada na primeira reunião de 2021 que acontecerá na semana que vem, porém começará a preparar terreno para sinalizar mudanças nos próximos meses. Na última reunião do Comitê, realizada em dezembro, o Copom já iniciou esses sinais ao comunicar que aforward guidance” poderia ser suprimida dependendo do comportamento da inflação. Com o significado de “prescrição futura” em português, essa ferramenta sinaliza por quanto tempo a taxa de juros se manterá no nível atual e é utilizada desde agosto de 2020 pela instituição para afirmar que ela não subirá.

Apesar de a inflação de 2020 divulgada ontem ter sido alta, ela fechou dentro da margem de erro do Conselho Monetário Nacional, que previu um nível de 4% com margem de 1,5% para cima e para baixo. E uma margem de folga por enquanto também existe para 2021. A meta é de 3,75% com margem de 1,5 ponto porcentual e no último boletim Focus divulgado na segunda-feira 11 o IPCA para 2021 estava em 3,34%. Não significa, entretanto, que a inflação é carta fora do baralho. Na terça-feira, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, admitiu que há risco de inflação mais elevada no primeiro trimestre deste ano. “Foi muito dinheiro colocado na mão das pessoas durante a pandemia, que causou um impacto menor na economia. Mas o efeito de dezembro tem consequências sobre essa atividade, a questão climática, com quebra de colheitas e o caso de energia com restrição de produção da Arábia Saudita, elevando. Teremos uma inflação um pouco mais alta do que imaginávamos, algo que teremos que avaliar nos próximos ciclos”, afirmou em live da corretora XP, demonstrando que há preocupação latente com o assunto.

Em Economia, VEJA  - MATÉRIA COMPLETA

 

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Políticos desesperados

Sem a modernização das relações trabalhistas, o Brasil continuará sendo um dos países mais caros do mundo para se investir 

O deputado Beto Albuquerque, vice-presidente do PSB, saiu-se com esta preciosidade: as reformas propostas pelo governo Temer são "devastadoras para partidos que querem ter candidatos a presidente em 2018". Repararam? Não é que as reformas sejam boas ou ruins para a estabilidade e o desenvolvimento do país. Isso não interessa. Só interessa saber se as reformas ajudam ou atrapalham o futuro candidato presidencial do PSB. E como há muitos grupos de pressão contra a reforma, o PSB, embora sendo parte do governo Temer, tendo ministério e cargos, declarou-se contra as propostas de Temer. E não renunciou a nenhum de seus postos no governo.
 
Não pode haver demonstração mais explícita de fisiologismo  - essa praga que trouxe a política brasileira ao ponto que está hoje. Impressiona mais ainda que políticos tão experientes não tenham percebido que essa postura é de uma estupidez monumental. Ou, talvez, tudo isso indique que estão desesperados.Dito de outro modo: manobras como essa do PSB não têm chance de prosperar.
 
Primeiro, porque o presidente Temer, que é do meio, sabe como lidar com esse pessoal. Por exemplo: no começo do debate, o presidente despachou ministros e economistas para convencer parlamentares sobre a necessidade das reformas. Nestes dias, não mandou ninguém para argumentar com o PSB. Simplesmente mandou dizer que o partido perderia cargos e sinecuras. Foi o suficiente para que boa parte dos deputados socialistas - socialistas! - voltassem para o lado das reformas. Fizeram contas: manipular verbas e serviços do governo pode gerar mais votos do que se manifestar contras as reformas.
 
Funcionou porque a alternativa do PSB, uma vez demitido do governo, era cair na oposição tipo "Fora Temer", fora tudo, que sabidamente já está ocupada. Ou seja, o PSB, aqui usado como exemplo, porque vários outros partidos e políticos pensam da mesma forma, entendeu que poderia se colocar da seguinte maneira: jogar para a torcida organizada e votar contra as reformas, mas continuar no ministério e nos demais cargos, oferecendo verbas, serviços e obras para sua clientela. Achava que podia ganhar dos dois lados.
Perderam a noção. 
 
Se as reformas trabalhista e previdenciária, nessa ordem, não forem aprovadas, o governo Temer acabou. Sem a modernização das relações trabalhistas, o Brasil continuará sendo um dos países mais caros do mundo para quem quer investir e ganhar dinheiro honestamente. Logo, não haverá retomada consistente. Sem a reforma da Previdência, o setor público vai quebrar - sim, pensem no Rio de Janeiro. É verdade que o governo federal tem mais instrumentos que os estaduais. Sem a economia propiciada pela reforma da Previdência, Temer pode tentar, no desespero, um forte aumento de impostos. Para isso, a turma da fisiologia estará pronta. Esse pessoal adora mandar a conta para os contribuintes.
 
Mas as ruas impedirão esse aumento de impostos. O pessoal está farto desses políticos e desses impostos. Sem dinheiro extra, as contas públicas naufragam e afundam junto o país. Isso quer dizer o seguinte: a dívida pública sobe de maneira explosiva; o governo só consegue se financiar pagando juros de agiota; logo, o BC tem que voltar a subir a taxa básica, aumentando os custos de financiamento de pessoas e empresas; a economia desacelera por falta de investimentos e consumo; não há geração de empregos; o governo arrecada ainda menos impostos; a despesa continua aumentando porque não foram votadas as reformas. Quebrado.
 
Mesmo que se consiga um aumento geral de impostos, não vai adiantar. Pessoas e empresas não vão pagar, porque ficarão diante da alternativa: pagar ao governo e quebrar ou não pagar e tentar sobreviver. A economia também não pode andar nesse ambiente. Não, isto não é terrorismo. É apenas a descrição do que já aconteceu em tantos países, inclusive o Brasil, que cometeram os mesmos equívocos. Mesmo, portanto, que o PSB e outros conseguissem votar contra as reformas e permanecer no governo, não adiantaria nada. A crise política e econômica - na sequência da Lava Jato - levaria ao limite o desprezo da população pelos políticos e pela política partidária. Seriam todos eliminados, como ocorreu na Itália, por exemplo.
 
Na verdade, essa devastação pode ocorrer mesmo que o governo Temer consiga votar as reformas. Os efeitos da Lava Jato permanecerão no cenário. Daí o desespero dos velhos políticos. Faz sentido. Mas está claro que a única chance deles, ainda que remota, é votar as reformas e colocar o país numa marcha de recuperação econômica e social. Num ambiente mais calmo, com algum crescimento, algum emprego, quem sabe o eleitor seja mais tolerante.
 
Tomara que não. E outra coisa. O nome em ascensão é João Dória, cuja principal virtude é definir muito bem o seu lado: pelas reformas, pelas privatizações, pela redução do Estado, contra Lula e o PT.

Fonte: Carlos Alberto Sardenberg, Jornalista.