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sábado, 6 de maio de 2023

Mais imposto e mais inflação - O Globo [governo Lula chega ao final de 2023?]

O ministro Fernando Haddad - Dougas Magno/AFP [como de hábito, falando bobagens, expelindo propostas inviáveis e esperando um milagre, sem pedir a DEUS - pedir e merecer.] 

O ministro Fernando Haddad não falou uma única vez em corte de gastos na longa entrevista que concedeu ontem à CBN. Falou, sim, de inúmeras medidas para obter um enorme ganho de arrecadação. Logo, o ajuste fiscal só será alcançado com um brutal aumento de carga tributária algo como 1,5% do PIB, ou R$ 150 bilhões por ano.

O ministro diz que não criará novos impostos nem aumentará as alíquotas dos já existentes. Apenas, prossegue, cortará incentivos e benefícios fiscais e fechará brechas que permitem às empresas reduzir o imposto a pagar. Dá na mesma. Se o governo recolherá R$ 150 bilhões, alguém morrerá com esse dinheiro. Recursos que poderiam ficar com empresas e cidadãos serão transferidos aos cofres públicos. Para empresas, haverá aumento de custos e menor capacidade de investimento. Para cidadãos, menos consumo.

O ministro diz que está fazendo justiça: cobrando de quem deveria pagar e não paga
As empresas pagam menos do que ele gostaria de duas maneiras. Muitas se beneficiam de incentivos fiscais estabelecidos em lei. A ideia é proteger ou incentivar o desenvolvimento de algum setor. Não é fácil derrubar isso. 
A outra maneira é o planejamento tributário. O sistema brasileiro de impostos é tão complexo e tão confuso que as empresas gastam muito dinheiro contratando advogados para descobrir como podem reduzir sua carga. Tudo acaba em intermináveis batalhas judiciais entre empresas e cidadãos, de um lado, e governo, de outro. 
 
Como o Judiciário é lento e, digamos, não propriamente coerente, as decisões mudam. O STJ deu uma vitória recente ao governoo ministro Haddad acredita que ganhou R$ 90 bilhões, cálculo considerado exagerado por muita gente, mesmo na Receita
E o STF ainda pode mudar a decisão. Assim, as Cortes vão decidindo, ora a favor do governo, ora a favor do contribuinte. Não será fácil para Haddad arrancar os R$ 150 bilhões. Uma boa reforma tributária resolveria. Mas também não é fácil passar no Congresso e implementar. 
 
Eis por que o Banco Central (BC) coloca um pé atrás. Admite que a proposta de arcabouço [calabouço]  fiscal enviada ao Congresso é um avanço. Mas assinala: ainda não foi votada pelos parlamentares, é certo que será alterada, depois será preciso ver como executá-la
Foi por isso, entre outros motivos, que o Comitê de Política Monetária do BC manteve a taxa básica de juros em 13,75% ao ano. [IMPORTANTE: o COPOM - BC, manteve a taxa de juros e ontem -  seguindo a decisão do Banco Central - o FED americano e o Banco da União Europeia, devido o aumento da inflação em seus países  AUMENTARAM SUAS TAXAS DE JUROS.
No mundo que pensa, só o grande 'economista', estadista', 'genial', 'onisciente', ex-presidiário, também presidente do Brasil ,  Lula da Silva (as qualidades citadas,  quando aplicadas a  ele e  somadas dão como TOTAL = ignorância pura) é contra JUROS ALTOS,como meio auxiliar e essencial para conter a inflação.]
A razão principal, entretanto, é que as projeções de inflação estão acima das metas neste ano e no próximo. 
 
Haddad acha que as metas estão erradas. Ou melhor, está errado o modo de fixá-las. Em vez de meta calendário — a ser obtida no ano —, sugeriu, na mesma entrevista à CBN, adotar meta contínua, a ser obtida ao longo de um tempo maior. Na prática, o BC vem fazendo algo parecido.  
No ano passado, a inflação fechou em 5,79%, acima do teto da meta. A taxa básica de juros já estava em 13,75% — e o BC sinalizou que buscaria a meta bem mais à frente.

Para este ano, a meta oficial é 3,25%, tolerando-se até 4,75%. Pela projeção do BC e do mercado, a inflação ficará em torno de 6% — isso supondo uma redução moderada da taxa de juros a partir de setembro próximo. Para 2024, o cenário básico do BC projeta inflação de 3,6%, pouco acima da meta (3%), mas dentro da margem de tolerância. Isso com a taxa de juros a 10% no fim do ano.

Portanto o BC pretende atingir a meta no fim do próximo ano. Se fosse para alcançar a meta calendário já neste ano, segundo cálculos do BC, a taxa de juros teria de subir a 26,5%. Isso destruiria a economia, conforme notou o presidente do BC, Roberto Campos Neto. O BC, portanto, está flexibilizando o regime de meta calendário, para preservar o andamento da economia.

Vai daí que o ministro Haddad deve estar pensando mesmo em aumentar a meta de inflação, dentro de uma formalização das metas contínuas. Se conseguir tudo o que quer, o resultado será: mais carga tributária e mais inflação. Não consta que isso ajude o crescimento.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista - Coluna no jornal O Globo


quinta-feira, 20 de abril de 2023

Com Campos Neto na plateia, Pacheco cobra ‘redução imediata’ da taxa de juros; - O Estado de S. Paulo




[Quem é Pacheco, o omisso, para cobrar, e/ou prometer,  alguma coisa? - ele não honra sequer  sua palavra como presidente do Senado =  quer jogar para a plateia.]

 Presidente do Senado também prometeu rapidez na aprovação do projeto do novo arcabouço fiscal [quanto ao calabouço fiscal, podem esquecer; depois de ontem, o governo Lula deu mais um passo rumo ao seu precoce final.]

Em discurso feito nesta quinta-feira, 20, na abertura do Lide Brazil Conference em Londres, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a “redução imediata” da taxa de juros e voltou a prometer “rapidez” na aprovação do projeto do novo arcabouço fiscal enviado ao Congresso pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT)

Alvo de críticas do governo e do PT por não reduzir a taxa de juros, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estava na plateia. “Continuo defendendo a autonomia do Banco Central, mas precisamos encontrar um caminho para a redução imediata da taxa de juros. Esse é o desejo da economia e do mercado”, disse Pacheco.

O presidente do Senado disse, ainda, que é preciso atacar as “marolas e ruídos” que impedem a redução da taxa de juros.

Rodrigo Pacheco garantiu que o projeto do arcabouço será votado em maio no plenário do Senado e elogiou o texto enviado pelo governo.

O cenário econômico do Brasil e do mundo e as implicações para o seu bolso, de segunda a sexta. Falando sobre Pacheco na saída do debate do Lide, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que também participa do evento, brincou: “Essa viagem com Lula (para a China) estragou ele. O Pacheco ouviu muito o discurso do Lula.”

 Economia - O Estado de S. Paulo

 

terça-feira, 28 de setembro de 2021

A INFLAÇÃO É UM FENÔMENO PLANETÁRIO - Gilberto Simões Pires

PANDEMIA
Desde o momento em que a OMS declarou o COVID19 como PANDEMIA, como -desenhei- em vários editoriais, adverti que o absurdo e pra lá de criminoso -FIQUE EM CASA- produziria efeitos desastrosos para a economia mundial. 
Volto a lembrar que enquanto os FAZEDORES DE PRODUTOS FÍSICOS foram impedidos de PRODUZIR, por força do maldito LOCKDOWN imposto por maus governantes espalhados mundo afora, os CONSUMIDORES, mesmo trancados EM CASA, e não raro com apetite ainda maior, seguiram comprando -ON LINE.

ESTOQUES
Ora, na medida em que o CONSUMO seguia seu curso normal, e a PRODUÇÃO, ao contrário, permanecia PARALIZADA por força do absurdo FIQUE EM CASA, os ESTOQUES, por óbvio, foram, paulatinamente, sendo reduzidos. E quanto maior a inevitável ESCASSEZ dava as caras, mais os CONSUMIDORES interessados se mostravam dispostos a PAGAR MAIS por produtos que só cada cidadão tem o direito de eleger como ESSENCIAL.  
O curioso é que os maus governantes, com apoio irrestrito da MÍDIA SUJA, no alto de suas sábias convicções -DITATORIAIS-, eram capazes de afirmar o que é ESSENCIAL e o que é SUPÉRFLUO. Pode?

PREÇO DE TUDO
Pois, para quem ainda não se ligou, o PREÇO DE TUDO é resultante da expressa VONTADE DOS CONSUMIDORES. Eles têm a total LIBERDADE, ou o sagrado direito, de aceitar, recusar ou se propor a pagar um valor maior por aquilo que lhe é oferecido. Portanto, da mesma forma como a elevação dos preços de qualquer coisa resulta de uma DEMANDA maior do que a OFERTA daquilo que está disponível, a baixa dos preços, por sua vez, é fruto de uma OFERTA maior do que o CONSUMO verificado em cada momento. Simples assim.

INFLAÇÃO PLANETÁRIA

Mais: neste momento, só não vê quem não quer que a INFLAÇÃO PLANETÁRIA é fruto do criminoso LOCKDOWN. Foi o -FIQUE EM CASA CONSUMINDO- que provocou a brutal DESORGANIZAÇÃO ECONÔMICA MUNDIAL. De novo: quem se propunha a PRODUZIR para atender ao CONSUMO foi obrigado a FICAR EM CASA. Ora, a partir desta simples constatação, o aumento dos preços dos produtos pouco ou nada OFERTADOS era mais do que óbvio. Aí estão, para comprovar esta simples lógica de raciocínio, os preços das commodities, que nada mais são do que MATÉRIAS PRIMAS BÁSICAS E/OU NECESSÁRIAS para produzir tudo aquilo que é consumido.

DEFESA E COMBATE

Diante da escancarada elevação dos preços das COMMODITIES, que só existe porque o CONSUMO se mostra maior do que a OFERTA, os Bancos Centrais, para diminuir o ímpeto dos consumidores tratam de elevar as TAXAS DE JUROS REFERENCIAIS. Isto se dá por uma simples razão: quando o rendimento dos ativos financeiros se mostra insistentemente inferior à TAXA DE INFLAÇÃO, os investidores usam seus recursos para adquirir mais bens duráveis, o que estimula o ritmo de elevação da INFLAÇÃO. Detalhe importante: assim como o aumento do CONSUMO DE BENS DURÁVEIS é um movimento de DEFESA CONTRA A INFLAÇÃO, o aumento dos JUROS é a arma que os Bancos Centrais usam para COMBATER a INFLAÇÃO.

PREÇO
Concluindo: enquanto a OFERTA não atingir o nível determinado pelo CONSUMO, a inflação, notadamente das commodities e dos produtos considerados indispensáveis para a formação de produtos, como é o caso, por exemplo, dos semicondutores, seguirá inevitavelmente em alta. Este é o PREÇO que a sociedade mundial está sendo obrigada a pagar pelos criminosos LOCKDOWNS. 

Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires

terça-feira, 16 de março de 2021

Abertura já! - Valor Econômico

Edmar Bacha

O país tem uma conta de capital aberta, mas uma conta de comércio fechada. É uma receita pronta para o crescimento empobrecedor

É significativa a alta dos preços das mercadorias desde o início da pandemia. A causa principal é a forte desvalorização do real. Os preços dos serviços, que embutem basicamente o custo da mão de obra, nem de perto sobem na mesma proporção. A razão é o enorme desemprego provocado pela pandemia. Não obstante o alto desemprego, são frequentes as demandas para que o Banco Central comece a “normalizar”, ou seja, a aumentar a taxa de juros para combater a alta de preços. Será que devia mesmo?

O que se observa é um aumento dos preços das mercadorias em relação aos dos serviços. Essa mudança de preços relativos pode gerar um surto de inflação ou não, ainda não sabemos. A indexação impulsiona, mas o desemprego segura. Por isso, não é claro que essa mudança deva ser combatida com um aumento preventivo da taxa de juros, que não diferencia mercadorias de serviços. Juros mais altos reduzem igualmente a demanda por mercadorias e por serviços, agravando o desemprego.

Há outros instrumentos à mão. O mais interessante seria uma redução de impostos sobre as mercadorias importadas e de outras barreiras (antidumping e sanitárias, por exemplo) que impedem que as importações possam fazer baixar os preços no mercado interno. Deixem entrar o aço da Argentina, as bananas do Equador, a carne do Paraguai, o café robusta da África. Essa redução das barreiras à importação uniria o útil ao agradável. Pois contribuiria para o tão necessário aumento da produtividade, além de reduzir as pressões inflacionárias.

Aumentos da produtividade dependem de empresas que usem tecnologia de última geração com insumos modernos, que explorem economias de escala, que se especializem em linhas de produção para as quais são mais qualificadas, e que atuem num ambiente de concorrência. Essas características somente se obtêm com participação nas cadeias internacionais de valor. Uma vez perguntaram a Carlos Ghosn porque os Renault produzidos no Brasil não eram tão bons quanto os da França. Resposta dele: deixem-me importar partes e peças da Europa que eu faço Renault tão bons quanto os de lá.

Desde a Segunda Grande Guerra, doze países conseguiram sair da renda média para se tornarem países ricos. Coreia do Sul, Hong Kong, Israel, Cingapura e Taiwan chegaram lá com exportações industriais. Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal, com exportações de serviços. Austrália, Nova Zelândia e Noruega, com exportações de recursos naturais. As características dos produtos variam de acordo com as respectivas vantagens comparativas, o fator comum é a integração à economia mundial. O Brasil é grande e diversificado o suficiente para não ter que escolher entre setores de atividade, como foi o caso desses países. À semelhança dos EUA, pode tê-los todos - agricultura, mineração, indústria e serviços -, desde que integrados ao comércio internacional.

Esses doze países têm mercados internos menores do que o do Brasil. Mas países maiores que o Brasil são também grandes exportadores: Estados Unidos, China, Alemanha, Japão, França e Reino Unido. Já o Brasil, que em 2018 tinha a oitava maior economia do mundo, era apenas o 25º maior exportador. O PIB do Brasil representava 3% do PIB mundial, mas suas exportações apenas 1,1% das exportações mundiais. Um gigantinho em termos de PIB, o Brasil é um anão em termos de exportações.

O que se constata nas exportações se repete nas importações. Em 2018, a parcela das importações no PIB brasileiro foi de apenas 11,6%, o menor valor entre os 164 países considerados pelo Banco Mundial. Trata-se de uma situação paradoxal, porque em 2018 o Brasil foi também o sexto destino mais preferido para o investimento direto estrangeiro no mundo. O país tem uma conta de capital aberta, mas uma conta de comércio fechada. É uma receita pronta para o crescimento empobrecedor. As multinacionais e seus empregados prosperam ao explorar o mercado interno protegido, mas o resto do país empobrece ao ter seus recursos aplicados na substituição ineficiente de importações em lugar de se dedicarem à expansão das exportações.

O momento para a abertura é este. A balança comercial é positiva. Jamais tivemos uma taxa de câmbio tão desvalorizada. A indústria tem dificuldade de aumentar a produção não por falta de demanda, mas pela dificuldade de conseguir peças e componentes. O Ministro da Economia parece ter sucumbido aos lobbies empresariais, declarando que só pensará na abertura comercial depois da reforma tributária. O argumento é falacioso, pois impostos altos e distorcidos aplicam-se igualmente aos produtos nacionais e aos importados.

Senti isso pessoalmente no mês passado. Face ao agravamento da pandemia, resolvi comprar máscaras com maior nível de proteção. Li no New York Times que a KN95 era equivalente à N95. Não a encontrando para venda em lojas brasileiras, encomendei cem unidades a varejista americano. Face à pressa, fiz porte aéreo, o que aliás me poupou de pagar o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante.

Entre o preço da mercadoria e o frete aéreo, as cem máscaras custaram R$ 1.064, 51. Qual não foi minha surpresa quando o entregador me disse que ainda devia R$ 1.205,62 de impostos. 
Como assim, um produto essencial sem similar nacional, devia haver isenção. 
Qual nada, apesar de estar prevista, como a importação foi via aérea a alfândega carioca simplesmente ignorou a isenção e lascou 60% de imposto de importação
Se eu quisesse reclamar, teria que devolver o produto. 
Em cima dos 60%, mais ICMS e Fundo de Combate à Pobreza. Havia também o desembaraço aduaneiro, isto é, o custo de verificar meu CPF, de calcular os impostos e mais a tarifa aeroportuária de armazenagem. Tudo junto, 113% sobre o preço do produto mais frete.

Moral da história: por uma máscara que me custaria 79 centavos de dólar em Nova York tive que pagar o equivalente a 4 dólares e 20 centavos no Rio de Janeiro - 5,3 vezes o preço americano. Agruras brasileiras. Mas também uma singela indicação do enorme impacto que um alívio dos encargos sobre as importações poderia ter para reduzir a inflação. A esperança está no presidente do Banco Central. Por que não levanta ele a bandeira da abertura da economia dentro do governo? Teria assim um poderoso instrumento adicional à Selic para combater a inflação. Seria uma bela adição à Agenda BC#!

EdmarBacha, economista - Valor Econômico

 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Os impactos da inflação na expectativa de alteração da Selic

Em um momento em que a economia precisa de estímulos econômicos para crescer, analistas projetam subida gradual da taxa básica até o final de 2021

A aceleração da inflação traz preocupações extras além do peso dos preços no orçamento das famílias. Acima das expectativas dos economistas, o IPCA fechou dezembro em alta de 1,35% e nos 12 meses acumulou alta de 4,52%. Além de mitigar o poder de compra da população, esse número gera dúvidas sobre como impactará na Selic em um momento em que a economia urge por estímulos monetários para poder crescer.

Grande parte dos analistas acredita que o Comitê manterá a Selic inalterada na primeira reunião de 2021 que acontecerá na semana que vem, porém começará a preparar terreno para sinalizar mudanças nos próximos meses. Na última reunião do Comitê, realizada em dezembro, o Copom já iniciou esses sinais ao comunicar que aforward guidance” poderia ser suprimida dependendo do comportamento da inflação. Com o significado de “prescrição futura” em português, essa ferramenta sinaliza por quanto tempo a taxa de juros se manterá no nível atual e é utilizada desde agosto de 2020 pela instituição para afirmar que ela não subirá.

Apesar de a inflação de 2020 divulgada ontem ter sido alta, ela fechou dentro da margem de erro do Conselho Monetário Nacional, que previu um nível de 4% com margem de 1,5% para cima e para baixo. E uma margem de folga por enquanto também existe para 2021. A meta é de 3,75% com margem de 1,5 ponto porcentual e no último boletim Focus divulgado na segunda-feira 11 o IPCA para 2021 estava em 3,34%. Não significa, entretanto, que a inflação é carta fora do baralho. Na terça-feira, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, admitiu que há risco de inflação mais elevada no primeiro trimestre deste ano. “Foi muito dinheiro colocado na mão das pessoas durante a pandemia, que causou um impacto menor na economia. Mas o efeito de dezembro tem consequências sobre essa atividade, a questão climática, com quebra de colheitas e o caso de energia com restrição de produção da Arábia Saudita, elevando. Teremos uma inflação um pouco mais alta do que imaginávamos, algo que teremos que avaliar nos próximos ciclos”, afirmou em live da corretora XP, demonstrando que há preocupação latente com o assunto.

Em Economia, VEJA  - MATÉRIA COMPLETA

 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Por que a manutenção da Selic a 2% não é vista como plano para 2021

Copom divulga no final do dia o resultado de sua reunião. Inflação e risco fiscal pesam na taxa básica da economia

Nesta quarta-feira, 9, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, divulgará o resultado da reunião que define os rumos da política monetária brasileira. A Selic, taxa básica de juros da economia, atualmente está em 2% ao ano e, diante do baixo crescimento econômico do país, é consenso no mercado a expectativa de que nada mudará a respeito nesta reunião. A questão chave que é aguardada pelo mercado, porém, é por quanto tempo a Selic se manterá nesse patamar. E, por isso, o comunicado dos membros do Copom é tão aguardado.

Nesse ano, em agosto, seguindo a tendência de outros bancos centrais internacionais, o Copom utilizou pela primeira vez a ferramenta “prescrição futura”, mais conhecida como “forward guidance”. Trata-se de uma sinalização sobre quando os juros poderão ser alterados e, na reunião de outubro, o Comitê afirmou que manteria a taxa em 2% uma vez que certas condições estavam em nível satisfatório, como as expectativas de inflação e o regime fiscal. Para a reunião que se encerra nesta quarta, grande parte do mercado espera alterações nessa previsão para o futuro.

“O cenário é bastante desafiador, já não é tão favorável quanto três ou quatro meses atrás”, diz Alexandre Espírito Santo, economista da Órama. “Se a inflação no ano que vem ficar no centro da meta e o BC não subir o juros, ele vai trabalhar com o juros real negativo e isso traz problemas para a economia, principalmente para o Tesouro”, diz ele. Para Espírito Santo, a Selic subirá no final do segundo trimestre do ano que vem, para 3%.

Nesse conflito começa a pesar o IPCA, a inflação oficial do país, que depois de meses de deflação, começou a acelerar devido à alta do dólar e à retomada do consumo, que começa a dar sinais de recuperação. As projeções do mercado financeiro para inflação aumentaram de 3,54% para 4,21% e diminuíram de 3,47% para 3,34%. Os números se aproximam do centro da meta do Banco Central, de 4% para 2020 e 3,75% em 2021, sendo que em 2020 passam dela, ficando na margem de tolerância. “O balanço de riscos para a inflação tornou-se menos favorável desde a última reunião, por estar acima do esperado ao consumidor e ao produtor, apesar da recente valorização do câmbio”, diz a VEJA Solange Srour, economista-chefe do Credit Suisse,

Na avaliação de Srour, a taxa de juros deverá começar a subir em junho de 2021, alcançando 4,5% em dezembro. “É imperativo que o BC comece o processo de normalização da política monetária a fim de manter ancoradas as expectativas de 2021 e 2022”, afirma ela.

Economia -  Veja - MATÉRIA COMPLETA



 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Três erros da ideia de recriar a CPMF - VEJA



 Por Maílson da Nóbrega

A nova CPMF seria permanente, retiraria competitividade da indústria e agravaria a cunha fiscal que aumenta a taxa de juros para os tomadores finais

Custa a crer que o ilustre ministro Paulo Guedes, detentor de invejável bagagem intelectual e amplos conhecimentos econômicos e da história brasileira, insista na recriação de um tributo disfuncional como a CPMF. Sua Excelência alega que as distorções seriam menores do que os custos do desemprego. Assim, a medida viria a compensar a extinção dos encargos sobre a folha de salários, o que, no seu entender, contribuiria para aumentar o volume de postos de trabalho, conforme diz no jornal O Estado de S Paulo.

Enxergo três erros no raciocínio do ministro. O primeiro seria o de inscrever, no universo tributário brasileiro, um imposto em cascata, que se entranharia nos custos das empresas e lhes retiraria eficiência. Não há como isentar a CPMF no custo total dos produtos exportáveis, o que agravaria a já séria perda de competitividade da indústria brasileira. Os resultados seriam perdas de comércio e redução do potencial de crescimento da economia e da geração de empregos, o contrário do que se pretende.
O segundo erro seria o de tornar permanente uma tributação nociva à atividade econômica. A CPMF foi tolerada durante alguns anos, apesar de seus defeitos, porque era uma incidência temporária, que um dia seria extinta, como de fato aconteceu. Agora, o tributo seria permanente. Além disso, a experiência brasileira mostra que impostos ruins, mas fáceis de arrecadar, tornam-se veículo para aumentar instantaneamente a arrecadação em momentos de crise.
O que conforta é saber que tem tudo para que a ideia fixa do ministro venha a ser derrotada no Congresso. Isso, se ela não for abatida em pleno voo pelo presidente Jair Bolsonaro, que também já mostrou que a rejeita.
Há dois exemplos marcantes dessa realidade. O imposto de vendas e consignações, de competência dos Estados e extinto na reforma tributária de 1965, nasceu nos anos 1930 com alíquota de 0,5%, mas já atingia perto de 10% em alguns Estados quando desapareceu. O outro é a Cofins, que nasceu nos anos 1980 com a mesma alíquota de 0,5% e hoje está em mais de 9%. [temos também o IOF; até 2007, o percentual era mínimo, incidindo sobre qualquer operação de crédito.
Naquele ano, quando o condenado Lula perdeu a CPMF - a prorrogação foi derrotada no Senado, em ação comandada pela ex-senadora Kátia Abreu, antes de ser seduzida pela 'engarrafadora de vento' e se tornada militonta - aproveitou que as alíquotas do IOF podem ser modificadas por decreto e criou uma alíquota de 0,38%, aplicada no dia inicial do financiamento e uma de 0,0082%  aplicávem em cada dias subsequente.
Alguns desavisados dirão: 0,38% uma única vez, suportável.

Pois essa simples e 'suportável' alíquota é extremamente onerosa, especialmente nos tempos de inflação baixa, e foi o suficiente para acabar com a outrora 'fantástica' vantagem do cheque especial 10 dias sem juros.
Você para não gastar os cinco mil reais que estão na poupança - o que te faria perder o extraordinário "rendimento" mensal um pouco inferior a 0,26% - usa o cheque especial para atender a necessidade de R$5.000,00, por um único dia.
JURO ZERO e o IOF pelo primeiro dia - no caso único - 0,38%, que equivale ao rendimento da poupança de um mês e meio.]

O terceiro erro é não considerar o efeito da CPMF permanente, derivado de seu caráter de cunha fiscal nas operações de crédito. Uma das razões das altas taxas de juros para os tomadores finais de empréstimos é justamente a tributação das transações financeiras por três tributos: PIS, Cofins e IOF. A situação se agravaria com um quarto componente, que significaria 0,4% de custo adicional (0,2% no recebimento do crédito e 0,2% no seu resgate). Esse efeito é proporcionalmente maior do que nos tempos da antiga CPMF, pois agora a taxa de juros está cada vez mais baixa.

Para completar, as experiências internacional e brasileira mostram que reduções de encargos sobre a folha não costumam gerar empregos. É o que aconteceu no governo Dilma.

Maílson da Nóbrega, economista - política, economia e história 


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

PIB, devagar, quase acelerando - Folha de S. Paulo

Vinicius Torres Freire

Faz seis anos, conjuntura não era tão favorável para retomada; política é risco

Aumentou aprobabilidade de aceleração” do crescimento nos próximos meses, sugere uma medida combinada de indicadores financeiros, de produção industrial, do comércio exterior e de expectativas empresariais e do consumidor.  Vai, racha ou ainda se arrasta? Uma aceleração pode ter também consequências políticas mesmo em meados de 2020, ainda mais dada a conformação gelatinosa dos pedaços da política brasileira recente.

“O cenário do Copom supõe que essa recuperação seguirá em ritmo gradual”, escreveu a diretoria do Banco Central na exposição de motivos da decisão de baixar a Selic na semana passada, no entanto (na Ata do Copom). Isso parece significar que o crescimento do PIB deve passar aos poucos do ritmo de crescimento de 1% ao ano para 2%. Mantido o ritmo do segundo e terceiro trimestres até o final de 2020, a economia cresceria 2,2%, por exemplo.

Ainda assim, o pessoal do BC escreveu também na Ata que a economia pode acelerar além da conta atual, dadas certas e novas condições da economia: taxa básica de juros historicamente baixa, nova e crescente fonte de financiamento da economia (mercado de capitais), menos crédito público subsidiado, por exemplo. É uma hipótese, lá está claro, pois se desconhece como funciona a economia neste novo regime (e, não está lá escrito, depois de meia dúzia de anos de recessão e estagnação).

A medida que sugere a “probabilidade de aceleração nos próximos meses” é o Indicador Antecedente Composto da Economia Brasileira (IACE), publicado em parceria entre a FGV-Ibre e The Conference Board. É uma combinação ponderada de taxa básica de juros no mercado para um ano, do desempenho do Ibovespa, de expectativas de empresas da indústria e de serviços, de confiança do consumidor, da produção de bens de consumo duráveis e de preços relativos (termos de troca) e de quantidade de exportações brasileiras.


Pelos números recentes e a julgar pelo resultado passado do efeito conjunto de tais indicadores, a economia parece estar no caminho da aceleração. Mas a gente não tem como prever que os efeitos continuem os mesmos, como de costume. Para dificultar a estimativa, temos esses fatos muito novos, como a taxa básica real de juro em torno de 0,6% ao ano, ressalte-se, e a configuração da economia depois de anos de ruína.

Para o Banco Central, traços de respostas para essas questões vão indicar se a taxa de juros (Selic) vai cair de novo em fevereiro de 2020 (próxima reunião para decidir sobre juros). Caso a economia cresça o previsto ou até acelere, o clima político deve mudar, caso o governo de Jair Bolsonaro não cause mais tumulto ou dê mais tiros no pé ou na orelha.tiros no pé ou na orelha. Não vai ser o “milagre do crescimento”. O desemprego continuará muito alto. A distribuição do crescimento não deve ser favorável para os mais pobres; não há dinheiro para fazer redistribuição, ao contrário. Mas haverá beneficiados, mais gente vivendo algo melhor do que agora e menos gente vivendo pior. Pode aparecer alguma percepção “pop” de que reformas e despiora da economia têm algo a ver.

Seria uma situação que levaria um governo normal a atrair aliados e fazer composições político-partidárias mais amplas. No caso de Bolsonaro, difícil dizer, até porque em termos políticos o governo vive voluntária ou involuntariamente no caos e do caos. Mas haveria condições para o clima político mudar. Na direção de formação de alianças ou de ênfase em “quebrar o sistema”?

Vinicius Torres Freire, colunista - Folha de S. Paulo

 

sábado, 17 de novembro de 2018

A equipe começa a ser formada

Mansueto fica e Campos Neto é indicado para comandar um projeto de BC independente como defende Ilan, que está de saída


Ilan Goldfajn ficou fechado, em total silêncio, enquanto se especulava se ele permaneceria ou não. Havia interesse em que ele ficasse até pela convergência natural entre a defesa do Banco Central independente pelo futuro ministro da área econômica, Paulo Guedes, e por Ilan, que ontem prometeu em nota continuar a apoiar o projeto nesse sentido em tramitação no Congresso. Mas um dos critérios para seguir no cargo era demonstrar interesse em ficar, o que não foi o caso do atual presidente do BC. O secretário do Tesouro Mansueto Almeida fica e mantém toda a sua equipe. Ana Paula Vescovi tem dito a todos que a procuram que quer ir para o exterior estudar.

Com a escolha de Roberto Campos Neto para presidir o BC, a equipe econômica começa a tomar forma. A ideia de Paulo Guedes sempre foi aprovar o Banco Central independente, o que é um passo adiante na autonomia que tem havido no órgão em alguns momentos. Ilan Goldfajn teve total autonomia e entregou o excelente resultado, reconhecido na área econômica do futuro governo, e comprovado pelo menos em dois indicadores. A inflação que estava perto de dois dígitos caiu abaixo do piso da meta e, com toda a turbulência do processo eleitoral, chega ao fim do ano no centro da meta. O segundo é a queda da taxa de juros para o menor nível da história do real, uma redução consistente, que atravessou estável esse período tenso. Ilan foi também ágil e firme nos momentos de maior tensão no mercado cambial. Avisou que só os efeitos secundários da mudança do patamar do câmbio seriam combatidos, ou seja, não subiria juros na vã tentativa de criar um patamar para o dólar.

Dentro da equipe que prepara o governo Bolsonaro há dois critérios para os convites, segundo um desses integrantes. “É preciso ter feito um bom trabalho”, o que é o caso de Ilan e estar com vontade de permanecer no novo governo. Ontem no fim do dia, o presidente do BC explicou que “seu afastamento do cargo se dá por motivos pessoais” e que ficará no BC até que a indicação de seu sucessor s
eja aprovada pelo Senado.
Roberto Campos Neto é definido com uma palavra na equipe de transição: “excelente”. Atualmente no Santander, ele tem bastante experiência no mercado financeiro e já vinha colaborando com a equipe do novo governo. Foi escolha pessoal de Paulo Guedes, como tinha que ser. Chega com o desafio de manter a política monetária, mas ao mesmo tempo criar as condições para o aumento da competição no mercado bancário. Paulo Guedes vem dizendo desde a campanha que tem interesse em reduzir o custo da dívida pública e a própria dívida. Chegou a falar, depois da eleição, em vender parte das reservas cambiais com esse objetivo. Esta não é uma operação trivial.

O nome foi bem aceito pelos investidores. O fundo que acompanha os principais papéis de empresas brasileiras em Nova York acelerou a alta durante o dia, com as notícias sobre a indicação de Campos Neto. O EWZ subia mais de 2% à tarde. Isso indica que a bolsa por aqui deve abrir a sexta-feira em alta.  A permanência de Mansueto no Tesouro é importante por inúmeras razões. É um grande economista, com sólido conhecimento da máquina pública, e está tocando assuntos complexos como o quadro fiscal nos estados. Ele acompanha com o cuidado devido as bombas fiscais que estão armadas no Congresso e sabe como lidar com temas espinhosos que normalmente suscitam reações políticas. 

Depois dos grandes erros cometidos pelo governo Dilma na Secretaria do Tesouro, Mansueto, e antes dele, a economista Ana Paula Vescovi, tiveram que resolver problemas de muitos anos antes. Não haverá solução fácil para o rombo fiscal do governo federal e dos governos estaduais, mas a atual equipe melhorou a qualidade das políticas públicas, dos indicadores e está fazendo uma correta transição administrativa, só comparável à que foi feita entre os governos Fernando Henrique e Lula. No caso dos estados, a convicção na equipe do governo Temer é que sem a reforma da Previdência não haverá melhora duradoura. Mas há formas de atenuar, como se pôde ver no Rio de Janeiro.

O governador Luiz Fernando Pezão conta que reduziu os gastos de pessoal como
 proporção da Receita Corrente Líquida de 70% em 2017 para 46% em outubro de 2018. E garante ter cumprido 12 das vinte metas. No governo federal a expectativa não é assim tão boa, mas os técnicos estão convencidos de que o estado se enquadrará abaixo do limite de 60%. O caso do Rio é importante porque é o único estado que entrou no Regime de Recuperação Fiscal. O Rio Grande do Sul não conseguiu e Minas nem foi conversar, preferindo tentar as liminares na Justiça. A melhora no Rio é em parte pela alta do petróleo — que a propósito voltou a cair —, mas também porque a partir do enquadramento no RRF houve mais disciplina. Não são poucos os desafios que esperam a nova equipe econômica que está sendo formada.




quinta-feira, 30 de março de 2017

Empréstimo consignado custará menos para aposentados e pensionistas e taxa de juros também será reduzida para servidores

Governo reduz teto de juros de consignado para servidores a 29,8%



O governo decidiu dar um refresco aos servidores que pensam em tomar dívidas por meio do crédito consignado. O teto das taxas cobradas pelos bancos será reduzido, a partir desta sexta-feira, 31, de 34,5% para 29,8% ao ano. É a primeira vez  que o teto dos juros do consignado para servidores públicos da União é reduzido.

Segundo portaria do Ministério Planejamento, que sairá amanhã, com o teto menor, a taxa mensal de juros nos consignados tomados pelos servidores baixará de 2,5% para 2,2%. Os técnicos explicam que essa redução reflete a queda da taxa básica (Selic), que, desde outubro do ano passado, já caiu de 14,25% para 12,25% ao ano.
O novo patamar máximo de juros valerá para futuros empréstimos consignados e para os créditos renegociados. Os servidores que conseguirem trocar as taxas dos empréstimos terão folga maior no orçamento. Bastará apenas procurar os bancos e propor a renegociação das dívidas a taxas menores.

R$ 169 bi em dívidas
Dados do Banco Central mostram que os servidores públicos, de todas as esferas de governo, devem R$ 169 bilhões no crédito consignado. Neste ano, as operações cresceram 0,6%. Em 12 meses, o salto foi de 2,1%. Entre os trabalhadores da iniciativa privada, as dívidas somam R$ 18,4 bilhões, com retração de 1,3% nos dois primeiros meses deste ano e de 6,3% em 12 meses.

O governo quer estimular a tomada de crédito a juros menores para aquecer o consumo, que está em queda livre. Os servidores, porém, andam mais reticentes ao endividamento, esperando pelas mudanças que virão da reforma da Previdência Social. 
O BC informa que, no geral, os bancos têm trabalhado com juros no consignado para servidores abaixo do teto fixado pelo Ministério do Planejamento. Em fevereiro, os juros médios dessas operações estavam em 24,7% ao ano.

Para os bancos, é um excelente negócio emprestar a servidores públicos, devido à estabilidade no emprego e aos bons salários. Os riscos de perdas são mínimos.

Fonte: Correio Braziliense - Blog do Vicente 

ALERTA DO BLOG PRONTIDÃO TOTAL: 

é notório que o governo Temer tem um elevado grau de indecisão, recuos e condutas similares.

Assim, é bom atenção especial na hora de negociar/contratar empréstimo consignado. O Banco do Brasil está oferecendo atualmente - antes da entrada em vigor da anunciada redução de juros - empréstimos consignados a juros de 1,93%, assim, inferior aos 2,20% anunciados pelo Governo e a CEF oferece um pouco abaixo dos 1,9%.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Remédios para a economia são amargos, mas estão fazendo efeito

A economia surpreendeu para pior no quarto trimestre. A previsão do Ibre de crescimento de 0,6% para 2017 será revista para 0,3%.

Todo o novo cenário do Ibre será divulgado no seminário de conjuntura de fechamento do ano, nesta segunda-feira (12), na FGV-Rio.  O governo Temer vive momento difícil. A lentidão da recuperação deve-se ao desastre que foi construído entre 2009 e 2014 no setor real da economia. Uma série de programas estimulou excesso de investimento em setores com baixa rentabilidade, sob a hipótese de que a capacidade financeira do setor público -Tesouro Nacional, estatais e bancos públicos - fosse ilimitada.

A realidade obrigou a forte redução dos investimentos nos setores naval, petrolífero, automobilístico, sucroalcooleiro, de construção civil (em razão das revisões do Minha Casa, Minha Vida) e em muitos outros.  Além da revisão de um extenso programa de investimento, que foi mal desenhado, regulado e executado, o problema fiscal estrutural contribui para gerar incertezas e reduzir o horizonte do cálculo empresarial.

Combinando-se a esses dois problemas estruturais, que não serão solucionados rapidamente, há a dificuldade com o ajustamento cíclico da economia. O processo de desinflação avança, mas a custo muito elevadoDiversos fatores contribuíram para aumentar o custo do ajuste desinflacionário. A partida do processo, no final de 2014, foi com taxa de desemprego abaixo da taxa natural, que é aquela que estabiliza a inflação. Ou seja, ao longo de todo o ano de 2015, aproximadamente, o mercado de trabalho ainda contribuiu para aumentar a inflação, mesmo com a forte queda do PIB.

Adicionalmente, no início de 2015, a inflação média nos últimos cinco anos havia sido de 6,1%. Tínhamos inflação mais de 1,5 ponto percentual acima da meta, com elevadíssima inércia. Para piorar, havia inflação corretiva de preços administrados na casa de 18% e necessidade de correção do câmbio: em 2014, o déficit externo havia sido de US$ 104 bilhões.

Há sinais de que o Banco Central vai ganhando a luta contra a inflação. Provavelmente no fim do ano que vem a inflação estará rodando na meta e poderemos, em 2018, ter Selic abaixo de 10%. Diante das dificuldades com a atividade, o impulso é fazer alguma coisa para a economia pegar no tranco. Nessa hora, é necessário sangue-frio e calma.  Há muito espaço para queda da taxa de juros nos próximos 12 meses e, com isso, para termos a economia crescendo bem em 2018. Nossos números sugerem que, no quarto trimestre de 2017, estaremos rodando a 2,5%-3% ao ano de expansão do PIB.

É necessário evitar pirotecnias.  O que faríamos para animar a economia? Aumentar os subsídios do BNDES? Desonerar IPI da linha branca e dos automóveis? Aumentar o requerimento de conteúdo nacional na cadeia de petróleo? Aumentar as barreiras às importações de bens para estimular a indústria? Liberar compulsórios para empréstimos de veículos? Sugestões?

Toda essa lista foi tentada à exaustão no primeiro mandato de Dilma Rousseff, com resultados conhecidos. Não faz sentido repetir os erros.  As dificuldades de Michel Temer resultam da herança maldita da nova matriz econômica e da irresponsabilidade fiscal, além da enorme leniência do governo petista com a inflação. Os remédios são amargos, mas estão fazendo efeito.
Calma e sangue-frio.

Por: Samuel Pessoa - Folha de S. Paulo

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

O grande perigo da taxa de juros zero

Vários bancos centrais consideraram elevar a meta de inflação. Mas tal iniciativa tem diversas desvantagens 

Os mercados hoje estão obcecados sobre qual será o nível de elevação dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nos próximos 12 meses. Isso representa uma miopia perigosa: a verdadeira preocupação deveria ser o quanto ele poderá cortar os juros na próxima recessão profunda. Considerando-se que o Fed deve lutar para conseguir elevar seu juro básico para 2% no ano que vem, haverá muito pouco espaço para corte se houver uma recessão. 

A presidente do Fed, Janet Yellen, tentou tranquilizar os mercados numa palestra no fim de agosto, sugerindo que uma combinação de compra massiva de títulos do governo e orientação direta sobre política de juros poderiam alcançar o mesmo estímulo que cortar a taxa do overnight para -6%. Ela pode estar certa, mas a maioria dos economistas duvida que os instrumentos não convencionais de política monetária do Fed sejam tão eficazes. 

Há outras ideias que podem ser experimentadas. Por exemplo, o Fed poderia seguir a iniciativa recente do Banco do Japão de ter como meta taxas de juros de dez anos, em vez daquela de curto prazo na qual normalmente mira. A ideia é que, mesmo que as taxas de juros de curto prazo sejam zero, as taxas de longo prazo continuarão positivas. A taxa sobre os títulos de dez anos do Tesouro americano estavam em torno de 1,8% no fim de outubro. 

Esta abordagem pode funcionar por um tempo. Mas há igualmente um risco significativo de que eventualmente ela explodirá, da mesma forma como taxas de câmbio fixo tendem a funcionar por um período e depois provocam uma catástrofe. Se o Fed conseguir ser altamente convincente em sua meta de manter baixa a taxa de juros de dez anos, provavelmente poderia passar sem ter que intervir muito nos mercados, cujos agentes em geral estariam com muito medo para lutar contra o banco central mais poderoso do mundo. 

Mas imagine que o mercado comece a ter dúvidas, e que o Fed tenha sido forçado a intervir massivamente, comprando uma alta porcentagem da dívida total do governo. Isso deixaria o BC americano extremamente vulnerável a enormes perdas, caso as forças globais repentinamente elevassem o equilíbrio das taxas de juros, com o governo americano compelido a pagar taxas de juros muito mais elevadas para rolar sua dívida. 

As duas melhores ideias para lidar com o limite zero da taxa de juros parecem estar fora de alcance no momento. A melhor abordagem seria implementar todas as variadas mudanças institucionais, legais e tributárias necessárias para tornar as taxas de juros significativamente negativas, eliminando assim a necessidade do limite zero. Isso exige evitar que as pessoas reajam acumulando papel moeda; mas isso não é tão difícil. De fato, tentativas iniciais com políticas de juros negativos no Japão e na Europa causaram algum desapontamento. Mas as falhas nesses casos refletiram, em sua maioria, o fato de que os bancos centrais não podem por si mesmos implementar as políticas necessárias para tornar totalmente efetiva a política de taxa de juros negativa. 

A outra abordagem, analisada pelos economistas do Fed em meados dos anos 1990, seria elevar a meta de inflação de 2% para 4%. A ideia é que isto acabaria por eventualmente elevar o perfil de todas as classes de juros em dois pontos percentuais, reservando assim aquele espaço extra para corte.  Vários bancos centrais, inclusive o Fed, consideraram elevar a meta de inflação. Mas tal iniciativa tem várias desvantagens significativas. O problema principal é que uma mudança dessa magnitude arrisca minar a preciosa credibilidade do Banco Central; afinal, os bancos centrais têm prometido manter a inflação em 2% já há algumas décadas, e este patamar está profundamente incorporado em contratos financeiros de longo prazo. 

Além disso, assim como ocorreu na crise financeira de 2008, simplesmente ser capaz de reduzir as taxas de juros em 2% provavelmente não será suficiente. Muitas estimativas sugerem que o Fed gostaria de ter cortado os juros 4% ou 5% mais do que fez, mas não pôde reduzir mais depois que as taxas chegaram a zero.  Uma terceira falha é que, após um período de ajuste, os salários e contratos se tornam mais propensos a se ajustarem com mais frequência do que fariam com uma meta de inflação de 2%, tornando a política monetária menos eficiente. E, finalmente, uma inflação maior provoca distorções nos preços relativos e no sistema tributário — distorções que têm custos significativos, e não apenas durante recessões. 

Se ideias como taxas de juros negativas e metas de inflação mais elevadas soam perigosamente radicais, bem, a radicalidade é relativa. A não ser que os bancos centrais descubram uma maneira convincente de resolver sua paralisia no limite zero, provavelmente haverá uma torrente contínua de propostas inusitadas, ainda mais radicais. Por exemplo, Barry Eichengreen, economista da Universidade da California Berkeley, já argumentou que o protecionismo pode ajudar a gerar inflação quando os bancos centrais estão presos ao juro zero. E muitos economistas, incluindo Lawrence Summers e Paul Krugman, alertaram que reformas estruturais para aumentar a produtividade podem ser contraproducentes quando os bancos centrais estão paralisados, exatamente porque elas reduzem os preços.


Claro, há sempre política fiscal para gerar estímulo econômico. Mas é altamente desaconselhável que os gastos do governo sejam tão voláteis quanto teriam que ser para compensar a ineficiência da política monetária. Talvez não haja tempo suficiente antes que a próxima recessão profunda para lançar as bases para uma política de taxa de juros negativa ou para estabelecer uma meta de inflação mais alta. Mas isso não é desculpa para não considerar seriamente estas opções, especialmente se alternativas forem provavelmente mais problemáticas. 

Fonte: Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do FMI, é professor de Economia e Política Pública na Universidade de Harvard


sexta-feira, 31 de julho de 2015

JULHO/2015 - Dilma consegue superar sua capacidade de quebrar recordes negativos = piorar o impiorárel

Vamos aos recordes negativos superados por outros piores no governo Dilma - apenas alguns e  no mês de Julho 

Contas do governo têm déficit no semestre pela primeira vez em 19 anos   -

As contas do Tesouro, Banco Central e Previdência ficaram negativas em R$ 1,6 bilhão nos primeiros seis meses do ano e em R$ 8,2 bilhões somente em junho, os piores resultados desde 1997

 A queda na arrecadação de tributos federais e o aumento nas despesas levaram a um forte déficit primário nas contas do governo central em junho e a um resultado deficitário no primeiro semestre, o primeiro da história. No mês passado, as contas do Governo Central, que reúne Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, foram negativas em R$ 8,205 bilhões, o pior resultado desde o início da série histórica, em 1997.
Com isso, o resultado primário do primeiro semestre foi deficitário em R$ 1,597 bilhão. No mesmo período do ano passado, o resultado primário acumulava superávit de R$ 17,355 bilhões. É a primeiro déficit registrado no primeiro semestre na série histórica. Em 12 meses, o Governo Central acumula déficit de R$ 38,6 bilhões - o equivalente a - 0,68% do PIB.
O resultado de junho ficou abaixo do piso das expectativas do mercado financeiro - levantamento da Agência Estado com 15 instituições do mercado financeiro mostrou que as previsões eram de déficit de R$ 6,700 bilhões a superávit de R$ 600 milhões, com mediana de déficit de R$ 3,650 bilhões.
Com dificuldades para fazer um superávit primário maior neste ano, a equipe econômica reduziu a meta para o Governo Central em 2015 na semana passada, que foi de R$ 55,2 bilhões para R$ 5,8 bilhões.

Receitas. O resultado das receitas de junho representam uma queda real de 3,4% em relação a junho de 2014. Já as despesas tiveram aumento real de 2,1%. No primeiro semestre, as receitas do governo central recuaram 3,5 % e as despesas aumentaram 0,5%

- Juros do cheque especial têm a maior alta desde 1995 - Segundo o Banco Central, taxa da modalidade já chega a 241,3% ao ano

- Após PIB dos Estados Unidos, dólar comercial sobe mais de 1% e fecha a R$ 3,42. Maior alta desde 2003
PETROBRAS E BANCOS DERRUBAM BOLSA
As ações do Bradesco fecharam em queda de 1,99% e as do Itaú Unibanco recuaram 1,24%. No Banco do Brasil, a desvalorização foi de 1,73%. O setor bancário é o que possui maior peso na composição do Ibovespa. No caso da Petrobras, as ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) terminaram o pregão com queda de 2,33%, cotadas a R$ 10,47%, e as ordinárias (ONs, com direito a voto) caíram 2,37%, a R$ 11,52. 

A Vale, que chegou a subir mais de 5% nas preferenciais e 7% nas ordinárias, não resistiu e acompanhou o movimento geral da Bolsa - os papeis da mineradora também tiveram altas expressivas nos últimos pregões. As PNs caíram 4,63% e as ONs recuaram 4,90%.

- BC eleva taxa básica de juros para 14,25% - É o maior nível da taxa Selic desde agosto de 2006 e o sétimo aumento consecutivo

Brasil tem taxa de juro 'pornográfica', diz presidente da Abimaq

Para Carlos Pastoriza, Selic alta inviabiliza os investimentos do setor privado e aumenta a recessão econômica no país

- Prévia da inflação oficial em 12 meses chega a 9,25%, a maior desde dezembro de 2003

Tem mais recordes negativos. Vamos parar por aqui não é por pena da Dilma - ela que se exploda e quanto antes melhor.
Paramos por raiva dos imbecis,  estúpidos e corruptos, que venderam o voto a troco de bolsas e votaram na soberana

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Selic é a maior, desde 2011

BC eleva juro básico pela terceira vez seguida e Selic vai a 12,25% ao ano

Aumento de 0,5 ponto porcentual faz a taxa básica de juros chegar ao maior patamar desde julho de 2011

O juro básico sobe pela terceira vez seguida. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira, 21, a elevação da taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto porcentual. A decisão foi unânime.

Com a alta, a meta Selic chega a 12,25% ao ano - maior patamar desde julho de 2011, quando estava em 12,50% ao ano. A maior parte do mercado financeiro esperava a elevação de 0,5 ponto porcentual, de acordo com pesquisa Agência Estado. Uma fatia menor - 6 de 82 economistas consultados esperava uma elevação menor, de 0,25 ponto porcentual.

Essa é a terceira alta seguida da Selic,
que ficou estacionada em 11% entre abril e outubro do ano passado, quando o BC surpreendeu o mercado e elevou a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual apenas três dias após a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Em 2014, a inflação oficial, medida pela Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 6,41%, abaixo do teto da meta de 6,5%.


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Dilma está de joelhos



Dilma nem foi reempossada e está de joelhos.... De joelhos para Lula que admite entrar na disputa com a economia em frangalhos e impôs a equipe econômica ortodoxa, tucana de estirpe, a única capaz de consertar a tempo as lambanças do mandato que se encerra....

De joelhos para a Operação Lava-Jato que ameaça destruir sua reputação manchando-a com uma enxurrada de denúncias, provas e juízos, que perdurarão ao longo de seu mandato inteiro. Enquanto isso a taxa de juros do cheque especial atinge o maior valor desde 1999. Parabéns, dona Dilma.