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sábado, 19 de novembro de 2016

O Caldo entornou - O Rio de Janeiro sente as chagas deixadas pela corrupção endêmica e pela irresponsabilidade administrativa sem limites.

O Rio de Janeiro sente as chagas deixadas pela corrupção endêmica e pela irresponsabilidade administrativa sem limites. 

Gestores se lambuzaram na fartura de recursos do pré-sal, nas concessões irrestritas lançadas de maneira inconsequente na era Lula/Dilma, nos aportes da Copa do Mundo, da Olimpíada, no dinheiro que jorrava sem controle. E fizeram a festa. Quebraram o Estado. Saquearam o cofre. Mandaram às favas qualquer compromisso fiscal. Deixaram de lado o planejamento, a preocupação com provisão para eventuais apertos de caixa. 

Gastaram descontroladamente e desviaram mais ainda. O cenário mudou. A crise econômica, a crise do petróleo, a crise da instabilidade, a crise-mãe de todas as crises com o impeachment tomaram conta. E eles não estavam preparados. Não reservaram sequer um minuto de preocupação com o avanço do risco. Era tudo uma grande farra. A conta veio. 

Pesada. Implacável. Deprimente decadência do poder público enxerga-se naquelas paragens, causando estupor no Brasil e no Mundo. Vivem-se dias de caos por ali com arruaceiros organizando rebeliões. Quebra-quebras e confrontos são constantes. Inclusive deserções das forças convocadas a marchar pela ordem. A Cidade Maravilhosa agora é símbolo de uma tragédia prenunciada nas falcatruas, conchavos e fisiologismo de homens públicos que não deram o menor respeito ao voto recebido nas urnas. Dois ex-governadores presos em menos de 24 horas. O atual, Pezão, sitiado, jogando a toalha, perdendo por completo o controle da máquina, à mercê de baderneiros que tentam impor a ideia do quanto pior, melhor. O pacote de austeridade, com restrições agudas, recaiu sobre os servidores e a reação foi grande. Faz sentido. Em um governo marcado por distorções absurdas, privilégios ao Legislativo e ao Executivo são mantidos enquanto trabalhadores têm de pagar o pato. Mordomias de transporte, de subvenção de combustível e até para a compra de mil selos per capita aos parlamentares fluminenses persistem enquanto hospitais, escolas e salários ficam à míngua.

Há uma desfaçatez tremenda de políticos que não cessa nem mesmo com a evidente saturação da sociedade sobre o seu comportamento. A turma de parlamentares federais que faz agora de tudo para barrar as medidas anticorrupção e que tenta anistiar o caixa dois [lembrando que é mera manobra dissuasiva a ideia de anistiar o caixa dois, que apesar de repugnante não é crime e qualquer lei que venha a tipificar aquela prática  como crime só será válida a partir do dia de sua promulgação.]  também se encontra nessa categoria deplorável de figuras que usam e abusam do cargo para advogar em causa própria. Só isso explica a forma como essa gente atua para travestir de corretas suas más intenções. A defesa do foro privilegiado e de todos os privilégios, a delinquente atuação para limitar o arco de investigações da Lava-Jato, a protelação imoral do projeto que estabelece um teto de gastos (em respeito aos recursos dos brasileiros pagadores de impostos e cumpridores do dever) são manobras de quem não está nem aí com o futuro e a estabilidade da Nação. 

E o povo, carente de líderes diligentes do patrimônio, entra em parafuso. Loucos extremistas, agindo como “Black blocs” que a tudo querem destruir, se aproveitam do momento para por em anarquia o ambiente. Ditam o ritmo de aberrações durante os protestos. Aconteceu em Brasília tal qual no Rio. Invadiram o Congresso. Promoveram a bagunça. Violentaram o poder constituído e vandalizaram instalações, fazendo da Câmara o seu picadeiro de pilhérias. Fascistas ensandecidos pregaram a volta dos militares. Enalteceram a ignóbil ditadura dos anos de chumbo. Precisam receber repúdio e punição exemplares pelo desrespeito e por suas práticas deletérias. Erraram e continuam a errar muitos. 

Principalmente as autoridades que deixaram o País alcançar tamanho estágio de convulsões. Não é possível crer em solução adequada sem a investigação a fundo pela banca da justiça sobre os responsáveis por tamanho estrago. Doa a quem doer, facínoras de qualquer escalão precisam ir parar atrás das grades. Somente após a limpeza ética será possível experimentar um sopro de modernidade nas relações políticas, com boas consequências no campo econômico e social. Sem camaradagens ou proteção à camarilha.  

No tribunal do povo a resposta já vem sendo dada como foi possível notar via enxurrada dos votos em branco, nulos e das abstenções nas eleições municipais – algo passível de acontecer novamente mais adiante nas disputas majoritárias. O fato insofismável é que a democracia clama por respeito aos cidadãos. E os políticos precisam logo acordar para isso ou serão implacavelmente condenados.

Fonte: Editorial - Isto É - Carlos José Marques