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domingo, 17 de dezembro de 2017

2018 nas mãos do TRF-4

O processo contra Lula é hoje mais decisivo para a eleição do que os próprios eleitores

O ano do Executivo, do Legislativo e do Judiciário acabou na sexta-feira e 2018 já começou com a decisão do TRF-4 de julgar o ex-presidente Lula em 24 de janeiro pelo triplex do Guarujá (SP). É em torno de Lula que se movem todas as peças do tabuleiro da eleição presidencial. Logo, as articulações e expectativas estão em suspenso dentro e fora do PT. O cenário é totalmente nebuloso.

Mesmo que Lula seja absolvido – o que não é a principal aposta do mundo político e jurídico –, ele não estará livre, leve e solto para concorrer, pois ainda há possibilidade de uma série de recursos da acusação. E não se pode esquecer que ele responde a seis outros processos. Ou seja, se o TRF-4 inocentá-lo no caso do triplex, Lula continuará como está hoje: alvo da Justiça e com destino incerto e não sabido.

Da mesma maneira, uma condenação na segunda instância, confirmando o veredicto do juiz Sérgio Moro, ou até aumentando a pena de 9 anos e 6 meses, não significará o fim de Lula. As leis brasileiras permitem um festival de recursos da defesa, no próprio TRE e, depois, nas instâncias superiores. Na prática, Lula estará condenado, mas não estará; estará inelegível, mas não estará.

Seu maior risco nem é perder a candidatura a um terceiro mandato, é parar na cadeia, já que a prisão já pode ocorrer após condenação em segunda instância. Essa questão foi decidida com voto apertado no Supremo e pode ser revista com o recuo de ministros e com o novo equilíbrio do plenário da Corte. Mas, até uma nova votação no pleno, sabe-se lá se e quando, Lula que se cuide.  Pelo sim, pelo não, ele continua em campanha, não exatamente para ser o candidato, mas para ficar em evidência e manter mobilizados a tropa petista e o eleitorado lulista. Quanto mais em evidência Lula estiver, mais força terá o sucessor que escolher para sua vaga de candidato e mais poderá consolidar o seu papel de vítima das elites, da Justiça, da Lava Jato. É assim que sua plateia continuará pronta para defendê-lo contra qualquer evidência, contra a própria realidade.

O PT, porém, sabe que não pode esperar sentado a candidatura Lula evaporar de um dia para outro. Se não for para ganhar com Lula, que a eleição sirva para garantir vagas em governos estaduais, Senado e Câmara, depois da derrota acachapante em 2016 (a única capital onde ganhou foi Rio Branco, no Acre). Logo, o foco desloca-se de Fernando Haddad, em São Paulo, para Jaques Wagner, na Bahia. O Nordeste é questão de vida ou morte.

Com Lula, o cenário presidencial é um. Sem ele, é outro bem diferente. E isso vale não só para o PT, mas para todos os partidos e candidatos, que traçam suas estratégias a partir dele. Vejamos Jair Bolsonaro: ele se consolidou no segundo lugar das pesquisas muito por causa do “medo do Lula” e da percepção de que ele é o único com chances de evitar a volta do petista. E sem Lula?

Com ou sem a polarização Lula x Bolsonaro, continuará a busca por um candidato “novo”, de “centro”, distante do discurso dogmático da esquerda e da aventura oportunista da direita após a quebradeira dos partidos tradicionais com a Lava Jato. Mas não dá para prever se Geraldo Alckmin ou Marina Silva serão os beneficiados, porque há indefinição também sobre o futuro de Bolsonaro.

Se a Justiça inviabilizar a candidatura Lula, os eleitores potenciais de Bolsonaro perderão o “medo do Lula” e poderão se diluir entre outros nomes? Ou, ao contrário, muitos apoiadores de Lula darão um salto mortal para Bolsonaro? Nas redes sociais, já não está tão claro se os ataques mais agressivos partem dos lulistas ou dos bolsonaristas. É a velha história: os opostos se atraem. E podem ficar muito parecidos.
Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Tropa petista de atiradores de cuspe

A sorte  dos alvos dos petistas cuspidores é que estudos mostram que a saliva não transmite o vírus de doençasque preferem os portadores do homossexualismo e práticas doentias assemelhadas

Abreu e deputado ex-BBB reforçam o exército do Stédile com o pelotão dos lançadores de cuspe

A cusparada como arma de ataque foi exumada pelo deputado federal do PSOL, ex-BBB, na sessão da Câmara que aprovou o impeachment. Depois de acusar de “canalhas” os parlamentares favoráveis ao despejo de Dilma Rousseff, o eterno BBB alega ter recorrido ao disparo de saliva para revidar um comentário ofensivo do desafeto Jair Bolsonaro. Na sexta-feira, a cuspida em Brasília foi reprisada em São Paulo pelo ator José de Abreu.

Devoto do PT e coadjuvante de novelas da Globo, o canastrão que mais gargalhadas provoca quanto mais capricha em cenas dramáticas vive buscando no noticiário político-policial o espaço que jamais terá nas páginas reservadas a artistas talentosos. Ele resumiu no Twitter o que fizera: “Acabei de ser ofendido num restaurante paulista. Cuspi na cara do coxinha e da mulher dele! Não reagiu! Covarde”.

O vídeo que registra o incidente desmonta a bazófia. Depois da cusparada, Zé de Abreu usou um escudo de garçons e restaurantes para escapar do homem que enfurecera. Mas o setentão beligerante continuou a gabar-se da atitude, que considerou uma homenagem ao ex-BBB pioneiro na baixaria. “Bravo, Zé!”, saudou a deputada federal Jandira Feghali. O entusiasmo da turma avisa que pode estar em gestação o pelotão dos lançadores de cuspe, tropa de elite do exército do Stédile. (Jandira tem tudo para adestrar os recrutas na arte do puxão de cabelo. Combina com cusparadas).

A inovação, apresentada por Abreu também no Domingão do Faustão, pode evoluir para a primeira experiência prática se prosperar a proposta feita no vídeo abaixo. O também ator Alexandre Frota, depois de declarar-se ansioso com um encontro com o colega, convida o artilheiro da saliva a alvejá-lo no rosto. Embora duvide que Abreu tenha coragem para tanto, Frota reza para que o cuspidor tope o desafio.

O Brasil decente também. Seria muito animador para a plateia nacional farta de bravatas aprender com quantas palmadas se seca a boca de um poltrão fantasiado de valente

 Fonte: Coluna do Augusto Nunes