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domingo, 11 de setembro de 2022

Um brado retumbante - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Bolsonaro virou um símbolo de resistência ao golpismo mascarado de defesa da democracia 

Jair Bolsonaro participa do desfile de 7 de Setembro, em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília | Foto: Wilton Júnior/ Estadão Conteúdo
Jair Bolsonaro participa do desfile de 7 de Setembro, em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília | Foto: Wilton Júnior/ Estadão Conteúdo
 
Que governante consegue colocar mais de 3 milhões de pessoas nas ruas no término de seu mandato? 
Essa pergunta precisa ser feita por quem quer compreender o fenômeno que observamos neste 7 de Setembro. Sim, havia a festa do bicentenário de nossa Independência, o que ajudou. Mas certamente não foi só isso. 
A imensa maioria que lotou a Praça dos Três Poderes, em Brasília, a orla de Copacabana, a Avenida Paulista e muitas outras localidades estava lá para apoiar o presidente.
 
Bolsonaro virou um popstar, eis a verdade. E precisamos de alguma tese para explicar isso. Para os chorões da esquerda, Bolsonaro desperta o “fascismo” na classe média que, segundo filósofa petista, já é fascista mesmo. A oposição, em suma, preferiu dobrar a aposta e insistir em sua narrativa de que essa gente toda não passa de um bando de preconceituosos, ignorantes e racistas. 
Foram milhões de brasileiros de todas as classes e cores que foram às ruas defender o patriotismo, a família e a decência, além da nossa Constituição. Eu sei, pois estava lá.
Vista aérea da Avenida Paulista, em São Paulo, no 7 de Setembro 
de 2022 -
Foto: ChoiceImages/Revista Oeste
Descartando então a tentativa de rotular e depreciar essa multidão patriota, resta apresentar alguma teoria mais sólida. Acredito que muitos enxergam várias virtudes no seu “mito” e no governo, mas acho que isso, por si só, não seria suficiente para tanta mobilização. 
Os méritos de Bolsonaro pesam, claro, mas não bastam. 
Num contexto de maior normalidade institucional, essa turma poderia elogiar ou até enaltecer o governo, mas não haveria tanto combustível para produzir o fenômeno que vimos nesta semana.

Bolsonaro virou um símbolo de resistência ao golpismo mascarado de defesa da democracia. Eis o ponto principal, em minha opinião. Um sistema podre e carcomido que luta por sobrevivência e poder tem passado e muito dos limites aceitáveis, dando um show de cinismo, hipocrisia e até psicopatia. E, com o advento das redes sociais, a bolha midiática estourou, os militantes disfarçados de jornalistas perderam a hegemonia das narrativas, e o povo ganhou gosto pelo debate político.

A oposição tem tudo: mídia, intelectuais, artistas, sindicatos, “institutos” de pesquisa, caciques políticos. Só não tem mesmo o povo

Há uma crise de representatividade em todas as democracias ocidentais, mas no Brasil existe um agravante que foi a soltura seguida da elegibilidade de Lula por meio de malabarismos supremos. A população se mostrou indignada, revoltada. 
Depois disso, o STF passou a perseguir apoiadores do governo de forma escancarada, com inquéritos ilegais, prisões arbitrárias, tentativa de censura e intimidação. Tal postura jogou mais lenha na fogueira.
 
Em síntese, um sistema em putrefação se uniu para expurgar na marra a areia em sua engrenagem corrupta. Aqueles que querem uma “democracia” de gabinete, sem povo, passaram a demonizar o presidente popular eleito com quase 60 milhões de votos. 
Toda a máquina estatal ainda controlada pela esquerda, que aparelhou acima de tudo o Poder Judiciário, foi colocada a serviço desse único objetivo: derrotar Bolsonaro. O povo brasileiro não gosta de injustiças.
 
Passeei pela orla de Copacabana e falei com muita gente. O retorno mais comum foi o de que jornalistas independentes como eu deram voz a essa multidão tratada com desprezo pela velha imprensa e pelo sistema podre. “Não desista do Brasil, não desista de nós!” era o apelo mais frequente, seguido de muitos elogios. 
Gente simples, gente trabalhadora, gente humilde. Ali eu vi apenas isso: um povo patriota, clamando por liberdade, por respeito às regras do jogo. Logo em seguida ligamos a TV ou abrimos o Twitter e lá estão os ataques infundados dos militantes “jornalistas”, acusando esse povo de ser fascista, racista, preconceituoso, golpista.
Jair Bolsonaro, durante a a celebração de 200 anos da Independência 
do Brasil, na Praia de Copacabana -  
Foto: Carlos Santtos/Fotoarena/Fotoarena/Estadão Conteúdo
“Bolsonaro sequestrou o 7 de Setembro”, alegaram os esquerdistas que nunca demonstraram apreço pelo patriotismo, que preferem o vermelho ao verde e amarelo, que cantam o Hino da Internacional Socialista em vez do brasileiro. Bolsonaro não sequestrou nada; ele foi o cidadão brasileiro que mais fez para resgatar esse sentimento patriota, o orgulho de ser brasileiro. 
A esquerda caviar prefere cuspir em nossa trajetória, adotar uma visão fatalista de que nunca vamos dar certo por culpa do povo que temos.
 
A oposição tem tudo: mídia, intelectuais, artistas, sindicatos, “institutos” de pesquisa, caciques políticos. Só não tem mesmo o povo. 
Incapaz de inventar que foi pouca gente ou que houve postura golpista nos atos patrióticos imensos, restou à nossa militância da imprensa focar na “educação sexual” do presidente “imbrochável”, ou alegar, em desespero, que foi tudo ilegal, campanha eleitoral indevida, como se o presidente e o candidato pudessem se dividir em duas pessoas distintas. 
Bateu pânico nas redações dos jornais; eles sentiram muito o sucesso do evento.

E que sucesso inegável! Milhões de brasileiros foram às ruas com suas famílias, de bebês até idosos, unidos por um sentimento comum de patriotismo, de forma pacífica e respeitosa. 

Bem diferente do que costuma acontecer nas manifestações esquerdistas, com vândalos agressivos depredando patrimônio público. 

O recado não poderia ser mais claro: o povo está atento e não vai aceitar a volta do ladrão na mão grande, por quem despreza o povo enquanto fala em democracia. 
Foi um brado retumbante em prol da liberdade, da Constituição, da verdadeira democracia.

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