Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador usina Belo Monte. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador usina Belo Monte. Mostrar todas as postagens

sábado, 28 de novembro de 2015

Delação põe o estádio Mané Garrincha no olho da operação Lava-Jato - Agnelo Queiroz pode ser preso

Andrade Gutierrez, que já foi a "número dois" do país, acerta pagar multa como parte do acordo de leniência. 

Executivos passam o dia na PF tratando dos temas da delação premiada

A construtora Andrade Gutierrez que deixou o posto de segunda maior empreiteira do país em meio à Operação Lava-Jato e perdeu 19% de seu faturamento — iniciou as tratativas para um acordo de leniência para admitir crimes de corrupção em contratos em obras da Petrobras e outros órgãos públicos. O Correio apurou que a empresa acertou pagar aproximadamente R$ 1 bilhão, valor equivalente às perdas que teve no último balanço. O trato protegerá não só a empresa, mas os executivos de crimes revelados. 

O acordo é feito em conjunto com a Procuradoria-Geral da República (PGR), por envolver políticos com foro privilegiado, como ministros, deputados e senadores, com a Procuradoria da República no Paraná e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Em troca, a Andrade Gutierrez pretende sobreviver ao não ser proibida de fechar contratos com a administração pública caso seja considerada inidônea, julgamento que já asfixiou financeiramente outras concorrentes no passado, como a Delta Construções.

A Andrade Gutierrez fez obras sozinha ou em parceria, por exemplo, da reforma do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro; do Mané Garrincha, em Brasília; do Beira-Rio, em Porto Alegre, e na construção da Arena Amazonas, em Manaus. Todos foram utilizados na Copa do Mundo do ano passado. Já na Petrobras, a empresa tocou obras como do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A construtora é acusada pelo Ministério Público de fazer parte do cartel de empreiteiras, como a Odebrecht e a Camargo Corrêa, que combinava licitações na Petrobras e superfaturava os preços. Os valores excedentes, de cerca de 1% a 3%, eram repassados para funcionários da estatal, políticos, partidos e operadores do mercado financeiro irregular, como doleiros. O presidente da empresa, Otávio Azevedo, e os executivos Elton Negrão e Flávio Barra estão presos e são acusados de pagarem propinas no esquema.

Ontem, o trio saiu do Complexo Médico Penal de Pinhais (PR), na região metropolitana de Curitiba, e foi levado para a Superintendência da Polícia Federal no Paraná. Lá, reuniram-se com advogados e investigadores. Um dos objetivos era delinear quais temas serão tratados em cada anexo da delação premiada que eles farão para complementar o acordo de leniência da empresa. A definição dos temas e a assinatura do acordo com eles deve demorar alguns dias.
Além da Petrobras, a Andrade Gutierrez deverá confessar crimes sobre desvios em obras na usina de Angra 3, controlada pela Eletronuclear. O executivo Flávio Barra foi acusado pelos delatores da Camargo Corrêa e da UTC Engenharia. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o acordo inclui informações sobre irregularidades em obras na Copa do Mundo de 2014, na ferrovia Norte-Sul, e na usina de Belo Monte, que ainda está em construção, no Pará. Dois senadores devem ser citados, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.

Divergência
A assessoria de imprensa da empresa não comentou o assunto ontem. A reportagem apurou que a decisão de fechar um acordo de colaboração causou divergência entre a banca de advogados. Alguns não concordam com o método de defesa e já estudam deixar o caso. A Andrade Gutierrez, que já foi a segunda maior empreiteira do país, atrás apenas da Construtora Norberto Odebrecht, vive um declínio desde a deflagração da Operação Lava-Jato, assim como outras empresas do setor envolvidas no caso. O faturamento da empreiteira caiu de R$ 5,32 bilhões para R$ 4,3 bilhões entre 2013 e o ano passado. Ou seja uma perda de R$ 1 bilhão, ou 19%, praticamente o total de multas que pagará como parte do acordo de leniência.

Além da Andrade, a Camargo Corrêa e a Setal Engenharia já fecharam pactos com o Cade e o Ministério Público para poderem continuar vivas no mercado. A Camargo e seus executivos se comprometeram a pagar R$ 800 milhões para entregar informações sobre fraudes na Petrobras e em Angra 3. Há ainda a expectativa de que ele revelem casos de corrupção em Belo Monte.

Ao todo, 27 empresas são acusadas de participarem do cartel, de acordo com a Polícia Federal. Um laudo da corporação aponta que os prejuízos causados apenas à Petrobras variaram R$ 6,4 bilhões a até R$ 42,8 bilhões apenas com corrupção, superfaturamento e “lucros excessivos”.

Em 24 de julho, o Ministério Público no Paraná denunciou os executivos da Andrade Gutierrez por corrupção ativa e organização criminosa. Eles são acusados de pagarem propina por meio de operadores como o doleiro Alberto Youssef e os lobistas Fernando “Baiano” Soares e Mário Góes. Os destinatários do dinheiro eram os ex-dirigentes da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco.
Fonte: Correio Braziliense