O título
acima expressa minha convicção de que o ex-presidente já está condenado a uma
das muitas grades em que se pode conter um ser humano: a que
o confina ao pequeno séquito dos que compartilham os mesmos vícios e desvios
morais. [tenho dúvidas sobre se é possível
classificar Lula como ser humano – mas, o Puggina sabe o que faz.]
Lula o fantasma e a correntes rastejantes e o enxofre sempre presente onde ele está
Entenda-me
o leitor. Assim como os dependentes químicos se reúnem, qual escombros
humanos, em terrenos baldios e obscuros recantos das cidades, assim também pessoas na situação moral e legal de Lula agrupam-se
por semelhança e fogem do convívio com pessoas de bem. Um dia, porém, o mal feito às ocultas, nos porões, é
proclamado desde os telhados. E o que estava nas páginas dos processos, nas
denúncias, nas provas e nos privilégios de foro, vai para as manchetes dos
jornais. Acaba o teatro e a vida real começa. Pode ser curto, muito curto, o
caminho entre a conduta viciosa ou criminosa e essa forma de reclusão por
rejeição e repulsa social.
Será ele
preso, condenado e cumprirá pena? Sei lá! No dia em que eu entender nossa Justiça e, de modo
especial, a Suprema Corte, que certamente exercerá o
último grau de jurisdição no processo de todos os notáveis hoje investigados, provavelmente
haverá outra composição por lá e nós estaremos vivendo num Brasil melhor.
Não, não tenho resposta para essa pergunta. Nosso STF faz "desacontecer" fatos
que todos viram e ouviram. Mas Lula já está sendo punido, embora ainda não
como se espera. Ele está contido, preso. Basta vê-lo, como o vi agora, há
poucos minutos, na TV.
Quando
Delcídio Amaral perdeu o mandato de senador, agravou-se a situação do
ex-presidente. O
Procurador Geral da República pediu ao ministro Teori Zavascki que o processo -
que incluía Lula - fosse enviado para Curitiba e para o juiz Sérgio Moro. Ouriçou-se a morofobia do estadista de Garanhuns que,
por seu advogado, solicitou a remessa para a Justiça Federal de São Paulo. O ministro,
porém, acabou enviando tudo para Brasília, considerando
que lá foi praticada a maior parte dos atos denunciados.
Não
poderia desabar sobre os muitos problemas do ex-presidente algo mais inoportuno
do
que a decisão do juiz Ricardo Leite tornando-o réu no exato momento em que
choraminga perante a ONU supostas injustiças e perseguições que estaria sofrendo por parte de
Sérgio Moro. Imagine só a situação: tapado de
orgulho das próprias virtudes, inocente como um anjo de Rafael, vê seu delírio persecutório desfazer-se com o reconhecimento
de outra robusta hipótese criminal em vara diferente, longe da tenebrosa Curitiba de seus mais freqüentes
arrepios.
Orgulho, ambição e vaidade formam um explosivo coquetel. E Lula o bebeu até a última gota.
Orgulho, ambição e vaidade formam um explosivo coquetel. E Lula o bebeu até a última gota.