Flávio Dino já demonstrou ao longo de sua trajetória que não é um democrata. Agora no Partido Socialista Brasileiro
(PSB)
, foi comunista (PCdoB) – o que já seria suficiente para não ser
democrata de acordo com a ciência política e a história mundial –,
ao
longo de toda sua carreira política anterior à recente eleição ao Senado da República,
em 2018, iniciada com sua eleição a deputado federal em 2006 pelo
estado do Maranhão. E mesmo hoje no PSB,
nada na sua atuação demonstra
afastamento de sua convicção comunista. Sua passagem
pelo governo do estado do Maranhão (2011-2018) foi marcada pelas
acusações de perseguição política aos seus opositores maranhenses,
inclusive com o suposto uso ilegal da máquina policial e de investigação
do Estado; manchada pela compra de quase R$ 10 milhões em respiradores
durante a Covid-19 que não foram entregues e que seguem sob uma enrolada
investigação no Tribunal de Contas
maranhense; e por ter entregado, após sete anos de governo, os piores
índices de desenvolvimento humano do país em diversas áreas para, então,
concorrer ao Senado.
Mais uma vez Lula contraria uma das suas principais promessas de campanha: a de não indicar amigos seus para a corte.
Como ministro da Justiça de
Lula,
colecionou polêmicas. Sua irresponsabilidade diante dos atos de
8 de Janeiro
seria o suficiente para
ejetá-lo da vida pública para sempre em
qualquer país com governantes sérios, sociedade civil mais organizada e
mídia independente para fiscalizá-los:
alegou que não preservou as
imagens internas do Palácio da Justiça por disposição contratual do
prestador do serviço que previa que fossem apagadas após 15 dias.
Não há
como engolir: diante de circunstâncias tão graves de desordem pública,
ao ministro da Justiça cabia ordenar a preservação de todas as imagens
de seu prédio e que a Polícia Federal requisitasse as de todos os demais prédios da Esplanada.
Debochou
ao longo deste ano dos parlamentares de oposição e afrontou o
Legislativo: não atendeu a três convocações aprovadas pela Comissão de
Segurança Pública, fato que por si só é crime de responsabilidade cuja
consequência legal é seu impeachment, de acordo com o art. 50 da
Constituição Federal.
Convocado pelo presidente do Legislativo,
Arthur Lira,
para comparecer diante do plenário em Comissão Geral no dia 12 de
dezembro, a indicação de seu nome por Lula na última segunda-feira, 27,
para ser ministro do
STF fez com que o evento com Dino no Parlamento perdesse objeto.
Caberá
ao povo brasileiro, com base na folha de desserviços à nação prestados
por Flávio Dino exigir dos senadores que façam cumprir a Constituição e
rejeitem essa indicação.
Indicação ao
STF por Lula?
Pois é precisa e afrontosamente isso que o presidente da
República fez. Os parágrafos anteriores jamais recomendariam uma
indicação ao Supremo de alguém com um teto de vidro tão grande.
Mais: há
poucos dias,
foi no prédio do subordinado direto de Lula que a Dama do
Tráfico amazonense, Luciane Barbosa, compareceu para audiências com secretários de Dino.
Luciane, condenada em segunda instância por lavagem de dinheiro, é
esposa de Clemilson dos Santos Faria, o Tio Patinhas do Comando
Vermelho, que cumpre pena de 31 anos de cadeia por tráfico de drogas e
lavagem de dinheiro.
Tio Patinhas é conhecido pelo requinte de crueldade
que usa ao matar seus desafetos.
Assim como
quando indicou seu advogado pessoal, Cristiano Zanin,
para o Supremo Tribunal Federal,
mais uma vez Lula contraria uma das
suas principais promessas de campanha:
a de não indicar amigos seus para
a corte.
O STF, que deveria ser nossa Corte Constitucional a defender
princípios e valores universais e inscritos em nossa Carta Magna, corre o
risco de ver ainda mais alargada sua atuação política e abusiva.
A
última esperança para reverter esse processo está no Senado da
República.
Repousam
hoje, no Senado,
inúmeros pedidos de impeachment de ministros do STF
com os melhores fundamentos aguardando despacho do presidente, Rodrigo Pacheco.
Apesar dessa morosidade e conivência com os abusos cometidos na Corte,
felizmente a PEC 8/2021, que limita os poderes de ministros de assinar
decisões monocráticas, foi aprovada na semana passada, restando agora a
confirmação dessa aprovação na
Câmara dos Deputados.
Outras propostas também serão encaminhadas, segundo declarou Pacheco, como a limitação de mandatos dos ministros do Supremo.
Mas no caso específico de Flávio Dino, porém, a situação é
mais urgente: é preciso que a CCJ do Senado e o plenário coloquem um freio, de
uma vez por todas, no ímpeto autoritário do governo Lula e do STF.
As
declarações públicas de ministros do Supremo em favor da indicação de Dino via
imprensa e redes sociais demonstram que nossa democracia está doente e a
separação de Poderes já não existe como deveria.
É preciso pressão popular
sobre cada senador para que a indicação de Flávio Dino seja enviada para o
arquivo.
Novas manifestações estão sendo discutidas e
convocadas para o dia 10 de dezembro em Brasília e em todo o país.
A
indicação de Flávio Dino deve ser apreciada no dia 13 seguinte, conforme
previsão da própria presidência do Senado.
Até lá, caberá ao povo
brasileiro, com base na folha de desserviços à nação prestados por
Flávio Dino, no caráter político e não de notório saber jurídico e
reputação ilibada, exigir dos senadores que façam cumprir a Constituição
e rejeitem essa indicação.
Trata-se da oportunidade histórica de
começar a reverter o caos institucional e de promiscuidade entre os
Poderes no qual hoje tristemente nos encontramos. Dino no Supremo, não!
Conteúdo editado por:Jocelaine Santos