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quarta-feira, 10 de junho de 2015

O assassinato que desafia o PT na Bahia

Começa nesta quinta-feira (11) mais um congresso do Partido dos Trabalhadores. Será realizado em Salvador. Antes de encerrar esta postagem, foi confirmada a presença de Dilma Rousseff na abertura. Não sabemos o que fizeram para forçar a presença da Presidente, mas posso imaginar. Para o tal Congresso, o partido recebeu sete teses, distribuídas em generosas 165 páginas, que vão fomentar os debates. A palavra “corrupção” aparece 63 vezes. Em nenhuma delas o PT admitiu que meteu a mão no dinheiro do povo. A corrupção é sempre da elite, da direita, do PSDB, do escambau, menos do PT. A frase melhorzinha, que se aproxima de um sentimento de mea culpa é esta: “Não pode haver uma ética socialista do PT sem uma ética pública, isto é, a corrupção ou a convivência com a corrupção mina a própria identidade socialista do PT.”

Mas não é só a corrupção que está matando o PT. É sua incompetência em ser governo de uma nova era. Aquela velha Bahia dos assassinatos sem elucidações, por exemplo, continuou como nunca antes na história deste país. E pego aqui o exemplo do assassinato de um filiado do próprio PT. No início da noite de uma sexta-feira, 02 de maio de 2014, o médico José Carlos Bezerra Carvalho, 49 anos, conhecido como “Dr. Zé Carlos”, ou ainda Zé Carlos do PT, proprietário da rede de clínicas UCP, foi assassinado em frente à academia de ginástica que frequentava. Calaram o médico com tiros na cabeça, desferidos por dois homens que chegaram em uma moto. Zé Carlos morreu no local.
Para que você se recorde bem, José Carlos foi candidato a prefeito nas últimas duas eleições em Paripiranga, 2008 e 2012. Na última, perdeu a eleição por algo em torno de 5% dos votos. Independente das desgraças provocadas pelo seu partido, seu nome era cotadíssimo para sentar na cadeira de prefeito de Paripiranga em 2017. O crime ocorreu no dia em que aconteceria uma grande festa em praça pública na cidade, para comemorar os 128 anos de emancipação política de Paripiranga. A festa foi cancelada e a prefeitura decretou luto oficial no município.

Ora, pois bem, estamos entrando no 14ª mês do crime e parece que tudo se resume à luta de um único nome para desvendar o mistério. Trata-se do delegado de Paripiranga, Geuvan França Passos Junior. Ele afirmou que o crime foi de mando e teve a assinatura de Alexandre Magno Rodrigues de Oliveira, braço forte do prefeito atual da cidade, George Roberto Ribeiro Nascimento (PSD), apontado também como um dos envolvidos na trama que matou José Carlos. Para o delegado, Alexandre contratou como executor um homem identificado como Leonardo Fraga de Baranhos. Motivo provável: a eleição de 2016. José Carlos era o favorito. O promotor, Alexandre Magno, seria o adversário. 
O delegado chegou a dizer em vários portais e emissoras de rádio que o crime começou a ser desvendado após a prisão de Igor Carvalho, condutor da moto usada no dia do crime e este apontou os outros envolvidos, que já eram suspeitos da polícia. Leonardo Baranhos está foragido. Outro fato citado pelo delegado foi a morte do chefe de gabinete do prefeito George, Lázaro Matos Fraga, ocorrido em 30 de novembro de 2014, e que também teria sido executado por Leonardo. Lázaro também era suspeito de ter mandado matar um tratorista da cidade de Lagarto, conhecido como Baiá. O executor deste crime teria sido o pistoleiro Zé Augusto, de Poço Verde, morto em 15 de outubro de 2014, noticiado aqui por este blog.

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