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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

PT já não acredita no retorno de Dilma à presidência



Há pouca mobilização do partido para reverter votos no Senado em favor da presidente afastada
Com a aproximação da votação final do processo de impeachment no Senado, lideranças do PT estão acreditando cada vez menos na possibilidade de Dilma Rousseff voltar à presidência da República.  De acordo com o jornal O Globo, o partido estaria mais focado em conter o desgaste causado pela Operação Lava Jato do que na mobilização para reverter votos em favor de Dilma no Senado. O jornal também avalia que a presidente afastada tem se dedicando mais em preservar sua biografia do que em retornar ao cargo ou buscar a sobrevivência política do PT.  

O processo de impeachment foi aberto no Senado com o apoio de 55 senadores. São necessários 54 votos para que ocorra o afastamento definitivo da presidente. Dilma teve 22 votos em seu favor, mas precisa convencer mais seis senadores a mudarem de posição para que o processo não avance. No entanto, líderes do PT admitem que não conseguiram reverteram votos e podem até perder apoios. “Não tem mobilização. Se ainda tivesse viabilidade, mas não tem”, afirmou um integrante da cúpula do partido ao jornal.

O distanciamento entre PT e Dilma é percebido nas declarações da presidente afastada. Na última quarta-feira, 27, em entrevista à Rádio Educadora, ela transferiu para o partido a responsabilidade pelos pagamentos feitos ao marqueteiro da sua campanha presidencial João Santana que, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, afirmou ter recebido do PT recursos de caixa dois no exterior. O partido afirma que os pagamentos ocorreram dentro da legalidade e tentou minimizar as declarações de Dilma, afirmando que é natural que ela procure se eximir da culpa por eventuais irregularidades às vésperas do julgamento final do impeachment. A maior crítica de integrantes do partido e de movimentos sociais é a pouca participação de Dilma nas ruas para defender seu mandato. Desde que foi afastada, Dilma usa o seu perfil no Facebook como o seu principal canal de comunicação e tem dado entrevistas, mas sobretudo à imprensa internacional.

Apesar do distanciamento, o partido continua adotando o discurso de “golpee pretende levar essa questão para as eleições municipais deste ano. Para um auxiliar de Dilma, a pouca mobilização se restringe a setores pontuais do PT, principalmente a deputados interessados em alguma participação no governo Michel Temer. Ainda segundo o auxiliar, o recesso parlamentar esfriou as articulações para barrar o impeachment.

Lula
O ex-presidente Lula, que se tornou réu por tentar obstruir a Lava Jato, tem viajado pelo país na “Caravana Popular em Defesa da Democracia”. De acordo com petistas, seu principal objetivo é reconstruir sua imagem e valorizar seu legado como presidente.
Apesar de defender a permanência de Dilma em seus discursos, Lula aponta erros da presidente afastada, como a insistência nas desonerações que favoreceram empresários, enquanto promovia um ajuste fiscal que puniu os menos favorecidos.

Fonte: Opinião & Notícia