Há
pouca mobilização do partido para reverter votos no Senado em favor da
presidente afastada
Com a
aproximação da votação final do processo de impeachment no Senado, lideranças do PT estão acreditando cada vez menos na
possibilidade de Dilma Rousseff voltar à presidência da República. De
acordo com o jornal O Globo, o partido estaria mais focado em conter o
desgaste causado pela Operação Lava Jato do que na mobilização para reverter
votos em favor de Dilma no Senado. O jornal também avalia que a presidente
afastada tem se dedicando mais em preservar sua biografia do que em retornar ao
cargo ou buscar a sobrevivência política do PT.
O processo de impeachment
foi aberto no Senado com o apoio de 55 senadores. São necessários 54 votos
para que ocorra o afastamento definitivo da presidente. Dilma teve 22 votos
em seu favor, mas precisa convencer mais seis
senadores a mudarem de posição para que o processo não avance. No
entanto, líderes do PT admitem que não conseguiram reverteram votos e podem até
perder apoios. “Não tem mobilização. Se ainda tivesse viabilidade, mas não
tem”, afirmou um integrante da cúpula do partido ao jornal.
O
distanciamento entre PT e Dilma é percebido nas declarações da presidente
afastada. Na
última quarta-feira, 27, em entrevista à Rádio Educadora, ela transferiu para o
partido a responsabilidade pelos pagamentos feitos ao marqueteiro da sua
campanha presidencial João Santana que, em depoimento ao juiz Sérgio Moro,
afirmou ter recebido do PT recursos de caixa dois no exterior. O partido afirma
que os pagamentos ocorreram dentro da legalidade e tentou minimizar as
declarações de Dilma, afirmando que é natural que ela procure se eximir da
culpa por eventuais irregularidades às vésperas do julgamento final do
impeachment. A maior crítica de integrantes do partido
e de movimentos sociais é a pouca participação de Dilma nas ruas para defender
seu mandato. Desde que foi afastada, Dilma usa o seu perfil no Facebook como o seu principal canal de
comunicação e tem dado entrevistas, mas sobretudo à imprensa internacional.
Apesar do
distanciamento, o partido continua adotando o discurso
de “golpe” e pretende levar essa questão para as eleições municipais deste ano.
Para um auxiliar de Dilma, a pouca mobilização se restringe a setores pontuais
do PT, principalmente a deputados interessados em alguma participação no
governo Michel Temer. Ainda segundo o auxiliar, o recesso parlamentar
esfriou as articulações para barrar o impeachment.
Lula
O
ex-presidente Lula, que se tornou réu por tentar
obstruir a Lava Jato, tem viajado pelo país na “Caravana Popular em
Defesa da Democracia”. De acordo com petistas, seu principal
objetivo é reconstruir sua imagem e valorizar seu legado como presidente.
Apesar de
defender a permanência de Dilma em seus discursos, Lula aponta erros da
presidente afastada, como a insistência nas desonerações que favoreceram
empresários, enquanto promovia um ajuste fiscal que puniu os menos favorecidos.
Fonte: Opinião & Notícia
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