Era
previsível que nossos excelentíssimos parlamentares fariam alterações do tipo “Frankenstein”
no texto da reforma da Previdência – que não era prioridade na campanha
presidencial, mas que ganhou este status quando Jair Bolsonaro assumiu o governo.
Militares podem ficar de fora, servidores de estados e municípios também, mas
tal detalhe pouco importa. Conforme o pragmatismo político e econômico, o
negócio é aprovar aquilo que for possível.
O discurso
oficial transformou a Previdência na “senha” imprescindível para destravar a
economia. Pouco ou nada importa que tal argumento seja verdadeiro ou falso. A
reforma v ai passar do jeito que der, para que os megainvestimentos previstos
para o Brasil se tornem realidade, o mais depressa possível. Os “deuses” do
mercado morrem de pressa. Quem está desempregado ou com os negócios parados,
também.
As
dificuldades nas negociações previdenciárias são apenas uma amostra caríssima
da dificuldade que se vai enfrentar nas reformas tributária, fiscal e política –
estas sim realmente imprescindíveis e inadiáveis. Aquilo que não for resolvido
agora por estados e municípios terá de ser solucionado mais adiante, quando não
houver mais condições de pagar os proventos dos aposentados e pensionistas. A
bomba relógio está programada e não será fácil de desarmar.
Só se ilude
quem quiser... As forças do atraso continuam muito fortes no Brasil. As reações
a mudanças, principalmente as estruturais, serão imensas. O regime do Crime
Institucionalizado deseja que as coisas fiquem do jeito como sempre estiveram,
ou que foram apenas modificações de mentirinha. O politburro tupiniquim
segue ditando as ordens e mantendo os privilégios.
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net