Foi o amigo dileto, Emílio Odebrecht, que o ajuda desde os idos de 70
com presentes, agrados e muita propina, quem assim o classificou: “Lula é
um bon vivant, não tem nada de esquerda, gosta de coisa boa!”. Mimos
como uma conta aberta em seu nome no valor de R$ 40 milhões, com saques à
disposição em dinheiro vivo na hora desejada, reformas de sítio,
palestras regiamente pagas em troca de vantagens, apartamento, jatinhos,
terreno, qualquer coisa. Era só o “chefe” mandar. Ou pedir.
Ajuda meu
filho, meu irmão, meu compadre, meu partido. Valia a pena. No universo
idílico que ronda Lula tudo é fruto de uma benevolência extrema. Do
toma-lá-da-cá. Dos favores. Nos idos dos anos 80, o memorável “Senhor
Diretas” Ulysses Guimarães já diagnosticava com uma precisão cirúrgica:
“o mau de Lula é que ele parece gostar de viver de obséquios”. Os fatos
teimaram em demonstrar. Estavam certos Ulysses e o patriarca do grupo
que agora faz a “delação do fim do mundo”. O petista sempre deu sinais
nesse sentido. Quando da primeira vitória nas eleições presidenciais, lá
foi ele comemorar com uma garrafa de vinho Romanée-Conti, ao custo de
US$ 5 mil (paga por outro amigo, naturalmente). Lula jactava-se pelos
ventos da sorte e pelas boas relações com os amigos.
Não há como negar:
ele também é um fiel e generoso amigo. Ao menos dos ricos amigos, numa
convivência tão estreita como promíscua. Fez mais por eles que recebeu.
Não há dúvida. Foi capaz de prejudicar estatais e o povo que recolhe
impostos em prol dos negócios da empresa do amigo Emílio. Seguiu sempre a
surrada máxima “para os amigos, tudo!”. Com o patrimônio alheio – de
cada um de nós, brasileiros.
Você bancou a farra. Mas isso é detalhe.
Não seria da conta de ninguém, é verdade, se o deplorável hábito de
pedir tudo a todos ocorresse estritamente na platitude das relações
desinteressadas. Infelizmente não foi bem assim. O que ele fez chama-se
corrupção. Em benefício próprio e dos seus. Com a quebra inexorável das
finanças de um País. Está evidenciado. Lula instaurou a corrupção como
política de Estado. Em suas gestões, e na da sucessora Dilma , os
desvios ganharam conotação de praga endêmica, institucionalizada e
alastraram-se para cada departamento, autarquia ou organismo federal. Às
favas com os escrúpulos. Lula hoje diz que as acusações são mentira. Só
ele fala a verdade. Seria a história mais fabulosa do mundo um conluio
tão bem arquitetado de delatores, que contam em requintes de detalhes as
tramoias do grande líder, com o intuito exclusivo de condená-lo. Quem
não se condói de tamanha injustiça?
Lula agora reclama das noites
insones, temerário de ser preso a qualquer momento. Os companheiros
ideológicos desembarcam. O marxista Noam Chomsky, admirador de primeira
hora, reclamou do partido e do seu criador que “simplesmente não pode
manter as mãos fora da caixa registradora…que está roubando o tempo
todo”. A alternativa do retirante nordestino que virou presidente – e
acredita estar sendo penalizado por essa condição – é reagir no grito.
Insistir na nauseabunda mentira. Seus convictos aliados – detentores de
uma fé incondicional, que enxergam o homem quase como uma divindade, a
despeito de seus reincidentes pecados – convocam a militância para armar
um verdadeiro circo de protestos em frente à sede da Polícia Federal,
em Curitiba, onde no próximo dia 3 acontece o que já vem sendo chamado
como o “embate do século” entre o paladino da justiça, Sergio Moro, e o
cacique objeto da cega veneração.
Os mais extremados abarrotam as redes
sociais com ameaças de “guerra civil”, num tom belicoso que extrapola
para o crime, sem receio de reprimendas. A lei, ora a lei, não vale para
o grande comandante. Quando você nasce como a alma mais honesta que
existe, qualquer um precisa respeitar. Ele está acima dos demais. Não
podem pairar dúvidas sobre seus atos. É preciso louvar a santidade. Ela
não mente, não erra, não comete faltas. Onipotente, onisciente, acima do
bem e do mal, não pode ser alcançada pelas infâmias da raia miúda, nem
condenada pela justiça dos mortais. De forma alguma. Por esse modo muito
peculiar de visão dos fatos, Lula não pediu nada a ninguém. Lula não
levou propina.
Não armou quadrilha de desvios. Muito menos costurou
esquemas que lesaram o Tesouro. Aquele sítio, com notas frias, ora
bolas, era do amigo. O tríplex, de outro amigo. O apê onde mora, também.
Se de 2006 para cá uma empresa quis dar mais de R$ 10 bilhões, como
confessou, em propinas para Lula e sua turma do poder, o problema é
dela. Se ganhou como contrapartida grandes obras públicas, foi sorte. O
Estádio do Corinthians, sonho de mais de R$ 1 bilhão de Lula, era
merecido. Maldosos, os brasileiros! Há de se perguntar aos áulicos
seguidores do petista se por acaso tiveram tempo e o cuidado de ouvir os
depoimentos dos delatores, gravados em áudio e vídeo e mostrados a quem
quisesse ver? Atentaram para o volume de informações, para a avalanche
de evidências e provas já colhidas? É esse o País que desejam para si e
para os seus, sob o julgo de um esquema de bandalheira sem fim? A
ladroagem ilimitada e a arrogância populista não podem virar exemplo.
Destruiu recentemente a Venezuela nas mãos do caudilho Hugo Chaves. Não
podem se repetir pela ambição desmedida do “bon vivant” Lula.
Fonte: Editorial - Isto É - Carlos José Marques, diretor editorial
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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sexta-feira, 21 de abril de 2017
O “bon vivant” do agreste
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