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sexta-feira, 21 de abril de 2017

O “bon vivant” do agreste

Foi o amigo dileto, Emílio Odebrecht, que o ajuda desde os idos de 70 com presentes, agrados e muita propina, quem assim o classificou: “Lula é um bon vivant, não tem nada de esquerda, gosta de coisa boa!”. Mimos como uma conta aberta em seu nome no valor de R$ 40 milhões, com saques à disposição em dinheiro vivo na hora desejada, reformas de sítio, palestras regiamente pagas em troca de vantagens, apartamento, jatinhos, terreno, qualquer coisa. Era só o “chefe” mandar. Ou pedir.

Ajuda meu filho, meu irmão, meu compadre, meu partido. Valia a pena. No universo idílico que ronda Lula tudo é fruto de uma benevolência extrema. Do toma-lá-da-cá. Dos favores. Nos idos dos anos 80, o memorável “Senhor Diretas” Ulysses Guimarães já diagnosticava com uma precisão cirúrgica: “o mau de Lula é que ele parece gostar de viver de obséquios”. Os fatos teimaram em demonstrar. Estavam certos Ulysses e o patriarca do grupo que agora faz a “delação do fim do mundo”. O petista sempre deu sinais nesse sentido. Quando da primeira vitória nas eleições presidenciais, lá foi ele comemorar com uma garrafa de vinho Romanée-Conti, ao custo de US$ 5 mil (paga por outro amigo, naturalmente). Lula jactava-se pelos ventos da sorte e pelas boas relações com os amigos. 

Não há como negar: ele também é um fiel e generoso amigo. Ao menos dos ricos amigos, numa convivência tão estreita como promíscua. Fez mais por eles que recebeu. Não há dúvida. Foi capaz de prejudicar estatais e o povo que recolhe impostos em prol dos negócios da empresa do amigo Emílio. Seguiu sempre a surrada máxima “para os amigos, tudo!”. Com o patrimônio alheio – de cada um de nós, brasileiros. 

Você bancou a farra. Mas isso é detalhe. Não seria da conta de ninguém, é verdade, se o deplorável hábito de pedir tudo a todos ocorresse estritamente na platitude das relações desinteressadas. Infelizmente não foi bem assim. O que ele fez chama-se corrupção. Em benefício próprio e dos seus. Com a quebra inexorável das finanças de um País. Está evidenciado. Lula instaurou a corrupção como política de Estado. Em suas gestões, e na da sucessora Dilma , os desvios ganharam conotação de praga endêmica, institucionalizada e alastraram-se para cada departamento, autarquia ou organismo federal. Às favas com os escrúpulos. Lula hoje diz que as acusações são mentira. Só ele fala a verdade. Seria a história mais fabulosa do mundo um conluio tão bem arquitetado de delatores, que contam em requintes de detalhes as tramoias do grande líder, com o intuito exclusivo de condená-lo. Quem não se condói de tamanha injustiça? 

Lula agora reclama das noites insones, temerário de ser preso a qualquer momento. Os companheiros ideológicos desembarcam. O marxista Noam Chomsky, admirador de primeira hora, reclamou do partido e do seu criador que “simplesmente não pode manter as mãos fora da caixa registradora…que está roubando o tempo todo”. A alternativa do retirante nordestino que virou presidente – e acredita estar sendo penalizado por essa condição – é reagir no grito. Insistir na nauseabunda mentira. Seus convictos aliados – detentores de uma fé incondicional, que enxergam o homem quase como uma divindade, a despeito de seus reincidentes pecados – convocam a militância para armar um verdadeiro circo de protestos em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde no próximo dia 3 acontece o que já vem sendo chamado como o “embate do século” entre o paladino da justiça, Sergio Moro, e o cacique objeto da cega veneração. 

Os mais extremados abarrotam as redes sociais com ameaças de “guerra civil”, num tom belicoso que extrapola para o crime, sem receio de reprimendas. A lei, ora a lei, não vale para o grande comandante. Quando você nasce como a alma mais honesta que existe, qualquer um precisa respeitar. Ele está acima dos demais. Não podem pairar dúvidas sobre seus atos. É preciso louvar a santidade. Ela não mente, não erra, não comete faltas. Onipotente, onisciente, acima do bem e do mal, não pode ser alcançada pelas infâmias da raia miúda, nem condenada pela justiça dos mortais. De forma alguma. Por esse modo muito peculiar de visão dos fatos, Lula não pediu nada a ninguém. Lula não levou propina.

Não armou quadrilha de desvios. Muito menos costurou esquemas que lesaram o Tesouro. Aquele sítio, com notas frias, ora bolas, era do amigo. O tríplex, de outro amigo. O apê onde mora, também. Se de 2006 para cá uma empresa quis dar mais de R$ 10 bilhões, como confessou, em propinas para Lula e sua turma do poder, o problema é dela. Se ganhou como contrapartida grandes obras públicas, foi sorte. O Estádio do Corinthians, sonho de mais de R$ 1 bilhão de Lula, era merecido. Maldosos, os brasileiros! Há de se perguntar aos áulicos seguidores do petista se por acaso tiveram tempo e o cuidado de ouvir os depoimentos dos delatores, gravados em áudio e vídeo e mostrados a quem quisesse ver? Atentaram para o volume de informações, para a avalanche de evidências e provas já colhidas? É esse o País que desejam para si e para os seus, sob o julgo de um esquema de bandalheira sem fim? A ladroagem ilimitada e a arrogância populista não podem virar exemplo. Destruiu recentemente a Venezuela nas mãos do caudilho Hugo Chaves. Não podem se repetir pela ambição desmedida do “bon vivant” Lula.

Fonte: Editorial - Isto É -  Carlos José Marques, diretor editorial 

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Arena do Corinthians foi presente para Lula, diz Emílio Odebrecht

Em acordo de delação, patriarca da família disse que estádio foi uma retribuição pelo crescimento dos contratos da empresa durante as gestões petistas

A Lava Jato deve chegar logo ao estádio do Corinthians, o Itaquerão. Reportagem da Folha de S.Paulo deste domingo informa que Emílio Odebrecht, presidente do conselho de administração do grupo que leva seu nome, teria afirmado, em acordo de delação premiada, que a arena foi uma espécie de “presente” ao ex-presidente Lula, torcedor corintiano. 

O agrado, segundo Emílio, foi uma retribuição à suposta ajuda do petista à empreiteira baiana nos oito anos em que Lula comandou o país, de 2003 a 2010. Sob governos do PT, de 2003 a 2015, o faturamento do grupo Odebrecht foi multiplicado por sete: passou de 17,3 bilhões para 132 bilhões de reais. O tal acordo de Emílio Odebrecht com a Lava Jato ainda está em fase de negociação. Além dele, outras 80 pessoas ligadas à empresa devem colaborar com a força-tarefa.

O ex-presidente do Corinthians e deputado federal pelo PT, Andrés Sanchez, divulgou nota negando as informações da reportagem. No texto, ele diz o seguinte : “Alguém, por mais mal informado que seja, afirmar que o estádio foi um presente para quem quer que seja, quando a Arena Corinthians custou R$ 985 milhões mais juros do empréstimo, é no mínimo não ser razoável em sua forma de pensar”.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A hora da onça beber Brahma”



A panela de pressão está em fogo máximo: o promotor Cássio Conserino, do Ministério Público paulista, intimou o ex-presidente Lula, sua esposa Marisa Letícia e o ex-presidente da empreiteira OAS, Leo Pinheiro, para depor como investigados no caso do apartamento de Guarujá. Acabou a fase do disfarce, em que todo mundo sabia quem estava sendo investigado mas ninguém confirmava nada. Lula, sua esposa e Leo Pinheiro devem depor no dia 17, às 11 horas

Não é este o único problema do Número 1, como era chamado por amigos empreiteiros. Atribui-se à Odebrecht e à OAS o patrocínio da reforma do sítio de Atibaia, o que pode configurar retribuição por favores recebidos do governo federal. O alto funcionário da Odebrecht que coordenou a construção do estádio do Corinthians, Frederico Barbosa, foi identificado por fornecedores e empregados como executor da reforma; e disse que colaborou mesmo, mas só para ajudar, sem cobrar nada, porque, afinal, estava de férias e tinha tempo sobrando. Pois é.

E o Ministério Público Federal vem alcançando pessoas próximas de Lula.
Junte-se tudoe aquele personagem coberto de Teflon, em que nenhuma acusação grudava, passa a apresentar falhas no revestimento. O curioso é que, normalmente, investiga-se alguém que diz que é dono de algo e se suspeita de que não é. Aqui é o oposto: Lula diz que não é dono do apartamento na praia, nem do imóvel de Atibaia conhecido como Sítio do Lula, que sua família e amigos (entre eles o ex-governador Zeca do PT, de Mato Grosso do Sul) costumam frequentar. Frase de Zeca do PT: “Eu que ensinei o Lula a pescar. Ele é bom de pesca, mas no sitio dele os peixes são criados para que só ele consiga fisgá-los”.

É mas não é
A esposa de Lula comandou as obras de reforma do apartamento na praia. O engenheiro Armando Dagre, da Talento Construtora, executou o trabalho, encomendado e pago pela OAS. Disse que nunca teve contato com Lula, mas sempre com a esposa Marisa Letícia. Numa das vezes, Marisa Letícia visitou o apartamento que, segundo Lula, não é do casal, em companhia de um filho, Fábio Luís, do então presidente da OAS, Leo Pinheiro, e de um engenheiro da empreiteira.

Não é mas é
O Instituto Lula diz que o ex-presidente tinha uma cota do prédio mas não exerceu a opção de compra ─ logo, o apartamento de Guarujá não é dele. Mas, conta Lenir de Almeida Marques, gente de casa, prima do ministro de Lula Luiz Gushiken, lulista desde o tempo de sindicato, “todos pegamos as chaves no dia 5 de junho, inclusive dona Marisa”.
Lula quis processar o repórter Germano de Oliveira, do Globo, que deu a notícia, mas a queixa foi rejeitada pela Justiça.

Hora da arrumação
Seria interessante alguém dar um balanço na série de escândalos, para esclarecer quem é quem e o que de fato está acontecendo. Uma das coisas mais curiosas, por exemplo, se refere ao sítio de Atibaia. A reforma foi feita, afinal, pela OAS, pela Odebrecht ou por um consórcio informal das duas gigantes da empreita? Terá a OAS se limitado, no caso de Atibaia, à reforma da cozinha?

Outra dúvida: se o ex-presidente Lula não é dono do apartamento da praia, por que foi lá tantas vezes? Teria convocado motorista, seguranças, convidado a esposa, simplesmente para dar um passeio e assistir à obra do apê que deixara de comprar? Teria vontade apenas de se solidarizar com os cumpanhêro operários?

Mais uma: o lobista que prometeu aos procuradores que, em troca da redução da pena, diria que José Dirceu lhe sugerira que passasse um tempo fora do país, depois desmentiu tudo ao juiz Sérgio Moro, depois confirmou tudo, diz que mudou de posição porque seus netos foram ameaçados. Mas por que terá levado mais de 24 horas para relatar a ameaça a procuradores e juiz?

Pode ou não pode?
Em primeiro lugar, este colunista é contra tudo que atrapalhe o funcionamento normal da cidade e prejudique o direito de ir e vir da grande maioria da população. Mas é preciso ver o que se pode fazer e o que não se pode. O Movimento Passe Livre, em suas marchas (sempre no horário que mais prejudicava o trânsito), teve de enfrentar a Polícia Militar, que usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Mas um movimento de manifestantes favoráveis à volta da ditadura militar, que ocupou por mais de três horas uma das avenidas mais importantes de São Paulo, a Marginal, estrangulando todo o trânsito da cidade, não foi incomodado.  Por que a diferença de tratamento? Menino mimado não pode, filhote da ditadura pode? O governo tucano paulista precisa explicar sua passividade no caso dos saudosistas dos militares no poder. [os moleques do MPL promovem depredações, incêndios, destroem o patrimônio público, agridem policiais e prejudicam o trânsito – como bem diz o colunista suas manifestações ocorrem sempre no horário que mais prejudica o trânsito.

Já os manifestantes favoráveis à volta do GOVERNO MILITAR apenas causaram transtornos no trânsito, no mais a manifestação transcorreu tranquila.
Enquanto os marginais do MPL além de prejudicar o trânsito,  cometeram vários outros delitos, os que são favoráveis ao retorno dos militares = restabelecimento da LEI e da ORDEM = apenas prejudicaram o trânsito.]

Fala, Geraldo Alckmin!

Onde está a autoridade?
O presidente do Sindicato dos Motoristas de Táxi de São Paulo, Antônio Matias, postou vídeo numa rede social criticando o Uber, serviço de transporte compartilhado, e ameaçando: “A palhaçada na cidade acabou e, agora, é cacete. Acusa também o prefeito Fernando Haddad, do PT, de não cumprir compromissos que assumiu com a categoria. Prefeito, quem vai dar queixa à Polícia? Ameaçar a ordem pública, com cacete ou não, é crime.

Fala, Fernando Haddad!

Notas de Carlos Brickmann - Publicado na Coluna de Carlos Brickmann