Crimes imputados pelo relator variam de acordo com a responsabilidade de cada um. Entre eles, estão abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação à animosidade das Forças Armadas
Após nove meses de trabalho, os deputados da Câmara Legislativa (CLDF)
encerraram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos
Antidemocráticos indiciando 135 pessoas. Ao longo das sete horas de
leitura do resumo do relatório elaborado pelo distrital Hermeto (MDB)
houve momentos de tensão. O mais tenso evoluiu para um bate-boca e o
presidente da CPI, Chico Vigilante (PT) interrompeu os trabalhos. Ao
final, o documento, de 444 páginas, foi aprovado por seis votos a um
pelo integrantes da CPI, enquanto o destaque que livrou o general
Gonçalves Dias, o G. Dias, passou com quatro votos favoráveis e três
contrários.
(...)
A retirada do nome do ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI) G. Dias do rol de indiciados foi motivo da forte
discussão que resultou na interrupção da sessão por 15 minutos. O nome
de G. Dias era dado como certo na lista de indiciados, principalmente
porque a oposição (ao governo local) era minoria na comissão. Durante a
leitura do voto do relator, Vigilante, citando o regimento interno da
Casa, afirmou que havia a possibilidade de propor mudanças no texto do
relator Hermeto (MDB), por meio de destaques.
E quando Vigilante disse que faria um destaque justamente pedindo a
retirada do general, distritais da direita — Pastor Daniel de Castro
(PP), Joaquim Roriz Neto (PL), Thiago Manzoni (PL) e Paula Belmonte
(Cidadania) — protestaram e entraram em um embate com deputados de
esquerda — o próprio Vigilante, Fábio Felix (PSol) e Gabriel Magno (PT).
O presidente da comissão se viu, então, obrigado a dar um prazo para
que os demais parlamentares também apresentassem destaques para
modificar o relatório. Por saber que Vigilante teria votos suficientes
para exonerar G. Dias e como gesto de repúdio, o deputado Pastor Daniel
de Castro (PP) e o suplente Thiago Manzoni (PL) protocolaram um destaque
pedindo a remoção de todos os 135 indiciados. Fora a liberação de G.
Dias, nenhum outro destaque para modificar o relatório foi aprovado.
[COMENTÁRIO: alguém esperava resultado diferente do Circo montado na CLDF? (essa sigla... calma... alguns apressados pensam de forma desfavorável quando fazemos o comentário 'essa sigla' -p mas, nos referimos a CL como iniciais de Câmara Legislativa. Por favor, não pensem na prática de coisas incompatíveis com o nobre cargo de deputado distrital.)
Afinal de contas, a CLDF não se destaca pela competência (basta ver as dezenas de leis que os distritais expelem e são anuladas por inconstitucionalidade).
Além do mais, uma CPI presidida pelo Chico Vigilante (aos que não lembram, sugerimos consultar jornais de épocas passadas e saber mais sobre a conduta daquele parlamentar) e que expeliu um relatório que fez até campanha salarial para constatar que daria em nada.
Basta observar que o acusado e condenado pelo colocação de bomba no aeroporto. CONFIRA: Condenado por bomba no Aeroporto passa para regime semiaberto. ]
Correio Braziliense - INTEGRA DA MATÉRIA