A presidente da Petrobras, Graça
Foster, e cinco diretores da companhia renunciaram ao cargo e novos executivos
serão eleitos em reunião do Conselho de Administração que será realizada na
sexta-feira. As renúncias foram comunicadas pela própria estatal nesta quarta
em um ofício ao mercado. A saída da diretoria acontece em meio às
investigações de um escândalo bilionário de corrupção e a dificuldade da atual
gestão da companhia para quantificar os prejuízos com fraudes em contratos de
obras durante anos.
Ações – As ações da
Petrobras voltavam a disparar nesta quarta-feira reagindo à renúncia de Graça.
Na terça, rumores sobre a saída da agora ex-presidente da estatal levaram os
papéis da Petrobras à maior alta em 16 anos. [a Bolsa opera em alta mas puxada mais pelas ações do setor bancário que possuem grande peso na composição do índice. Já o dólar está em alta, apresentando a maior cotação desde 17 de dezembro.]
Às 11h desta quarta, os papéis
preferenciais da companhia subiam 6%, enquanto as ações ordinárias avançavam
6,33%. No mesmo instante, o Ibovespa tinha valorização de 0,51%. “Qualquer
mudança na companhia tem viés benéfico, pois mostra que o governo está
empenhado em fazer de tudo para que ela não perca o grau de investimento”,
disse o gerente de renda variável da Fator Corretora, Frederico Ferreira
Lukaisus, logo após a notícia. Em relatório a clientes, antes do anúncio,
comentando os rumores sobre a iminente saída de Graça Foster, o analista Frank
McGann, do Bank of America Merrill Lynch, ponderou que encontrar substitutos
não será fácil. Para McGann, será fundamental a nova diretoria combinar força
técnica e um maior nível de independência do que o visto nos últimos
anos.
Substituto – O governo busca um
executivo para comandar a estatal que preferencialmente seja ligado ao setor de
petróleo, afirmou à Reuters na terça-feira uma fonte do governo. O objetivo é
ter uma nova diretoria composta por nomes do mercado e também da empresa, disse
a fonte. A presidente Dilma Rousseff procura
definir ainda em fevereiro o nome para comandar a estatal, após ter aceito a
demissão de Graça Foster em uma reunião em Brasília na terça-feira, afirmou a
fonte.
A próxima diretoria terá a missão de
apresentar o balanço do quarto trimestre auditado até o fim de abril, já com
baixas contábeis necessárias devido ao escândalo de corrupção. Caso não cumpra
o prazo, a diretoria terá que conversar com credores para a postergação dos
resultados. No entanto, há credores que acreditam
que a empresa já pode ser declarada inadimplente em bilhões de dólares em
dívida, mesmo tendo divulgado os resultados atrasados do terceiro trimestre
dentro de um prazo autoimposto.
Fonte: Veja.com - Reinaldo Azevedo