O Estado de S.Paulo
Desastre de PT e PSDB elegeu e pode reeleger Bolsonaro, que faz pirueta de 2018 para 2022
Soa fora de propósito, da razão e do tempo o ex-presidente Lula
continuar, ainda hoje, com tudo isso acontecendo, atirando contra o
ex-presidente Fernando Henrique e o PSDB. Com toda sua decantada
genialidade política, Lula não consegue ver e entender o óbvio: o PT e o
PSDB estão no fundo do poço, [o FH já venceu o prazo de validade, o melhor que faz é nos privilegiar com o seu silêncio e curtir mais alguns anos de vida - nosso conceito de política não permite desejar a morte dos inimigos = usamos a velha máxima;"que DEUS dê vida longa aos nossos inimigos para que assistam de pé a nossa vitória.] não ameaçam mais ninguém e o inimigo comum
é outro. Sim, ele, Jair Bolsonaro. Não “apesar”, mas exatamente por
tudo o que representa.
O PT já afundava, com mensalão e Lava Jato, quando Joesley Batista detonou Aécio Neves e, com ele, o PSDB. Sem PT e PSDB, o que sobrou? Pois é. Sem a polarização que norteou a política brasileira desde 1994, surgiu “o novo”. E o “novo” é o que há de mais velho, corporativista, armamentista, inexperiente, ignorante e com o discurso oportunista do combate à corrupção.
[Nosso entendimento, nossa opinião, coincide com a da ilustre jornalista - com pequenos ajustes.
Finalmente começam a se curvar ao inevitável e que é, continuará sendo, o melhor para o Brasil = reeleição do presidente Bolsonaro - há algum inconformismo mas é só questão de relaxar.
DETALHE: o primeiro mandato do presidente Bolsonaro começará, com as bençãos de DEUS, logo após o término da pandemia - que, apesar de alguns inimigos do presidente e Brasil desejarem o contrário, está próximo - e 21 e 22 serão destinados aos dois primeiros anos do mandato outorgado em 2018, 19 e 20, o presidente não pôde governar = boicote de opositores, mesmo sabotagens, pandemia e alguns ajustes na ação do presidente.
Em 2026, de fato e de direito, terá um crédito a receber de mais dois anos de mandato.
Por favor, atentem que tudo será conferido pela VONTADE SOBERANA do povo brasileiro, em eleições livres e diretas.]
O cenário é desolador. Lula envelhecido, sem discurso e sem horizonte,
mirando nos alvos errados e imobilizando o PT e as esquerdas. Aécio,
José Serra e Geraldo Alckmin, os três candidatos tucanos à Presidência
ainda vivos (Mário Covas morreu em 2001), embolados com a Justiça, a
polícia e a descrença da sociedade diante dos políticos e da política.
Todos viraram passado.
A história, no seu tempo, vai recolocar as coisas nos devidos lugares: o
PT, criado em 1980, no rastro da redemocratização, e o PSDB, que surgiu
em 1988, junto com a nova Constituição, tiveram um papel fundamental,
Lula e Fernando Henrique à frente, para modernizar o País, debelar a
inflação infernal, criar programas de renda, elevar o Brasil no mundo,
atiçar a cidadania e a inclusão.
Os dois projetos se esgotaram sem sanar as mazelas nacionais e seus
líderes e foram tragados por guerras políticas, ganância, impunidade e
um sistema político que engole até biografias respeitáveis. O desafio
era resistir à tentação de extrapolar o caixa 2 de campanha para o
enriquecimento pessoal. Como conviver com mais de 30 partidos?
Desmascarar quem fala à alma, não à razão?
Enfrentar a pressão das
corporações em detrimento da população? Financiar campanhas
hollywoodianas?
E como vencer sem elas?
Assim o Brasil chegou a Jair Bolsonaro, que driblou todas essas
questões. Já pulou em dez partidos, até tentar um para chamar de seu;
usou templos, cultos e pastores como palanques; em vez de enfrentar,
liderou as corporações policiais e militares; financiou suas campanhas
com seus gabinetes, não com empresas privadas. E venceu os adversários
na internet e para o W.O. Eles se derrotaram sozinhos.
O resultado é um espanto: o único foco do presidente é ele mesmo e os
filhos, a economia parou, a ação na pandemia é acusada de criminosa, a
visão de meio ambiente é destrutiva, a educação é inimiga, a diplomacia
virou guerra, a cultura desapareceu e a imagem dos militares está em
risco. O anormal virou normal: rachadinhas, funcionários fantasmas,
Queiroz escondido da polícia na casa do advogado da família
presidencial.
E daí?, como diria Bolsonaro. Assim como Maduro sobrevive à destruição
da Venezuela, Bolsonaro supera seus erros com a falta de adversários,
sustentação militar e da polícia e apoio popular dentro do limite.
Continua sendo não só o mais forte, mas o único candidato na sucessão
presidencial e faz uma pirueta entre a eleição e a reeleição: joga ao
mar o discurso moralista, o PSL e os neófitos vindos do ambiente
policial e jurídico e navega com o Centrão, os experientes e os
espertos, parando de atacar Congresso e Supremo.
Conclusão: o triste fim da polaridade PT x PSDB, que elegeu o
inacreditável Jair Bolsonaro em 2018, corre o risco de reeleger o
absurdo Jair Bolsonaro em 2022. [não esqueçam: o Brasil precisa de no mínimo mais dois anos de Bolsonaro - começando em 2027.] E ele continua dando um banho de
marketing e estratégia eleitoral. Bobo? Bobos são os outros.
Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo