Renan Calheiros já está trabalhando nos últimos detalhes do seu relatório final da CPI da Covid, que será apresentado na próxima terça-feira. Já definiu a proposta de que o próprio Estado brasileiro seja responsabilizado a indenizar os órfãos da Covid, com o pagamento de uma pensão até 21 anos. Os recursos viriam do orçamento da União.
Seus principais alvos serão Jair Bolsonaro e o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, hoje numa assessoria especial do Planalto.
Assim, há o risco do relator Calheiros, no seu furor denuncista, se confundir e atribuir os crimes a um senhor que ele conhece há uns 65 anos e denunciá-lo. Certamente, tal senhor é um dos poucos capazes de cometer tantos crimes e mais alguns.
Na conduta do ex-ministro Pazuello, o relator identificou sete crimes
para pedir o indiciamento, muitos dos quais conexos aos do presidente
da República. São eles: epidemia com resultado morte; incitação ao
crime; emprego irregular de verbas públicas; prevaricação; comunicação
falsa de crime; genocídio de indígenas; e crimes contra a humanidade. [para a denúncia contra o general Pazuello, vale com pequenos ajustes a mesma recomendação ao relator Calheiros.]
O coronel Élcio Franco, adjunto de Pazuello na Saúde, também será inserido num extenso rol de tipos penais. Além dos três, mais de 40 outros personagens devem ser responsabilizados no relatório final de Renan Calheiros.
Lauro Jardim, jornalista - Coluna em O Globo