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segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Defesa de genocídio da população de Israel mostra que stalinismo viajou de Moscou para Harvard - Estadão

J. R. Guzzo

Estudantes de três das mais sagradas universidades dos Estados Unidos defenderam assassinato em massa de judeus e diretores se recusaram a dizer que a pregação era contrária aos estatutos e aos princípios éticos das universidades

Todas as vezes em que o Brasil baixa a um novo patamar em matéria de falência moral e se ouve as pessoas dizerem “eu quero ir embora deste país”, é bom olhar um pouco para os paraísos de Primeiríssimo Mundo e os níveis superiores de civilização que lhes são atribuídos pelo imaginário brasileiro. 
Não diminui em nada os problemas do Brasil, é claro. 
Mas mostra que não estamos sozinhos em nossas tragédias, e que a miragem de um mundo ideal lá fora é apenas isso – uma miragem. 
Os avanços extraordinários que essas sociedades souberam construir e oferecer para a humanidade estão sendo desmontados por uma ofensiva sem precedentes contra os direitos fundamentais das pessoas – da liberdade de pensamento à liberdade de discordar. 
Tentam reduzir, agora, o direito à vida.
 
Grupos de estudantes de três das mais sagradas universidades dos Estados Unidos – Harvard, MIT e Penn State, com suas anuidades próximas a R$ 300 mil e os seus Prêmios Nobel estão pregando, em manifestações públicas, o genocídio da população de Israel
Dizem que é a única solução para o “problema da Palestina”. 
É chocante ver que jovens colocados nas esferas mais altas da educação mundial defendem o assassinato em massa de judeus, como na Alemanha de Hitler. 
Mas bem pior é o apoio que recebem da direção das universidades onde estão matriculados.  
Chamados a depor numa comissão de inquérito do Congresso americano, os presidentes de Harvard, MIT e Penn State se recusaram, pergunta após pergunta, a dizer que a pregação do genocídio em seus campi era contrária aos estatutos e aos princípios éticos das universidades que dirigem.
 
Se você não é contra o genocídio, qual é a dedução que se pode fazer? 
Os presidentes quiseram mostrar que são neutros; acham que podem manter uma posição isenta diante do homicídio em massa. 
É óbvio que só conseguiram provocar um escândalo – que não chegou às manchetes, é claro, mas continua sendo um escândalo. 
Em seus depoimentos à comissão, disseram e repetiram, do começo ao fim, que a condenação das propostas de genocídio contra os judeus dependia do “contexto”. Como assim?  
Pregar a morte de seres humanos pode não ser ruim, conforme for o “contexto”? 
É o que dizem os reitores. 
 
A defesa do genocídio, segundo eles, só poderia sofrer objeções se passasse do “discurso aos atos”; enquanto for uma questão de “opinião pessoal”, dizem, está tudo bem.  
Quer dizer que para receber uma sanção disciplinar o aluno teria, fisicamente, de matar um judeu? É a conclusão possível. [um comentário sobre FATOS, sem considerar nenhum aspecto ideológico - somos totalmente contrários à defesa do genocídio, mas consideramos mais  grave é que Israel pode até não defender o genocídio dos palestinos, mas o executa, quando  mata milhares de civis palestinos indefesos.]

Certos vinhos, segundo os peritos, “viajam mal”. Certas visões de mundo também. O stalinismo viajou mal de Moscou para Harvard.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Os bispos se levantam contra a legalização do aborto pelo STF - Marcio Antonio Campos

Gazeta do Povo - VOZES

Vaticano, CNBB e Igreja Católica em geral.

ADPF 442

 O presidente da CNBB, dom Jaime Spengler (à direita) e o secretário-geral da conferência, dom Ricardo Hoepers (à esquerda), em foto de 19 de setembro de 2023.

O presidente da CNBB, dom Jaime Spengler (à direita) e o secretário-geral da conferência, dom Ricardo Hoepers (à esquerda).| Foto: CNBB/Flickr 
Como eu imaginei, logo a ADPF 442 estará na pauta do Supremo. 
No último dia 12, a ação que pretende legalizar o aborto no Brasil até a 12.ª semana de gestação foi liberada para julgamento pela relatora, Rosa Weber, que também é presidente do STF. [a ilustre ministra está exercendo uma faculdade do seu cargo e que certamente não a ajudará espiritualmente nem a isentará de eterna pesada punição - pessoalmente, defendemos que TODOS e TODAS, independentemente  do que sejam no mundo religioso ou profano, que defendem o aborto (assassinato covarde e vil de seres humanos inocentes e indefesos)  sejam  sumariamente EXCOMUNGADOS.]
Como ela se aposenta daqui a alguns dias, impossível que ela não quisesse iniciar logo o julgamento, para poder dar seu voto certo a favor do genocídio de pequenos seres humanos indefesos e inocentes. Felizmente, desde que a notícia da liberação da ADPF para julgamento veio a público, o episcopado brasileiro tem reagido de uma forma que vem dando gosto de ver. 
 
Primeiro, a nota da cúpula da CNBB, que, além de reafirmar o valor da vida desde o momento da concepção, denuncia o absurdo de se usar a via judiciária para resolver uma questão que cabe unicamente ao Poder Legislativo
A CNBB chamou a ação de “pauta antidemocrática”, porque é exatamente isso: um partido político nanico, incapaz de convencer o eleitor a endossar suas plataformas, resultando em uma bancada minúscula, deixa de lado a arena legislativa e quer vencer no tapetão. 
Além disso, a CNBB ainda publicou um vídeo em que seu assessor jurídico aponta vários erros da ADPF:
 

Bispos em todo o Brasil também já se manifestaram pelos mais diversos meios. O cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, tem usado bastante o X (ex-Twitter) a esse respeito.

Dom José Antonio Peruzzo, arcebispo daqui de Curitiba, usou o Instagram, e, no Rio Grande do Sul, dom Antônio Carlos Rossi Keller, bispo de Frederico Westphalen, publicou uma excelente Nota Pastoral.

Trago aqui apenas três exemplos, mas temos bispos no país inteiro fazendo o mesmo. 
 Sem falar nos sacerdotes e leigos católicos com enorme audiência na internet, e que também estão fazendo a sua parte. 
Como a data exata para início do julgamento ainda não foi divulgada, ao menos até esta tarde de terça-feira, ainda há tempo para a CNBB e os bispos adotarem uma série de outras iniciativas. 
Eu sugeriria retomar imediatamente as orações nas missas, seguindo a sugestão que a CNBB fizera para o segundo domingo de agosto. Durante a semana não temos a oração dos fiéis, mas a Oração do Nascituro cabe perfeitamente antes da bênção final; aos domingos, quando o rito prevê a oração dos fiéis, que também seja incluída a prece:
“Está tramitando no STF – Supremo Tribunal Federal a ADPF 442 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) que tem como objetivo descriminalizar quem provoca ou consente com o aborto. 
Os deputados, representantes do povo, disseram não ao aborto, porém há uma força muito forte para que o STF paute este assunto para descriminalizar o aborto. 
Rezemos por aqueles que têm a missão de promover e defender a vida, para que não se deixem intimidar pelo poder da morte e por ideologias de exploração dos mais vulneráveis. V: Rezemos ao senhor.”

Ainda há tempo para a CNBB e os bispos adotarem uma série de outras iniciativas antes que comece o julgamento da ADPF 442

Dá para os bispos fazerem mais que isso? Como já afirmei outro dia, tenho certeza de que a CNBB está realizando intenso trabalho de bastidores. Mas eu não descartaria um uso educativo das penas canônicas. O bispo de Caruaru (PE), dom José Ruy Gonçalves Lopes, pediu explicitamente aos padres de sua diocese que não deem a comunhão a abortistas, e tem toda a razão, pois é exatamente o que está previsto no cânone 915 do Código de Direito Canônico: “Não sejam admitidos à sagrada comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração da pena, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto” – a defesa do aborto se encaixa direitinho no conceito de “pecado grave manifesto”. Se alguém tiver dúvida, vejam o que o então cardeal Joseph Ratzinger escreveu aos bispos norte-americanos em 2000, a respeito de políticos abortistas:

“Quando a cooperação formal de uma pessoa se torna evidente (entenda-se, no caso de um político católico, sua consistente defesa e votos em favor de leis permissivas sobre aborto e eutanásia), seu Pastor deve procurá-lo, instruí-lo sobre o ensinamento da Igreja, informá-lo de que ele não deve se apresentar para receber a Sagrada Comunhão até que encerre essa situação objetiva de pecado, e avisá-lo de que ele terá negada a Eucaristia. ‘Quando, porém, se apresentarem situações em que tais precauções não tenham obtido efeito (...), o ministro da distribuição da Comunhão deve recusar-se a dá-la’”.

Mais que isso, acho que só a excomunhão. [que é automática para a mãe assassina - aborto é assassinato de ser humano inocente e indefeso - e para  todos que agirem diretamente no processo de assassinato.] - Quem age diretamente em um aborto (gestante, médicos etc.) está excomungado automaticamente (cânone 1.398); não é nem mesmo necessário que o bispo local faça algum tipo de declaração, embora alguns, como dom José Cardoso Sobrinho, tivessem esse hábito para reforçar que havia uma pena canônica prevista para o aborto. 
Eu tenho minhas dúvidas quanto à excomunhão automática de um político ou juiz que votasse, no parlamento ou no tribunal, pela legalização do aborto ou pelo aumento das circunstâncias em que ele seria legal, mas absolutamente nada impede que neste caso ocorra a excomunhão ferendae sententiae, aquela que não é automática, mas ocorre por decisão da autoridade eclesiástica. 
Obviamente, neste caso uma ação estaria limitada aos ministros do STF que se declaram católicos até onde se sabe, é o caso de Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Nunes Marques (que também é maçom) e Cristiano Zanin.
 
Antes de terminar, quero lembrar que muito cruzadinho de internet já se apressou a dizer algo como “é, mas bispo Fulano fez o L, não fez?” ou coisa parecida. 
Sim, provavelmente ao menos alguns bispos que agora estão defendendo enfaticamente a vida deram seu apoio, explícito ou implícito, à eleição deste governo, que já tomou uma série de ações em favor do aborto, por exemplo no âmbito do Ministério da Saúde, com a revogação de uma boa Norma Técnica elaborada no governo anterior, ou no âmbito das relações exteriores, ao retirar o Brasil do Consenso de Genebra (ambas as atitudes, aliás, foram criticadas pela CNBB). 
Rezo para que um dia esses bispos se deem conta da colaboração que deram para a ascensão de um governo iníquo. 
Mas agora eles estão cobertos de razão. Guarde a crítica – que sempre tem de ser respeitosa – para depois; este é o momento de cerrar fileiras em torno dos nossos pastores.

[imperioso destacar que o atual governo está repleto de comunistas e que COMUNISMO e SATANISMO, COMUNISTA e SATANISTA se completam, precisam estar unidos para melhor servir a satanás, o senhor das trevas.

Para ler mais, CLIQUE AQUI e também AQUI.]

Marcio Antonio Campos, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 12 de março de 2023

Prendam o morto: parece que Bolsonaro continua no Planalto, fala-se mais dele que de Lula - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Quando o cidadão encher o tanque do carro, não vai se lembrar de joias — vai culpar o governo

Criou-se no Brasil de hoje algo que nunca existiu antes na história deste país, desde 1500, e que talvez não tenha existido em país nenhum do mundo: o governo que não acaba
Já tivemos todo o tipo de governo por aqui, inclusive alguns que não foram ruins. 
Mas não havia acontecido, até hoje, o fenômeno do governo que não acaba nunca. É o caso de Jair Bolsonaro. 
 
Daqui a pouco vai fazer três meses que o homem saiu da Presidência e foi morar nos Estados Unidos. 
Não manda em absolutamente mais nada. Boa parte do que fez em seu governo está sendo demolida. Diante da monumental artilharia de acusações destinada a impedir que ele se candidate algum dia a uma nova eleição, seu futuro político parece variar entre o nulo e o não existente.  
Só lhe parece sobrar, agora, uma missa de réquiem mas, na prática, não está sendo assim
Ao contrário: parece que Bolsonaro continua despachando todos os dias do Palácio do Planalto. Fala-se mais dele do que de qualquer outra coisa.
 
O assunto, agora, é uma prodigiosa história sobre um estojo de joias que ele deveria ter recebido do governo da Arábia Saudita, não recebeu porque a coisa ficou presa na alfândega, mas teve a intenção de receber, conforme se acusa – o que, segundo os peritos que a mídia ouviu a respeito do caso, deixa aberta uma avenida nova em folha para acusações criminais contra o ex-presidente. [lembrem-se que a CPI da Covid - merecidamente mais conhecida como 'circo parlamentár de inquérito' - tentou acusar o presidente Bolsonaro    (retiramos o EX, afinal o governo declarado eleito insiste em que o presidente anterior continue despachando no Planalto, manter o EX é desnecessário)     de prevaricação em uma compra que não ocorreu.]
 
Para um homem já acusado pelos inimigos de genocídio, rachadinha, prevaricação, ligação com milícias, rolos não concluídos na compra de vacinas, tentativa de dar um golpe de Estado nas desordens do dia 8 de janeiro em Brasília e sabe lá Deus o que mais, parece não haver necessidade nenhuma de mais pancada – se Lula, o PT e a esquerda conseguissem mesmo o que estão querendo, isso tudo seria suficiente para deixar Bolsonaro na cadeia pelos próximos 1.500 anos.  
O motivo por que ele permanece no coração da vida política e do noticiário é outro. 
A intenção, aí, é esconder as bananas de dinamite que o governo Lula, com as decisões que vem tomando desde a posse, armou para explodir em cima da população
Estão semeando vento como nenhum governo semeou antes neste país; se continuarem assim, vão colher uma tempestade perfeita.

É infantil achar que Bolsonaro vai resolver esse problema, e os demais problemas de Lula, aparecendo todo dia no Jornal Nacional. Quando o cidadão encher o tanque do carro, daqui a X tempo, e ver o preço que pagou, não vai se lembrar de joias nem achar que está diante de umasuspensão da desoneração” dos combustíveis vai culpar o governo, direto, pela conta que recebeu.  

Não adiantará nada, aí, querer que prendam o morto.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo

 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Conselho de Ética do Senado vai julgar atos de Randolfe Rodrigues e sua trupe? - Gazeta do Povo

Vozes - Cristina Graeml

Ética à prova

Ética não é palavra para se banalizar, como fizeram com "mentira" (fake news), democracia, genocídio e tantas outras. E falta de ética não é para deixar passar em branco, como se nada tivesse acontecido. Não na vida pública!

Nesta segunda, o programa Segunda Opinião debate a falta de ética na política, que vem se tornando regra no atual governo com várias denúncias contra três ministros em apenas um mês de governo e demonstrou ser regra, também, no Legislativo.

No dia da votação para presidente da Câmara e, especialmente, do Senado, as câmeras flagraram cenas deploráveis, como o deboche de Randolfe Rodrigues com as eleições em si ou com os rumos de um Legislativo cooptado pela política do toma-lá-dá-cá, que está de volta sem qualquer vergonha.

Talvez por estar certo de que os conchavos das semanas anteriores garantiriam a reeleição do aliado de Lula, Rodrigo Pacheco, Randolfe não teve o menor pudor ao demonstrar que sua única preocupação era com o resultado do bolão dos senadores.

Conselho de Ética para quê?

Dias depois da sessão de reeleição do presidente do Senado, marcada por outros casos de extrema falta de ética, o mesmo Randolfe Rodrigues protagonizou outro ato inaceitável partindo de qualquer cidadão, que dirá de um senador da República
Ele roubou o celular de um youtuber que o interpelava sobre um projeto de lei tirânico que pretende calar críticos e adversários.

Roubo é crime, conforme tipificado no Código Penal Brasileiro, mas de certo Randolfe acha-se acima da lei e livre de qualquer investigação ou julgamento, mesmo que interno. Ele deixou de ser, afinal, um mero representante de um partido inexpressivo e de uma esquerda barulhenta para tornar-se lider de Lula no Senado.

Esse é o típico caso para análise no Conselho de Ética e a oposição a Lula (e a seu líder histriônico) já se movimentou para que isso ocorra.  A nós, eleitores, cabe a fiscalização, a cobrança e a justa indignação a respeito de tanto descaso com a ética. Sem ela, resta apenas a barbárie.

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 5 de fevereiro de 2023

Um governo de más notícias - Revista Oeste

J. R. Guzzo

Os números vão começar a cair no noticiário e na vida real das pessoas — e não poderão ser suprimidos com discursos sobre a “herança maldita” e o “genocídio” dos ianomâmis

Michel Temer, Alexandre de Moraes, Lula e Dilma Rousseff | Foto: Montagem Revista Oeste/Wikimedia Commons/SCO/STF

Michel Temer, Alexandre de Moraes, Lula e Dilma Rousseff | Foto: Montagem Revista Oeste/Wikimedia Commons/SCO/STF 

A maior parte da esquerda brasileira, que se comporta cada vez mais como se as últimas eleições para presidente da República tivessem sido a conquista de Havana pelas tropas de Fidel Castro, continua convencida, pelos atos que pratica, de que a “ditadura do proletariado” já começou no Brasil. O presidente Lula, naturalmente, é o condutor dessa marcha da insensatez.  
É duvidoso que controle de fato o que estão fazendo em seu governo, ou que saiba direito o que está sendo feito, ou até quem foi nomeado para isso ou aquilo, mas está se achando o grande comandante mundial das lutas pela vitória do “socialismo” sobre a face da Terra. Imagina que é o Che Guevara do século 21, ou pelo menos o Nicolás Maduro do Brasil — ou, quem sabe, um novo Perón, com Evita e tudo. 

Na sua esteira, com as mesmas agressões ao Brasil do trabalho, da produção e das liberdades, vêm os ministros e a multidão de sócios-proprietários que invadiu o seu governo e começa a construir ali um caos digno de Dilma Rousseff. Ignoram que praticamente metade dos eleitores que foram votar no segundo turno, pelos números do próprio TSE, preferiu o seu adversário — e, por seu simples peso aritmético, teriam de ser levados em conta em qualquer projeto minimamente responsável de governo. Estão certos de que ganharam uma daquelas eleições cubanas em que o governo leva 99% dos votos e que, por isso, podem fazer o que bem entendem com o país, com 215 milhões de brasileiros e, sobretudo, com o dinheiro do Tesouro Nacional.

Será que vai ser assim mesmo, e tão fácil? Quer dizer: Lula faz uns discursos para criar a “moeda sul-americana”, o ministro da Justiça amontoa projetos, medidas provisórias e decretos-lei destinados à repressão política, o Senado reelege um presidente disposto a executar as instruções do Palácio do Planalto, as autoridades falam em todes e todes, e o Brasil vira socialista? 

A conferir, em futuro próximo — mas com apenas um mês de governo a revolução de Lula, do PT e da esquerda nacional começa a descobrir que a vida tem problemas. O primeiro deles foi uma espécie de bomba de hidrogênio nas ambições mais agressivas de se suprimir a oposição do Congresso Nacional. 
O ministro Alexandre Moraes, numa decisão que oferece o primeiro grande sinal de paz para a política brasileira nos últimos quatro anos, negou o destrutivo pedido de suspender a posse de 11 deputados da oposição — exigência de um grupo de advogados que está no coração da candidatura de Lula e ocupa postos-chave dentro do seu governo. 
Foi, possivelmente, a decisão mais acertada de um ministro do Supremo Tribunal Federal desde que a vida pública nacional entrou em parafuso com a eleição de Jair Bolsonaro para presidente do Brasil
O ministro Moraes deu um aviso claro, vigoroso e essencial para a segurança dos parlamentares da oposição: seus mandatos, conferidos pelo eleitor brasileiro, estão garantidos pelo STF — e não dependem, como pretendem os radicais de esquerda, de aprovação do governo para serem exercidos
A decisão desmonta, simplesmente, o pior ataque já feito pelo lulopetismo contra a liberdade parlamentar no Brasil — as últimas cassações de mandato por motivo político foram no Ato 5, durante a “ditadura militar” que Lula e o PT, pelo que têm feito, tanto gostariam de ressuscitar no Brasil. Foi um choque elétrico. “Daqui vocês não podem passar”, informou Moraes.
O ministro Alexandre de Moraes, que já havia desapontado a esquerda com a decisão de devolver o acesso às redes sociais do deputado Nikolas Ferreira, do PL o mais votado nas últimas eleições, com quase 1,5 milhão de votos —, é um problema em aberto. 
Com 54 anos de idade e a vida pela frente, Moraes é um homem-chave no presente e no futuro da política brasileira. Vale, sozinho, pelos dez outros ministros do STF somados — com a exceção, talvez, de Gilmar Mendes, que também exerce influência decisiva no compasso do tribunal. 
 
(...)

É claro que ele continua tendo a seu cargo o inquérito criminal que funciona, hoje, como a principal lei do Brasil, além, naturalmente, de todos os inquéritos derivados dali — e sem o arquivamento do processo todo a paz política e a segurança jurídica não voltam ao país. Mas não haverá, na linha de tiro de Moraes, a figura que tem sido o inimigo número 1, 2, 3, 4 e 5 de Lula e das forças que o apoiam. Não é a mesma coisa. Daqui para a frente, sem Bolsonaro, o ministro Moraes muda de natureza para Lula. A pergunta-chave é: seus planos vão ou não vão continuar andando juntos? Não está claro se os dois querem as mesmas coisas, e nem se o ministro está interessado em dividir o governo com o presidente. 
Não se sabe se ele pretende entrar em parceria com os extremistas que controlam hoje as decisões de Lula; no caso da agressão aos deputados, Moraes ficou contra eles e do lado da liberdade. Há outras coisas que não se sabe. O que se sabe é que as âncoras políticas do ministro, até o momento, têm sido o ex-presidente Michel Temer e o vice-presidente Geraldo Alckmin; isso não é o PT.
Outro problema, para Lula, é a descoberta de que também ele, Sua Santidade, pode meter o pé na jaca.  
O pior momento, num mês com momentos ruins quase diários, foi esse súbito caminhão de ira que resolveu despejar em cima do impeachment de Dilma Rousseff. Foi um desastre. Ninguém ficou a favor; ao contrário, o presidente levou até dois editoriais indignados no lombo, um de O Estado de S. Paulo e outro de O Globo  já tinha levado um terceiro, da Folha de S.Paulo, contra a neurastenia repressiva do governo
Para que isso? Lula fez uma acusação alucinada: sem que ninguém tivesse lhe perguntado nada, disse que Dilma foi expulsa do governo por “um golpe de Estado”. Repetiu o disparate e, para coroar, se referiu ao “golpista Michel Temer” — tudo isso em viagem ao exterior e para plateias estrangeiras. É uma mentira primitiva, insultuosa e mal-intencionada. Dilma foi destituída por um procedimento absolutamente legal de impeachment, pelos votos de 61 senadores e 367 deputados, num processo que durou nove meses inteiros, foi supervisionado passo a passo pelo STF e no qual teve o mais amplo direito de defesa. Onde está o golpe? Estaria Lula anunciando que, se houver um processo de impeachment contra ele, também será “golpe”? E se estiver — o que adianta isso?
Foi uma ofensa grosseira ao Congresso, ao STF e à verdade mais elementar dos fatos; se ele não fosse Lula, seria punido histericamente pelas duas polícias de combate à “desinformação” que já foram criadas em seu governo. Foi, também, uma agressão sem pé nem cabeça contra o ex-presidente Michel Temer. 
A questão, aí, parece ser um velho e aparentemente incurável defeito de fabricação de Lula — sua incapacidade de controlar o próprio despeito. Temer fez, possivelmente, o melhor governo que o Brasil já teve no período da pós-democratização, se for considerado o país em ruínas que recebeu da era Lula-Dilma e o país que entregou ao seu sucessor — mesmo levando-se em conta o extraordinário sucesso de Fernando Henrique na eliminação da inflação e os evidentes êxitos econômicos de Jair Bolsonaro. O governo Temer só teve um problema: durou pouco, porque seu mandato constitucional foi curto. Tudo isso, muito simplesmente, é insuportável para Lula, o presidente das “heranças malditas” e imaginárias — um caso exemplar de problema que não contém a semente de uma solução, mas apenas a semente de um outro problema, e problema para ele mesmo.

O fato é que, depois de um mês no governo, Lula e o seu sistema não conseguiram gerar uma única boa notícia — nem para eles próprios. O único projeto de obra pública que Lula anunciou é na Argentina — e para a duvidosa construção de um gasoduto conhecido pelo nome de “Vaca Muerta”, para se ter uma ideia de onde estão querendo amarrar o burro do BNDES.  
A principal notícia no mundo dos negócios é a monumental fraude contábil das Lojas Americanas, em cujo comando figura o empresário Jorge Paulo Lemann, estrela entre os bilionários de esquerda do Brasil e grande destaque na ala dos apoiadores capitalistas do presidente. Os juros continuam em 13,75% ao ano, como resultado das expectativas ruins em relação à inflação. 
 
O mercado, a cada dia, mostra que não confia nem na competência e nem nas intenções da equipe econômica — e Lula, em vez de olhar para os problemas reais que provocam essa desconfiança, fica bravo com o mercado. O Ministério da Agricultura, peça-chave para a área mais produtiva da economia brasileira, está sendo substituído por um “Ministério do Desenvolvimento Agrário”. 
Os números do seu governo, inevitavelmente, vão começar a cair no noticiário e na vida real das pessoas — e não poderão ser suprimidos com discursos sobre a “herança maldita” de Bolsonaro, a guerra na Ucrânia e o “genocídio” dos ianomâmis.  
O presidente, queira ou não queira, vai ter de conviver com a realidade.

Leia também “Um governo em guerra contra quem produz”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste 

 

 

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

[Eles querem vingança ]Só conciliação sem punição não basta para evitar a volta de Bolsonaro

Folha de S. Paulo - Marcelo Coelho

Criadores da máquina de ódio, de genocídio e de golpismo precisam ser punidos

Foi por pouco. O político mais popular do país obteve pequena margem de votos [e está eleito] sobre o pior presidente da história do Brasil. Na avenida Paulista reconquistada, a sensação na noite da vitória foi de alívio e de "volta ao normal".

Não quero ser estraga-prazeres, mas ainda estamos longe de voltar ao normal —e, se tiver dúvida, leia novamente o primeiro parágrafo. Escrevo sem saber que fim terá o movimento de protesto dos caminhoneiros, iniciado sob a obstinada recusa de Bolsonaro em admitir a derrota. Seja como for, o problema vai além desse episódio.

[Prezados leitores: rogamos, encarecidamente, que leiam com atenção a íntegra do texto (a leitura dos nossos comentários fica a critério dos senhores e senhoras). 
Entendemos que a leitura integral e atenta do texto é essencial e sua divulgação. O jornalista Marcelo é, digamos, porta-voz, arauto de uma vingança contra todos que não apoiaram e não concordarem em apoiar a esquerda e seus objetivos de vingança.
POR FAVOR, LEIAM E TIREM SUAS CONCLUSÕES
Uma pergunta: quem vocês consideram genocida? o presidente Jair Bolsonaro que providenciou que a vacina contra a covid-19 começasse a ser aplicada no Brasil menos de 50 dias da primeira aplicação, comercial, no Reino Unido ou o individuo que fala o mostrado no vídeo abaixo:

 

Está bem claro que o individuo, atualmente o eleito, agradece a natureza pelo coronavírus.

O jornalista chega ao ponto de propor um tribunal de Nuremberg. Abaixo:

Folha de S.Paulo on Twitter: "#OPINIÃO Marcelo Coelho

há 2 dias Nos falta é um Nuremberg, já que no fim da Ditadura resolvemos anistiar os criminosos. É uma conta que nos volta para assombrar, com gente ...

Será um erro se as forças democráticas do país resolverem adotar, mais uma vez, a linha da conciliação, da "bola pra frente", do "vamos cuidar do que interessa de fato, emprego, comida na mesa do povo".

A tendência é obviamente essa, a começar pelo desempenho, a meu ver fraquíssimo, de Lula no último debate. [desempenho medíocre, covarde e que não surpreendeu a ninguém - nem ao mais leso dos petistas = perda total; 
afinal, a cada pergunta que o presidente Bolsonaro iniciava, o eleito se apavorava, tinha um pré infarto, temendo que roubo e corrupção fossem o tema da questão.]

Sobre um fundo vermelho, há vários formatos de engrenagem partidos, estampados com mandíbulas de cachorros.

Sobre um fundo vermelho, há vários formatos de engrenagem partidos, estampados com mandíbulas de cachorros.
Ilustração de André Stefanini para coluna de Marcelo Coelho - André Stefanini

Pode-se dizer que temas como o respeito à Constituição, independência do Ministério Público, separação entre os Poderes são muito distantes do cotidiano da maioria. Mas não custava traduzir isso em lemas de compreensão geral, como aliás aconteceu um pouco no discurso de Lula ao celebrar sua vitória. [escreveram para o eleito ler, apenas ler, já que ele próprio e seus asseclas mais próximos não pretendem seguir tais temas.]

Refiro-me à ideia de que é preciso "baixar as armas" e superar a "política do ódio" que caracterizou os últimos quatro anos. Isso todo mundo entende.Comida, meio ambiente, saúde, educação, cultura, ciência, essas prioridades que Bolsonaro pisoteou escandalosamente— devem ser respeitadas em qualquer governo "normal". [o Brasil tem cultura? pornografia do tipo ' macaquinhos' = dedos no ânus  agora se chama cultura? 'queermuseu' é cultura?
 Deixamos de comentar os demais valores, para poupar nossos 'dois leitores'.]

Uma nova tarefa se impõe: a de justamente garantir essa normalidade, protegendo e aperfeiçoando a democracia. Para isso, apenas a conciliação não basta.Lula poderá tocar o governo como sempre tocou, recompondo sua base de apoio no centrão, com os métodos habituais.[métodos habituais? o repórter está autorizando o eleito, a, quando presidente, comprar o Congresso = corrupção, roubo. Tal conselho é no mínimo,  apologia ao crime = crime] É preciso não querer ver a realidade para ignorar que sua política econômica será, se não de centro, de centro-direita. O problema —não só dele, mas de todos os democratas— não é o que fazer com o governo, mas o que fazer com o clima que se instituiu na sociedade.

Falar só em "esquecer as divisões" não adianta. É preciso enfrentar de uma vez a causa dessas divisões —e cada dia que se perder nisso tornará mais difícil a tarefa. Diferenças de opinião e preferência partidária sempre existiram. O que não existia, pelo menos nas últimas décadas, é uma indústria ideológica voltada a criar racismo, homofobia, fanatismo político-religioso, violência e autoritarismo. O mero apoio à liberdade de expressão não dá conta do que acontece. [se percebe que o jornalista é tão democrático quanto Mao, Pol Pot, Kim Jong-un - coincidentemente, todos comunistas - 'não estando nos preceitos dele, nos manuais da esquerda, são frutos de um 'indústria ideológica' que deve ser destruída. Em sua ótica, 'liberdade de expressão' é válida, formidável, para defender a esquerda.]

Se não gostarem da palavra "controle", posso inventar outra. Mas uma clara vigilância e regulação do que se passa nas redes sociais é, a meu ver, incontornável. Não é só durante as eleições que providências como as do TSE são necessárias. [também defende a censura =  que o Brasil seja tutelado pelos editores - nesse aspecto certamente conta com o apoio do ministro Toffoli.]

Os estudiosos de redes sociais sabem o quanto cada usuário está exposto a algoritmos que o conduzem, imperceptivelmente, a ideias cada vez mais radicais e viciantes. É uma contaminação deliberada, e talvez fosse possível criar um algoritmo inverso, que, por assim dizer, criasse "anticorpos" para isso.

Há também um investimento social a ser feito na educação, e não digo apenas escolar. Falta organizar os comunicadores de boa vontade para dissolver o que se acumulou de ignorância na mentalidade de tanta gente.[também quer emprenhar excrescências como 'ideologia de gênero', 'linguagem neutra', e outros valores amorais nos ouvidos de nossas crianças.]

Tudo isso é bonito, mas minha convicção é que uma boa dose de dureza também é necessária. Será suicídio deixar essa gente —a começar pelo próprio Bolsonaro—sem nenhuma punição. Já sabemos no que deu a anistia aos torturadores do regime militar. [foi provada a culpabilidade dos acusados? vamos citar apenas um - por estar entre os mais execrados - o coronel CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA, foi acusado várias vezes, julgado e NUNCA FOI CONDENADO - não precisou ser descondenado, visto que não foi condenado, nunca apresentaram provas que mostrassem que ERA CULPADO.]   medida foi necessária, num momento incerto. O resultado, hoje, é a permanência de uma mentalidade militar ainda golpista, autoritária, capaz de comemorar seus crimes como grandes atos de patriotismo, sem nenhuma autocrítica.

É urgente reverter a política de armamentismo liderada por Bolsonaro. Não se trata de "baixar as armas". Trata-se de confiscá-las, a menos que queiramos outras Carlas Zambellis promovendo a desordem e a insegurança pública.[confiscá-las e repassar para esquerdistas covardes e que anseiam por uma oportunidade de ser um guerrilheiro  tipo Zé Dirceu - guerrilheiro de festim - ou um Marighella, um Diógenes do PT, um Clemente e outras coisas do tipo? ou repassá-las para o crime organizado, incluindo, sem limitar, MST, MTST e coisas do tipo?]

As concessões de canais de TV a igrejas caça-níqueis teriam de ser revertidas. Não está escrito na Bíblia nem na Constituição que emissoras e redes de comunicação possam fugir tão claramente de seus propósitos educativos e culturais.[algumas emissoras de TV, é dispensável citá-las, por ser público e notório que se transformaram em partidos políticos e alguns repórteres passaram até a proferir sentenças absolutórias durante entrevistas.]

Nos canais de YouTube e coisas parecidas, alguns influencers foram importantes para se contrapor à treva bolsonarista. Essa luta tem de continuar. Lula não viverá para sempre; sem um combate dispendioso, contínuo e inteligente, a extrema direita vai voltar. [só volta quem foi embora; os que não foram, permanecem; e a DIREITA e seus valores e ideais estão presentes, continuarão presentes, crescendo e se consolidando.]

Marcelo Coelho - Folha de S. Paulo