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domingo, 9 de outubro de 2022

Bolsonaro x Lula: O mistério dos votos escondidos do Datafolha

Entenda

Apesar das explicações insuficientes até o momento – para os erros cometidos por muitos institutos de pesquisas no primeiro turno, o Datafolha é o que mais tentou se aprofundar no fenômeno.

Enquanto outros soltaram notas lacônicas com a informação rasa de que as pesquisas são “retratos do momento”, o Datafolha primeiro apontou um voto útil dos eleitores de Ciro Gomes em Jair Bolsonaro à medida que o dia 2 de outubro se aproximou.

Como já explicado pela coluna, essa primeira explicação não faz sentido por questões aritméticas (entenda aqui) e porque os erros em relação ao voto bolsonarista foram muito mais expressivos e não ocorreram apenas no que diz respeito à disputa presidencial.

A maioria dos Institutos não captou número grande de eleitores da extrema-direita que votaram em governadorescaso do próprio estado de São Paulo onde o Datafolha deveria nadar de braçada – e em vários candidatos ao Senado que fazem parte desse movimento político e que foram eleitos Brasil afora.

Pois bem.

Neste domingo, 9, o Datafolha mostra outra face do problema ao informar que 8% dos eleitores de Lula definiram o voto no ex-presidente no final de semana da eleição, enquanto 7% dos que apertaram o número de Bolsonaro na urna também escolheram o atual presidente entre o sábado e o domingo de eleição.

O instituto ainda afirma que, entre os eleitores de Simone Tebet, 25% deles tomaram a decisão em cima da hora, enquanto 18% dos que votaram em Ciro Gomes fizeram a escolha também no fim-de-semana do pleito.

Os dados foram divulgados na Folha, que explicou que – somando os votos de todos os candidatos – um em cada dez eleitores escolheu seu candidato na véspera do primeiro turno.

É uma forma de explicar o fenômenoe também de mostrar que as pesquisas não têm tempo de captar aquela decisão final do eleitor. Isso é verdade.

O único problema disso tudo é que o Datafolha acertou – dentro da margem de erro – os votos em Lula, Tebet e Ciro, mas errou por seis pontos percentuais o número de eleitores que Jair Bolsonaro teve no primeiro turno.

Isso só mostra que a conta, mesmo com essa nova explicação, continua sem fechar. É o mistério do voto escondido. Ou envergonhado.

Coluna Matheus Leitão - Revista VEJA


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Lula x Bolsonaro, recado ao centro

A última rodada de pesquisas, notadamente a CNT/MDA, fez cair da cadeira muita gente que já se considerava livre do ex-presidente Lula, sobretudo no mercado. Mostrou, acima de tudo, a resiliência do petista. Com toda a pancadaria diária da Lava Jato, a condenação por Sérgio Moro, as sete denúncias e a quase delação de Antônio Palocci, o ex-presidente continua tendo o apoio de uma fatia de cerca de 30% do eleitorado. 


Independentemente do que irá acontecer, se teremos ou não Lula na cédula presidencial de 2018, esse é um dado que terá enorme influência no pleito. Da mesma forma como é preciso destacar e prestar muita atenção nos quase 20% que, neste momento, mostram sua preferência pelo outro extremo, onde está Jair Bolsonaro. [Bolsonaro,  se candidato,  e Lula  pudesse ser candidato - não poderá,  pelo simples motivo de estar puxando cadeia  -  BOLSONARO  ganharia com folga do coisa ruim;
mas, Lula estará encarcerado, sendo um sentenciado estará pagando uma das penas  devidamente encarcerado e qualquer outra coisa que for indicada para substituir o ex-filho do Brasil, perderá também para o futuro presidente da República: JAIR MESSIAS BOLSONARO.] 
 
A mais de um ano da eleição, e com uma brutal incerteza no jogo – Lula fica ou não? -, essa polarização entre esquerda e direita pode ser passageira. Mas manda um recado importante para o centro: pulverizados entre diversas candidaturas e envolvidos em lutas fratricidas, os partidos do meio do espectro ideológico (se é que isso ainda existe) correm o risco de não botar ninguém no segundo turno.

Com um conjunto de nomes que vão do senador Álvaro Dias ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, passando pelos dois tucanos que mais se bicam do que qualquer coisa, Geraldo Alckmin e João Dória, e até por Marina Silva – que deixou de ser de esquerda há muito – o centro corre o risco de repetir 1989. Na primeira eleição direta pós-ditadura, uma profusão de candidatos – grandes nomes do quilate de Ulysses Guimarães, Mário Covas, Leonel Brizola, entre outros – dividiu o eleitorado e enviou ao segundo turno as duas pontas do arco: Fernando Collor e Lula.

Evidentemente, o cenário hoje guarda grandes diferenças com o daquela época. Mas a equação final pode ser parecida na matemática da divisão dos votos do primeiro para o segundo turno. Sem um nome minimamente forte, que atraia o eleitor que não está nem à direita e nem à esquerda, a tendência é que os votos centristas se espalhem para, em seguida, se dividir entre os pólos.

Alguns, mesmo não gostando do PT e do ex-presidente, vão votar em Lula para evitar a eleição de Bolsonaro, com seu viés autoritário e destemperado. E vice-versa: o efeito contrário se produzirá nos antipetistas mais ferrenhos, que podem adotar o deputado-capitão para não eleger de novo o PT. Nesse caso, os centristas, inclusive os tucanos, que vêm figurando entre os finalistas da corrida presidencial desde 1994, morrem na praia.[nada contra a ilustre articulista; até as pedras sabem que apesar de ser bem informada, padece de um mal que desperta compaixão: lulopetista fanática e claro que Lula quando presidente e criou aquela emissora de TV - a TV Lula, cuja principal característica era ter um traço como indicador do seu nível de audiência, sendo sabido que traço = _____________  = ZERO - Lula a tirou do jornal O Globo e a nomeou ministra da Comunicação Social, algo assim (tenho dúvidas se foi ministra do  reeducando Lula ou da escarrada ex-presidente Dilma.

Então, não é surpresa,  que na concepção da articulista Lula já esteja eleito.
Ledo engano.
O estrupício, o maldito de Garanhuns, a excreção do cruzamento de Satanás com Lúcifer, não será eleito.


Primeiro, não obterá nem 20% dos votos.
E, antes de tudo, sequer será candidato = até as próximas eleições no mínimo o coisa ruim terá sido condenado umas cinco vezes e pelo menos duas em segunda instância e estará puxando uma cadeia estilo Marcelo Odebrecht e outros condenado.
Quanto à jornalista Helena Chagas, continuo apreciando seu trabalho jornalístico  - tanto que o transcrevo, mesmo discordando de quase tudo.]

É esse o principal aviso aos navegantes trazido pela atual rodada, aconselhando Alckmin e Dória, por exemplo, a resolverem logo suas desavenças. Ambos tiveram desempenho medíocre na CNT/MDA (8,7% e 9,4%, respectivamente), mas o prefeito de São Paulo sai mais arranhado. Parou de crescer e estacionou, mesmo depois de um tremendo esforço midiático e marqueteiro nos últimos meses. Mas a luta continua, sobretudo entre os dois.
Muitas águas ainda vão rolar até a eleição, e poderão arrastar com elas Lula e Bolsonaro. Ainda assim, há solidez nos 30% que hoje votariam em Lula, mostrando não ter o quesito corrupção como principal referência e ter memória viva dos tempo de pleno emprego e bem estar social dos governos petistas.

É a pobreza, estúpido! – escrevemos aqui certa vez. É motivação suficiente para levar esse eleitor, ao menos em parte, a migrar para um candidato apoiado pelo ex-presidente. Lula passaria de candidato a forte eleitor se for tirado do jogo pela Justiça.  Da mesma forma, a turma que está hoje com Bolsonaro pode se decepcionar com ele por uma série de razões, sobretudo quando ele começar a abrir a boca nos debates e entrevistas da campanha. Mas se esse eleitorado antipetista não tiver um nome que o substitua, de preferência novo, tende a se dividir entre diversas candidaturas ao centro e à direita, se elas continuarem existindo. O recado é claro, mas dificilmente será assimilado no ambiente de exacerbação que tomou conta da política, trincando projetos, fragmentando partidos e triturando seus protagonistas.

 Fonte: Helena Chagas - Blog do Noblat