Taxa de desemprego recua
para 12,4% no terceiro trimestre
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,4% no trimestre
encerrado em setembro deste ano, de acordo com os dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados
nesta terça-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
O resultado ficou em linha com a mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo
Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego de 12,30% a 12,70%.
No trimestre encerrado em agosto, a taxa de desemprego estava
em 12,6%. No trimestre terminado em setembro de 2016, a taxa de
desemprego medida pela Pnad Contínua foi de 11,8%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.115 no trimestre
encerrado em setembro. O resultado representa alta de 2,4% em relação a
igual período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$
188,1 bilhões no trimestre até setembro, alta de 3,9% ante igual período
do ano anterior.
País tem 13 milhões de pessoas sem emprego.
Indicador chegou a 13,7% em março
A taxa de
desemprego ficou em 12,4% no terceiro trimestre, encerrado em setembro,
informou o IBGE nesta terça-feira. Os dados são da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Mensal. Em agosto, o indicador havia
ficado em 12,6%. Ao todo, são 13 milhões de desempregados. Assim como tem
ocorrido em meses anteriores, a melhora do mercado de trabalho no terceiro
trimestre foi puxada pelo setor informal.
A
expectativa do mercado financeiro era que o desemprego ficasse em 12,4%,
segundo a mediana de 30 projeções compiladas pela Bloomberg. A previsão mais
otimista esperava que a taxa caísse para 12,2%. Já a mais pessimista previa
alta para 12,7%. A taxa de desemprego chegou a 13,7% no
trimestre encerrado em março e começou a cair a partir de abril. No
segundo trimestre, encerrado em junho, a taxa de desemprego havia ficado em
13%. O dado do terceiro trimestre, portanto, representa um recuo de 0,6 ponto
percentual do indicador. Mas em relação ao terceiro trimestre de 2016, quando o
desemprego estava em 11,8%, houve uma alta de 0,6 ponto percentual.
Apesar do
cenário de retomada do mercado de trabalho, o país ainda está longe de se
recuperar completamente. Segundo Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e
rendimento do IBGE, a média de desempregados do ano passado foi de cerca de 11
milhões de pessoas. Só até o terceiro trimestre deste ano, essa média já está
em 13,5 milhões. Nas
contas do técnico do instituto, a fila do desemprego precisaria diminuir em 6,5
milhões de pessoas até o fim do ano para que 2017 termine melhor que no ano
passado. - Nós
temos um contingente expressivo de pessoas desocupadas. A expectativa é se
vamos fechar o ano de 2017 com menos pessoas desocupadas do que no ano passado?
Não posso fazer previsão, mas posso apontar que tem que reduzir em 6,5 milhões
para que na média de 2017 fique inferior ou igual do ano passado - afirmou o
especialista.
Na
comparação com o segundo trimestre, o número de desocupados diminuiu em 524 mil
pessoas. Isso significa que a fila do desemprego ficou 3,9% nesse período. Já a
população ocupada, formada pelos trabalhadores que estão na ativa, seja formal
ou informalmente, cresceu em 1,1 milhão de pessoas no mesmo período, ficando em
91,3 milhões de brasileiros. O setor informal puxou a recuperação do mercado de
trabalho, como vem ocorrendo nos últimos meses. Na comparação com o segundo
trimestre do ano, o número de trabalhadores com carteira assinada ficou
praticamente estável. O contingente encolheu em 31 mil pessoas (ou 0,1%, variação
considerada irrelevante estatisticamente), para 33,3 milhões de trabalhadores.
Já o grupo dos empregados sem carteira cresceu em 288 mil pessoas, também na
passagem entre o segundo e o terceiro trimestre do ano. Isso representa uma
alta de 2,7%. Os sem carteira no país já somam 10,9 milhões de trabalhadores.
Também
houve alta no número de trabalhadores por conta própria, que cresceu 1,8% (o
equivalente a 402 mil pessoas) e chegou a 22,9 milhões de pessoas. Enquanto
isso, os empregadores (que são os empreendedores que empregam pelo menos uma
pessoa), ficaram praticamente estáveis em 4,2 milhões de brasileiros (alta
discreta de 54 mil pessoas, ou 1,3%).
RENDIMENTO
No
terceiro trimestre, o rendimento médio do trabalhador brasileiro ficou
praticamente estável, em R$ 2.115. Nos três meses anteriores, essa média estava
em R$ 2.108. O valor também teve variação insignificante em relação ao mesmo
período do ano passado, quando estava em R$ 2.065. Já a
massa de rendimento real, que é um importante indicador sobre o poder de
consumo das famílias, cresceu 1,4% em relação ao segundo trimestre, para R$
188,1 bilhões. Isso significa que os brasileiros tinham no bolso R$ 2,7 bilhões
a mais, na comparação com o período encerrado em junho. Também houve um aumento
de R$ 7 bilhões (ou 3,9%), em relação ao estimado no terceiro trimestre do ano
passado. A massa de rendimento cresce quando renda e população ocupada crescem
e é um dos motivos por trás do início da retomada do consumo das famílias, que
é uma das apostas para impulsionar a atividade econômica nos próximos meses.
Considerando
os setores da economia, o aumento das vagas no terceiro trimestre, frente aos
três meses imediatamente anteriores, foi puxado administração pública, onde o
número de ocupados cresceu em 249 mil pessoas, para 15,8 milhões (variação de
1,6%). O setor de informação e comunicação também registrou forte crescimento,
com 241 mil empregos a mais, em relação ao trimestre anterior, para 10 milhões
de trabalhadores.
Outro destaque foi o segmento de alojamento e alimentação,
onde o número de empregados cresceu em 175 mil pessoas, para 5,2 milhões de
trabalhadores. De acordo
com os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), do Ministério do Trabalho, o país criou mais de 34 mil vagas
com carteira assinada em setembro. Foi o sexto mês em que o saldo entre
admissões e demissões ficou positivo. Os dados
têm reforçado uma visão otimista do mercado financeiro e da equipe econômica em
relação ao mercado de trabalho. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles,
chegou a garantir que o número de desempregos no país “vai cair todo mês”.
Fonte: O Estado de S. Paulo/ O Globo