Sabe-se que a Caixa Economica Federal já está sendo alvo do TCU por criar uma Empresa para Propósito Específico, o que equivale, por baixo dos panos, em bom português: a Caixa criou uma empresa que permite evitar licitações.
Com a corrupção que assola o País, institucionalizada desde 2003, é perfeitamente normal que o Porto Maravilha seja na realidade o PORTÃO MARAVILHOSÃO para acesso ao mundo maravilhoso com mais fontes de corrupção.
Deu no O Globo:
Luiz Fernando Janot
O jogo jogado
Na contramão da tendência mundial, o Rio optou por concentrar na Barra da Tijuca a maioria dos seus equipamentos olímpicos
Desde as grandes obras
realizadas no Rio durante os governos Carlos Lacerda e Negrão de Lima,
na década de 1960, não se assistia a tantas intervenções urbanas
acontecendo ao mesmo tempo. O fato de a cidade ter sido eleita para
sediar as Olimpíadas de 2016 foi fundamental para alavancar esse
conjunto de realizações. Não obstante o otimismo quanto ao sucesso a ser
alcançado por ocasião do evento, paira no ar uma expectativa em relação
ao legado que essas obras deixarão para a cidade e para a sua
população. Este aspecto poderia ter sido contemplado previamente se o
projeto da nossa candidatura tivesse a transparência desejada.
Infelizmente, o caráter sigiloso que pautou a formulação da proposta
impediu que as soluções apresentadas fossem amplamente discutidas e
avaliadas, sobretudo pelo viés urbanístico.
Se os equipamentos olímpicos ficassem concentrados na região portuária, certamente, os benefícios para a cidade, para a Região Metropolitana e para o grande contingente de pessoas que se desloca diariamente dos subúrbios e municípios vizinhos para o Centro teriam sido bem mais proveitosos. Bastava concentrar investimentos na melhoria da rede ferroviária e na sua integração com o metrô. Mas, para aquela área já havia sido prevista uma operação urbana consorciada concedendo a um consórcio de empreiteiras a responsabilidade pela sua reurbanização e gestão por um período de 15 anos, com recursos repassados pela Caixa Econômica Federal.
Independentemente dos bons resultados que as obras do “Porto Maravilha” começam a apresentar, não há como deixar de manifestar certa preocupação com o impacto que os megaempreendimentos imobiliários planejados para aquela localidade irão provocar no restante da área central da cidade. Haverá demanda suficiente para absorver a imensa oferta de imóveis comerciais e empresariais idealizados para o local? Ou, para compensar, será estimulada a transferência de instituições e empresas instaladas no antigo Centro, como é o caso do Banco Central e de algumas empresas privadas?
Vemos ainda, como agravante, a possibilidade de esvaziamento de alguns prédios na área central da cidade que são hoje ocupados pela Petrobras e por empresas coligadas em virtude da crise recessiva em que ela se encontra. Acrescente-se a este fato a notícia divulgada recentemente na imprensa de que a Vale estaria transferindo alguns dos seus setores para a Barra da Tijuca. Fica então a pergunta: será que, em meio à atual perspectiva de recessão, teremos investidores nacionais e estrangeiros interessados em ocupar os megaempreendimentos imobiliários previstos no projeto do Porto Maravilha? Ou será que, no final das contas, veremos a Caixa Econômica segurando o mico até que a situação econômica melhore?
Continuar lendo ................................ Luiz Fernando Janot é arquiteto e urbanista
lfjanot@superig.com.br
Se os equipamentos olímpicos ficassem concentrados na região portuária, certamente, os benefícios para a cidade, para a Região Metropolitana e para o grande contingente de pessoas que se desloca diariamente dos subúrbios e municípios vizinhos para o Centro teriam sido bem mais proveitosos. Bastava concentrar investimentos na melhoria da rede ferroviária e na sua integração com o metrô. Mas, para aquela área já havia sido prevista uma operação urbana consorciada concedendo a um consórcio de empreiteiras a responsabilidade pela sua reurbanização e gestão por um período de 15 anos, com recursos repassados pela Caixa Econômica Federal.
Independentemente dos bons resultados que as obras do “Porto Maravilha” começam a apresentar, não há como deixar de manifestar certa preocupação com o impacto que os megaempreendimentos imobiliários planejados para aquela localidade irão provocar no restante da área central da cidade. Haverá demanda suficiente para absorver a imensa oferta de imóveis comerciais e empresariais idealizados para o local? Ou, para compensar, será estimulada a transferência de instituições e empresas instaladas no antigo Centro, como é o caso do Banco Central e de algumas empresas privadas?
Vemos ainda, como agravante, a possibilidade de esvaziamento de alguns prédios na área central da cidade que são hoje ocupados pela Petrobras e por empresas coligadas em virtude da crise recessiva em que ela se encontra. Acrescente-se a este fato a notícia divulgada recentemente na imprensa de que a Vale estaria transferindo alguns dos seus setores para a Barra da Tijuca. Fica então a pergunta: será que, em meio à atual perspectiva de recessão, teremos investidores nacionais e estrangeiros interessados em ocupar os megaempreendimentos imobiliários previstos no projeto do Porto Maravilha? Ou será que, no final das contas, veremos a Caixa Econômica segurando o mico até que a situação econômica melhore?
Continuar lendo ................................ Luiz Fernando Janot é arquiteto e urbanista
lfjanot@superig.com.br