Já houve um tempo em que, em situações assim, Lula se comportaria como o garoto da poesia “Meus Oito Anos”, de Casimiro de Abreu: iria com “a camisa aberta ao peito, pés descalços, braços nus”.
Hoje, o Apedeuta é obrigado a mobilizar uma tropa de criminalistas, tem de contar com a artilharia dos deputados petistas e precisa se esconder.
Ou por outra: Lula sabe que dar um jeito de não depor corrói um pouco mais a sua imagem.
Mas isso significa também quem ele tem a certeza de que falar seria ainda pior
[o mais grave é que sabemos que Lula é burro - pedimos perdão aos muares;
por algum tempo, alguns incautos achavam que a sorte do Lula era inteligência, mas, agora é notório que Lula e uma toupeira rivalizam em falta de inteligência.
Quando a dona Marisa, não consegue formar uma frase com vinte palavras.
Os dois depondo, separadamente, será um desastre.
Só que não depondo será o fim político do apedeuta.]
Luiz Inácio
Lula da Silva e Marisa Letícia não vão mais depor nesta quarta sobre o
polêmico tríplex do Guarujá, no edifício Solaris. Os respectivos
depoimentos da dupla estavam marcados para as 11h e 13h no Fórum
Criminal da Barra Funda, em São Paulo, mas foram suspensos por liminar
concedida por Valter Shuenquener de Araújo, membro do Conselho Nacional
do Ministério Público (CNMP), atendendo a pedido encaminhado pelo
deputado petista Paulo Teixeira (SP).
Já houve um
tempo em que, em situações assim, Lula se comportaria como o garoto da
poesia “Meus Oito Anos”, de Casimiro de Abreu: iria com “a camisa aberta
ao peito, pés descalços, braços nus”. Hoje, o Apedeuta é obrigado a
mobilizar uma tropa de criminalistas, tem de contar com a artilharia dos
deputados petistas e precisa se esconder. Ou por outra: Lula sabe que
dar um jeito de não depor corrói um pouco mais a sua imagem. Mas isso
significa também quem ele tem a certeza de que falar seria ainda pior.
Lula e Marisa estão com medo.
Teixeira
encaminhou mais do que um pedido ao CNMP. Ele enviou um enorme chororô
que demonstra, adicionalmente, o ódio que tem — e que contamina todo o
seu partido — pela imprensa livre. A íntegra de sua petição está http://s.conjur.com.br/dl/representacao-cnmp-paulo-teixeira.pdf.
Uma parte da
argumentação do deputado apela à questão técnica. Diz ele que a
denúncia está em fase de instrução na 5ª Vara Criminal do Fórum Criminal
de São Paulo e que ato normativo impõe que dela se encarregue a 1ª
Promotoria de Justiça. O promotor do caso, Cássio Roberto Conserino, é
da segunda. Isso violaria o princípio do promotor natural.
Teixeira não
parou por aí. Alega que, ao afirmar em entrevista à VEJA que iria, sim,
denunciar Lula e Marisa, Conserino antecipou uma decisão à revista.
Até aí, vá lá, eu mesmo já disse que ele não deveria tê-lo feito — à
revista, que se registre, cabe publicar. Um veículo de comunicação não é
guardião de sigilo nem bedel de promotor.
O que é
estupefaciente é o juízo de valor que Teixeira faz sobre a VEJA. Segundo
ele, trata-se de um “veículo de imprensa notoriamente engajado na
persecução pessoal e política do ex-presidente Lula e do Partido dos
Trabalhadores”.
A VEJA só
pode receber como elogio a opinião que dela tem Paulo Teixeira, não é
mesmo? Ora, pense um pouquinho: tente-se lembrar, ou recorra ao arquivo,
de todas as reportagens que a revista publicou sobre os desmandos
petistas. À luz do que se sabe, quem estava falando a verdade? A VEJA ou
o PT?
O ridículo
chega a seu estado da arte quando Teixeira infere que houve uma relação
de troca. Segundo ele, “O Reclamado (Conserino) teve por objetivo,
nitidamente, agradar os donos e responsáveis pela revista, em troca de
um espaço de promoção pessoal que lhe foi efetivamente concedido”.
Como, no PT,
quem tudo decide é o dono — vale dizer: Lula —, Teixeira imagina que o
mesmo se passe na VEJA. Este senhor desconhece o fundamento da
independência editorial porque deve estar acostumado a lidar com os
ditos “blogs sujos” — que hoje adotam tal designação sem nenhuma
vergonha; são mesmo uns sem-vergonhas —, que fazem seu jornalismo de
joelhos para o PT.
Segundo
Teixeira, todo mundo agora que conceder uma entrevista a um veículo de
comunicação estará fazendo uma troca com o dono. Quando Dilma falar a
algum jornal, a alguma revista ou a alguma TV, vamos perguntar quais
foram as benesses trocadas. Teixeira é
um notório militante em favor da descriminação da maconha. Mas vou
apostar que estivesse sóbrio quando redigiu seu trololó. Acho que ele
não precisa queimar um mato para escrever besteira.
Shuenquener
de Araújo não entrou no mérito nem fez considerações sobre a
argumentação de Teixeira. Apenas suspendeu os depoimentos em caráter
liminar — e nem havia a certeza de que o casal compareceria — para que
seja examinado, então, pelo plenário do Conselho.
Segundo o
conselheiro, o centro de sua decisão busca evitar uma eventual nulidade
da apuração caso exista mesmo o erro formal apontado, relativo à
distribuição. Até aí, vá lá.
Mas há
também uma consideração inaceitável. Segundo Shuenquener de Araújo, a
notícia de que grupos favoráveis e contrários a Lula estariam prontos a
se manifestar poderia “comprometer o regular funcionamento e a
segurança” do local. Aí não dá! Milícias do petismo sempre estarão
mobilizadas para defender a impunidade de seus líderes.
Serão elas agora a definir quando um petista presta e quando não presta depoimento?
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo