Na abertura dos trabalhos do STF, Janot afirma que
combate à corrupção é prioridade do MP
Sessão
foi uma das mais esvaziadas dos últimos anos; Dilma e Renan se ausentaram, mas
o recém-eleito presidente da Câmara, Eduardo Cunha, compareceu
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, afirmou
durante a abertura do Ano Judiciário, no Supremo Tribunal Federal (STF), que
uma das prioridades do Ministério Público é
o combate à corrupção. Numa referência à Operação Lava-Jato, que investiga
irregularidades na Petrobras, ele afirmou que a estratégia de seguir o dinheiro
da corrupção tem dado certo. — Nesse
reinício de jornada, destaco alguns temas que merecem real atenção dos poderes
constituídos na visão do Ministério Público brasileiro: a solidificação do
combate à corrupção com o fortalecimento das instituições e do regime
democrático. Quanto ao ponto, ressalto a estratégia até aqui adotada de seguir
o caminho do dinheiro parece ter sido correta. A reafirmação do indispensável
poder acusatório do Ministério Público - afirmou o procurador-geral da
República.
Durante
seu discurso Janot listou ainda outras
prioridades do Ministério Público, entre elas o ‘balizamento legal em relação ao financiamento público e privado das
campanhas eleitorais’, a melhoria das condições do
sistema carcerário, e a revisão da Lei da
Anistia, uma vez que a Corte Interamericana de Direitos Humanas
determinou em 2010 a investigação de crimes cometidos por agentes públicos
durante a ditadura. A lei, que é de1979, perdoou os
crimes do período e já foi alvo de questionamentos, mas o Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiu em 2010 que a lei é válida.
No tribunal existem recursos contra a decisão, mas ainda não há data para serem julgados. Mais recentemente, em dezembro do ano passado, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) recomendou a responsabilização dos agentes públicos perdoados pela Lei da Anistia. - Revisitar o tema da Lei da Anistia, em razão do julgamento do Estado brasileiro pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. O uso planejado do instituto da repercussão geral como instrumento de celeridade e eficiência do sistema de justiça. E a necessária valorização das carreiras dos servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público — afirmou Janot. [o Brasil ainda é, apesar dos esforços dos que são contra, uma NAÇÃO SOBERANA e não deve obediência a decisões da tal Corte Interamericana;
No tribunal existem recursos contra a decisão, mas ainda não há data para serem julgados. Mais recentemente, em dezembro do ano passado, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) recomendou a responsabilização dos agentes públicos perdoados pela Lei da Anistia. - Revisitar o tema da Lei da Anistia, em razão do julgamento do Estado brasileiro pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. O uso planejado do instituto da repercussão geral como instrumento de celeridade e eficiência do sistema de justiça. E a necessária valorização das carreiras dos servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público — afirmou Janot. [o Brasil ainda é, apesar dos esforços dos que são contra, uma NAÇÃO SOBERANA e não deve obediência a decisões da tal Corte Interamericana;
outro aspecto que os revanchistas
fazem questão de omitir quando pretendem obrigar o Brasil a se curvar às
decisões daquela corte é que eventual aplicação das decisões de qualquer
organismo internacional só se aplicam a uma Nação Soberana quando as mesmas
cuidam de fatos ocorridos em DATA POSTERIOR a da ADESÃO da nação interpelada e
o Brasil só ratificou sua adesão àquela corte bem após a promulgação da Lei da Anistia.
Outro fato que o ilustre
procurador-geral ‘esqueceu’ é que o Supremo já bateu o martelo em 2010 quando
decidiu que a Lei da Anistia é válida. É absurdo que uma decisão do STF fique
sujeita a pedidos de revisão infundados, já que são apresentados sem que surja
qualquer fato novo a justificar qualquer pleito de revisão.]
A cerimônia de reabertura do ano
judiciário
aconteceu na manhã desta segunda-feira, numa das
sessões de abertura dos trabalhos do STF
mais esvaziadas dos últimos anos. Até mesmo alguns ministros do tribunal se ausentaram. Os ministros
Luís Roberto Barroso e Luiz Fux não estavam presentes, porque, segundo
explicação de Lewandowski, seus voos foram cancelados. O hino nacional também não foi executado, obrigando a ser cantado à
capela, num coro puxado pelo presidente da corte, Ricardo Lewandowski. Ao
fundo, era possível ouvir o barulho
feito por manifestantes que estavam na Praça dos Três Poderes reivindicando reajustes
salariais.
ESTATUTO
DA MAGISTRATURA
Em seu
discurso, Lewandowski informou que mandará para o Congresso Nacional ainda este
ano o novo Estatuto da Magistratura. Ele lembrou que a lei atual é do tempo da
ditadura. Aproveitou para defender o trabalho dos juízes brasileiros, mas não
mencionou reajustes salariais. — Pensamos
que é chegada a hora de rediscutirmos as bases da Magistratura Nacional, de
maneira a colocarmos os nossos juízes em um patamar profissional e
institucional compatível com os inestimáveis serviços que prestam ao País.
Acreditamos que a ocasião é propícia para tanto, pois vivemos um momento
histórico ímpar em que desfrutamos de uma democracia amadurecida e de um
ambiente apto ao debate franco e aberto com todos os interessados nessa relevante
questão — afirmou o presidente do STF.
Lewandowski
voltou a se mostrar preocupado com o crescente número do processos nos
tribunais brasileiros. O ministro lembrou que, segundo o relatório Justiça em
Números, divulgado no ano passado, havia 95
milhões de processos em tramitação em 2013, um aumento de 3,3% em relação
ao ano anterior. Isso ocorreu mesmo com um crescimento de 1,7% na produtividade
dos juízes. — Os litígios judiciais têm
aumentado de forma exponencial, sem que os distintos Judiciários tenham logrado
dar efetiva vazão a essa crescente demanda, cujo atendimento célere e eficaz é
hoje legitimamente considerado um valor indispensável à vida em comunidade
— afirmou Lewandowski.
LAVA
JATO
Sobre a
Operação Lava-Jato, o ministro Marco
Aurélio se disse curioso com o desdobramento dos fatos. A expectativa é que
neste mês seja conhecida oficialmente a lista de políticos envolvidos no
esquema. — Todos nós estamos curiosos para saber o que há dentro desse embrulho —
disse Marco Aurélio.
Questionado sobre o possível
envolvimento do presidente reeleito do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na Operação
Lava-Jato, Marco Aurélio disse: - Vamos aguardar. Não devemos presumir o
excepcional. Se é que é excepcional considerar o envolvimento de uma autoridade
num processo-crime.
DOAÇÕES
DE CAMPANHA
O
presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Marcus Vinicius Furtado
Coêlho defendeu o fim das doações de empresas para campanhas eleitorais. No
primeiro semestre do ano passado, a maioria dos ministros se posicionou contra
o financiamento de empresas, mas um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes
suspendeu o julgamento. O presidente da OAB também defendeu que ninguém pode
ser julgado sem o trânsito em julgado, ou seja, quando a decisão for
definitiva, sem possibilidade de recurso. —
Ninguém pode sofrer condenação antes do trânsito em julgado — disse Marcus
Vinicius.
Compareceram o recém-eleito presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro Justiça, José Eduardo Cardozo, o
vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), e o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot. A presidente da República Dilma Rousseff e o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), foram convidados, mas não apareceram.
Fonte: O Globo