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domingo, 14 de abril de 2019

Dilma ou Guedes?

Bolsonaro: entre o estatizante dos 28 anos de Congresso ou o liberal da campanha
Independência do Banco Central, ponto positivo para o presidente Jair Bolsonaro. Ingerência na Petrobrás, ponto negativo para Bolsonaro. Na primeira, ele cumpriu a promessa liberal e modernizante de campanha, afinado com o ministro Paulo Guedes. Na segunda, foi intervencionista e atrasado, repetindo um dos erros grosseiros de Dilma Rousseff.

O aumento de 5,7% no preço do diesel foi uma decisão da Petrobrás que certamente teve boas justificativas técnicas, mas na hora errada e com um forte efeito político. O anúncio foi justamente no dia em que Bolsonaro comemorava os cem primeiros dias do governo e embaçou a repercussão do pacote de medidas. Mais do que isso, foi em meio a uma ameaça que paira sobre o governo e o País: a movimentação de caminhoneiros.

Ao saber do aumento, Bolsonaro agiu a la Dilma: mandou cancelar, sem avaliar consequências. Estava pensando no impacto sobre a inflação e a economia? Na sua popularidade? Ou nos caminhoneiros? Fortes e audaciosos, eles tiveram apoio do então deputado Jair Bolsonaro no teste de força com o governo Temer. Ganharam, causaram um colapso de abastecimento e interromperam a retomada do crescimento.
 [Bolsonaro,sabe tudo o que tem que ser feito para enquadrar os caminhoneiros, devolvê-los ao seu lugar de origem; 
se vacilar e não fizer o necessário, é por querer confusão.
E tudo que precisa ser feito tem amparo legal.

Multas pesadas sobre os veículos - encontradas no Código de Trânsito;
multas nas empresas que aderirem ao lockout - que alcançam milhões;
prisão para os empresários.
Fiscalização cerrada em cima dos caminhões - qualquer irregularidade, apreensão do veículo e da CNH do motorista.

A maior parte dos caminhoneiros autônomos tem elevado número de prestações dos seus veículos e os bancos não relutam em apreender os veículos dos inadimplentes  e os caminhoneiros quando paralisam não transportam mercadorias, mas, com os caminhões sem rodar, por estarem apreendidos por falta do pagamento das prestações e/ou das multas também não ganham.

Ainda existe medidas extremas que inclui confisco dos caminhões - eles precisam ser convencidos que não podem parar impunemente um País, um Brasil, destruir toda uma estrutura produtiva e ficarem cientes que se fizerem isso terão que ir disputar fretes nas rodoviárias utilizando carrinhos de bagagem, de tração humana.

O  mais importante: AS MULTAS SEREM IMPLACAVELMENTE COBRADAS.

Uma lembrança para encerrar: no governo Sarney os metalúrgicos da CSN, usina de Volta Redonda, pensaram que poderiam estabelecer seus próprios salários e passaram a fazer greve;
os caminhoneiros que na época a tudo assistiam, também começaram a se animar.

Sarney mandou tropas para CSN e a greve acabou e desde aquela época a negociação tem sido a solução - nada de chantagem, extorsão.
Os caminhoneiros logo perceberem que tanques podem retirar caminhões de pontos estratégicos das rodovias o caminhão pode ficar em um estado de 'perda total' e o seguro não cobre.
Se acalmaram.
Resolveram testar o Temer e este se ajoelhou e os caminhoneiros venceram - mas perdendo uma, eles desistem da próxima.

Salvo engano desse escriba para que alguém se apresente ao governo dizendo representar determinada categoria é necessário uma eleição formal, co um rito especifico;
hora de exigir desses representantes quando procurarem o governo para apresentar a extorsão, que comprovem sua legitimidade como representante - não comprovando, que saiam algemados para o DPE da Polícia Civil do DF.] 

Agora, voltam à carga e ameaçaram nova paralisação em 30 de março. Abortaram a ideia, mas deram seu recado.  Portanto, a decisão do presidente foi política e o mercado reagiu duramente. As ações da Petrobrás despencaram 8,76% na sexta-feira, com um prejuízo de R$ 32 bilhões. E a nova semana começa com reuniões palacianas e grandes dúvidas sobre o preço do diesel, a independência da Petrobrás e o compromisso liberal de Bolsonaro. Os investidores e a opinião pública estão boquiabertos.

Em vez de ajudar, o presidente piorou as coisas ao tentar justificar sua impulsividade. Diante de microfones, ele questionou como o preço do diesel pode subir 5,7%, se a inflação ficou abaixo de 5% (na verdade, 3,9%). Logo, ele desconhece que a inflação é a média de uma cesta de preços, uns sobem, outros caem. Na campanha, chamava o “Posto Ipiranga” para socorrê-lo. Agora, decidiu da própria cabeça, mesmo dizendo, candidamente: “Não sou economista, já falei que não entendo de economia”. E lascou: “Quem entendia afundou o Brasil, certo?”

Referia-se à economista Dilma, que contaminava as decisões da economia com suas convicções políticas e ideológicas. Adoeceu a Petrobrás e, com uma canetada, desestruturou o setor elétrico e passou aos investidores internacionais a mensagem de desrespeito não só ao liberalismo, mas aos próprios contratos. Dilma, porém, nunca enganou ninguém. Até tentou se ajustar à realidade nomeando Joaquim Levy como chefão da economia, mas ela foi o que sempre foi: estatizante, intervencionista, uma brizolista estacionada na década de 1960. Bolsonaro não. Ele pode até ser tudo isso, mas se elegeu com um discurso, uma promessa e um Posto Ipiranga em sentido contrário. Daí o rebuliço no mercado e nas mentes.

Quando se fala da quebradeira da Petrobrás nos anos do PT, associa-se à corrupção, ao aparelhamento, ao fatiamento partidário da maior e mais simbólica companhia do País. Mas não foi só isso. Um dado relevante na tragédia foi a política de preços populista do ex-presidente Lula e sua sucessora. Como vender abaixo dos preços internacionais? Só de 2014 a 2017, os prejuízos bateram em R$ 72 bilhões.

O presidente Bolsonaro tem todo o fim de semana para conversar, ouvir, ler e refletir para, na terça-feira, decidir se ele quer ser o Bolsonaro intervencionista e estatizante dos seus 28 anos de Congresso ou o Bolsonaro liberal e privatizante da campanha. Vai ter de optar entre Dilma Rousseff e Paulo Guedes e, de preferência, parar de sabotar o seu próprio governo.

Eliane Cantanhêde - O Estado de S.Paulo