Indicações partidárias na Defesa deixam militares em alerta
Os agentes da Polícia Civil do DF Marcello de Oliveira Lopes e Welber Lins de Albuquerque ocupam funções estratégias na pasta
A
indicação de dois personagens da política do Distrito Federal em cargos
sensíveis do Ministério da Defesa acendeu o alerta vermelho na cúpula
das Forças Armadas. Indicados pela deputada Celina Leão (PPS), os
agentes da Polícia Civil do DF Marcello de Oliveira Lopes e Welber Lins
de Albuquerque ocupam funções estratégias na pasta comandada pelo
deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE).
Conhecido
como Marcellão, Marcello Oliveira é o chefe de gabinete do diretor do
Instituto Pandiá Calógeras, órgão de estudos sobre estratégias de
defesa. Welber é assistente da Assessoria Técnica da Secretaria de
Controle Interno do Ministério da Defesa. [o certo para o Brasil é extinguir o ministério da Defesa, os Comandos das Forças Singulares voltarem a ser Ministérios, recriar o EMFA - Estado Maior das Forças Armadas (com status de Ministério) e cada Ministério Militar ficar sob o comando de um oficial general, quatro estrelas, da Força pertinente e adotar no Comando do EMFA um sistema de rodízio entre quatro estrelas das três Forças singulares.
Estabelecer que o cargo de secretario de Segurança Pública, pelo menos no DF, seja privativo de oficial superior de uma das Forças Armadas.
Com isso se restabelece o status necessário no Comando das Forças Armadas e se evita que profissionais de áreas que nada tem a ver com SEGURANÇA PÚBLICA comandem a Secretaria de Segurança Pública.
A criança do Ministério da Defesa foi um dos muitos erros de FHC e que precisa ser sanado com urgência.]
O
alerta da área de inteligência das Forças Armadas foi ligado quando a
Corregedoria da Polícia Civil do DF abriu um procedimento para averiguar
a participação de Welber e do delegado Flamarion Vidal em depoimento
que Celina colheu, em agosto do ano passado, com um hacker que clonou o
telefone celular do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). O episódio veio
à tona com a divulgação das gravações feitas com escuta ambiental,
instalada no gabinete da deputada Celina Leão, como diligência da
Operação Drácon.
Nas gravações, um assessor de
Celina avisa ter conversado com o delegado Flamarion Vidal, chefe da 4ª
DP (Guará), e ficou acertado que Welber acompanharia o depoimento de
Jefferson Rodrigues Filho, o homem que invadiu as mensagens de WhatsApp
de Rollemberg. O objetivo era obter informações que comprometessem o
governador do DF. Celina gravou o depoimento e o enviou à Polícia
Federal. A PF, por sua vez, encaminhou o caso para a direção-geral da
Polícia Civil.
Quando esteve no gabinete de
Celina, Welber já estava cedido pela Polícia Civil ao Ministério da
Defesa. Flamarion explicou ao Correio que não tinha informações sobre o
conteúdo do depoimento e apenas orientou o agente sobre como proceder se
houvesse uma tentativa de extorsão por parte do suposto estelionatário.
Welber
foi nomeado no Ministério da Defesa no mesmo ato que designou Marcellão
para o Instituto Pandiá Calógeras. Também chamou a atenção da
inteligência das Forças Armadas o fato de o agente da Polícia Civil ter
sido investigado na CPI do Cachoeira, no Congresso. Conversas de
Marcellão com representantes da Delta Engenharia foram interceptadas
pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, que investigou a
influência de Carlos Cachoeira no poder político de Goiás e do Distrito
Federal. Na ocasião, Marcellão ocupava cargo na Casa Militar do governo
de Agnelo Queiroz e foi exonerado da função.
Apadrinhamento
O
Ministério da Defesa foi criado em junho de 1999, ainda no primeiro
semestre do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. À época,
substituiu três pastas: Marinha, Exército e Aeronáutica. Entre os
governos FHC, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o ministério
da Defesa teve nove chefes, incluindo Geraldo Quintão, José Alencar,
Nelson Jobim e Aldo Rebelo. Todos, em maior ou menor grau, com a
anuência e a aprovação dos militares. A atual grita das Forças Armadas
contra o apadrinhamento de indicados subterrâneos é uma novidade.
Fonte: Correio Braziliense