Cristina Serra
Momento recomenda paciência, mas manifestações mostraram que as ruas não têm dono
A cena tem a força de um acerto de contas com a história, ainda que
tardio. Neste domingo, em Bristol, na Inglaterra, a estátua de Edward
Colston, um traficante de escravos que viveu no século 17, foi derrubada
de seu pedestal por manifestantes e lançada para seu destino inglório, o
fundo de um rio. O ato resumiu o sentimento antirracista que tem movido
protestos em todo o planeta nas duas últimas semanas, em plena
pandemia, desde o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos.
Aqui, o racismo à brasileira nos dá motivos de sobra para protestar.
Bastaria o caso do menino Miguel Otávio, de 5 anos, no Recife, largado à
própria sorte num elevador pela sinhá impaciente porque queria pintar
as unhas. O lema “Vidas negras importam” acabou encorpando a ânsia por protestos
também aqui e fez muita gente sair de casa no fim de semana passado.
Esse movimento pôs em relevo um debate que vem dividindo as oposições ao
governo Bolsonaro. Ir ou não às ruas no momento em que a pandemia mata
um brasileiro por minuto? [a esquerda, especialista em enganação, mais uma vez engana os otários que são capazes de ver em uma manifestação nitidamente antirracista e contra a violência policial, manifestantes contrários a Bolsonaro.
Não houve e o que levou a corja esquerdista a apostar que a manifestação de domingo passado poderia ser caracterizada como anti Bolsonaro e com isso deixar a impressão de que um movimento antirracista e contra a violência policial, era contra o presidente e assim, se animaram a deixar o escudo protetor do 'distanciamento'.
Não tiveram êxito - todos notaram que não era contra Bolsonaro nem a favor da democracia - e já voltaram para o disfarce propiciado pelo combate ao coronavírus.]
As quarentenas não foram suficientes para frear o vírus, ainda não
alcançamos o pico da contaminação e o presidente dificulta o combate à
doença ao esconder o número de pessoas infectadas. Tenta, na verdade,
mascarar sua inépcia e incompetência ao lidar com a crise sanitária.
Iguala-se a um moleque com medo de mostrar aos pais o boletim cheio de
notas baixas.
Diante das projeções dos cientistas, setores da oposição tomaram uma
decisão de altíssimo risco ao manter a convocação para os atos, mesmo
com os cuidados necessários. Um sinal importante, porém, foi dado. Para
os valentões bolsonaristas que vinham se achando os donos da rua, os
protestos do fim de semana deram seu recado: as ruas não têm dono.
Contudo, o pico da pandemia que ora se aproxima recomenda paciência e
espera. Até porque acertos de contas tardam, mas não falham.
Cristina Serra é jornalista
Momento recomenda paciência, mas manifestações mostraram que as ruas não têm dono
A cena tem a força de um acerto de contas com a história, ainda que
tardio. Neste domingo, em Bristol, na Inglaterra, a estátua de Edward
Colston, um traficante de escravos que viveu no século 17, foi derrubada
de seu pedestal por manifestantes e lançada para seu destino inglório, o
fundo de um rio. O ato resumiu o sentimento antirracista que tem movido
protestos em todo o planeta nas duas últimas semanas, em plena
pandemia, desde o assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos.
Aqui, o racismo à brasileira nos dá motivos de sobra para protestar. Bastaria o caso do menino Miguel Otávio, de 5 anos, no Recife, largado à própria sorte num elevador pela sinhá impaciente porque queria pintar as unhas. O lema “Vidas negras importam” acabou encorpando a ânsia por protestos também aqui e fez muita gente sair de casa no fim de semana passado. Esse movimento pôs em relevo um debate que vem dividindo as oposições ao governo Bolsonaro. Ir ou não às ruas no momento em que a pandemia mata um brasileiro por minuto? [a esquerda, especialista em enganação, mais uma vez engana os otários que são capazes de ver em uma manifestação nitidamente antirracista e contra a violência policial, manifestantes contrários a Bolsonaro.
Não houve e o que levou a corja esquerdista a apostar que a manifestação de domingo passado poderia ser caracterizada como anti Bolsonaro e com isso deixar a impressão de que um movimento antirracista e contra a violência policial, era contra o presidente e assim, se animaram a deixar o escudo protetor do 'distanciamento'.
Não tiveram êxito - todos notaram que não era contra Bolsonaro nem a favor da democracia - e já voltaram para o disfarce propiciado pelo combate ao coronavírus.]
As quarentenas não foram suficientes para frear o vírus, ainda não alcançamos o pico da contaminação e o presidente dificulta o combate à doença ao esconder o número de pessoas infectadas. Tenta, na verdade, mascarar sua inépcia e incompetência ao lidar com a crise sanitária. Iguala-se a um moleque com medo de mostrar aos pais o boletim cheio de notas baixas.
Diante das projeções dos cientistas, setores da oposição tomaram uma decisão de altíssimo risco ao manter a convocação para os atos, mesmo com os cuidados necessários. Um sinal importante, porém, foi dado. Para os valentões bolsonaristas que vinham se achando os donos da rua, os protestos do fim de semana deram seu recado: as ruas não têm dono. Contudo, o pico da pandemia que ora se aproxima recomenda paciência e espera. Até porque acertos de contas tardam, mas não falham.
Cristina Serra é jornalista