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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Forças Armadas farão patrulhamento aéreo e pelo mar no Rio, diz Jungmann

Estratégia faz parte de ações integradas de segurança do Estado com a União 

[não vai funcionar; não estamos torcendo contra, mas, parece que na cabeça do ministro da Defesa as armas e drogas vem em aviões e navios que serão facilmente interceptados pelas patrulhas.

Por mar e ar vem pouca coisa. As armas e drogas entram pelos milhares de quilômetros de  fronteiras terrestres e chegam ao Rio via milhares de quilômetros de rodovias patrulhadas precariamente - capturar um carregamento é na base da sorte da polícias e azar dos bandidos.

O combate tem que ser na base do cerco e asfixia, mas, de forma constante, sem tréguas, mesmo assim para colocar a situação sob controle total levará vários meses de combate efetivo.

Ações de inteligência serão necessárias e pelo PNSP de 2017, foi o primeiro item a ser deixado de lado.]

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou nesta quarta-feira que as ações conjuntas com as Forças Armadas no Rio entrarão em uma nova fase. A estratégia passará por bloqueios marítimos e aéreos para evitar a chegada de drogas e armas na cidade. Essas medidas complementarão as operações conjuntas que já estão sendo realizadas há alguns meses em parceria entre o Exército e a Policia Rodoviária Federal nas estradas: — Vamos efetivar bloqueias nas baías do Rio de Janeiro e também aéreo. E outro aspecto será a melhoria das policias, com a criação de uma corregedoria autônoma e integrada — disse o ministro, sem dar mais detalhes sobre quando as medidas serão implantadas.

Jungmann acrescentou que nos próximos dias será divulgada as diretrizes de um novo Plano Nacional de Segurança Pública, o segundo lançado pelo governo Michel Temer desde que assumiu a presidência. A primeira versão é de janeiro de 2017 e boa parte das propostas ficaram no papel como revelou reportagem publicada pelo GLOBO, em dezembro. Entre as propostas que deixaram de ser implantadas estavam a criação de Núcleos de Inteligência Policial (Nipo) nos 26 estados e no Distrito Federal. Também não foi à frente o projeto “DNA das Armas”, que buscava melhorar o sistema de rastreamento das armas de fogo em circulação no país. Um dos motivos foi a falta de recursos. — Houve um contingenciamento (no orçamento da União) por volta de abril. Como não havia uma fonte garantida (de recursos para o plano), houve esse contingenciamento, que foi sendo descontingenciado o ano inteiro. O planejamento para aquele plano era entrar em cerca de 17 estados. Nós ficamos restritos a três estados — disse o secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, almirante Alexandre Mota, em entrevista publicada à época pelo jornal.


Na mesma entrevista, o Alexandre Mota disse entender que o plano produziu resultados efetivos no Rio e em mais três estados onde teve ações implementadas — Rio Grande do Norte, Sergipe e Rio Grande do Sul. As declarações do ministro foram dadas depois que ele participou da abertura do seminário “O Futuro Começa Hoje, ações da PMERJ -2018”, que ocorre na Firjan. O evento tem o objetivo de definir estratégias para melhorar o policiamento no Rio que possam ser implantas ainda este ano. O evento termina amanhã, quando um relatório de propostas será entregue ao governador Luiz Fernando Pezão. 

Durante discurso, Jungmann disse que o modelo de segurança adotado no país está falido devido a mudanças no perfil da criminalidade do Brasil. Isso porque as ações do crime organizado se nacionalizaram e se trans nacionalizaram. Como exemplo, citou a influência que o traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, nos conflitos pelo controle de pontos de droga na Rocinha, apesar de estar preso em Porto Velho (RO):
— Nem está a 5 mil quilômetros do Rio. Mesmo assim, declara uma guerra na Rocinha. Isso levou as forças armadas a serem convocadas. O sistema também faliu porque o governo federal não tem controlo sobre a situação da segurança nos estados. Somente em situações extraordinárias, que não deveria acontecer — disse o ministro.

O Globo