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terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Israel revela plano para futuro de Gaza após fim da guerra contra o Hamas

Ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que o país quer manter o controle de segurança do território palestino

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, revelou um plano na noite de quinta-feira 4 para o futuro da Faixa de Gaza após o fim da guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas, que governa o território há quase vinte anos. A medida ocorre após pressão de seu principal aliado, os Estados Unidos, por propostas concretas para a região

Entre os principais pontos do plano divulgado por Gallant estão:

  1. O controle de segurança de Gaza ficaria nas mãos de Israel após o Hamas ser derrotado, com a presença de soldados israelenses, mas não civis, no território;
  2. Um órgão palestino, ainda indefinido, mas guiado por Israel, seria responsável por gerir a administração diária do enclave, com funcionários públicos locais ou líderes comunitários;
  3. Os Estados Unidos, a União Europeia e outros parceiros regionais assumiriam a responsabilidade pela reconstrução do território, hoje praticamente reduzido a ruínas.

Além disso, o plano, que não é uma política oficial e ainda não foi aprovado por outros ministros, determina que a ofensiva de Israel em Gaza continuará até que os reféns, sequestrados em 7 de outubro, sejam libertados e as “capacidades militares e governativas” do Hamas, desmanteladas. Só depois começaria uma nova fase, durante a qual “o Hamas não controlará Gaza e não representará uma ameaça à segurança dos cidadãos de Israel”.

[Comentário: iniciamos destacando que não comentamos narrativas e sim fatos.
Ao nosso entendimento os fatos da presente matéria e outros, não deixam dúvidas que a matança contínua de civis palestinos, especialmente crianças e mulheres, somada ao radicalismo israelense, não deixam   dúvidas que as Forças Armadas de Israel promovem um genocídio contra o povo palestino, o que mais fortalece sua posição contrária a criação de um Estado Palestino]
Pressão americana
As propostas vieram a público logo antes de uma visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, diplomata com duas missões no Oriente Médio: 
- evitar que a guerra transborde para outros países, 
- vire um conflito regional, e desenhar um futuro pós-guerra que inclua tanto os judeus quanto os palestinos.
 
O quadro delineado por Gallant difere totalmente das propostas dos Estados Unidos, que desejam ver uma Autoridade Palestina revitalizada – que governa a Cisjordânia, embora enfraquecida por crises de representatividade e de corrupçãono poder de Gaza
Além disso, Washington pleiteia novas negociações para a criação de um Estado palestino ao lado de Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descartou a proposta dos Estados Unidos.
 
Mundo - Revista VEJA


sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

'Militares estão cientes que vamos tomar providências', diz Múcio sobre participação de integrantes das Forças em atos golpistas

Após participar de reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com comandantes das Forças Armadas, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que os militares estão cientes que o governo poderá adotar punição a integrantes das tropas que eventualmente tenham a participação comprovada nos atos golpistas. O ministro, contudo, disse que o assunto não foi tratado no encontro.— Os militares estão cientes e concordam que vamos tomar as providências. Evidentemente, no calor da emoção, precisamos ter cuidado para que os julgamentos e acusações sejam justas para que as penas sejam justas. Mas tudo será providenciado no seu tempo — afirmou. — Não foi discutido (os ataques de 8 de janeiro). Isso está com a Justiça. Estamos atrás e aguardando as comprovações para que as providências sejam, e serão, tomadas.[em nossa opinião punições pode e até devem ocorrer, desde que haja provas contra os acusados e dentro do ordenamento legal - o que exclui punição por atos terroristas, visto que a Lei Antiterrorismo não tipifica como terrorismo os atos aqui chamados atos antigolpistas.]

Após o mal-estar criado por Lula expor sua desconfiança com miliares, a mensagem que o presidente transmitiu na reunião, segundo Múcio, foi de "fé no trabalho deles". Entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento, individualmente, teve a sua participação, ele vai responder como cidadão.

Segundo Múcio, o assunto do encontro foi investimentos na área de Defesa. A reunião teve a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, do presidente da Fiesp, Josué Gomes e do economista Luciano Coutinho, ex-presidente Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Como mostrou O GLOBO, Múcio trabalhava para reunir Lula com os comandantes das Forças para tentar desfazer o clima da primeira reunião com os comandantes das três Forças após os atos terroristas. Nesse encontro, que ocorreu no dia seguinte aos ataques, Lula foi duro ao demonstrar a indignação com a conduta dos militares durante os atos de vandalismo.

Após a reunião desta sexta, o ministro afirmou que procurou antecipar a reunião que poderia ocorrer só em fevereiro para tentar virar a página e superar o desgaste sofrido pelas forças em 8 de janeiro. Na avaliação de Múcio, a reunião ajuda a distensionar a relação e cria mais confiança entre Planalto e as Forças:— Vem cá, nós não tivemos um problema? Precisávamos ter uma conversa que não tratasse disso. Eu queria era virar a página. Foi por isso que procuramos antecipar essa reunião. Temos que pensar pra frente, temos que pacificar esse país, governar. Então a conversa de hoje que seria no final de janeiro, início de fevereiro, como os relatórios que ele pediu para os comandantes ficaram prontos, eu pedi ao presidente que nós apresentássemos o resultado que cada comandante encontrou.

Na primeira reunião de Lula com os comandantes, em 16 de dezembro, o presidente solicitou um relatório com demandas e necessidades de investimento em cada força. Na última segunda-feira, Lula cobrou Múcio sobre o andamento dos relatórios.

Questionado por jornalistas se há arrependimento por ter afirmado que as manifestações em frente aos quartéis eram democráticas, disse que não:— Não me arrependo. Eu vim pra negociar. Não podia negociar com você e a priori criar um pré-julgamento para você.

Política - O Globo

 


domingo, 11 de dezembro de 2022

Múcio vai a Moraes e explica escolha dos comandantes das Forças Armadas

Futuro ministro da Defesa disse que 'se responsabiliza' por nomes 

O futuro ministro da Defesa, José Múcio, disse que foi até o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, para explicar a escolha dos novos comandantes das Forças Armadas. Tudo começou depois de petistas antigos levantarem dúvidas sobre o general Júlio Arruda, definido como o chefe do Exército a partir de 1° de janeiro. Para o PT, o militar não é adequado.

“Disse a Moraes que me responsabilizava pela escolha, e tenho absoluta certeza que fiz o certo”, disse Múcio, em entrevista à GloboNews, na sexta-feira 9. “Arruda é uma pessoa comprometida com o Exército e respeitado por todos.[estamos com dificuldades de entender o que o ministro Moraes - ministro do STF e atual presidente do TSE - tem a ver com a escolha de comandantes das Forças Armadas?  
Ao que se sabe é uma decisão do ministro da Defesa, ouvido o presidente da República. 
Perguntar não ofende = portanto, respeitosamente, perguntamos ao senhor Múcio: O que o levou a na condição de indicado para chefiar o ministério da Defesa, a tal prestação de contas?]

Múcio justificou os nomes dos comandantes das Forças Armadas a partir de “critérios de antiguidade”. Além de Arruda, foram anunciados o almirante Marcos Olsen (Marinha) e o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno (FAB).

Na entrevista, o futuro ministro da Defesa também cobrou do presidente Jair Bolsonaro (PL) uma “declaração para desmobilizar apoiadores” que pedem um “golpe militar” contra Lula e defendeu a “despolitização dos militares”.[o indicado para o Ministério da Defesa ainda nem sabe se fica - afinal o que mais acontece no tal governo de Transição do analfabeto eleito são mudanças - e já questiona o Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO, cujo mandato termina em 1º janeiro 2023.]

“Evidentemente, precisamos colocar as coisas em seu devido lugar”, afirmou Múcio. “As Forças Armadas são instituições do Estado brasileiro, não de quem está comandando o Estado brasileiro.”

Leia também: “A direita está aí”, reportagem publicada na Edição 137 da Revista Oeste

Redação - Revista Oeste


domingo, 4 de dezembro de 2022

O nó da disciplina militar - Política e disciplina não combinam nos quartéis - Elio Gaspari

É velha como a Sé de Braga a afirmação de que quando a política entra num quartel por uma porta, a disciplina sai pela outra.No princípio, um general pensa de uma maneira, e outro, de outra. Depois, a divergência passa aos coronéis, e assim sucessivamente.

Em algum momento, os comandantes militares devem parar essa roda, pois já há gente chamando generais de “melancias” (verdes por fora, vermelhos por dentro). Chegou-se ao ponto de um sargento lotado no Gabinete de Segurança Institucional postar uma mensagem dizendo que Lula não subirá a rampa do Planalto no dia 1º de janeiro.

A turma da transição quebrou a cabeça para escolher um ministro da Defesa. Pode ser importante, mas não é tudo.Os três novos comandantes das Forças assumirão seus postos com a tarefa de colocar ordem nas casas.[os saintes já colocaram limites ao arbítrio do ministro Moraes = em ÁREA MILITAR,  polícia não entra para expulsar e/ou  prender manifestante, apreender barracas - a fiscalização do GDF tentou e seus fiscais saíram escoltados pela PE e sob vaias.
Além do mais, ao que pensamos, os saintes nada tem contra os entrantes e vice-versa = são militares servindo as FF AA do Brasil e não ao presidente eleito.] Há chefes militares que empurram a disciplina com a barriga (Lyra Tavares, desastrosamente, em 1969) e chefes que a defendem com o pulso (Leônidas Pires Gonçalves de 1985 e 1990, e Orlando Geisel de 1969 a 1974).

Estão aí, calados, dois comandantes que chefiaram o Exército sem tumultos: Enzo Peri (2007-2015) e Gleuber Vieira (1999-2003).

Os dois sabem das coisas e afastaram-se da vida pública. Ouvi-los pode ser boa ideia. Ambos estão esquecidos, graças a duas regras de ouro do profissionalismo militar: se você é paisano e não sabe quem é um general, ele é um grande oficial, e se ele passou por um grande comando e você se esqueceu dele, foi um grande comandante.

(...)


Imposto sindical
Cozinha-se no comissariado dos sindicatos a ressurreição do imposto sindical.
Extinto no governo de Michel Temer, ele mordia compulsoriamente um dia de serviço anual dos trabalhadores. Com a mesma cara, ele não voltará.
Poderá vir, disfarçado de contribuição destinada a remunerar o trabalho do sindicato em serviços de assistência e na negociação de dissídios.
O coração do problema está na contribuição compulsória, inclusive para trabalhadores que não se sindicalizaram.
Há sindicatos que não prestam quaisquer serviços e, nos dissídios, consultam primeiro os empregadores.[o molusco eleito, era um dos líderes sindicais que insuflava seus liderados para enfrentarem a polícia e ia para a sede da Fiesp saborear whisky com os patrões.]

Estatística
O ministro Alexandre de Moraes, que cuida dos inquéritos das manifestações golpistas, está diante de duas estatísticas. Uma é horrível, a outra é didática.


A horrível é de Pindorama:
ninguém foi preso pela baderna dos caminhoneiros de 2018. Ela quebrou uma perna do governo de Michel Temer, foram abertos dezenas de inquéritos, e ninguém foi para a cadeia.

A outra vem dos Estados Unidos. No dia 6 de janeiro de 2021, uma multidão golpista invadiu o Capitólio. Pelo menos 955 cidadãos estão espetados na Justiça, cerca de 800 passaram pela cadeia e perto de 200 já foram condenados.[Nos Estados Unidos, NÃO ESQUEÇAM; Aqui no Brasil, ou Pindorama, um individuo rouba, faz tráfico de influência, lava dinheiro, é condenado por nove juízes diferentes, sentenças apreciadas por    TRÊS INSTÂNCIAS, é descondenado pelo Supremo - NÃO FOI INOCENTADO -  permitem que ele seja candidato à presidência da República, é eleito e no momento aguarda ser diplomado - penúltimo passo antes de ser empossado  Presidente da República. E ainda tem autoridades que não aceitam a rejeição do POVO ao ladrão.]

Faro
De duas pessoas que conhecem a política americana:
A primeira garante que Donald Trump acabou.
A segunda acha que seu lugar será ocupado por Ron De Santis, atual governador da Flórida, muito mais perigoso que Trump, por ser mais inteligente. 
 
 
Folha de S. Paulo - Jornal O Globo - Elio Gaspari, jornalista 
 

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

PGR se manifesta contra afastamento de ministro da Defesa e chefe da PRF

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou nesta quinta-feira (17) contra os pedidos de investigação e afastamento do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, e do ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. 
 O parecer, assinado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, foi encaminhado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques.| Foto: Alan Santos/Presidência da República. [o diretor-geral da PRF precisa fazer urgentemente um acordo com DEUS - o DEUS verdadeiro, Uno e Trino e não os que pensam ser deuses para ganhar condições que permitam trabalhar por mais uns 100 anos só para pagar as absurdas multas de R$ 100 mil/hora (afinal apenas 24 horas de multa totalizam 
R$ 2.400.000,00); para felicidade dele e de centenas de brasileiras tais multas nunca serão cobradas.]

As ações foram protocoladas na Corte pelo senador Randolfe Rodrigues    [ vulgo o 'estridente'] (Rede-AP) e pelo deputado federal Marcelo Calero [esse deputado foi eleito em 2019, nunca foi notado no Congresso, não foi reeleito = aquele que nunca existiu - e agora tentou uma manobra para atrair holofotes.] (PSD-RJ). Lindôra solicitou a rejeição dos pedidos e argumentou que eles não apresentam conexão com o inquérito 4874, que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas, informou o jornal O Globo.

"As novas notitias criminis em questão também não trazem fatos a serem contemplados por esta investigação, já que não veiculam elementos concretos e reais de inserção em uma organização criminosa que atenta contra a democracia e o estado de direito", escreveu a vice-procuradora-geral.

Randolfe solicitou a investigação de Vasques após as operações realizadas pela PRF no dia do segundo turno das eleições. O diretor-geral da PRF também é alvo de outro pedido de afastamento, feito pelo Ministério Público Federal (MPF). Já Calero pediu que o general fosse investigado por suposto crime de responsabilidade por “exercício ilegítimo de suas funções” ao questionar a lisura do processo eleitoral brasileiro. [até para ser idiota é preciso algum resquício de inteligência.]

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Moraes envia à PGR pedido de Calero para afastar ministro da Defesa

Deputado federal diz que permanência de general Paulo Sergio Nogueira ameaça integridade física das pessoas "incentivadas" a apoiar um golpe

O ministro Paulo Sérgio Nogueira Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 28.jul.2022 O Ministério da Defesa, chefiado por Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (foto), negou fraudes nas urnas, mas disse não descartar possibilidade ...

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/justica/moraes-envia-a-pgr-pedido-de-afastamento-de-ministro-da-defesa/)
© 2022 Todos os direitos são reservados ao Poder360, conforme a Lei nº 9.610/98. A publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidas.
O Ministério da Defesa, chefiado por Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (foto), negou fraudes nas urnas, mas disse não descartar possibilidade ...

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O ministro Paulo Sérgio Nogueira

O ministro Paulo Sérgio Nogueira Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 28.jul.2022 O Ministério da Defesa, chefiado por Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (foto), negou fraudes nas urnas, mas disse não descartar possibilidade ...

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/justica/moraes-envia-a-pgr-pedido-de-afastamento-de-ministro-da-defesa/)
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Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira,   negou fraude nas urnas, mas não descarta possibilidade.  

O ministro Alexandre de Moraes encaminhou nesta quarta-feira (16) à Procuradoria Geral da República pedido do deputado Marcelo Calero para afastar o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.

No pedido, protocolado em 11 de novembro, Calero alega que Nogueira tem feito declarações sobre supostas fraudes no processo eleitoral, agindo em benefício do presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

Ele lembra que o próprio Ministério da Defesa não apontou a existência de fraude eleitoral. Para o deputado, a permanência do ministro põe em risco a integridade física dos cidadãos que seriam “incentivados quase que involuntariamente” a apoiar a ruptura constitucional brasileira. [o que o desejo por holofotes não faz com as pessoas - o pedido desse deputado demonstra uma tentativa desesperada de chamar atenção. FRACASSOU.
E lhe falto senso de oportunidade: já que resolveu fazer a bobagem, deveria ter solicitado também o afastamento dos três comandantes que assinaram uma Nota Oficial Conjunta da Marinha, Exército e Aeronáutica, que é bem mais estimulante para a população que se manifesta de forma ordeira e pacífica, visto que além de reconhecer o direito de manifestação alerta os poderes constituídos de que as demandas do POVO devem ser respondidas.]

A preocupação maior é que haja alguém num órgão como o ministério da Defesa insuflando essa atitude golpista. Ele faz questão de alimentar isso essa movimentação de desmoralização da democracia“, disse a O Antagonista.

O Antagonista e Poder 360

 

 

domingo, 13 de novembro de 2022

Essa nota é nota dez - Percival Puggina


Tenho certeza de que a nota assinada pelos três chefes militares sobre os excessos praticados por ministros do TSE, em especial pelo seu presidente, deve ter acendido alertas dentro da Corte. No mínimo, a sirene tocou.

Alexandre de Moraes vinha agindo como se o Brasil fosse um faroeste e ele o gatilho mais rápido, uma espécie de xerife no Arizona, única expressão do poder local.

Não é. Através da nota, os comandantes militares,

- reafirmaram “seu compromisso irrestrito e inabalável com o Povo Brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil”;

- lembraram que há uma Constituição e que ela protege “a livre manifestação do pensamento; a pacífica liberdade de reunião, e a liberdade de locomoção no território nacional” (direitos que o TSE vem coibindo);

- assinalaram “não constituir crime [...] a manifestação crítica aos poderes constitucionais nem a atividade jornalística ou a reivindicação de direitos e garantias constitucionais (idem);

- afirmaram ser igualmente condenáveis excessos de manifestantes e de agentes públicos;

- alertaram caber às autoridades da República, instituídas pelo Povo, nos termos da Constituição e da legislação, a imediata atenção a todas as demandas legais e legítimas da população; (mais claro impossível)

- lembraram ao Legislativo, Casa do Povo, ser ele o destinatário natural dos anseios e pleitos da população, em nome da qual legisla e atua, sempre na busca de corrigir possíveis arbitrariedades ou descaminhos autocráticos que possam colocar em risco o bem maior de nossa sociedade, qual seja, a sua Liberdade;

- posicionaram as Forças Armadas como vigilantes, atentas e focadas em seu papel constitucional na garantia de nossa Soberania, da Ordem e do Progresso, sempre em defesa de nosso Povo.

Observe o leitor que essa nota não traz assinatura do Ministro da Defesa, não sendo, portanto, um documento do governo. Nas circunstâncias, isso eleva sua gravidade. Com ela, as Forças Armadas fizeram o que o profeta Natã fez com o rei Davi quando lhe apontou seus pecados. Mostraram os gritantes excessos praticados pelo TSE e a insegurança que trazem à nação.

Por fim, deixa claro ser dever das instituições promover um diálogo que viabilize saída institucional para a crise criada agora são palavras minhas: pela leniência do Congresso e a desmedida parcialidade do Supremo.

Obviamente, as Forças Armadas entraram como players nessa que é mais uma de nossas tantas crises. [a tornar mais clara e eloquente a Nota, ontem, 12/11, auditores fiscais tentaram invadir local ocupado por manifestantes para apreender barracas e dispersar, quando de pronto a PE - Polícia do Exército, expulsou os tais auditores, escoltando-os para fora da área, prestando uma única e suficiente explicação: o local que os auditores invadiram é ÁREA MILITAR, portanto a Força Singular a ele contígua é quem manda.
Além de escoltados ostensivamente pela PE os expulsos saíram debaixo de vaias.
Ao que se comentou, os auditores pretendiam cumprir ordem do ministro Moraes - sendo que alguns consideraram até a hipótese do presidente do TSE acionar a Polícia Judiciária (criada pelo ministro Toffoli, via RESOLUÇÃO, quando presidente do TSE. 
Por prudência, as autoridade da Justiça Eleitoral preferiram fazer de conta que nada houve - os manifestantes estão lá e tudo incida permanecerão até que suas demandas sejam analisadas.]

Percival Puggina - Conservadores e Liberais


quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Presidente do TSE recebe ministro da Defesa e representantes de entidades para visita a sala de totalização de votos - O Globo

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, disse nesta quarta-feira que a sala onde é feita a totalização dos votos da eleição não é nem secreta nem escura. Ele recebeu o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e representantes de partidos para visita na sala. Entre eles estava Valdemar Costa Neto, que comanda o PL, sigla do presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição. Por diversas vezes, Bolsonaro atacou, sem provas, o sistema eletrônico de votação usado no Brasil, e já chamou a sala de totalização de "sala secreta".

— Nós realizamos hoje uma visitação à sala de totalização exatamente para mostrar o que já é óbvio, mas sempre é importante atuar com transparência,[desde que a transparência seja transparente e não a transparência opaca.] com lealdade a todos aqueles que participam do processo eleitoral para demonstrar que é, como vocês puderam ver, uma sala aberta, é uma sala clara. Não é nem sala secreta, nem sala escura — disse Moraes.

Na saída, um jornalista perguntou a Valdemar se a sala é secreta. Ele respondeu:— Não tem mais. Agora é aberta.

A sala estará aberta a partir das 16h30 de domingo para todas as entidades fiscalizadoras e partidos políticos.

— Essa sala, é importante que se coloque, ela não conta votos. Não há contagem manual de votos. A partir do momento em cada urna eletrônica é finalizada, já sai o boletim de urna com os votos. Isso entra no sistema. Esse sistema faz a totalização a partir do programa que nós mesmos lacramos nas runas no dia 2 de setembro. Não há participação humana nisso. A sala de totalização, ela acompanha para evitar algum problema na rede, para evitar sobrecarga. Os técnicos acompanham com total fiscalização. A apuração é transparente, a apuração é auditável, e a apuração é fiscalizada por todos aqueles que estão inscritos — disse Moraes, acrescentando:

O mais importante parece exatamente essa visitação mostrando que o Tribunal Superior Eleitoral é transparente a todas as entidades fiscalizadoras.

A sala fica no terceiro andar do TSE e é separada por divisórias de vidro de outra sala contígua a ela. As entidades fiscalizadoras incluem, entre outros, os partidos políticos, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Ministério Público, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal, as Forças Armadas, e algumas entidades da sociedade civil.


Ministro da Defesa não demonstrou dúvidas, diz secretário do TSE
O secretário de Tecnologia da Informação, Júlio Valente, guiou os visitantes pela sala. Em entrevista à imprensa, Valente afirmou que fez uma explicação simples e dúvidas foram tiradas prontamente. Disse ainda que o ministro da Defesa não demonstrou dúvidas quanto à sala. Missões de observação nacionais e internacionais também vão poder acompanhar o trabalho da sala.

— Ele não demonstrou nenhuma dúvida. Houve uma pergunta sobre o horário de funcionamento. A sala vai estar disponível a partir das 16h30 — disse Valente.

Assim como Moraes, ele disse que as pessoas que trabalham no local não contam votos:

Essas pessoas, no dia da eleição, não contam votos. Essas pessoas monitoram o ambiente de informática para que os sistemas já lacrados sejam executados de maneira adequada, sem sobressaltos. É uma equipe que fica monitorando os ambientes e verificando se está sendo executado da forma mais adequada.

Além de Valdemar, representantes de outros partidos e candidatos também participaram da visita, entre eles o advogado Eugênio Aragão, que trabalha para a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta voltar ao cargo. A visita foi dividida em três grupos.

Política - O Globo

 

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Moraes agenda nova reunião com ministro da Defesa

Primeiro encontro entre o presidente do TSE e Nogueira 

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, agendou para quarta-feira 31 outro encontro com o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira. 
O primeiro encontro entre o presidente do TSE e Nogueira ocorreu em 23 de agosto.

Conforme noticiou o portal CNN, durante a reunião, Nogueira deve insistir na necessidade de reforçar a segurança do sistema eleitoral. O ministro da Defesa também pediu para estar acompanhado de um técnico no encontro.

O intuito é chegar a alguma convergência quanto ao teste de integridade das urnas. Segundo os militares, esse teste é o que, de fato, pode aumentar a confiabilidade na exatidão dos resultados. Até o momento, os equipamentos são sorteados, testados e levados aos tribunais regionais.

No entanto, os militares que integram a Comissão de Transparência defendem a ideia de que os testes sejam realizados nas sessões eleitorais, com o uso da biometria dos eleitores.

O primeiro encontro entre Moraes e Nogueira ocorreu em 23 de agosto. No dia, ambos debateram a possibilidade de a Justiça Eleitoral (JE) considerar as sugestões dos militares em relação às mudanças no teste das urnas. Desde junho deste ano, a JE e a Defesa têm trocado ofícios sobre as perguntas feitas pelas Forças Armadas a respeito do sistema de votação brasileiro.

Revista Oeste 

 

terça-feira, 23 de agosto de 2022

A melhor atitude do general Nogueira é recuar - Míriam Leitão

Recuar. É isto que o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, tem que fazer a partir do encontro com o novo presidente do TSE, Alexandre Moraes. Um general precisa saber a hora de retirar as tropas por estar perdendo a batalha.

É um outro presidente do TSE, um outro momento. Se ele achou que azedou a relação com o ministro Edson Fachin, é a oportunidade de recomeçar. O tribunal fez diversas concessões aos pedidos das Forças Armadas, aceitou mais gente na comissão do que eles tinham pedido inicialmente. Um dos integrantes foi retirado por falar explicitamente contra as urnas eletrônicas e os candidatos da oposição. Ou seja, Nogueira está perdendo essa guerra criada por ele e pelo presidente Bolsonaro.[COMENTÁRIO: iniciamos destacando que não dispomos dos recursos, nem da competência e estrutura da jornalista autora de matéria; 
com tais limitações, temos a opinião de que não é hora do ministro da Defesa recuar = as dúvidas sobre as urnas eletrônicas permanecem e a investigação realizada a pedido do PSDB deixou claro que as urnas inauditáveis, não confirmou que elas são inexpugnáveis, o que nos leva a já citada frase do astrônomo Carl Sagan:  “Ausência de evidência não é evidência de ausência.” - que equivale a:  Não é porque não há provas de algo que esse algo não é verdade.
É o que pensamos.]

As Forças Armadas devem apoiar o processo eleitoral como sempre fizeram. Na coordenação de todo o processo logístico desse país imenso. Este trabalho é fundamental. Então é hora de recuar das posições equivocadas. Nogueira criou uma sucessão de tensões que parecem seguir as ameaças golpistas do presidente, o que é muito ruim para as Forças Armadas. A oportunidade do recuo é agora.

Míriam Leitão, jornalista - O Globo


domingo, 7 de agosto de 2022

A imprudência do general - O general Nogueira flerta com o anedotário da caserna - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

O general Paulo Sérgio Nogueira em solenidade militar no Palácio do Planalto

O general Paulo Sérgio Nogueira, atual ministro da Defesa, flerta com o anedotário da caserna onde brilha a carga da cavalaria ligeira do Lord Cardigan na Batalha de Balaclava. Em 1854, durante a Guerra da Crimeia, ele atacou uma posição da artilharia russa com seus Dragões. Fracassou e perdeu 118 soldados. Em Pindorama, ocupando a função civil de ministro da Saúde, resplandece o general intendente Eduardo Pazuello. Ele precisava mandar vacinas para Manaus e elas chegaram a Macapá, que fica a mil quilômetros de distância.

Há dias, Nogueira expediu um ofício “urgentíssimo” ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo “a disponibilização dos códigos-fonte dos sistemas eleitorais” para serem examinados por oficiais das Forças Armadas. Desde outubro do ano passado, o Ministério da Defesa tinha em seu arquivo um ofício do então presidente da TSE, Luís Roberto Barroso, informando que “os códigos-fonte dos programas que compõem o sistema eletrônico de votação estão disponíveis para inspeção de suas evoluções, das 10h às 18h, na Sala Multiuso, localizada no subsolo do edifício-sede deste Tribunal”.[em nossa opinião,  o 'urgentíssimo' facilitou as coisas - no dia seguinte os militares tiveram acesso aos códigos-fontes e sem limitações de horário.]

Explicando-se, o Ministério da Defesa diz que o “urgentíssimo” do pedido devia-se à proximidade da eleição de 2 de outubro. Verdade, mas era a Defesa quem estava atrasada, como o candidato do exame do Enem que tomou o ônibus errado e corre para fazer a prova.[temos também um caso de CEP errado, endereço errado, cujos efeitos prejudiciais, se concretizados, seriam devastadores  para o Brasil e os brasileiros. Graças a DEUS, mais uma vez o 'capitão do povo' neutralizará tal ameaça.]

A Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal também receberam o ofício do TSE de 2021 e fizeram seus serviços. A CGU ficou cinco dias na Sala Multiuso em janeiro. A PF, mais equipes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e do Senado, estiveram lá por três dias cada uma. Só quem perdeu tempo foi o Ministério da Defesa, e essa paralisia nada tem a ver com piadas de caserna.

Passado mais de século da Batalha de Balaclava, pode-se perder uma tarde discutindo se o desastre deve ser atribuído a Lord Cardigan, que comandava a cavalaria, ou a Lord Raglan, comandante de todas as tropas, que lhe deu a ordem de atacar. Fica entendido que nenhum dos dois perseguia o objetivo oculto de matar os próprios soldados.

A urgentíssima preocupação do general Paulo Sérgio Nogueira foi mais uma de suas manifestações encrencando com o sistema eletrônico de coleta e totalização dos resultados eleitorais. Em abril, quando o ministro Barroso queixou-se das dúvidas levantadas por oficiais sobre o sistema eletrônico de coleta e totalização dos votos, o general viu na cena uma atitude “irresponsável” e “ofensa grave”. Barroso poderia ter ficado calado, mas não havia ofensa em suas palavras, nem ele é um “irresponsável”.

Os militares que acompanhavam o trabalho do TSE haviam feito 88 perguntas sobre o processo de apuração, e o TSE respondeu com um documento de 700 páginas, mostrando que em alguns casos as dúvidas partiam de premissas erradas. Por exemplo: não existe “sala escura” de totalização, e ela pode ser livremente auditada. Não se conhece tréplica de qualquer crítico do processo.

É sabida a crítica do presidente Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas. Até hoje ela carece de provas e está prejudicada pela ocasião, pois é recente. Desde 1996, quando foram instituídas as urnas eletrônicas, Bolsonaro e seus filhos disputaram vinte eleições e venceram em dezenove. [sendo recorrente: em nossa opinião o fato da família Bolsonaro, vencer 95% das eleições em que as urnas eletrônicas foram utilizadas, credencia o presidente a criticá-las - tivesse perdido a maioria, seria chororô de derrotado. Além do que, qual o custo de provar o que é afirmado sobre a invulnerabilidade das urnas? 
Muito provavelmente até faria com que países mais adiantados tecnologicamente adotassem o sistema tão defendido - hoje são usadas apenas no Brasil, Bangladesh e Butão.]  mais Flávio Bolsonaro perdeu a Prefeitura do Rio em 2016 quando não chegou ao segundo turno, porque teve apenas 14% dos votos.

As dúvidas do ministro Paulo Sérgio devem ser levadas em conta enquanto ficam dentro das quatro linhas do ordenamento jurídico e dos parâmetros técnicos do sistema. Fora daí, não há salvação. Faz tempo, na eleição de 1965, quando as eleições eram feitas com cédulas de papel, um soldado da brigada paraquedista foi mobilizado para sequestrar as urnas que estavam no Maracanãzinho. A patrulha foi dissolvida. Afinal, o presidente Castello Branco queria respeitar o resultado.[era um soldado ou uma patrulha? com todas as vênias, narrativas costumam cometer atos falhos.]

(...) 
Folha de S. Paulo - Jornal O Globo - MATÉRIA COMPLETA - Elio Gaspari, jornalista 
 

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

A reunião entre Augusto Aras e o ministro da Defesa - Lauro Jardim

O Globo
 

Irritado com ministros do STF, Aras volta das férias e se reúne com o ministro da Defesa

O cabo-de-guerra entre a PGR e Alexandre de Moraes ganhou mais um capítulo ontem. Augusto Aras voltou de suas férias em Israel e foi ao Ministério da Defesa para reunir-se com o general Paulo Sérgio Nogueira.

Oficialmente, foi comunicar ao ministro que o MPF vai ampliar a presença de procuradores na Amazônia. Aras promete dar incentivos para que mais procuradores aceitem se instalar por lá. Aras está irritado com Moraes e com alguns outros ministros do Supremo. E uma reunião com o ministro da Defesa em seu primeiro dia de trabalho depois das férias foi vista dentro da PGR como mais um recado ao STF que ele vai reagir.

​​​​​​​Na véspera, a vice-PGR Lindôra Araújo já tornara público um documento em que afirmava que Moraes violou sistema processual acusatório ao determinar novas medidas na apuração do inquérito que apura se Jair Bolsonaro vazou dados sigilosos de uma investigação da PF ainda em curso. [comentando: é pacífico que a PGR e demais órgãos do Ministério Público são 'fiscais da lei',  com o dever de apontar sempre que uma lei é violada e adotar as medidas necessárias para correção da violação; se a lei estabelece um rito processual, cabe aos insatisfeitos com tal norma, propor, ao Congresso Nacional = Poder Legislativo,  via canais competentes, a modificação da lei ou mesmo ao STF a decretação da incorreção da norma. Não é aceitável que simplesmente aja conforme entende ser o correto, assim procedendo, estará contrariando uma lei vigente, sendo obrigação do MPF apontar o ato que considera ilegal.

Lauro Jardim, colunista - Blog em O Globo


terça-feira, 2 de agosto de 2022

Ministro da Defesa envia ofício 'urgentíssimo' ao TSE e pede acesso a códigos-fonte das urnas

Documento assinado por Paulo Sérgio Nogueira foi encaminhado ao presidente da Corte, Edson Fachin nesta segunda-feira

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um novo ofício classificado como "urgentíssimo" em que pede para ter acesso os códigos-fontes das urnas eletrônicas.

De acordo com o TSE, o acesso aos códigos-fonte do sistema de votação foi aberto em outubro de 2021. “Solicito a Vossa Excelência a disponibilização dos códigos-fontes dos sistemas eleitorais, mais especificamente do Sistema de Apuração (SA), do Sistema de Votação (VOTA), do Sistema de Logs de aplicações SA e VOTA e do Sistema de Totalização (SisTot), que serão utilizados no processo eleitoral", diz o documento, que chegou à Corte nesta segunda-feira.

Ainda no ofício, o Ministério da Defesa pede que o presidente do TSE disponibilize as informações técnicas entre os dias 2 e 12 de agosto, tendo em vista o curto espaço de tempo até as eleições."Haja vista o exíguo tempo disponível até o dia da votação, solicito que o acesso aos códigos-fonte seja disponibilizado, para a execução do trabalho da Equipe das Forças Armadas de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação, na janela de trabalho inicial de 2 a 12 de agosto de 2022", solicita a pasta.

Em um outro documento encaminhado ao TSE nesta segunda, Nogueira também cobra "informações técnicas preparatórias" solicitadas pelo Ministério em junho por meio de dois outros ofícios. O intuito dessas informações seria "viabilizar os trabalhos da Equipe das Forças Armadas de Fiscalização do Sistema Eletrônico de Votação, à luz da Resolução TSE no 23.673, de 14 de dezembro de 2021".

"Considerando que a ausência das referidas informações poderá prejudicar o desenvolvimento dos trabalhos da supracitada equipe quanto ao cumprimento das etapas de fiscalização previstas na Resolução do TSE e, também, que há a necessidade de um ponto de contato que facilite as ações de fiscalização, reitero as solicitações em comento", afirma o texto.

O envio dos ofícios se deu no mesmo dia em que o TSE reuniu mais de 150 pessoas, representantes das diversas entidades com legitimidade para atuar na fiscalização do processo eleitoral de 2022, incluindo membros das Forças Armadas. [COMENTÁRIO: sem o objetivo de apresentar posição sobre a lisura do sistema eletrônico de votação usado no Brasil, Bangladesh e Butão  = apenas expressando o nosso entendimento que um processo de fiscalização, imparcial e independente, deve ser totalmente independente de qualquer ação do órgão fiscalizado sobre o órgão fiscalizador.] A reunião teve o objetivo de obter esclarecimentos sobre etapas, métodos, locais e formas de fiscalização e auditoria do sistema eletrônico de votação previstas na norma que disciplina o tema.

Em 2021, as Forças Armadas foram incluídas pelo TSE, juntamente com outras entidades, na Comissão de Transparência das Eleições (CTE), criada com o propósito de ampliar a transparência e a segurança de todas as etapas de preparação e realização das eleições. 

 Política - O Globo

 

terça-feira, 26 de julho de 2022

Ministro da Defesa diz que respeita Carta Democrática Interamericana - O Globo

Documento citado por Paulo Sérgio Nogueira afirma que governos das Américas têm "obrigação" de defender democracia 

 Ministro da Defesa diz que respeita Carta Democrática Interamericana

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, abre oficialmente a 15ª Conferência de Ministros de Defesa das Américas (15ª CMDA), no Centro de Eventos e Convenções Meliá Brasil 21, em Brasília. Antonio Cruz/Agência Brasil Local: Brasília-DF

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, reafirmou nesta terça-feira que o Brasil respeita a Carta Democrática Interamericana. O texto diz que "os povos da América têm direito à democracia e seus governos têm a obrigação de promovê-la e defendê-la". — Da parte do Brasil, manifesto respeito à Carta da Organização dos Estados Americanos, OEA. E à Carta Democrática Americana e seus valores, princípios e mecanismos declarou Nogueira

Veja ainda: PL diz ao TSE que reunião de Bolsonaro com embaixadores foi ato de governo

A fala de Nogueira ocorreu na abertura da Conferência de Ministros de Defesa das América (CMDA), que está sendo realizada em Brasília. Ao final do evento, na quinta-feira, será assinada uma declaração, que deverá reproduzir os compromissos da Carta Democrática Interamericana e da Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA).

A primeira carta afirma, logo em seu primeiro artigo, que "os povos da América têm direito à democracia e seus governos têm a obrigação de promovê-la e defendê-la" e que "a democracia é essencial para o desenvolvimento social, político e econômico dos povos das Américas". 

No domingo, ao oficializar sua candidatura à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro convocou apoiadores para ir às urnas “pela última vez” no dia 7 de Setembro e repetiu ataques a integrantes do Supremo Tribunal Federal. Na mesma data no ano passado, o presidente participou de atos que pediram o fechamento da Corte.

O esboço do texto foi preparado pelo Brasil, país-sede do evento no biênio 2021-2022 e apresentado em março aos demais membros da conferência. Trata-se do maior encontro da região para debater Defesa e Segurança, que reúne 34 países. “Como ocorre em todas as edições da Conferência de Ministros de Defesa das Américas (CMDA), ao término do fórum, os países-membros assinam uma Declaração, cuja minuta é elaborada, com antecedência, devendo ser debatida e aprovada por todos os países-membros. Tradicionalmente, as declarações das Conferências reproduzem os compromissos da Carta da Organização dos Estados Americanos e da Carta Democrática Interamericana, bem como dos princípios de Williamsburg, base sob as quais foi criada a CMDA,”, informou o Ministério da Defesa.

No mesmo documento preparado pelo Ministério da Defesa do Brasil, há compromissos com a preservação do meio ambiente e “empenho com o objetivo de impulsionar ações coordenadas para evitar a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, a caça furtiva de animais silvestres e a exploração mineral e florestal ilegais, de acordo com a legislação interna de cada país e as normas e acordos internacionais.”

A proposta da declaração conjunta inclui ainda o compromisso em “seguir contribuindo com a promoção de medidas de contenção e mitigação ante o impacto de pandemias no Continente, como foi a de COVID-19.” O objetivo, segundo o texto, é “reduzir a perda de vidas humanas e os consequentes impactos econômicos.”   [COMENTÁRIO:  nos surpreende o destaque que está sendo dado ao afirmado pelo ministro da Defesa - que, em nosso entendimento, apenas expressou o respeito ao texto de um documento que será assinado ao final da Conferência reiterando o respeito à Democracia por parte dos governos dos países participantes; 
- a surpresa é que pelos acontecimentos mais recentes se conclui que não há,  por parte  do senhor ministro da Defesa ou de nenhuma outra autoridade do governo Bolsonaro,  intenção de desrespeitar à  Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em plena vigência e que estabelece já em seu Preâmbulo que os representantes do povo brasileiros estão reunidos para instituir um Estado Democrático.
Fica claro também que a Constituição é a norma máxima da República Federativa do Brasil, por ter sido instituída pelo povo brasileiro, prevalecendo sobre qualquer outro documento firmado por qualquer autoridade a qualquer título ou pretexto.
A obediência e o respeito ao texto constitucional e as leis da República Federativa do Brasil é DEVER de todo o cidadão brasileiro e dos estrangeiros que se encontrarem em solo brasileiro.] 

Política - O Globo