Governos que não são fortes apelam aos militares, afirma FHC
Ao ser questionado sobre a escolha de um
general da reserva do Exército para ocupar o cargo de ministro da
Defesa, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB)
afirmou que “na América Latina, há casos de governos que utilizaram os
militares para se fortalecer”. “Governos, sobretudo quando não são
fortes, apelam para os militares”, disse nesta terça-feira, 27, citando
como exemplo o final do governo do ex-presidente chileno Salvador
Allende.
A declaração de FHC foi dada durante o
primeiro evento da série ‘A Reconstrução do Brasil’ do Fórum
Estadão, realizado nesta terça em São Paulo. “No passado, colocar um
civil na Defesa era símbolo de qual poder prevalece.” “Em várias ocasiões (no meu governo),
houve pressão para fazer intervenção na segurança nos Estados. Não fiz
intervenção porque elas paralisam as reformas constitucionais”, disse
FHC, que defendeu uma mudança na maneira de os governos enfrentarem o
problema das drogas no País. “A questão da segurança está ligada à
corrupção. A questão do tráfico de armas é tão grande quanto a da droga.
Tem de enfrentar a questão da droga de maneira diferente, não apenas
repressiva.” [considerando o passado de FHC, incluindo confissão pública que já fumou maconha, não surpreende que ele queira que a questão da droga seja enfrentada de maneira diferente - talvez, liberando geral, até subsidiando.
Por sorte dos brasileiros se percebe uma tendência de apertar o usuário - sem usuário não há interesse de nenhum marginal em traficar.]
Nessa segunda-feira, 26, o governo
anunciou o general Joaquim Silva e Luna para comandar o ministério da
Defesa, ocupando a vaga de Raul Jungmann, deslocado para assumir o
recém-criado Ministério da Segurança Pública. Desde 1909, quando foi
criada, é a primeira vez que um militar assume a pasta da Defesa. A
mudança e a criação de um novo ministério foram decisões tomadas pelo
governo após a intervenção federal na segurança no Rio de Janeiro.
Blog Reinaldo de Azevedo
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