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quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Feliz Dia das Bruxas - Revista Oeste

Guilherme Fiuza

Todo o esforço de ajuste macroeconômico dos últimos anos, com resultados inegáveis, terá agora o nobre fim de alimentar a parasitose petista

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Não é possível discutir normalmente a conjuntura brasileira com a eleição de Lula — aquele que segundo seu vice, Geraldo Alckmin, queria ser presidente novamente para voltar à cena do crime.

O problema é que o teor da declaração de Alckmina condição criminosa do ex-presidente — não pôde ecoar na campanha eleitoral: o TSE instaurou a censura sobre o assunto. E chegou a obrigar a Jovem Pan a dizer, como direito de resposta ao PT, que Lula é inocente. A inocência de Lula não está sentenciada em lugar nenhum. Mas o árbitro da eleição obrigou à afirmação disso na imprensa.

Se o árbitro da eleição age assim, essa eleição pode ser considerada limpa? Eleição sob censura é eleição legítima? Quem quiser dizer que sim já desistiu da democracia e não sabe. Lula está de volta à cena do crime. Ele chegou lá após uma decisão da máxima corte que anulou seus processos alegando que não poderiam ter sido julgados em Curitiba — por não estarem relacionados à Petrobras. 
 Então as obras da OAS e da Odebrecht no triplex do Guarujá e no sítio de Atibaia, que levaram Lula à condenação por corrupção passiva, eram pagamentos de quê?  
 
 Tanto OAS quanto Odebrecht foram condenadas por corrupção na Petrobras, em negociatas regidas pelos diretores da estatal nomeados por Lula.

O STF descondenou Lula porque não estava escrito nos pedalinhos pixuleco BR? 
Como o STF conseguiu dissociar as propinas recebidas por Lula dessas empreiteiras da corrupção protagonizada por elas na Petrobras? 
Teria sido um pixuleco genérico?

Lula, na posse do Alexandre de Moraes, no TSE, com Gilmar Mendes
e em clima amistoso com o ministro do TSE  Benedito Gonçalves

Integrantes dessa mesma corte se eximiram de explicar a violação do sistema do TSE na eleição de 2018, com invasão comprovada por hacker. Ao contrário, usaram o assunto para atuar politicamente contra o presidente da República, inscrevendo-o num dos inquéritos de mil e uma utilidades de Alexandre de Moraes — o “principal algoz” de Bolsonaro no STF, segundo matéria publicada na Folha de S.Paulo e não desmentida.

Os arquivos que permitiriam a investigação dessa invasão foram apagados. Já o Ministério Público recomendou o arquivamento da investigação no Supremo contra o presidente — recomendação solenemente ignorada pelo mesmo Alexandre de Moraes, coincidentemente o juiz que presidiu a eleição.

Acredita em duende quem quer. Lula está de volta à cena do crime. Todo o esforço de ajuste macroeconômico dos últimos anos, com resultados inegáveis, terá agora o nobre fim de alimentar a parasitose petista. Os sinais foram dados. Todos. O tempo todo. Os abusos foram esfregados na cara da população. A população fez a sua parte e inundou as ruas. Mas os líderes ficaram vendo a banda passar.

Feliz Dia das Bruxas. Não, nenhuma palavra positiva. Aqui não tem discurso. O país está coberto pela vergonha.

Leia também “Que delícia de censura”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste