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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Neide, os brasileiros que votaram no Lula e na Dilma não merecem perdão, nem desculpas, nem compaixão.



Desculpe, Neide, os milhões de brasileiros que acreditaram que o PT mudaria as prioridades do país.
Há dez meses, Neide, 44 anos, ótima pessoa e profissional competente, cheia de energia, mãe de quatro filhos, percebeu um caroço no seio. Há dez meses ela luta pela cura. Primeiro, Neide fez um ultrassom. Depois uma mamografia, depois raios X de tórax. Neide ficou então “na fila para ser operada”. Prometeram que seria rápido. O caroço doía, aumentava, e, junto, a ansiedade.

Neide é empregada doméstica na casa de meu filho e minha nora. Seu nome é Jacineide Silva. Trabalhou e cuidou, com carinho, de minha neta de 2 anos, até a dor a impedir. Ela se mudou para o Rio de Janeiro em 2002, em busca de “uma vida melhor”, feliz com a eleição de Lula. [Neide, quando votou no Lula você fez uma escolha; uma péssima escolha, mas que foi e continuará sendo de sua exclusiva responsabilidade. Mesmo merecendo piedade você própria se condenou.]  Antes disso, Neide trabalhava na lavoura e na roça, no Maranhão. Veio só com a filha caçula, Jacyane. Neide parece ter só 30 anos. É magra, forte e tem um sorriso lindo.

Neide foi jogada de lá para cá, na espera infinita de cura. Tentávamos confortá-la: pode ser só um cisto. Ela pressentia algo mais grave. Só com a intervenção de médicos particulares, amigos da família, Neide conseguiu saber seu lugar na fila e ter informações sobre “o andamento” de seu caso, a passos de tartaruga. Bastava ter paciência.

Quando chegou sua vez da cirurgia, em fevereiro, o médico avisou que só operaria com biópsia. Neide ficou na fila para fazer a biópsia. Entre marcação de exame e resultado, foram quatro meses de agonia e dor. Na última quarta-feira, saiu o diagnóstico. Câncer. Neide voltou ao hospital com o exame. “A médica disse que, do jeito que está, não dá para operar. Tão grande que toma meu peito quase inteiro. Tem de fazer radioterapia antes para queimar. Mas o médico oncologista só tem hora daqui a um mês”, disse Neide.

Eu ia escrever sobre o congresso do PT. O Partido dos Trabalhadores é um partido de esquerda, fundado há 35 anos e no Poder há mais de 12. O maior compromisso do PT é, por definição, com os trabalhadores. Com a saúde e a educação do povo. E a moradia, o saneamento, o emprego. Já se foram três mandatos, e a cereja do bolo agora é a “Ferrovia Bioceânica”, que (nunca) vai ligar o Rio de Janeiro ao Peru mais uma obra megalomaníaca destinada a parar no meio e dar prejuízo ao Brasil. [operar as centenas de milhares de ‘neide’ não propicia recursos para que os bandidos adeptos do MENSALÃO-PT, do PETROLÃO-PT e outras organizações continuem roubando, impunemente,
Já Ferrovia Bioceânica vai ligar o NADA a LUGAR NENHUM e também dará oportunidade para mais falcatruas que beneficiará a corja petista.]

Eu ia escrever sobre o congresso do PT, tão dividido e acossado pelas denúncias de corrupção que agora batem à porta do Instituto Lula. Mas vi no Facebook uma postagem de Nilza Rezende, escritora e mãe de minha nora, sobre a via-crúcis de Neide. E aí meu sangue ferveu.  “Como um mês no hospital público brasileiro vira um ano”, escreveu Nilza, “talvez a Neide seja atendida quando não der mais tempo para cura. Fico perplexa e chocada ao ver como pobre sofre neste país. A vida é mesmo injusta. E o governo é cúmplice. O que adianta ficar fazendo propaganda para as mulheres se auto examinarem? Balela. Quando elas veem o tumor ficar do tamanho de uma bola, elas têm de esperar quase um ano para ser atendidas. Não há salvação: o SUS é o caminho para a morte.” [Lula, Dilma e outros da corja lulo petista quando precisam de cuidados médicos não vão a um hospital do SUS – nem para efeitos de propaganda. Além da ineficiência no atendimento os estrupícios tem medo de infecção hospitalar.] 

Desculpe, Neide, desculpe os milhões de brasileiros que acreditaram que o PT de Lula mudaria de verdade as prioridades do país. Se você votou, votou no cara. Muito tempo depois, foi eleita no lugar dele uma mulher. Diziam que era o poste de Lula, quanta injustiça. Como mãe do PACo, com certeza ela faria muito pela Saúde feminina. [Não é crueldade nem insensibilidade ser contra o perdão para  Neide e qualquer outro que votaram no Lula e na Dilma – é que ao elegerem aquelas figuras, as milhões de ‘neides’  cometeram um crime grave, hediondo e que prejudica a milhões e milhões de brasileiros.]

Dilma sofreu de câncer e cuidou de tudo no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Uma vitoriosa, que contou com a agilidade, os recursos e os talentos da melhor medicina nacional. Está certo dar tratamento VIP a uma presidente. Só não está certo o SUS desprezar a massa. A demora no atendimento, tratamento e cirurgia de câncer significa, frequentemente, a morte em vez da vida. Poderia ser o Estado acusado de homicídio dolosoaquele em que o algoz sabe que corre o risco de matar? [não podemos olvidar que de o Btrasil tivesse tido a sorte da Dilma não resistir ao câncer ela não teria concluído seu primeiro mandato, menos ainda reeleita para um segundo, e a situação do Brasil e, por extensão, de milhões de ‘neides’, seria bem melhor.]

Presidente Dilma, a senhora abreviou sua viagem para ir à abertura do congresso de seu partido. Diante do profundo copidesque ideológico que sofreu o discurso do PT, pare um pouco. E pense na Neide. O que fazer para dar a ela um tratamento mais digno, menos doloroso e apressar ou garantir sua cura eventual? Pense em todas as Neides que aguardam a vez de ser operadas – e não têm a quem apelar porque não são representadas por ninguém. Pense em como nos convencer de que seu governo enfrenta apenas “a intolerância de uma minoria”. Foi o que a senhora disse em Salvador.

Pense em tudo que foi desviado dos hospitais para enriquecer seus militantes hoje bilionários, pense em seus 39 ministérios, pense nas obras inacabadas e abandonadas da Copa do Mundo, pense em sua propaganda enganosa, pense se a tal Ferrovia Bioceânica não é mais um engodo a ser metido goela abaixo de um povo que acreditou. Para começar, que tal pedir desculpas a Neide?


Fonte: Ruth de Aquino

domingo, 14 de junho de 2015

PT adota modelo que criticou durante 20 anos

Modelo tucano na privatização

Pacote de concessões anunciado pelo governo adota padrão criticado pelo PT nos últimos 20 anos. Mas o esforço para sair da agenda negativa corre o risco de virar uma mera peça de marketing 

Desde que o então presidente Fernando Henrique Cardoso criou, em 1997, um conselho de desestatização e transferiu à iniciativa privada o controle de estatais, rodovias e ferrovias – em processos considerados à época pelo PT economicamente questionáveis – o termo “privatista” se transformou em ofensa contra os tucanos no vocabulário petista. Dali em diante, em todas as campanhas eleitorais, sejam municipais, estaduais ou presidenciais, como a de 2014, o PT jamais deixou de carimbar o principal partido adversário como idealizador da “entrega do patrimônio do Estado à iniciativa privada em prejuízo da população”.  

Ao justificar as concessões anunciadas durante a era petista no poder, alegavam que o modelo adotado pelo PT preservava a União. Agora, com a divulgação pela presidente Dilma Rousseff na terça-feira 9 do pacote de concessões do governo, nem esse contorcionismo verbal os petistas conseguirão fazer mais. O plano de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos destinado a socorrer os combalidos cofres públicos carrega a gênese tucana. Em vez de selecionar as empresas pelo critério da menor tarifa, como ocorria até então, Dilma e sua equipe econômica acenaram para o mercado com o vantajoso modelo de outorga idêntico ao implementado pelo PSDB no passado. Assim, empresa que apresentar o melhor preço de remuneração à União leva a concessão. Além disso, não há fixação do limite de lucro das concessionárias. Anteriormente, o governo estabelecia a taxa de retorno das concessões em até 15% do montante investido. “A presidente deveria pagar direitos autorais ao Fernando Henrique Cardoso. É um grande plano de privatização, com modelo de outorga, leva quem paga mais”, lembrou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). O economista Luiz Alberto Machado, titular do Conselho Federal de Economia (Cofecon), fez coro. “Só deram um nome diferente, chamar privatização de concessão é figura de linguagem, não tem como negar uma reaproximação com o modelo de FHC”, afirmou.


A intenção do Palácio do Planalto é movimentar cerca de R$ 198 bilhões com licitações e leilões da área de infraestrutura, numa segunda fase das concessões iniciadas em 2012. Mas há um longo - e talvez inviável - caminho para atingir esse objetivo. Por isso, o pacote de Dilma corre o sério risco de se transformar mais em uma peça de marquetagem eleitoral, destinada a tirar a presidente da agenda negativa, do que em algo economicamente efetivo. 

No mercado, as medidas foram recebidas com cautela. Apesar do reconhecimento de que o aceno do governo é positivo, os empresários temem que pelo menos 40% do total anunciado não saia do papel, pois se referem a obras que sequer têm projeto ou estudo técnico de viabilidade. Em geral, estes estudos demoram de seis meses a um ano para ficarem prontos, o que jogaria muitas das concessões divulgadas para o fim de 2016. 

Não bastasse isso, o governo mergulha sua carta de intenções em água turva ao incluir na lista de empreendimentos a Ferrovia Bioceânica, um projeto faraônico e inexequível que prevê a construção de uma estrada de ferro ligando os litorais do Brasil e do Peru a um custo de R$ 40 bilhões só em território brasileiro.  A má experiência das últimas concessões também assusta o mercado e os empreendimentos terão de contar com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para dar certo. O fato de as principais empreiteiras do País estarem envolvidas com a Operação Lava Jato podem ser mais um obstáculo aos projetos. “Em 2012, o governo licitou sem o sistema de outorga e não houve sucesso. Agora mudou, pois está no sufoco, buscando recursos. Mas há um dilema: quem vai participar?”, questiona o economista Luiz Alberto Machado.

Apesar de adotar um modelo de DNA claramente tucano, o governo por incrível que pareça ainda rejeita comparações das concessões da era petista com as privatizações feitas no governo FHC. O principal argumento dos aliados de Dilma é que a privatização vende de forma definitiva o patrimônio estatal e a concessão tem tempo determinado para acabar, retornando ao controle da União. Mesmo com o prazo determinado, a experiência com as concessões mostram que, uma vez transferidas à iniciativa privada, elas dificilmente voltam para as mãos do Estado. Das 21 concessões em vigor acompanhadas pela Agência Nacional de Transporte Terrestre, só uma teve contrato encerrado e aberto para nova licitação: a da Ponte Rio-Niterói. Durante 20 anos, os fluminenses estiveram submetidos às regras da iniciativa privada e agora, em 2015, têm outro administrador.

Fonte: IstoÉ