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terça-feira, 23 de agosto de 2016

Finalmente uma decisão defendendo valores básicos do ser humano; juiz federal enquadra Obama por preferência gay e suspende diretriz sobre uso de banheiro por transgênero

Em maio, governo Obama orientou escolas a permitir que estudantes transgêneros utilizem banheiros de acordo com sua identidade de gênero

Um juiz federal do estado do Texas, nos Estados Unidos, bloqueou temporariamente uma diretriz do governo Obama que permitia que estudantes transgêneros utilizassem os banheiros e vestiários de escolas públicas de acordo com sua identidade de gênero.
Reed O’Connor, do distrito de Fort Worth, no Texas, emitiu a liminar no domingo, após o Texas e outros 12 estados americanos apelarem contra a decisão federal por considerá-la inconstitucional. “Este caso apresenta a difícil questão de equilibrar a proteção dos direitos dos estudantes e os da privacidade pessoal ao usar os banheiros, vestiários e outras instalações íntimas”, afirmou O’Connor no texto judicial.



Banheiro com sinalização de gênero neutro (Mark Ralston/AFP)

Em maio, os Departamentos de Educação e Justiça, apoiados pela gestão federal, enviaram uma carta a todas as escolas públicas do país para que permitissem que os estudantes transgêneros utilizassem banheiros, vestiários e outras instalações de uso íntimo de acordo com sua identidade de gênero. A diretriz também lembrava que a discriminação por identidade sexual é proibida e que as instituições que não cumprissem os requisitos poderiam perder fundos federais.

Desde que entrou em vigor, quando um estudante ou seus progenitores notificavam uma mudança de gênero com o qual o aluno se identificava previamente, a escola devia atuar em consequência e respeitar essa nova identidade.  Segundo o juiz texano, as diretrizes lançadas pelo governo Obama contradizerem os textos legislativos e regulatórios existentes. Na decisão de 38 páginas, O’Connor explica que a declaração federal se ocupava de assuntos que não são de sua alçada, mas sim locais, além de promover uma política que colocaria em risco a privacidade e a segurança de crianças e adolescentes em idade escolar.

Advogados do Departamento de Justiça tentaram argumentar contra a liminar, afirmando que as diretrizes federais emitidas em maio não são obrigatórias nem têm consequências legais. Em um comunicado, a porta-voz do Departamento, Dena W. Iverson, afirmou que estava muito decepcionada com a decisão e que o órgão está revisando suas opções antes de tomar uma nova ação.

Fonte: Veja

 

quarta-feira, 30 de março de 2016

Coisas boas - descontraindo... dólares

A fábrica de dólares que produz mais de US$ 500 milhões por dia

A operação é mantida durante as 24 horas do dia, nos sete dias da semana, com turnos seguidos

Uma única máquina do Escritório de Gravação e Impressão (BEP, na sigla em inglês) dos Estados Unidos produz mais de 500 milhões de dólares por dia em cédulas recém-fabricadas. "Cuidado, nesse carro aí tem 50.000 dólares em cédulas de 1 dólar", alertou Donovan Elliot, operador de uma das máquinas, em uma das salas de impressão da divisa mais importante do mundo: o dólar.

É o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que decide quanto dinheiro precisa ser criado, mas é no BEP que a tarefa é desenvolvida com cuidado e sem interrupções. O BEP está localizado no centro de Washington e, embora não apareça nos guias, é uma das principais atrações turísticas da capital americana.

Elliot, assim como os outros 800 funcionários, trabalha cercado de dinheiro. São inúmeras cédulas de 1 dólar, 2 dólares, 3 dólares, 10 dólares, 20 dólares, 50 dólares e 100 dólares, bilhões de dólares em todas as denominações.

A operação é mantida durante as 24 horas do dia, nos sete dias da semana, com turnos seguidos. Em 2015 foram emitidos 560 milhões de dólares ao dia. Ao fundo, é constante o barulho das máquinas que não param de imprimir. "Embora pareça mentira, você se acostuma. Há tanto dinheiro por todas as partes que você se esquece", ressaltou Lydia Washington, do escritório de impressão da instituição.

Apenas duas instalações nos Estados Unidos produzem dólares: a de Washington e a de Fort Worth, no Texas. Apesar da impressionante quantidade de cédulas feitas, o risco da inflação não assombra o edifício porque mais de 90% das notas fabricadas a cada ano são usadas para substituir as que saem de circulação pelo mau estado de conservação.

Mas nem todas as cédulas têm a mesma vida útil. A de 1 dólar, uma das mais populares, costuma durar 5,8 anos em média, já a de 20 dólares geralmente é mantida em circulação por 7,9 anos. A mais durável é a de maior valor, 100 dólares, que é usada por aproximadamente 15 anos.

Artesanato e tecnologia - Dentro do BEP também trabalham historiadores, como Franklin Knoll, que se encarrega do departamento de arquivos e pesquisa. Para ele, a fabricação de cédulas é "uma complexa mistura de artesanato e arte com um grande componente tecnológico".

Knoll explicou que as primeiras máquinas de dólares federais foram criadas em Nova York em 1862, em plena guerra civil, por uma empresa privada e depois enviadas a um porão do atual edifício do Departamento do Tesouro, na capital americana, para que "as notas oficiais fossem colocadas, cortadas e separadas".

Antes disso, as cédulas eram emitidas "sob demanda" e com auxílio dos diferentes bancos privados que existiam no país, o que gerava complicações e problemas devido à diversidade e à variedade. Na década de 1920 foi realizada uma primeira revisão do projeto, com a criação de cédulas menores, que são a base das atuais, e posteriormente o processo foi modernizado com novas máquinas, mais rápidas e eficazes.

Ao longo dos anos ocorreram diversas mudanças nas notas mais valiosas, principalmente por questões de segurança e para combater a falsificação. "Obviamente, falsificar uma cédula de 1 dólar não é muito rentável, então há menos pressão sobre esses valores mais baixos", ressaltou Knoll. Todas as cédulas precisam ser revisadas pelo Serviço Secreto dos EUA, que dá o aval para a liberação após serem aplicados os padrões de segurança.

Outro dos elementos que complicam ainda mais o trabalho da impressão é que o dólar, como moeda de reserva internacional, é amplamente usado fora das fronteiras americanas. De acordo com as últimas estimativas, calcula-se que entre 50% e dois terços do valor total da moeda americana em circulação se encontra fora dos EUA.


Fonte: Agência EFE

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Militar que matou American Sniper condenado a prisão perpétua



Assassino de Chris Kyle, o "Sniper Americano", condenado a prisão perpétua
O antigo marine Eddie Ray Routh foi condenado a prisão perpétua, por ter assassinado Chris Kyle e Chad Littlefield, dois militares da força de operações especiais norte-americanas SEAL

Eddie Ray Routh era acusado de ter morto Chris Kyle, cuja história foi levada ao cinema por Clint Eastwood

O antigo fuzileiro norte-americano Eddie Ray Routh, de 27 anos, foi condenado a prisão perpétua num tribunal do Texas, depois de o júri o ter considerado culpado da morte de Chris Kyle, o atirador de elite da Guerra no Iraque cuja vida, e o livro de memórias que o próprio escreveu, inspirou o filme de Clint Eastwood American Sniper.

No dia 2 de Fevereiro de 2013, Routh abateu não só Kyle, de 38 anos, mas também o amigo deste, Chad Littlefield, 35 anos, no campo de tiro de Glen Rose, a sudoeste da cidade de Fort Worth, no Texas, onde se situa uma das maiores bases militares dos Estados Unidos.  Nessa altura, Kyle tinha assumido acompanhar e ajudar Routh, que sofria de stress pós-traumático, à imagem, de resto, daquilo que o antigo atirador de elite vinha fazendo junto de outras instituições de apoio a militares afetados pela experiência da guerra.
Eddie Routh, ex-fuzileiro naval americano, condenado pelo assassinato de Chris Kyle, o 'Sniper americano' - POOL / REUTERS

No tribunal de Stephenville, 160 quilômetros a sudoeste de Dallas, os jurados – dez mulheres e dois homensnão acataram a teoria da defesa de Eddie Ray Routh, cujos advogados, não questionando a sua responsabilidade na morte dos dois homens, invocaram insanidade e um estado de psicose no momento em que os alvejou no campo de tiro.

Durante o julgamento, e segundo a agência Associated Press (AP), foi também dito que Routh estaria sob medicação de antipsicóticos para tratar a esquizofrenia. Mas um psicólogo testemunhou que esse fato não sustentava “legalmente a insanidade”, embora tenha admitido que Routh sofria de desordem paranóica agravada pela bebida e pelo uso de drogas. Em contrapartida, a acusação sustentou que, naquele dia 2 de Fevereiro de 2013, Routh atuou fria e deliberadamente naquilo que caracterizou como “uma emboscada mortal”, segundo a BBC.

No julgamento, testemunhou também a viúva de Chris Kyle, Taya, que, no entanto, abandonou o tribunal antes da sessão final e do veredicto. Já os familiares de Chad Littlefield permaneceram no tribunal. Após o veredito, a mãe deste, Judy, disse aos jornalistas que a família tinha esperado durante dois anos que Deus lhes fizesse justiça. “Deus provou ser fiel. Estamos felizes por termos este veredito”, acrescentou.

No julgamento, que mobilizou a opinião pública americana e foi transmitido em direto pela televisão, o procurador Alan Nash evitou pedir a pena de morte para o acusado. A condenação de Routh a prisão perpétua não lhe dá direito a liberdade condicional, mas, no final da sessão, o juiz anunciou que Routh tinha o direito de recorrer da decisão do tribunal. 

Depois da comoção observada há dois anos aquando do assassínio de Chris Kyle, membro da força de elite da Marinha SEAL e considerado o mais letal atirador de sempre das Forças Armadas norte-americanas, a sua história ganhou dimensão global com o filme que Clint Eastwood fez a partir das memórias que o militar publicou em 2012 sobre as quatro missões que fez no Iraque. Reforçou-se assim, ainda mais, a imagem de Kyle como símbolo do patriotismo heróico americano.

American Sniper, protagonizado por Bradley Cooper, foi um dos blockbusters  do ano passado, tendo rendido 400 milhões de dólares (mais de 350 milhões de euros) em todo o mundo. O filme de Clint Eastwoodque, curiosamente, não encena o episódio da morte de Kyle e Littlefield, fazendo uma elipse e mostrando o seu funeral – foi também um dos que tiveram maior número de nomeações, seis, para os Óscares, entre as quais a de melhor filme e a de melhor ator. Acabaria por ficar apenas com uma estatueta, pelo melhor som, para Alan Robert Murray e Bub Asman.

O antigo marine Eddie Ray Routh foi sentenciado esta terça-feira a prisão perpétua, sem possibilidade de sair em liberdade condicional, por ter assassinado Chris Kyle - o sniper que serviu de inspiração para o mais recente filme de Clint Eastwood, "Sniper Americano" - e o seu amigo Chad Littlefield, em fevereiro de 2013. 

 Segundo a cadeia televisiva CNN, Routh, um ex-militar norte-americano, de 27 anos, ouviu a sua sentença em silêncio, enquanto olhava diretamente para o juiz. O julgamento, na cidade de Stephenville, no Texas, durou duas semanas.  Segundo o jornal britânico "The Guardian", um júri constituído por 10 mulheres e dois homens considerou Routh culpado, considerando que ele agiu fria e deliberadamente no assassínio de Kyle e Littlefield. O duplo homicídio ocorreu num campo de treino militar no norte do Texas, nos EUA, enquanto os dois militares assassinados o tentavam ajudar a lidar com stress pós traumático, de que padecia após ter prestado serviço no Iraque e no Haiti. No julgamento, policiais afirmaram que Chris Kyle foi alvejado seis vezes e Chad Littlefield sete vezes, cada um com armas diferentes.

O que ainda falta apurar são as razões que levaram Routh a matar os dois militares. Chris Kyle fez quatro comissões na guerra do Iraque, como membro do grupo de operações especiais SEAL, tendo-se tornado o mais letal sniper de sempre das Forças Armadas norte-americanas, com mais de 160 inimigos mortos.


Fonte: BBC