VOZES - Gazeta do Povo
Conteúdo editado por: Bruna Frascolla Bloise
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Conteúdo editado por: Bruna Frascolla Bloise
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em reunião do Conselho de Segurança da ONU (30/10/2023) (ONU/Divulgação)
Deparamos com circunstâncias sem precedentes que podem trazer consequências sérias ao Brasil. Estamos à beira de uma transformação da guerra fria em curso em conflito de proporções globais, considerando a inclinação para a beligerância e a imprevisibilidade dos líderes atuais.
“Em um contexto complicado, o país oscila entre um protagonismo ilusório e ações relevantes”
Publicado em VEJA, edição nº 2866, de 3 de novembro de 2023
Área de Skid Row, na Califórnia, maior cracolândia dos Estados Unidos, em 24 de novembro de 2022 | Foto: Shutterstock
O soldado Patrick Bastos Reis, que foi assassinado por criminosos no Guarujá | Foto: Divulgação/PMSP
Perdoem-me a repetição, mas ela é necessária: um policial da tropa de elite do estado de São Paulo foi morto por um sniper do tráfico que, com armamento especial de longo alcance, usado por militares e forças especiais no mundo, mirou e assassinou um homem da ordem e segurança pública — um herói que, como milhares e milhares espalhados pelo Brasil, sai todos os dias de casa para fazer nossa proteção sem saber se volta para o seio familiar.publicidade
Ministros não podem — jamais — decidir por nós. Eles não receberam nem um voto sequer para dizer publicamente o que acham desse debate, quiçá legislar em nosso nome.
A repetição de um filme ruim
Para quem mora em estados americanos que descriminalizaram o porte de maconha, como a Califórnia, isso parece a repetição de um filme ruim. Já conhecemos o desfecho, e ele não tem um final feliz.
Aqui, a falsa bandeira da separação entre “usuário e traficante” abriu portas inimagináveis e terríveis, e que jamais serão facilmente fechadas. Há hoje uma corrosão irreversível no tecido social em partes do estado que já mudaram para sempre a paisagem física e mental em um dos estados mais bonitos da América.
Kevin, com quem já tive o privilégio de conversar algumas vezes e trocar algumas pesquisas, alerta-nos de que foi exatamente assim — sob o manto da “maconha medicinal” ou “descriminalização de pequenas quantidades para pequenos usuários” — que alguns estados americanos abriram a porta para a droga, e que hoje veem seu uso legalizado para recreação, trazendo um efeito dominó de danos.
Desde que o Colorado e o estado de Washington legalizaram a maconha, o uso regular da droga entre crianças de 12 a 17 anos tem estado acima da média nacional e vem crescendo mais rápido do que a média nacional. Além disso, o Colorado agora lidera o país entre os jovens de 12 a 17 anos em:
Uso de maconha no ano passado.
Uso de maconha no último mês.
Porcentagem de pessoas que experimentam maconha pela primeira vez.
O Colorado, primeiro estado a descriminalizar e legalizar a droga para uso recreacional em 2012 (primeiramente era legalizada apenas para uso medicinal), hoje é o campeão no uso da maconha por menores. Outro problema envolvendo menores está na taxa de suicídio entre adolescentes no estado. A maconha, junto com opioides, está diretamente relacionada com essa trágica estatística.Foto: Shutterstock
Há também nesse caminho, reaberto pelo STF, a utopia e a falácia dos militantes da legalização de drogas em relação a um suposto aumento de receita tributária e redução do crime
A atividade no mercado paralelo desde a legalização
De acordo com o estudo do Instituto SAM com as autoridades americanas, a receita gerada do imposto sobre o consumo da droga compreende uma minúscula fração do orçamento do estado do Colorado, menos de 1%. Os distritos escolares do Colorado nunca viram um único dólar dos impostos estaduais sobre a maconha. No estado de Washington, metade da receita dos impostos da maconha prometidos para políticas de prevenção e melhoria de escolas foi desviada para o fundo geral estadual.
Os policiais dizem que o mercado ilegal e sem licença ainda está prosperando — e em algumas áreas até se expandiu. Thomas Allman, xerife do condado de Mendocino, é categórico: “Há muito dinheiro a ser ganho no mercado paralelo. A descriminalização e a legalização certamente não tiraram os policiais do trabalho. O mercado paralelo nunca esteve tão forte. Os traficantes jamais pagarão impostos”, disse Allman. Até o governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, já declarou que os cultivos ilegais no norte da Califórnia estão piorando, e que tropas da Guarda Nacional estão em constantes operações na fronteira com o México para desativar fazendas ilegais de cannabis.
Desde que a maconha medicinal foi legalizada na Califórnia há mais de duas décadas, a indústria da cannabis explodiu com supervisão mínima. Logo veio a descriminalização e legalização. Agora, muitas empresas que vendem a droga estão relutantes em passar pelo processo complicado e caro para obter as licenças que se tornaram obrigatórias. A licença até vem, assim como uma das maiores mordidas fiscais dos Estados Unidos.
De volta ao Colorado, a legalização da maconha parece ter aberto a mesma porta para as operações do cartel mexicano. O Gabinete do Procurador-Geral do estado observou que a legalização inadvertidamente ajudou a alimentar o negócio dos cartéis, que agora trocam drogas como heroína por maconha, além do tráfico de pessoas.
Imagino que, se você for um libertário, mesmo depois de todos os estudos e estatísticas dos malefícios da droga e do perigo do manto “medicinal e pequenas quantidades para usuários, não tráfico”, aqui é o ponto onde você diz: “Mas onde está a liberdade e responsabilidade individual que vocês, conservadores e liberais, pregam?”. Bem, as estatísticas não param.
Agora imagine um país como o nosso Brasil, onde a saúde nunca saiu da UTI, nem mesmo antes da pandemia, suportar — com dinheiro público — um cenário desses? A velocidade empregada na normalização e banalização de assuntos que merecem o mínimo de discernimento e honestidade é assustadora.
Em uma entrevista espetacular para o Oeste Sem Filtro nesta quinta-feira, 3 de agosto, o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, oficial da Reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) e quem comandou o Pelotão da Rota de 2010 a 2013 e o Pelotão de Força Tática no 49° Batalhão de Polícia Militar Metropolitano em 2013, sintetizou em uma frase o que cenários de leniência com o mundo das drogas significam para cidadãos e policiais: “A mãe de todos os crimes é o tráfico de drogas”.
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Coluna - Ana Paula Henkel, Revista Oeste
Neste momento em que a liberdade de expressão está ameaçada no Brasil, muita gente nas redes sociais resgatou um fato recente da história sul-americana: o fechamento do canal de televisão venezuelano RCTV, em 2007, pelo ditador Hugo Chávez (1954-2013).
Uma das mais antigas emissoras do continente, a Radio Caracas Televisión foi fundada em 1953 e ficou conhecida no mundo todo pela popularidade de suas novelas. A partir de 1999, quando Chávez chegou ao poder, o canal de maior audiência da Venezuela adotou um posicionamento crítico com relação ao regime, que se intensificou nos anos seguintes até ganhar ares de oposição assumida.
O “começo do fim” da RCTV, no entanto, aconteceu em 2002, quando a empresa foi acusada, com outras duas tevês comerciais, de participar de uma tentativa fracassada de tirar o ditador do comando do país (a insurreição militar durou menos de três dias e acabou fortalecendo o chavismo).
A decisão foi duramente condenada pela comunidade internacional, e diversas organizações voltadas para a defesa dos direitos humanos emitiram comunicados expressando repúdio e preocupação. O Senado brasileiro também publicou uma nota lamentando a situação – respondida em tom de deboche pelo ditador, que chamou nossos parlamentares de “papagaios de Washington”.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em seu segundo mandato, fez questão de passar pano (quando essa expressão ainda nem existia) para Chávez. Sim, o petista considerou o ato “democrático” e, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, declarou: “Eu acho que não dá para ideologizar essa questão da televisão. O mesmo Estado que dá uma concessão é o Estado que pode não dar a concessão”.
A RCTV encerrou suas transmissões na TV aberta em 27 de maio de 2007. Nos dias seguintes, estudantes de diferentes cidades venezuelanas saíram às ruas para protestar e sofreram dura repressão das forças de segurança. Também há registros de confrontos violentos entre os jovens e milicianos chavistas. Várias pessoas ficaram feridas e pelo menos quatro foram baleadas.
Hugo
Chávez considerou os manifestantes “vítimas da manipulação sem
escrúpulos da oligarquia”. E ordenou a expropriação de equipamentos da
emissora, que passaram a ser utilizados em um novo canal estatal, o
TVes, exibido na mesma frequência dos “golpistas” sufocados.
Depois de retomar suas atividades no sistema de cabo, a Radio Caracas Televisión teve novamente seu sinal suspenso em 2010, por desrespeitar a legislação venezuelana – que inclui, entre outras regras, a obrigatoriedade da veiculação de mensagens governamentais e um limite na apresentação de comerciais. Desde então, a empresa segue apenas como produtora de conteúdo, vendendo programas para canais internacionais e plataformas de streaming.
Exemplo próximo e emblemático do controle estatal sobre a mídia, o fechamento da RCTV também foi relembrado no Brasil em 2019, quando a tensão entre Jair Bolsonaro e a Rede Globo chegou ao seu grau máximo. Na época, veículos de comunicação como a Folha de S. Paulo e a BBC compararam o ex-presidente a Hugo Chávez e o acusaram de ameaçar a emissora carioca com o cancelamento de sua concessão. Agora, com a Jovem Pan sob risco de censura, não foram registradas manifestações semelhantes em relação ao Ministério Público Federal de São Paulo.
Omar Godoy, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Dois princípios nas relações internacionais são o direito à
autodeterminação e o direito à integridade territorial. No conflito da
hora, Kiev esgrime com o segundo, mas Moscou argumenta com o primeiro
para as repúblicas do Donbass e as regiões sulistas do vizinho, Crimeia
inclusive, que decidiram [autodeterminação.] se desligar.
Na dissolução e fragmentação da Iugoslávia, duas décadas atrás, os
Estados Unidos e a OTAN invocaram o direito à autodeterminação, enquanto
uma enfraquecida Rússia argumentava, imponentemente, em defesa da
integridade territorial da Iugoslávia. No final, quem pôde mais chorou
menos.
O observador razoavelmente atento notará que os EUA e a União Europeia
retiraram dos arquivos o play-book da Guerra Fria 1.0 para conter a
ascensão da China. Impor crescentes constrangimentos econômicos,
deflagrar uma corrida armamentista e dar o golpe final por meio das
tensões étnico-nacionais e do separatismo.
Entre as dificuldades na tentativa de repetir o roteiro, uma frequenta
mais amiúde os pesadelos do Ocidente. Quando a URSS declinou e
finalmente desapareceu, havia tempo que não era mais aliada da China,
que na geopolítica estava até mais próxima dos EUA. Hoje, a ameaça
existencial comum empurra chineses e russos a aliar-se estrategicamente.
Na economia e na esfera militar são nações que se complementam num encaixe quase perfeito.
Eis por que o Ocidente não pode nem pensar em conter a China, o objetivo
central na Guerra Fria 2.0, sem atrair a Rússia para sua esfera de
influência ou desmembrá-la, a exemplo do que foi feito com a URSS. [não podemos olvidar, que a China conta agora com o apoio, que não pediu, nem precisa, do 'estadista' de todos os estadistas, ex-presidiário que preside o Brasil.]
Ou as duas coisas.
A Federação Russa permanece um dos poucos estados de fato plurinacionais
no planeta, com potenciais tensões separatistas permanentes. Enquanto o
Ocidente argumenta com o direito à integridade territorial da Ucrânia,
usa a Ucrânia para desestabilizar a integridade territorial russa.
O que, aliás, somado à crescente simpatia ocidental pela tese de Taiwan
independente e pelas pressões separatistas em Hong Kong e Xinjiang,
ajuda a amalgamar a aliança entre Moscou e Beijing.
E o Brasil com isso? O cenário internacional para nós, também pelos
motivos expostos, é incomparavelmente mais complexo do que quando Luiz
Inácio Lula da Silva chegou ao Planalto pela primeira vez, em 2003.
Naqueles tempos, 1) os EUA tinham o foco na guerra ao terror; 2) uma
enfraquecida Rússia estava saindo do catastrófico governo de Boris
Ieltsin; e 3) ainda prevalecia a esperança ocidental de que o
desenvolvimento econômico chinês, orientado ao mercado e à globalização,
faria entrar em colapso o poder comunista.
Assim, Lula pôde implodir o projeto norte-americano da Área de Livre
Comércio das Américas (ALCA) sem maior consequência, teve espaço para
projetar poder econômico-financeiro regional e o Brasil ajudou
alegremente a construir os Brics.
Mas os ventos começaram a mudar lá pelo final da década, acelerados pela
crise de 2008/09, e quem acabou pagando o pato da insatisfação de
Washington com o expansionismo e o independentismo brasileiros foi Dilma
Rousseff.
Os EUA estão crescentemente nervosos diante da ameaça de um ocaso em seu
reinado de única superpotência. E bem quando a história parecia ter
chegado ao fim, dando razão a Francis Fukuyama, e quando o breve século
XX, na definição de Eric Hobsbawm, tinha ficado para trás.
Mas as duas teses balançam. Fukuyama e Hobsbawn estão em xeque. O século XXI está cada vez mais parecido com o anterior.
Como Lula vai descascar o abacaxi? Até agora, recorreu aos velhos
truques, de eficácia comprovada. Foi a Washington e disse coisas
agradáveis aos anfitriões, depois dirigiu-se a Beijing para falar coisas
que fizeram bem aos ouvidos dos chineses. Nas duas viagens, procurou
extrair o melhor da relação. [será que qualquer das partes acreditou no que ouviu? sabem que são palavras proferidas por um mentiroso patológico - .vide Lula se jactando para Jaime Lerner de que mentia.]
Não deixa de ser inteligente como aposta para não queimar pontes.
Só é preciso saber até quando isso será suficiente. Pois de vez em
quando chega uma hora em que os princípios, como tratado no início deste
texto, e as declarações genéricas de intenções não dão mais para o
gasto.
E 2023 não é 2003.
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político
Manifestantes em frente ao Capitólio, em Washington, Estados Unidos, em 2021 | Foto: Sebastian Portillo/Shutterstock
Certamente, alguns dos primeiros a entrar no capitólio quebraram janelas e forçaram a abertura da porta. Mas, para as centenas que se seguiram, eles pareciam inconscientes do dano causado e eram claramente não violentos. A polícia simplesmente os deixou entrar. Alguns são vistos parando para limpar alguns danos causados por outros que haviam passado antes.
E eis, no fundo, a essência disso tudo: uma elite “progressista” e arrogante despreza a democracia verdadeira, pois despreza o povo, tido como ignorante demais para tomar decisões importantes
Eis outra farsa que vem abaixo com as imagens divulgadas por Carlson. Além de uma manifestante que morreu baleada pela polícia, a única outra morte explorada pela imprensa como prova do perigo da “insurreição” era a de um policial, que foi a óbito um dia após o evento. Alegava-se, sem provas, que Brian Sicknick teria sofrido traumatismo, ao apanhar com um extintor de incêndio durante a entrada forçada dos manifestantes. Mas o mesmo policial aparece nas imagens depois, calmo, organizando o fluxo de pessoas, usando seu capacete intacto.
E eis, no fundo, a essência disso tudo: uma elite “progressista” e arrogante despreza a democracia verdadeira, pois despreza o povo, tido como ignorante demais para tomar decisões importantes. É por isso que caberia aos parlamentares do Comitê Seleto observar e revelar suas conclusões, tomadas como verdade absoluta. É por isso que caberia aos jornalistas da imprensa tecer análises e disparar julgamentos, condenando Trump pelo “golpe”.
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Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste
Aqui, o que uma mulher do presidente da República faz ou deixa de fazer depende do temperamento, dos humores e das conveniências do marido. A exceção ficou por conta de Nair de Teffé, com quem Hermes da Fonseca se casou em 1913, logo depois da morte de Orsina da Fonseca. Viúvo de uma típica dona de casa, o sisudo presidente de 55 anos optou pelo avesso. Com apenas 24, a pintora e desenhista Nair invertia o prenome para publicar nos jornais caricaturas em que uma certa Rian zombava dos figurões da República Velha. Até janeiro deste ano, Hermes foi o único presidente a governar o país com duas diferentes primeiras-damas. Agora tem a companhia de Lula, que exerceu dois mandatos casado com Marisa Letícia e começou o terceiro como marido de Rosângela da Silva, a Janja.
Ao lado do presidente do Brasil, Janja cumprimentou os governantes estrangeiros com a pose de quem encabeçara uma chapa vitoriosa em que o marido havia figurado como vice
Sem paciência, ela já deixou claro que vai meter-se em tudo. Em vez de esperar a data da coroação, passou a encarnar o papel de primeira-dama um minuto depois de encerrada a apuração do segundo turno. Discursou no comício da vitória na Avenida Paulista, voou com Lula no jatinho que o levou ao Egito para um piquenique ambientalista, não pediu licença ao Gabinete de Transição para pendurar amigos no cabide de empregos do primeiro e segundo escalões, vistoriou minuciosamente o Palácio da Alvorada para saber como estava a célebre criação de Oscar Niemeyer e decidiu que não merecia abrigar o casal real. Precisava de reformas urgentes. Ela nunca se queixou do modesto espaço ocupado por Lula no prédio da Polícia Federal em Curitiba, e noivou na cadeia com a alegria de quem troca alianças numa catedral. Promovida a primeira-dama, parece bem mais exigente.
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Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste
Na Igreja Católica "tudo é imposto, é uma ditadura perfeita, é uma tirania perfeita (...) Quem elege os padres, quem elege os bispos, quem elege o papa, os cardeais, quantos votos, quem vota?", questionou o presidente na quarta-feira, em um momento de relações tensas de seu governo com a instituição. "Se vão ser democráticos que comecem a eleger com o voto dos católicos o papa, os cardeais, os bispos", insistiu durante um discurso exibido na quarta-feira à noite, por ocasião do 43º aniversário da polícia nacional. [perguntas que só um ateu, um energúmeno, quem não conhece nada sobre Cristianismo precisa fazer. Ele e o ladrão petista são amigos e Luladrão o tem como mentor.]
Ortega voltou a chamar os bispos e padres de "assassinos" e "golpistas" pelo apoio que, segundo o seu governo, os templos deram aos protestos da oposição em 2018.
Os manifestantes "saíram das igrejas, não de todas, armados para lançar os ataques contra as delegacias de polícia (...) e alguns padres convocando o povo (para) atirar em mim", criticou Ortega.
Ele também censurou os religiosos por terem apoiado a proposta da oposição de reduzir seu mandato, quando atuaram como mediadores de um diálogo que buscava uma solução para a crise. "Uma instituição com a Igreja Católica utilizando os bispos aqui na Nicarágua para dar um golpe de Estado", disse.
O arcebispo auxiliar de Manágua, Silvio Báez, que está exilado nos Estados Unidos, questionou no Twitter "as lições de democracia" de Ortega, que governa desde 2007, após três reeleições sucessivas.
As relações entre o governo e a Igreja Católica se deterioraram desde os protestos de 2018, que o presidente vinculou a uma suposta tentativa fracassada de golpe de Estado planejada pela oposição com o apoio de Washington.
O conflito se agravou em agosto com a detenção - em prisão domiciliar - do arcebispo de Matagalpa, Rolando Álvarez, um grande crítico do governo.
Ao menos quatro padres e dois seminaristas também foram detidos e as acusações contra os religiosos não foram divulgadas.
A polícia proibiu recentemente as procissões religiosas.
Em março, o Vaticano informou que o núncio apostólico Waldemar Sommertag foi expulso da Nicarágua.
No mês de julho, o governo proibiu a associação Missões de Caridade, criada pela madre Teresa de Calcutá, e suas freiras tiveram que deixar o país.
O papa Francisco anunciou um "diálogo" com a Nicarágua a respeito da detenção de vários membros da Igreja Católica, mas a evolução das conversas não foi revelada. Ortega, que governou o país pela primeira vez durante a revolução da década de 1980, obteve em 2021 o quarto mandato consecutivo, com seus adversários presos ou no exílio.
A comunidade internacional exige que o governo liberte mais de 200 opositores, incluindo sete ex-candidatos à presidência que foram condenados este ano a penas de entre oito e 13 anos de prisão por "minar a integridade nacional" e outras acusações.
[Comentando e opinando: Se Lula for eleito logo começarão as perseguições contra os Cristãos.]
AFP
A valente Maria José enfrentou muitos obstáculos desde que não aceitaram sua inscrição, alegando que mulher não podia participar do concurso. As manchetes dos jornais questionavam se mulheres poderiam ocupar cargos públicos. Seu ingresso na carreira diplomática só foi possível por intercessão do jurista Ruy Barbosa junto ao então ministro das Relações Exteriores, Nilo Peçanha, que, sob pressão, autorizou a inscrição dela com um despacho: "Não sei se as mulheres desempenhariam com proveito a diplomacia, onde tantos atributos de discrição e capacidade são exigidos [...]. Melhor seria, certamente, para seu prestígio, que continuassem à direção do lar, tais são os desenganos da vida pública, mas não há como recusar sua aspiração, desde que fiquem provadas suas aptidões". Maria José foi aprovada em 1º lugar. Diante desse fato inédito, tiveram que adaptar um espaço para banheiro feminino no prédio do MRE.
Em abril de 2022, o quadro de 1.540 diplomatas era
formado por 356 mulheres (23%) e 1.184 homens (dados do MRE). O perfil
da diplomacia brasileira, segundo especialistas, é o do homem branco, de
classe média alta, com acesso à educação e ao apoio de familiares que
já fizeram o concurso. Recentemente, o embaixador e ex-ministro Sergio
Amaral causou indignação ao afirmar, em entrevista à TV Cultura, que o
baixo número de mulheres no Itamaraty ocorre por causa de questões de
"qualificação" para um "concurso exigente". Desde a aprovação no
concurso do Instituto Rio Branco, as mulheres enfrentam discriminação.
Mesmo tendo as mesmas qualificações, elas não têm as mesmas
oportunidades oferecidas aos homens. Não há nenhuma diplomata em
embaixadas de maior visibilidade para a política externa brasileira, e
elas nunca chefiaram postos estratégicos como Paris, Washington, Buenos
Aires, Londres, Tóquio ou Pequim. Não há vontade política para que as
diplomatas ocupem posições que valorizem seu trabalho e sua capacidade
de liderança. [NADA CONTRA AS MULHERES - AO CONTRÁRIO. O concurso é aberto para ambos os sexos - masculino e feminino - as questões são exatamente as mesmas. Instituir uma política de cotas (como pretendem fazer na política = um determinado percentual de mulheres tem que ser eleito ... complicado, já que o eleitor é quem decide em quem votar... ) é um absurdo, tem é que acabar com as cotas existentes, deixando apenas para deficientes físicos = O MÉRITO TEM QUE PREVALECER. Quanto a mulheres para embaixadas 'estratégicas' é uma prerrogativa de quem indica.]
Outro assunto velado é a questão do assédio. Quando uma
reportagem anunciou que não havia assédio no Itamaraty, algumas
diplomatas fizeram uma enquete e registraram mais de 100 casos de
comportamento sexista dentro da instituição. Servidoras e diplomatas, em
um grupo fechado no Facebook, relataram casos de assédio moral e
sexual. Em um dos relatos, uma diplomata contou que um ex-chefe que a
assediava se vingou transferindo-a para um local que não atendia aos
seus interesses profissionais. [o que deve prevalecer é o interesse do serviço e não o do funcionário.]
Com o objetivo de combater a falta de representatividade feminina no Itamaraty, um grupo de diplomatas, criado em 2013, produziu o documentário Exteriores: Mulheres Brasileiras na Diplomacia. Uma das líderes é Irene Vida Gala, 60, ex-embaixadora em Gana e atual subchefe do escritório de representação do Itamaraty (São Paulo). Irene tornou-se a porta-voz das diplomatas que se sentem discriminadas. Ela é exemplo de como uma mulher em cargo de chefia pode fazer a diferença. Quando foi cônsul-geral adjunta em Roma soube de casos de violência doméstica contra brasileiras casadas com italianos, e da perda da guarda dos filhos quando pediam divórcio. Sua atitude foi abrir as portas do consulado, comunicando publicamente que quem precisasse de ajuda encontraria um ombro, advogado e assistência social. E foram muitas as denúncias recebidas.
A predominância masculina é de natureza estrutural e não ocorre apenas na diplomacia. Os homens têm acesso a cargos de poder e a salários maiores do que mulheres com as mesmas qualificações. É preciso somar a luta das diplomatas por igualdade e respeito com a luta das mulheres em outras profissões.
Passou da hora de o Itamaraty se libertar dessa saia justa, dessa posição embaraçosa de ser uma instituição que defende a igualdade na diplomacia e nas relações exteriores, ao mesmo tempo em que discriminam mulheres na própria estrutura. A imagem que o Brasil deve transmitir é a de um país que valoriza a igualdade de gênero e a afirmação dos direitos humanos.
Juliana Brizola - Correio Braziliense