Num governo carente de temperança, o general escolheu surfar a onda da radicalização. No ano passado, ele flertou com o terraplanismo ao contestar os dados do Inpe que apontaram a alta no desmatamento. Depois usou termos rasteiros para insultar o presidente da França. Heleno também investiu no bate-boca com ex-presidentes brasileiros. Mandou Fernando Henrique “calar a boca”, chamou Dilma de “terrorista” e defendeu que Lula fosse condenado à “prisão perpétua”. A pena não existe no país. Foi banida pela Constituição de 1988. [tratamento adequado quanto a FHC que anda falando demais e tentando ser o 'aconselhador-geral' da República, Dilma é uma terrorista - no passado atentando contra o Brasil, usando a covardia, armas e bombas e quando presidente utilizando o que lhe sobre: INcompetência e Lula é um ladrão - somando as condenações que tem e as que o aguardam será condenado a penas que terão caráter de perpétua, o que é proibido pela 'constituição cidadã', Lei Maior eivada de erros, primando pela concessão de direitos sem a contrapartida dos DEVERES e estimulando a impunidade.]
Na ânsia de imitar o capitão, o general passou a atacar a imprensa no Twitter. Em agosto, vociferou contra um jornalista sem notar que ele escrevia num blog de humor. O episódio virou chacota, mas deveria inspirar preocupação. Na gestão Bolsonaro, o chefe do setor de inteligência é incapaz de distinguir uma piada de um texto noticioso.
No início do governo, o ministro adotou figurino discreto. Começou a rasgar a fantasia em junho, depois que um sargento da FAB foi preso na Espanha com 39 quilos de cocaína. O caso enfureceu Carlos Bolsonaro, que passou a atacar Heleno nas redes. Ao se juntar aos radicais, o general caiu nas graças do vereador. “Somos todos general Heleno”, tuitou ontem o Zero Dois.
Bernardo Mello Franco, colunista - O Globo