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domingo, 2 de abril de 2017

A destruição da Olimpíada de Matemática

Sabe-se lá por que, a Olimpíada e o PIC ficaram debaixo do teto burocrático do Instituto de Matemática Pura e Aplicada

Alguém precisa criar uma Lava-Jato para conter a inépcia dos educatecas nacionais. Eles estão destruindo um trabalho de mais de uma década da Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas. Era uma coisa que dava certo, levava alegria aos estudantes, e não incomodava ninguém, salvo a onipotência dos burocratas da Educação.

A ideia de uma olimpíada para os estudantes das escolas públicas saiu da Sociedade Brasileira de Matemática e teve o apoio entusiasmado de Lula. O primeiro certame aconteceu em 2005. Acoplado à Olimpíada, criou-se um Programa de Iniciação Científica, o PIC. Ele beneficiava os 6 mil garotos e garotas que conseguiam medalhas, custeando-lhes a ida às universidades federais mais próximas para um dia de aulas mensais com professores da rede de ensino superior. O êxito das medalhistas Fábia, Fabíola e Fabiele, as trigêmeas da zona rural de Santa Leopoldina (ES), comoveu o país em 2015.

Sabe-se lá por que, a Olimpíada e o PIC ficaram debaixo do teto burocrático do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, o Impa. É um centro de excelência acadêmica, mas não tem nada a ver com o tipo de serviço demandado pelo certame ou pelo PIC. Puseram um orçamento de 60 milhões nas mãos de gestores que cuidavam de 30 milhões para fazer outra coisa. Apesar dessa girafa, as coisas foram bem até 2015, quando a diretoria de ensino básico da Capes (a central financiadora de bolsas do governo, poderoso braço do Ministério da Educação) objetou que o dinheiro destinado ao ensino básico não podia custear o trabalho de professores das federais. Quem botou o PIC naquela diretoria da Capes, que o tirasse, pois o objetivo era aprimorar o conhecimento dos medalhistas. 

O programa entrara na máquina de moer boas ideias. Como a Capes recusava-se a pagar os R$ 4 milhões que financiavam parte do programa, entrou em ação a máquina de inventar novidades. Tendo-se desmontado o PIC que levava os medalhistas às universidades federais, criou-se um PIC 2.0, com bolsas para mil professores dos municípios, oferecendo cursos especiais de Matemática. Enquanto o programa antigo custava R$ 12 milhões, o novo saía por R$ 8 milhões e dava muito menos trabalho aos burocratas. O Impa aceitou calado a destruição do PIC original e perfilhou o PIC 2.0.

Em 2016 surgiram críticas à extinção do PIC original, e o Impa anunciou que neste ano ele seria restabelecido. O PIC 2.0, contudo, seria mantido. Deu-se um milagre da aritmética. Num governo que pretende reduzir seus custos, um instituto de Matemática gastava R$ 12 milhões com um programa, substituiu-o por outro de R$ 8 milhões e passou a pedir R$ 17 milhões para cuidar da Olimpíada e dos dois programas. Tremenda economia. A hora da Olimpíada de 2017 está chegando e instalou-se a balbúrdia. O Conselho Nacional de Pesquisas liberou R$ 7 milhões para custear as bolsas que pagam as viagens dos medalhistas, mas a Capes não dá um tostão para os professores federais do PIC original. Donde, não há como rodar o programa. Os educatecas de Brasília oferecem R$ 2 milhões para o PIC 2.0, que custa R$ 7 milhões e, portanto, precisa de mais R$ 5 milhões. Essa conta também não fecha.

A meninada cometeu o pecado de estudar Matemática, de disputar a Olimpíada e de querer aprender mais. Os educatecas destruíram o que estava dando certo, toleraram algo que talvez não devesse ter existido (o PIC 2.0) e agora inviabilizam as duas iniciativas.

A OPERAÇÃO O QUINTO DO OURO ENCOSTOU NA MINA
No arrastão da Operação O Quinto do Ouro, a Polícia Federal levou para depor o presidente da Federação de Transportes de Passageiros do Estado do Rio, Lélis Teixeira. Ele acumula a donataria com a presidência do Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio. O doutor vem a ser o braço-esquerdo e a perna-direita de Jacob Barata, o Rei dos Ônibus, dono de uma frota de seis mil veículos.

Atribui-se aos dois, ao então governador Sérgio Cabral (hoje em Bangu) e ao deputado Jorge Picciani (também levado para depor), a articulação que resultou na concessão de um incentivo fiscal reduzindo em 90% a alíquota do ICMS que pagavam ao Erário fluminense (hoje falido). Esse e outros mimos representaram uma perda de arrecadação para o Estado e a cidade estimada em R$ 100 milhões anuais.

A Operação O Quinto do Ouro e o depoimento de Lélis jogarão luz sobre essas iniciativas, e ele será um valioso colaborador, sobretudo pela moldura intelectual em que coloca a concessão do mimo. Segundo Lélis Teixeira, “o incentivo fiscal, aprovado pelo Legislativo, não é direcionado às empresas de ônibus, mas sim a seus usuários, que na ausência do benefício estariam pagando uma tarifa mais elevada. É uma política pública que beneficiou diretamente, por meio de tarifa reduzida, milhões de passageiros somente em 2016.”
A Polícia Federal e o Poder Judiciário poderão destrinchar essa questão. Se a teoria de Lélis está certa, ele e Barata são dois beneméritos, sendo-lhes devido um pedido de desculpas. Se a história tiver sido outra, outra terá sido a história.

DITADURA?
Durante 21 anos cinco generais governaram o Brasil apresentando seu regime como um baluarte do combate à corrupção. É verdade que todas as roubalheiras da ditadura cabem nas fortunas de uns poucos petrolarápios, mas aqui vai uma estatística para as vivandeiras do século XXI.

A ditadura instituiu uma Comissão Geral de Investigações com poderes excepcionais para pegar corruptos. Entre 1968 e 1979, com cerca de 200 funcionários, inclusive dois generais, investigou 25 mil pessoas, abriu 1.153 processos e confiscou os bens de 41 pessoas, apurando uma mixaria. (Os grandes tubarões ficaram de fora.) Em apenas três anos, respeitando as regras do Direito, a Operação Lava-Jato condenou 130 pessoas a penas que somam 1.377 anos, recuperou R$ 10 bilhões e bloqueou outros R$ 3,2 bilhões. [a caçada só é frutífera onde há caça; 
a inexistência de farta caça fez com que a Comissão Geral de Investigações tivesse pouco resultado e foi a ausência de caça a responsável pelo pouco resultado dos trabalhos daquela Comissão.
já a Lava-Jato teve e continua tendo excelente resultado caça devido existir muita caça, qual seja a roubalheira deslavada, comandada pelo ex-deus do Brasil (Lula...  e muito cuidado... se deixarem,  o eleitorado estúpido que o elegeu e reelegeu o 'filho do Brasil' e a 'gerentona', serão capazes de o elegerem - os estúpidos que votaram no satanás em 2002 e 2006 e na besta do Apocalipse em 2010 e 2014 estão loucos para repetir o erro, ou melhor, o crime.). A alta produtividade da Lava-Jato pode, e deve, ser atribuída ao excesso de caça, abundância essa que dispensou eficiência.]
 
DEFESA DE RUI
Os doutores do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro que estão em liberdade poderiam prestar uma homenagem a Rui Barbosa, retirando o seu nome do prédio em que funciona a repartição.
Num caso inverso, em 2015, quando José Maria Marin foi em cana, a Confederação Brasileira de Futebol tirou o seu nome da sede da casa. Não é justo que o nome do baiano continue no TCE.

PREVIDÊNCIA
O governo pode querer reformar a Previdência, mas custa pouco fazer seu serviço direito. Um octogenário, morador da Barra da Tijuca, foi a uma agência do INSS para cuidar de sua aposentadoria. Disseram-lhe que deveria levar os papéis para Macaé, a 160 quilômetros de distância, onde ele jamais pusera o pé.

Com esforço, conseguiu que fosse mandado para uma agência na Tijuca, e lá só poderá ser atendido em agosto.

Fonte: Elio Gaspari - O Globo