J. R. Guzzo
Jogada midiática
Tornou-se um vício na política brasileira. Um senadorzinho de algum
cafundó que se elege com meia dúzia de votos, um dos partidos nanicos
que vivem às custas do pagador de imposto ou um desocupado qualquer,
desde que tenha carteirinha de “esquerda”, pedem ao Supremo Tribunal
Federal que dê “48 horas” de prazo para o presidente da República
responder porque agiu, ou não agiu, assim ou assado.
O STF atende
correndo, todas as vezes, e lá vai alguém no Palácio do Planalto ocupar o
seu expediente arrumando uma resposta qualquer, que nunca se fica
sabendo qual foi. É uma palhaçada. [temos notado que os supremos ministros do STF além de validarem resposta que o Guzzo chama de "uma resposta qualquer"(que deixa a impressão do atendimento da imposição suprema) também começam a flexibilizar estendendo o prazo.
A ministra Rosa Weber flexibilizou, em meses, o prazo de alguns dias inicialmente imposto à Câmara sobre as emendas de relator; o ministro Lewandowski aceitou estender o prazo para o Governo Federal prestar esclarecimentos sobre a vacinação de crianças = que vencia antes do Natal e agora vence após o Dia dos Reis.
É bom. Acalma os ânimos e deixa claro o que todos tem presente: o que fazer se o prazo não for cumprido? prender o ministro retardatário? prender o presidente da República???]
Estátua da Justiça, na frente do prédio do STF. - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
É também uma nova comprovação da descida do STF na militância política mais barata que se poderia encontrar. As explicações exigidas em “48 horas” são, invariavelmente, disparates em estado puro, sem uma molécula de relevância para o interesse público. O autor do pedido não está interessado em esclarecer nada – quer apenas agredir o governo com política de baixa qualidade e aparecer por um instante no noticiário. Os ministros agem como seus cúmplices.
O STF nunca exigiu, nos governos anteriores, explicação nenhuma, sobre nenhum assunto, de presidente nenhum – e só Deus sabe quanta coisa haveria para explicar. Com Jair Bolsonaro, de repente, o PT e seus serviçais descobriram que os ministros aceitam qualquer coisa para mostrar que são os grandes inimigos do presidente – e inventou-se essa extravagância de responder a uma estupidez qualquer em “48 horas”, ou “três dias”, ou seja lá o que for.
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No fim das contas, acaba sendo apenas mais uma trapaça do eixo esquerda-STF. Na hora de exigir as “explicações”, os senadorzinhos etc. aparecem no noticiário, junto com os parceiros do tribunal; fazem barulho e ganham mais 15 minutos de fama. Mas, como ninguém aí tem a mais remota intenção de levantar questões sérias, nem de informar o público sobre coisa nenhuma, acaba não acontecendo nada.
Querem só fazer a pergunta; estão pouco se lixando para a resposta. [um exemplo é que além da corja esquerdista-petista, tem um outro senador, o 'encrenqueiro' sem projeto, que está sempre pronto a pedir resposta para perguntas estúpidas ou questionar o governo. A última do estridente senador: o governo argentino, em uma manobra sem noção e midiática ofereceu ajuda de dez 'especialistas', os chamados 'capacetes brancos', para ajudar na tragédia da Bahia.
Óbvio que o presidente Bolsonaro declinou tão insignificante ajuda - o Brasil tem efetivo suficiente para atender todas as necessidades que poderiam ser atendidas pela dezena de hermanos, ainda que multiplicadas por mil.
Tal ajuda seria tão útil = inútil = quanto a prestada em Brumadinho por soldados de Israel. Com ou sem ajuda dos especialistas israelenses, as indenizações as vitimas de Brumadinho já alcançam a quarta ou quinta geração dos desaparecidos.]
O que importa é a gritaria. Feito um requerimento de “explicações”, já estão armando o requerimento seguinte – e depois mais um, e assim por diante. O resultado é que ninguém, a começar pelos participantes desta fraude, tem a menor ideia sobre o que o governo “explicou”. Tanto é assim que nenhum dos ultimatos do STF resultou em qualquer providência conhecida.
É ilegal? Provavelmente. É uma farsa? Com certeza. Ou seja: é a cara desse STF que está aí.
J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES