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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Graça Foster renuncia e Petrobras anuncia novo presidente na sexta



Estatal enviou comunicado à CVM anunciando a saída da presidente e de mais cinco diretores
Petrobras comunica renúncia de Graça Foster e nova diretoria da estatal será eleita na sexta
Documento sobre a saída dela foi enviado à CVM nessa manhã “face à renúncia da presidente e de cinco diretores", diz o curto texto 
Um comunicado da Petrobras enviado na manhã desta quarta-feira Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anuncia a renúncia de Graça Foster, além de cinco outros diretores. Ainda segundo o texto, a nova diretoria será eleita em reunião do Conselho de Administração na sexta-feira. 
"A Petrobras informa que seu Conselho de Administração se reunirá na próxima sexta-feira, dia 06.02.2015, para eleger nova Diretoria face à renúncia da presidente e de cinco diretores", diz o curto texto enviado à autarquia que supervisiona os mercados financeiros no Brasil.
O anúncio veio um dia depois da reunião de Graça com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, em que teria ficado acertado que a então presidente da estatal sairia junto com os demais diretores até março. Na terça-feira, os rumores da saída da Graça Foster, as ações da estatal subiram mais de 15%. Nessa manhã, operam em alta de mais de 5%.
DECISÃO APÓS RELATÓRIO
Pressionada pelas investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), Graça deixa o cargo depois de ocupá-lo por três anos. Dilma teria ficado insatisfeita com a divulgação da estimativa feita pela própria estatal de perdas de ativos na ordem R$ 88,6 bilhões com as denúncias de corrupção. A informação foi dada após a publicação do balanço financeiro da estatal referente ao terceiro trimestre de 2013, tornado público sem a inclusão das perdas com a corrupção. 
Com a divulgação do balanço, Graça declarou que poderia haver aumento nos valores relativos à corrupção e ampliação no período de análise dos contratos de empresas com a estatal, de 2004 a 2012. Segundo ela, se durante as investigações mais empresas fossem citadas seria necessário "abrir os números". Desgastada com as diversas denúncias, Graça Foster vinha sendo cobrada pela oposição para que se demitisse. Ela chegou a colocar o cargo à disposição em mais de uma ocasião. Segundo ela mesma, "duas ou três vezes". Apesar disso, Dilma mantinha a amiga no posto de presidente da estatal.
Um dos maiores golpes que ela sofreu foram as denúncias da ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, em dezembro, que afirmou que Graça sabia das irregularidades antes da operação ser deflagrada. Segundo ela, o alerta foi feito através de e-mails enviados à atual presidente Graça Foster - antes dela assumir a presidência, ainda como diretora de Gás e Energia, e depois- e também pessoalmente. No encontro, Venina afirma que entregou a Graça documentos sobre denúncias na área de Comunicação.
Em respostas às acusações, a presidente da Petrobras negou que soubesse dos desvios na estatal. A Petrobras também chegou a divulgar nota dizendo que os e-mails encaminhados a Graça pela ex-gerente em abril de 2009, agosto e outubro de 2011 e fevereiro de 2012, "não explicitaram irregularidades" nas áreas citadas.
Durante a conclusão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras no Congresso, a oposição apresentou um relatório no qual acusou a presidente da estatal de mentir ao parlamento. No documento, a oposição afirmava que Graça Foster havia recebido um relatório informando sobre o pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela empresa Holandesa SBM e sabia do esquema desde o início de 2014. A SBM relatou à Justiça Holandesa e dos Estados Unidos que havia distribuiído US$ 102,2 milhões a funcionários da estatal.
Fonte: O Globo