Estatal enviou
comunicado à CVM anunciando a saída da presidente e de mais cinco diretores
Petrobras comunica renúncia de Graça Foster e nova
diretoria da estatal será eleita na sexta
Documento
sobre a saída dela foi enviado à CVM nessa manhã “face à renúncia da presidente
e de cinco diretores", diz o curto texto
Um
comunicado da Petrobras enviado
na manhã desta quarta-feira Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anuncia a renúncia de Graça Foster, além de cinco outros
diretores. Ainda segundo o texto, a nova diretoria será eleita em
reunião do Conselho de Administração na sexta-feira.
"A Petrobras informa que seu
Conselho de Administração se reunirá na próxima sexta-feira, dia 06.02.2015,
para eleger nova Diretoria face à renúncia da presidente e de cinco
diretores", diz o
curto texto enviado à autarquia que supervisiona os mercados financeiros no
Brasil.
O
anúncio veio um dia depois da reunião de Graça com a presidente Dilma Rousseff,
em
Brasília, em que teria ficado acertado que a então presidente da estatal sairia
junto com os demais diretores até março. Na terça-feira, os rumores da saída da Graça Foster, as ações
da estatal subiram mais de 15%. Nessa manhã, operam em alta de mais de 5%.
DECISÃO
APÓS RELATÓRIO
Pressionada
pelas investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), Graça deixa o cargo depois de ocupá-lo por três anos.
Dilma teria ficado insatisfeita com a divulgação da estimativa feita pela
própria estatal de perdas de ativos na ordem R$ 88,6
bilhões com as denúncias de corrupção. A informação foi dada após a
publicação do balanço financeiro da estatal referente ao terceiro trimestre de
2013, tornado público sem a inclusão das perdas com a
corrupção.
Com a divulgação
do balanço, Graça declarou que poderia haver aumento nos valores relativos à
corrupção e ampliação no período de análise dos contratos de empresas com a
estatal, de 2004 a 2012. Segundo ela, se durante as investigações mais empresas
fossem citadas seria necessário "abrir
os números". Desgastada com as diversas denúncias, Graça Foster vinha
sendo cobrada pela oposição para que se demitisse. Ela chegou a colocar o cargo
à disposição em mais de uma ocasião. Segundo ela mesma, "duas ou três vezes". Apesar disso, Dilma mantinha a amiga no posto de presidente da estatal.
Um dos maiores golpes que ela
sofreu foram as
denúncias da ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, em dezembro, que
afirmou que Graça sabia das irregularidades antes da operação ser deflagrada.
Segundo ela, o alerta foi feito através de e-mails enviados à atual presidente
Graça Foster - antes dela assumir a presidência, ainda como diretora de Gás e
Energia, e depois- e também pessoalmente. No encontro, Venina afirma que
entregou a Graça documentos sobre denúncias na área de Comunicação.
Em
respostas às acusações, a presidente da Petrobras negou
que soubesse dos desvios na estatal. A Petrobras também chegou a
divulgar nota dizendo que os e-mails encaminhados a Graça pela ex-gerente em
abril de 2009, agosto e outubro de 2011 e fevereiro de 2012, "não explicitaram irregularidades" nas áreas citadas.
Durante a
conclusão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras no
Congresso, a oposição apresentou um
relatório no qual acusou a presidente da estatal de mentir ao parlamento.
No documento, a oposição afirmava que Graça Foster havia recebido um relatório
informando sobre o pagamento de propina a funcionários da Petrobras pela
empresa Holandesa SBM e sabia do esquema desde o início de 2014. A SBM relatou à Justiça Holandesa e dos Estados Unidos que havia distribuiído US$ 102,2 milhões a
funcionários da estatal.
Fonte: O Globo