Tempos estranhos
Tem
medo de uma reação dos devotos de Jair Bolsonaro a uma possível decisão
do Supremo Tribunal Federal (STF) capaz de beneficiar o ex-presidente
Lula encarcerado em Curitiba? Ou tem medo de uma
decisão contrária capaz de legitimar o desejo de Bolsonaro de ver Lula
mofar na prisão? Não se saberá tão cedo, ou talvez nunca se saiba. O
ministro Dias Toffoli não quer contar.
Ele adiou a sessão do
Supremo que decidiria pela manutenção ou revogação do direito concedido à
segunda instância da Justiça de mandar prender réus por ela condenados. Oficialmente, segundo
ministros que pediram para não ser identificados, porque há um recurso
de Lula pendente de análise do Superior Tribunal de Justiça no caso do
tríplex do Guarujá.
O melhor será que o
Supremo aguarde o resultado da análise para não parecer que se
precipitou. O gatilho do adiamento foi um pedido da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB).
O pedido foi encomendado à
OAB pelo próprio Toffoli, que nega ter feito qualquer encomenda. Ele
avalia que o momento não é mais ideal para que o Supremo tome qualquer
decisão a respeito.