Marido de Kátia, diz ex-diretor da Odebrecht, não queria doação por caixa 2, mas empresa se negava a fazer de outro modo
Não vivemos dias normais. O país é hoje
refém do sectarismo justiceiro. E, no fim das contas, quem decide quem
vive ou morre na política são os empreiteiros.
Aqui e ali, leio e ouço gente reclamando
do poder que tinham Emílio e Marcelo Odebrecht… Tinham? Quem é mais
poderoso hoje no Brasil do que a dupla? Os respectivos polegares de pai e
filho dizem que vive e quem morre na política, como os imperadores
romanos. Bem, foi o próprio Marcelo quem disse,
na prática, que há políticos honestos que recebem pelo caixa dois e
desonestos que recebem pelo um. Não! Os dias não são muito normais do
ponto de vista institucional. Fossem, a senadora Kátia Abreu (PDMB-TO),
por exemplo, não estaria na “Segunda Lista de Janot” nem na de Edson
Fachin.
Por quê? É acusada de falsidade
ideológica na modalidade eleitoral. Ou por outra: ter recebido caixa
dois de campanha. É matéria atinente à Justiça… Eleitoral! E o que há de mais curioso no caso de
Kátia? O delator que disse ter repassado R$ 500 mil à sua campanha pelo
caixa dois vai muito além de negar que a senadora tenha oferecido
contrapartida. Ele expressa claramente seu desagrado. Diz que ela nada
fez em favor da empresa.
O delator Mário Amaro da Silveira,
ex-diretor da Odebrecht Ambiental, reclama com todas as letras: “A
senadora foi eleita, mas não fez nada por nós no Tocantins também, não”. Só isso? Não! O MPF acusa Moisés Pinto
Gomes, marido de Kátia, de ter feito o contato com a empreiteira. E é o
próprio Silveira quem diz que Gomes não queria a doação pelo caixa dois,
resistiu. Insistiu que fosse tudo registrado, mas e empresa deixou
claro que o dinheiro só sairia por fora. Segundo o delator, assim se
fez.
A forma como o MPF e Rodrigo Janot
sequestraram a história lhes confere o poder de mandar toda a elite
política para a forca, sem distinguir a natureza dos ilícitos
praticados. Já disse qual é a minha divisa. Que cada
político arque, na forma da lei, por aquilo que fez, não por aquilo que
o MPF gostaria que tivesse feito.
O MPF não tem o direito de impor um agenda ao país, ainda que sob a pena de empurrá-lo para uma crise de proporções inéditas.
ATENÇÃO! EU ESTOU COBRANDO QUE A LEI SEJA APLICADA!
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA