Angélica dá a senha para o 'polo democrático' articular nome de Huck para 2022
Quem acompanha de perto as articulações do “centro democrático” para se
recolocar no jogo político e ter alguma chance em 2022 analisa que o
último grande obstáculo à candidatura de Luciano Huck caiu com a
entrevista de sua mulher, a também apresentadora Angélica, à revista
Marie Claire. Angélica nunca quis o marido presidenciável, mas agora
classifica a candidatura como “uma espécie de chamado” e admite: “É uma
coisa tão especial que, se ele quisesse se candidatar, eu apoiaria”.
Soou como uma senha para o grupo heterogêneo que cada vez se preocupa menos em esconder almoços, jantares e encontros para discutir o lançamento de Huck, mais ativo do que nunca. Ora ocorrem no Rio, ora em São Paulo, mas com personagens que extrapolam esses Estados e o Cidadania – o partido que primeiro apostou no potencial dele.
[o segundo pior quadro para o Brasil em 2022 - o primeiro pior, 'hors concour', (não pela sua qualidade superior e sim por ter qualidade que o torna o piso do piso do inferior) é o aglomerado formado pelo PT = perda total = esquerda e os partidos comunistas - seria a eleição de um desses animadores de auditório que já entram confundindo sua profissão com competência administrativa, honestidade e ética.
Soou como uma senha para o grupo heterogêneo que cada vez se preocupa menos em esconder almoços, jantares e encontros para discutir o lançamento de Huck, mais ativo do que nunca. Ora ocorrem no Rio, ora em São Paulo, mas com personagens que extrapolam esses Estados e o Cidadania – o partido que primeiro apostou no potencial dele.
[o segundo pior quadro para o Brasil em 2022 - o primeiro pior, 'hors concour', (não pela sua qualidade superior e sim por ter qualidade que o torna o piso do piso do inferior) é o aglomerado formado pelo PT = perda total = esquerda e os partidos comunistas - seria a eleição de um desses animadores de auditório que já entram confundindo sua profissão com competência administrativa, honestidade e ética.
Angélica é, ou foi, talvez ainda seja, excelente apresentadora de programa infantil e seus conhecimentos políticos além de sua ambição, até certo ponto boba, de ser a primeira-dama, é o que a motiva 'autorizar' seu marido ser candidato - destaque merece por atribuir a ambição do seu marido a um chamado do além.
A esperança do Brasil não sofrer a tragédia de eleger um presidente cantor, motorista, palhaço, animador é que o povo começou a demonstrar, elegendo Bolsonaro, que está aprendendo a votar.
A famosa frase do Pelé começou a deixar de ser atual.]
A esperança do Brasil não sofrer a tragédia de eleger um presidente cantor, motorista, palhaço, animador é que o povo começou a demonstrar, elegendo Bolsonaro, que está aprendendo a votar.
A famosa frase do Pelé começou a deixar de ser atual.]
Em 2018, Huck esteve a um passo de se lançar, instigado pelo agora
ministro de Bolsonaro Paulo Guedes. Quase assinou a ficha do PPS, atual
Cidadania, passou a contratar pesquisas de opinião exclusivas e montou
equipes de estudo em diferentes áreas, como educação e saúde. Por que recuou? O principal motivo foi justamente que o casal, antes,
como agora, “teria mais a perder do que ganhar”, como disse Angélica à
Marie Claire. De fato, bastou Huck começar a ser citado como
presidenciável, inclusive neste espaço, para que seu mundo cor de rosa
passasse a ser invadido por fotos, meias verdades, maledicências e
fakenews.
Com duas estrelas da TV, o casal sempre aparece rico, lindo, feliz e do
bem. Deslizando para a política, o noticiário é totalmente diferente,
procurando as piores brechas, os ângulos mais desfavoráveis, as
companhias menos indicadas. Huck e Angélica entraram em pânico e
políticos têm de ter couro duro. E por que o recuo do recuo? Angélica politiza a discussão: “Estamos num
momento tão louco na política que não quero, jamais, ser egoísta e
leviana de impedir algo nesse sentido” – a candidatura do marido. Quem
discorda dela quanto ao “momento tão louco”? Não Fernando Henrique, que
tem críticas ao PT e a Lula, está preocupado com os rumos do governo
Jair Bolsonaro e, desde o início, analisa a candidatura Huck sem
preconceito. Foi a partir de declarações dele, aliás, que passaram a
olhar para Huck com pragmatismo.
Além de FHC, o presidente e o líder do Cidadania, Roberto Freire e
Daniel Coelho, ex-governador Paulo Hartung, economista Armínio Fraga,
ex-ministro Raul Jungmann, empresário Guilherme Leal e ACM Neto, Rodrigo
Maia e Mendonça Neto, do DEM. Eles buscam um “polo democrático” para
tirar o Brasil dos extremos e “das mãos das corporações públicas e
privadas”.
Freire, um dos primeiros a apostar em Huck, diz que Lula se transformou
num fator perturbador e que Bolsonaro, na ONU, “se associou com a
extrema direita, nacionalista, antiglobalista e obscurantista, com
laivos de fundamentalismo”. Huck é uma alternativa a essa polarização,
mas sair em campo a três anos das eleições é ficar não só sujeito a
chuvas e trovoadas, mas também à manipulação de dados que – suspeita-se –
o Planalto tende a concentrar depois de intervir no ex-Coaf, na Receita
e na Polícia Federal.
Por ora, porém, as reuniões são para analisar cenários e dados de
pesquisas: Huck compete com Lula nas faixas C e D e com Bolsonaro na B,
mas sua força vai diminuindo e praticamente desaparece na classe A, dos
mais ricos, onde só dá Bolsonaro. Logo, a manifestação de Angélica é só
uma senha, um começo. Há muitos obstáculos, muitos nomes vão surgir,
desaparecer, confundir, e só há uma certeza: presidentes são favoritos
em processos de reeleição e nada numa campanha como a velha e boa
caneta, Bic ou não.
Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo
Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo