MTST tem de ser descredenciado do “Minha Casa Minha Vida Entidades” por usar o programa com objetivos partidários
Ai, ai…
Dilma Rousseff está passando por um processo de infantilização política.
A cada dia, a sua retórica fica mais primitiva. Querem ver? Ela
participou de um evento promovido pelo MTST para marcar a entrega de
unidades do Minha Casa Minha Vida em Taboão da Serra, na Grande São
Paulo.
As casas
foram construídas dentro da tal modalidade “entidades”, em que o Estado
repassa o dinheiro para um grupo militante, e este se encarrega de
contratar a obra. Sim, o nome disso é privatização de dinheiro público.
Ou por outra: quem pertence ao MTST fura a fila da casa própria. Ou por
outra ainda: um movimento que é esbirro do PT se apropria de uma
política pública.
A prova de
que isso é verdade é que a convidada de honra do evento era, ora
vejam!, Dilma Rousseff. Que, no momento, não está presidindo o Brasil. E
que não voltará a fazê-lo. Se é uma política do Estado brasileiro, o
convidado para a cerimônia tem de ser o presidente em exercício, ora
bolas! É assim que as coisas são numa República. Acontece que Dilma, o MTST e as esquerdas no geral não reconhecem a Constituição e as leis.
No
discurso que fez, Dilma desenvolveu uma tese notável: as mulheres seriam
imunes à renúncia, à diferença dos homens. Afirmou: “Mulher não
renuncia porque mulher não cede na luta”. Ah, bom! Homem é tudo zé-mané. Ao menor sinal de problema, já vai caindo fora. É evidente
que ela estava se referindo ao deputado afastado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Falando sobre si mesma, mandou ver: “Pediram, insinuaram, até
pressionaram, para eu renunciar. Jamais faria isso! Sabe por quê?
Porque o povo me deu 54 milhões de votos.”
Eu, por
exemplo, não insinuei, não pedi nem pressionei. Eu recomendei. Só
insinua quem não tem coragem de falar com clareza — e eu tenho porque
ela não é minha “chefa”. Só pede quem também vai se beneficiar do ato —
um aliado. E só pressiona quem se sente acima da pessoa que tem de agir.
Lógica elementar: setores do próprio PT pediram para ela cair fora. Ainda
aludindo a Cunha, veio com a cascata de sempre. Disse não ter roubado
dinheiro público nem ter conta na Suíça. Mais uma vez, arrotava a sua
honestidade, como se a denúncia contra ela tivesse algo a ver com isso.
Não! Ela está fora porque atentou contra a lei fiscal.
Contando
uma mentira deslavada, Dilma afirmou que Temer está desmontando os
programas sociais. O reajuste que ele aplicou ao Bolsa Família foi
superior ao proposto por ela. Guilherme
Boulos, chefão do MTST e burguês do capital alheio, acusou Cunha de ter
tramado nas sombras a queda de Dilma. E pronto! Fez-se mais uma
patuscada política usando dinheiro público.
Imaginem a
moralidade de alguém que usa um programa social para promover uma causa
partidária e para propor uma mobilização contra o governo
constitucionalmente estabelecido, em plena vigência do Estado de
Direito. Eis mais
uma razão para que nos deixem em paz. E está dado o motivo para
descredenciar o MTST da modalidade “Minha Casa Minha Vida Entidades”. O
dinheiro está servindo a um partido político, não à população.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo