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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Enem prova que Estado brasileiro obriga aluno a obedecer a catecismo político em vez de aprender - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Pelo menos 40% das questões se referiam a temas de misoginia, diversidade, luta de classes, homofobia, pobreza e racismo, enquanto restante do conhecimento foi espremido [temas menores, cuja discussão querem amplificar para compensar a falta de projetos para o BEM do Brasil e dos brasileiros e que devem, quando discutidos,  ser em discussão compactada.]


O último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o mais importante teste para avaliação de conhecimento dos alunos brasileiros antes da universidade, não foi apenas mais uma vergonha. 
Também não foi só uma prova da desonestidade fundamental que os comissários do Ministério da Educação aplicam na formulação das perguntasnem da aberta malversação de dinheiro público, uma vez mais, em favor de interesses ideológicos particulares.  
Mais do que tudo, o Enem deste ano deixa claro porque o Brasil continua tendo um dos piores sistemas de ensino público do mundo. Os donos do aparelho educacional não permitem que os estudantes aprendam a fazer conta, a escrever em português e a adquirir uma compreensão mínima de um texto escrito. 
Em vez disso, usam o Estado brasileiro e os seus recursos para obrigar os alunos a obedecerem a um catecismo político. 
Ou respondem às perguntas como os donos do Enem querem que elas sejam respondidas, ou não passam no exame.
 
 Das 90 questões apresentadas este ano, pelo menos 40% se referiam aos temas da misoginia, diversidade, luta de classes, homofobia, pobreza e racismo - ou o orgulho de ser negro. 
 E o restante do conhecimento humano? 
Foi apertado no espaço que sobrou. 
No balanço geral, metade das perguntas não mediam o que o aluno aprendeu em seus anos de educação básica
Faziam propaganda política e ideológica em estado bruto, sem disfarces, como no “horário gratuito” do período eleitoral
O agronegócio foi denunciado pelos autores da prova como uma atividade nociva ao Brasil e à natureza ou o aluno respondia que o setor mais avançado da economia do Brasil é ruim para o país, ou a sua resposta estava errada. 
O capitalismo é obviamente condenado; exige-se, nas alternativas “certas”, que o aluno aponte o sistema como um mal em si. 
As perguntas apresentam como fatos indiscutíveis o que são unicamente as crenças políticas dos professores. 
 Fala-se nas “estruturas de opressão sócio e historicamente construídas”. Mais: além de uma fraude em termos de avaliação objetiva de conhecimentos, o Enem deste ano foi uma espetacular exibição de ignorância por parte dos que fizeram as perguntas.
 
Há questões redigidas com erros técnicos grosseiros; já não se trata, aí, de desvio de conduta, mas de pura incompetência. Há erros de português. Há perguntas impossíveis de se responder corretamente – ou todas as alternativas de resposta estão erradas ou todas estão certas, o que obriga o aluno a jogar na sorte. 
O compositor Caetano Veloso, por exemplo, não conseguiu responder à pergunta que foi feita sobre duas de suas próprias canções; depois de refletir com muita atenção sobre cada uma das alternativas, afirmou que todas estavam certas. [o citado é considerado pelos 'intelectuais' de botequim uma SUMIDADE ... em que? não se sabe.] 
Como é obrigatório cravar apenas uma opção das cinco apresentadas, a chance de errar é de 80%. 
É um dos pontos mais baixos a que já chegou o Enem.

 Leia aqui e saiba mais sobre a inteligência do ministro da DESeducação: 

Ministro da Educação - petista = pt, perda total - erra contas; sua professora foi a Dilma

A ditadura ideológica imposta à educação brasileira é, além de uma violação aos direitos dos estudantes, o método mais eficaz de se concentrar renda que existe no Brasil. 
Os objetivos políticos dos encarregados de ensinar se opõem à aquisição de conhecimento real; isso cria um sistema que mantém a maioria dos alunos da escola pública em situação de ignorância perpétua. 
Não aprendem o que é indispensável para se ter mais oportunidades, obter remuneração melhor ou reduzir a sua desigualdade. 
É um sistema que condena milhões de jovens brasileiros a viverem fazendo os trabalhos mais pesados, recebendo os salários mais baixos e tendo as menores chances de conseguir uma existência mais cômoda. 
Os educadores brasileiros não estão interessados em ensinar matemática, ciências e outras disciplinas necessárias para alguém atender às exigências do mercado de trabalho e da sociedade de hoje. 
Querem fazer “pedagogia na esperança” – essa mesma que mantém o Brasil como um dos países mais ignorantes sobre a face da Terra.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


domingo, 9 de julho de 2023

Reforma tributária aprovada não baixa imposto nenhum e nem ataca o problema fiscal do País - O Estado de S.Paulo

J. R. Guzzo

Pacote de novas regras empurra uns tributos daqui para lá, muda nomes e reparte os trilhões de forma diferente

Temos, enfim, a reforma tributária que o governo queria. 
Começou, como em geral começa tudo que tem alguma coisa a ver com Lula, com uma queima monstro de dinheiro público R$ 5 bilhões em “emendas Pix”, liberadas em cima da hora, para comprar votos no bazar do plenário da Câmara. (É a única preocupação do presidente Arthur Lira e da maioria dos deputados: fatiar o orçamento, levar cada um o seu e o resto que se exploda.) 
 Acabou com mais um pacote de novas regras para o pagamento de impostos – que mais uma vez, como se faz há 500 anos, foi decidido sem que ninguém desse a mínima atenção aos interesses, ou sequer à opinião, dos brasileiros que estão condenados a pagar até o último tostão desses impostos todos.
 
O Brasil precisava de uma reforma tributária? Precisava. Poucos países do mundo tem um sistema de impostos tão estúpido quando o brasileiro – obra direta dos sagrados sacerdotes que produziram a Constituição de 1988 e das gerações de deputados que vêm aprovando, uma depois da outra, todas as leis que criaram essa situação fiscal demente. 
O Brasil precisava da reforma que acabou aprovada? 
Aí já é outra conversa. O que dá para falar é que a única reforma fiscal que faz nexo neste país onde quem ganha R$ 2.000 por mês, e mal consegue comer, já tem de pagar imposto de renda – é uma reforma para baixar os impostos. 
Serão R$ 3 trilhões de arrecadação neste ano de 2023. 
Alguém acha que é pouco? Só Lula.
A lei agora aprovada não baixa coisa nenhuma. Empurra uns impostos daqui para lá, muda nomes e reparte os trilhões de forma diferente.
Pode, até, gerar um pouco mais de sanidade no sanatório geral que está aí, embora os tributaristas, analistas e “especialistas” chamados para nos instruir nas mesas redondas da mídia digam coisas tão diferentes umas das outras que fica difícil entender se vai piorar ou despiorar, como diziam os jornalistas até Lula assumir a Presidência. 
O fato indiscutível é que não foi feita, e nem passou pela cabeça de ninguém, a mínima tentativa de tratar do único problema fiscal que realmente existe no Brasil: o gasto sem controle do governo. 
A despesa pública não é fixada segundo a capacidade que a população tem para pagar os impostos. 
É o contrário. 
O imposto é que tem de acompanhar o gasto público.
 
Para um país pobre como o Brasil, com um PIB inferior ao valor de mercado da Apple, hoje batendo nos 3 trilhões de dólares, o resultado é a concentração alucinada de renda e o desastre social que vem daí. 
A justiça, por exemplo, custa R$ 100 bilhões por ano; o Congresso mais 14 bi, e assim por diante. 
O Brasil não tem dinheiro para pagar isso tudo.

J. R.Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo


sábado, 15 de abril de 2023

Cem dias, sem governo: da “ordem e progresso” para “desordem e regresso” Deltan Dallagnol

Vozes - Gazeta do Povo 

Durante a campanha, Lula prometeu um governo com muita picanha, empregos e crescimento econômico
Cem dias após o início de seu mandato, a picanha está distante, o crescimento dos empregos foi modesto, menor do que no ano anterior, e o crescimento econômico só está se mostrando uma realidade para as grandes empreiteiras da Lava Jato, que podem ter seus acordos de leniência anulados, a pedido de partidos governistas, e receber de volta o dinheiro público que desviaram.
 
Com seu mote de "o Brasil voltou", temos que concordar: ele voltou, regrediu, para um Brasil que demonstra proximidade ideológica com os ditadores da América Latina, como Maduro e Ortega. 
Um Brasil que retrocede, criando rusgas com as nações democráticas que estão ao lado da Ucrânia, enquanto Lula nos aproxima da Rússia, tentando fazer com que uma nação democrática invadida por uma ditadura ceda seus territórios pela "paz" proposta pelo governo brasileiro.
 
Voltamos também à nossa proximidade com a ditadura iraniana. Em fevereiro, o governo federal autorizou que duas embarcações de guerra iranianas atracassem no Rio de Janeiro
O Irã, país reconhecido mundialmente pelas suas violações massivas aos direitos humanos e perseguição às mulheres, é acusado de fornecer armas à Rússia na guerra contra a Ucrânia e produzir armas de destruição em massa. O ato foi duramente criticado pelos Estados Unidos, nosso segundo maior parceiro comercial, com quase 18% das nossas exportações.
 
Além disso, retornou a ideia de que o BNDES, um banco para o desenvolvimento nacional, deve financiar projetos de engenharia em países vizinhos
A realidade é que o PT quer beneficiar as empreiteiras investigadas na Lava Jato, que, por sua vez, repassavam propinas ao partido e a governos estrangeiros
Enquanto há outras necessidades urgentes no Brasil, Lula quer financiar ditaduras como Venezuela e Cuba, que nos deram um calote de R$ 3,5 bilhões.
 

 

E sabe quem também voltou? O orçamento secreto. Outra contradição do petista ao longo dos últimos cem dias foi em relação ao orçamento secreto, que foi julgado inconstitucional por parte do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de ter criticado o mecanismo criado durante a gestão do antecessor, o governo Lula tem permitido, em troca de apoio parlamentar, que o Congresso indique a destinação de verbas, o que deveria ser feito pelos ministérios.

Mudaram o mecanismo, das emendas do parlamentar relator do orçamento, as "RP9", para as "RP2", usadas na destinação de verbas dos ministérios. 
A transparência segue não existindo, dificultando a fiscalização e a investigação de desvios de recursos por parlamentares e seus aliados políticos nas suas bases, onde o dinheiro é recebido. 
Basta lembrar que em Pedreiras, no Maranhão, [estado que foi governado por 8 anos pelo ministro Dino - o ministro que só pensa em prender, prender e prender...]  teriam sido extraídos, num ano, 540 mil dentes de seus 39 mil habitantes - um dado absurdo que provavelmente significa que houve um esquema escrachado de desvio de dinheiro público. 
Mas é preciso admitir que algumas coisas mudaram, pois antes o orçamento secreto chegava a R$ 19,4 bilhões e agora poderá alcançar R$ 46 bilhões.

Se o orçamento secreto é, como Lula o chamou na campanha presidencial, "o maior esquema de corrupção de todos os tempos", esse foi o Brasil que cresceu: o da falta de transparência e do excesso de oportunidades para a corrupção. Lula sempre esteve em primeiro lugar nos maiores escândalos de corrupção brasileiros e certamente não poderia correr o risco de perder essa posição.

Mais uma vez, o Brasil que voltou é aquele da escolha de políticos para chefiar órgãos, ministérios e entidades públicas sem competência ou experiência para as suas funções, a fim de cumprir o programa político de loteamento e aparelhamento de estatais, para que elas sirvam aos interesses políticos do PT e de seus aliados, em detrimento de servirem aos brasileiros. No passado, vimos no que descambou esse sistema, cujas entranhas foram expostas no Mensalão e na Lava Jato.

Outro retrocesso é o do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que vai do Banco Central para as abas do Ministério da Fazenda, onde fica sujeito a interferências políticas
O COAF é o órgão de inteligência financeira brasileiro, que coleta informações para iniciar ou subsidiar investigações de lavagem de dinheiro proveniente de todo tipo de crime, especialmente corrupção e tráfico de drogas. 
Enquanto no discurso petista seus governos jamais interferiram em apurações, são gritantes as medidas para o  aparelhamento dos órgãos de investigação. Até o discurso de que o novo Procurador-Geral da República seria escolhido a partir da lista tríplice já mudou.

Voltou também o Brasil que idolatra criminosos debaixo do governo do Partido dos Trabalhadores. O mesmo homem que retornou à cena do crime, como disse seu próprio companheiro de chapa Geraldo Alckmin, homenageia corruptos. Em fevereiro, no aniversário do PT, o condenado José Dirceu apareceu no palco e foi ovacionado pela militância petista quando anunciado.

Segundo reportagens, Dirceu tem andado pelos bastidores, onde sua presença é considerada "mais do que o normal" para o partido, que acredita que ele não só "deveria" como "merece" aparecer mais. José Dirceu foi condenado a 10 anos e 10 meses de reclusão por sua participação no esquema de corrupção do Mensalão, fora as várias condenações na Lava Jato. José Genoíno, que também apareceu em vídeo no aniversário do PT, foi condenado a 6 anos e 11 meses de prisão.

Tem mais: desmonte do setor de combate à corrupção na Controladoria-Geral da União, erosão da lei das estatais, ataque ao setor de compliance da Petrobras, manutenção nos cargos de ministros envoltos em escândalos de desvios e malversação de recursos, vingança contra agentes da lei que combateram a corrupção e a perspectiva de nomeação para o STF de alguém especializado em garantir a impunidade de corruptos são medidas que mostram que realmente o Brasil voltou, aquele mesmo que foi sitiado e saqueado por pessoas que diziam proteger o povo enquanto o roubavam.

É bem visível que o "Brasil da esperança" se converteu em um "Brasil da desilusão". Neste ano, a criação de empregos está em declínio e não em ascensão como vinha ocorrendo. 
Em fevereiro, foram assinadas 241,8 mil carteiras de trabalho, uma queda de 26,4% em relação ao mesmo período de 2022. O aumento do salário mínimo prometido na campanha petista não passou de R$ 18, ficando em R$ 1.320, aquém dos R$ 1.400 prometidos por Bolsonaro. [a propósito a projeção do PT na proposta orçamentária para o orçamento de 2024, é que o salário mínimo passe para R$ 1.388 =reajuste inferior a  R$ 6,00 mensal.]   
Tivemos o segundo pior desempenho da Bolsa num início de mandato desde o Plano Real, em 1994. Foi o pior fevereiro em 22 anos, com uma queda de 7,49%. [agora,  no inicio de abril, a Bolsa subiu alguns pontos, mas, antes do final da próxima semana a Bolsa cai o que subiu na semana que findou e o dólar volta a ultrapassar os R$ 5 = efeito do fiasco que foi a viagem à China.]

Lula, ao invés de assumir sua responsabilidade, segue culpando falsamente outros nomes e áreas. Ele tenta fazer de bode expiatório o Presidente do Banco Central, Campos Neto, economista renomado com formação na Universidade da Califórnia. Pretende jogar sobre ele a culpa pela estagnação econômica, mas ela é do Governo Federal, que apresentou um novo arcabouço fiscal que não foi capaz de afastar a desconfiança dos investidores na trajetória explosiva da dívida pública. Para conter o aumento da dívida, o novo marco fiscal do governo, segundo o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore, “levará à alta brutal da carga tributária”, que já está dentre as mais elevadas do mundo.

Enquanto isso, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) reviu para cima a expectativa de inflação para 2023. Na nova projeção, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o valor saltou de 4,9% para 5,6%. A previsão de aumento da inflação nos serviços foi de 5,4% para 6%. A ausência de uma âncora fiscal confiável, a tendência de ampliação de despesas e os ataques à independência do Banco Central afastam a confiança do mercado e auxiliam no aumento inflacionário.

Tudo isso se reflete na falta de confiança, no Brasil e no exterior, de que a economia, as empresas e os brasileiros prosperarão neste governo. Pesquisa da Quaest divulgada há um mês apontou que 94% do mercado financeiro não confia em Lula. 
É praticamente uma unanimidade - contrária.  
O comportamento do governo Lula afasta investidores do Brasil.  De fato, menos confiança gera menos investimento. E menos investimento gera menos emprego. No primeiro trimestre após a eleição de Lula – novembro, dezembro e janeiro – o desemprego voltou a subir após dez quedas consecutivas, indo de 8,6 para 9 milhões de pessoas. Em fevereiro, o número subiu para 9,2 milhões – uma taxa de 8,6%. O clima econômico vai de mal a pior.
 
Certo ainda é que o governo Lula deixará milhões de brasileiros na merda. Literalmente. Por meio de dois decretos, Lula enfraqueceu o projeto de universalizar os serviços de água potável e esgoto para 99% e 90% dos brasileiros, respectivamente, até 2033
Hoje, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e 100 milhões não têm acesso ao esgoto. O Brasil investe entre 10 e 12 bilhões anualmente no setor, mas seria necessário investir cerca de R$ 24 bilhões para atingir a meta.
 
 Diante da escassez de recursos, foi criada uma solução pelo Congresso em 2020: o marco legal do saneamento básico, que abriu espaço para empresas privadas, mediante licitação, realizarem os investimentos e prestarem o serviço
Contudo, Lula fez uma série de mudanças, por meio de seus decretos, que privilegiam as estatais de água e esgoto que não demonstraram ter capacidade financeira ou planos para os investimentos e a universalização dos serviços até 2033.

Isso é muito preocupante porque o Brasil perde vidas, saúde e riqueza com esse atraso. Segundo o IBGE, 11 mil brasileiros morrem anualmente por falta de saneamento. Além disso, 17,6 milhões se afastaram do trabalho por diarreia ou vômito só em 2017 e a universalização do serviço trará ganhos anuais de mais de R$ 9 bilhões, segundo dados do Instituto Trata Brasil. A visão estatizante de Lula amarra o Brasil ao passado e nos afasta da modernização.

Ao olharmos para o mote "O amor venceu", temos a certeza de que essa foi a maior mentira da campanha. 
Que tipo de amor é esse que riu da ameaça de morte sofrida pela família de Sergio Moro durante uma coletiva de imprensa? 
Que amor é esse que constantemente nos divide entre "nós" e "eles"? 
Que amor é esse que deseja prejudicar os outros e cercear sua expressão por meio de um ministério da verdade?  
Onde está o amor na conivência desse governo com a violação de direitos por meio da invasão de terras produtivas?

Além disso, não podemos esquecer que esse "amor" luta contra a defesa da vida: Lula retirou o Brasil do acordo internacional do Consenso de Genebra, que visa proteger o nascituro e a saúde das mulheres
Durante a campanha, Lula chegou a dizer que era contra o aborto para diminuir sua rejeição entre o povo religioso, mas a retirada do acordo internacional mostra que ele estava apenas enganando os eleitores mais uma vez.

Há muito mais, mas não caberia neste artigo. Ao fim dos cem primeiros dias, o governo não entregou nenhum resultado. Certo é que, nestes primeiros cem dias de(s)governo, o slogan de Lula se consolidou: “o Brasil voltou” - de fato, voltou para trás. A principal missão do Congresso Nacional nestes quatro anos será a de lutar contra esses e outros retrocessos. E a cobrança ou apoio dos brasileiros será fundamental. Eu sei, você está lendo isso e sentindo toda a desmotivação do mundo. Está se sentindo revoltado e impotente. Mas não se engane, você não é.

Em  cem dias,
nunca tivemos uma oposição tão atuante e cidadãos conservadores e liberais tão ativos. O fruto disso é claro: apesar dos inúmeros erros, Lula não conseguiu nenhuma vitória significativa no Parlamento. Com receio de testar sua possível fraqueza no Congresso, tem se mantido inerte.

Além disso, muitos parlamentares têm questionado os desmandos por meio de pedidos de informações, representações aos órgãos competentes, convocação de ministros para prestar esclarecimentos, pedidos de CPIs, decretos para sustar atos presidenciais, pedidos de impeachment, articulação de grupos de fiscalização e medidas no Supremo Tribunal Federal.

LEIA TAMBÉM: 

Em 107 minutos Lula provou que não está à altura do cargo

Nós não podemos desistir do Brasil, porque é exatamente isso que aqueles que atrasam o Brasil querem: que você desista, que você perca as suas esperanças
O Brasil que queremos pode ser e será construído mediante a soma de esforços de cidadãos com muito trabalho, estratégia, perseverança e fé. Não vou desistir. Conte comigo e seguirei contando com você.
 
Dental Dallagnol, deputado federal e colunista Gazeta do Povo - VOZES
 
 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Morte clínica do Congresso: deputados e senadores não servem para mais nada - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

O Congresso Nacional não existe mais – ocorreu, ali, o que os médicos chamam de “morte clínica”, quando o organismo ainda está biologicamente vivo, mas não tem mais circulação sanguínea, respiração e batimentos cardíacos capazes de sustentar a vida de um ser animado. Câmara e Senado continuam de portas abertas, pagam os salários de todos os seus dependentes (são os parlamentares mais caros do mundo) e até aprovam aumentos para eles próprios e os seus senhores do Poder Judiciário, mas já não respondem mais a estímulos internos ou externos de qualquer natureza.

Não servem rigorosamente para mais nada, do ponto de vista do interesse público. Suas decisões não contam para coisa alguma – tanto faz, na verdade, se decidem ou não, porque quem faz as leis é o Supremo Tribunal Federal. [apesar de na Constituição Federal constar que quem tem competência para fazer as leis é o PODER LEGISLATIVO = CONGRESSO NACIONAL. Diga-se de passagens que quando não agradam a um ministro do STF podem ser suspensas = na prática, revogadas = por uma canetada democrática de um supremo ministro.] É dali que saem, na vida real, as ordens a serem obedecidas pela sociedade brasileira.

A morte do Congresso vem se fazendo por etapas, com a participação ativa dos presidentes da Câmara e do Senado – os mais destrutivos da história parlamentar do Brasil, em sua obediência cega ao STF e, agora, ao novo governo. Sua última obra, que veio junto com o escândalo do aumento na remuneração, foi aprovar a licença para Lula gastar 145 bilhões de reais acima do que a lei permite – um assalto explícito ao Tesouro Nacional e, pior que isso, uma perfeita palhaçada.

 

Deputados e senadores, eleitos pela população, só podem fazer o que o STF permite, não têm mais liberdade de se manifestar fora do Plenário (talvez nem dentro, pelo jeito que vão as coisas) e podem ser presos até por nove meses, sem o mais remoto fundamento legal, se um ministro assim quiser. Não reagem a mais nada que o STF decida. Estão vivendo na base de aparelhos – no caso, do dinheiro público, de seus negócios privados e da submissão completa à “corte suprema” e a um segundo patrão, o futuro governo Lula.

Não fez nenhuma diferença a sua aprovação – o Supremo já tinha decidido que o teto de gastos ia ser jogado no lixo e o Congresso mais uma vez, disse “sim senhor”. 
Não fazia e continuará a não fazer nenhuma diferença o que deputados e senadores queiram ou não queiram, ou a vontade dos eleitores que os colocaram em seus cargos; quem vai mandar no Brasil, cada vez mais, é o consórcio STF-Lula, e todo o imenso sistema de interesses que lhe dá apoio.

Veja Também:
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 Traficantes e corruptos: as classes favorecidas por decisões do STF

Lula diz, e os políticos concordam, que não conseguiria “ajudar os pobres” sem essa montanha de dinheiro arrancada do bolso do pagador de impostos ele nem assumiu o governo, não examinou por cinco minutos nenhum número das contas públicas, mas já quis, antes de qualquer outra coisa, 145 bilhões de reais a mais para gastar. Os “pobres”, obviamente, não têm nada a ver com isso. Mas se tivesse o mínimo interesse em ajudar de fato os “pobres”, por que Lula não pensou em se opor ao aumento para o Legislativo e o Judiciário nem ele, nem o seu partido e nem ninguém? [por tabela,  o salário do presidente eleito, após empossado, será também reajustado = efeito cascata = de forma automática.]

Por que não se cogita, em nenhum momento, de usar os lucros das empresas estatais (foram 250 bilhões de reais, em 2022) [lucro obtido no governo Bolsonaro, no governo do perda total as estatais só davam prejuízos.] para reduzir a miséria? 
Por que a recusa absoluta de redistribuir renda através da redução em um centavo das despesas do Estado, hoje na casa dos 2 trilhões por ano? 
É claro que há parlamentares que não concordam com a destruição do Congresso, nem com a sua anulação diante da vontade do STF e de Lula. Mas estão em clara minoria – e sob ameaça.
 
Os deputados e senadores não têm mais nenhum medo da opinião pública – só têm medo dos ministros do Supremo e das punições que podem receber deles, inclusive por seus problemas com o Código Penal.  
Todos desfrutam do “foro privilegiado”; é o STF que decide se são processados ou se ficam fora da cadeia. 
Têm, hoje, o grande privilégio de obedecer às ordens da ditadura do Judiciário. Enquanto ficarem de joelhos, continuarão com a sua vida de vegetal.  
Se criarem algum problema, vão ser castigados pelo STF e pelo sistema Lula. Já fizeram a sua escolha.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 1 de agosto de 2022

O novo espetáculo de Lula - Revista Oeste

Guilherme Fiuza

A atual versão do petista promete superar a versão antiga na arte de se repetir

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
 
Viu que o Lula prometeu um novo espetáculo do crescimento?

— Ah, é? Como vai ser?

— Vai ser espetacular.

— Imagino. Geralmente espetáculo é espetacular. Mas qual é o plano?

— Desenvolvimentista.

— É, soa bem.

— Muito mais que soar bem. Dá certo. Faz o país crescer.

— Isso é bom. Só não estou lembrando bem como foi o primeiro espetáculo do crescimento.

— Que primeiro?

Ué, esse não é o novo? Achei que então tivesse havido outro antes.

— Antes, quando?

— Quando o Lula governou o Brasil.

— Ih, nem me lembrava disso.

— Não faz tanto tempo assim.

É que esse Lula de agora é outro Lula.

Como assim? Então onde está o anterior? Preso?

— O Lula do passado ficou no passado. O de agora é muito mais preparado.

— Preparado pra quê?

— Pra fazer o espetáculo do crescimento.

— O outro espetáculo do crescimento não deu certo?

— Não é que não tenha dado certo. Aquele Lula ainda não conhecia direito a maldade do capitalismo e a gula dos poderosos.

— Você está dizendo que o antigo Lula foi vítima do sistema?

— Totalmente. Não o deixaram trabalhar. Nem a Dilma. Preconceito contra o trabalhador e a mulher.

— E qual foi o resultado desse boicote?

— Uma recessão.

O espetáculo do crescimento virou encolhimento?

— Uma recessão sem precedentes causada pela discriminação.

— E os bilhões de reais devolvidos aos cofres públicos pela Operação Lava Jato? Aquilo foi causado também por discriminação?

— Tudo armação. O sistema poderia gastar até muito mais que isso pra incriminar o Lula.

— Impressionante. E você acha que o novo Lula não vai ser vítima do sistema?

— Acho.

— Por quê?

— Tarimba.

— Certo. E qual é o plano para o novo espetáculo do crescimento?

É simples e genial: usar dinheiro dos bancos públicos e das estatais para impulsionar empresas privadas de forma controlada pelo governo.

Não foi assim que fizeram o Mensalão e o Petrolão?

— Não entendi.

Me corrija se eu estiver errado: o Petrolão e o Mensalão não foram triangulações entre empresas públicas, empresas privadas e políticos que estavam no governo?

— Como assim, triangulações?

Tipo um Triângulo das Bermudas, onde o dinheiro público sumia e virava pixuleco.

— O antigo Lula era muito ingênuo. Com o novo Lula isso jamais voltará a acontecer.

— Você está dizendo que o antigo Lula foi ludibriado pelas más companhias?

— Totalmente. Você não reparou a quantidade de picaretas que sempre tinha em volta dele?

— De fato eram muitos.

— Pois é. Tudo plantado pelos poderosos.

E ele não notou nada em mais de 13 anos do PT no poder?

— Aí é que eu te falo: o antigo Lula era muito inocente. Achava que o dinheiro desviado era pra chegar mais rápido ao povo.

— É. Desvio de dinheiro pro povo é muito exótico mesmo.

— Entendeu a armação? O sistema plantou uma ladroagem desenfreada em torno do antigo Lula para acusá-lo de corrupção. O novo Lula jamais deixaria isso acontecer.

— Não curtiria sítio com benfeitorias de empreiteira amiga?

— Nem por todo o dinheiro do mundo.

O novo Lula não gosta de dinheiro?

— Gosta, mas não precisa.

Por quê?

— Não sei. Acho que o antigo Lula emprestou pra ele.

Leia também: “Guia da verdade eleitoral” 

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste

 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

PROS, o nanico das grandes confusões com dinheiro público

Partido, que tem apenas quatro deputados federais, é acionado para pagar 10 milhões de reais gastos por dirigente para contratar consultoria  

O PROS está sendo cobrado na Justiça a pagar uma dívida de 10,2 milhões de reais, contraída pelo novo presidente do partido, Marcus Vinicius de Holanda, ao contratar uma consultoria que orientou o dirigente na disputa pelo comando da legenda com seu antecessor, Eurípedes Junior. A empresa contratada foi a Aliance Business Consultoria Empresarial, cujo dono é réu num processo criminal na justiça. 

Holanda está à frente da legenda desde 8 de março, depois que Júnior foi destituído do cargo por ordem judicial, sob acusação de fazer uso indevido de recursos dos fundos partidário e eleitoral. 

O atual presidente da sigla assinou um contrato de 4,2 milhões de reais com a Aliance Business Consultoria Empresarial em dezembro do ano passado, com o objetivo de obter serviços que lhe permitissem “assumir sua função e cargo como presidente do PROS”. A Aliance Business pertence a Constantino Dias Oliveira Junior. 

Quatro dias depois de assumir o controle da legenda, Holanda assinou uma nota promissória com a consultoria, por meio da qual repassou a dívida para o PROS. VEJA teve acesso não apenas à nota, como também ao documento que contém a assinatura digital do líder partidário sacramentando esse acordo com a empresa. 

Sem pagamento, a Aliance Business acionou o PROS na Justiça para receber o dinheiro. Na petição, datada de 1 de abril de 2022, os advogados da consultoria exigem que o partido devolva os valores devidamente corrigidos. Segundo os cálculos da empresa, a dívida atual giraria em torno de 10,2 milhões de reais. “Ante o inadimplemento da obrigação e todas as tentativas de negociação restaram infrutíferas, não restou alternativa ao credor a não ser entrar com o presente pedido de execução", escreveu Juliana  Kreimer  Caetano Torres, advogada da Aliance.

A briga entre Holanda e Eurípedes Junior vem de longa data. Os dois travam uma verdadeira batalha pela presidência do PROS desde 2020. Recentemente, o atual dirigente do partido chegou a registrar um boletim de ocorrência contra Junior com uma série de acusações. Entre outras coisas, disse que o ex-presidente havia sumindo com vários equipamentos do parque gráfico do PROS, além de 10 carros, um helicóptero, computadores e móveis. Todos os itens seriam avaliados em 50 milhões de reais. Holanda divulgou vídeos mostrando caminhões tirando os equipamentos do local. 

Em nota, Holanda afirmou que o PROS foi vítima de uma fraude e negou que a nota provisória tenha sido assinada por ele. “O Diretório Nacional do PROS, por seu presidente, Marcus Vinícius Chaves Holanda, vem a público esclarecer que esta agremiação partidária foi vítima de uma fraude na utilização do token de assinatura digital, o que acabou por gerar essa falsa, nula e viciada nota promissória”, diz a o texto. Ele também prometeu tomar as “medidas legais cabíveis” quanto à suposta falsificação da nota.

Além de negar a titularidade do documento, Holanda também se diz vítima de ataques de Eurípedes Junior, seu adversário dentro da sigla. “O PROS nega veementemente a titularidade e a legalidade da nota promissória, artimanha possivelmente ligada à inconformidade do ex-presidente  da legenda com o resultado de recurso decidido pelo TJDFT, que legitimou a eleição interna que escolheu os atuais dirigentes partidários”, sustentou.  

Holanda disse ainda que a transição entre as duas cúpulas não foi harmônica e acusou seu antecessor até mesmo de delapidar os patrimônios do PROS.

O partido, um vulcão de confusões envolvendo desvios de dinheiro, tem apenas quatro deputados no Congresso Nacional.

Política - VEJA


quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Dinheiro público - O vergonhoso fundo eleitoral - VOZES

Thaméa Danelon

Em 15 de julho de 2021, o Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias com uma previsão de aumento do fundo eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 5,7 bilhões. O presidente da República então, que poderia sancionar ou vetar a referida lei, decidiu vetar diversos artigos, inclusive os que aumentariam esse lamentável fundão.

Entretanto, quando o veto presidencial retornou ao Parlamento para apreciação, os congressistas derrubaram às objeções relacionadas ao fundo eleitoral. 
Um total de 317 deputados federais votou a favor do fundão e apenas 146 se posicionaram contra. 
No Senado, 53 senadores também aprovaram o aumento deste descalabro, enquanto 21 votaram para manter o veto, ou seja, para que o valor do fundão não fosse aumentado.

Maioria de internações e mortes por Covid-19 é de não vacinados, diz OMS
Consulta pública sobre vacinação infantil contra Covid começa nesta quinta

Essa votação simboliza o total descomprometimento da grande maioria dos parlamentares brasileiros com a nossa sociedade, pois o Congresso está fechando os olhos para os graves problemas que o cidadão brasileiro atravessa, e está voltando sua atenção – e o dinheiro público – para as caríssimas campanhas eleitorais.

Cerca de 35 milhões de brasileiros não têm água encanada,
entretanto, os caciques dos partidos políticos terão bilhões para financiar suas campanhas. Outros 94 milhões de brasileiros não possuem rede de tratamento de esgoto, mas milhares de políticos gastarão grandes fortunas com santinhos e viagens de campanhas. E ainda 11 milhões de brasileiros não sabem ler nem escrever, contudo, muitos candidatos a cargos eletivos no próximo ano gastarão bilhões para se manter no poder.

O que levou o governo Bolsonaro e o homem mais rico do mundo a se aproximarem
Se as contas públicas melhoraram, o que explica o mau humor do mercado com o governo


Esse paradoxo lamentável retrata a carência de políticos sérios e comprometidos com o bem comum, pois muitos deles, durante seus mandatos, só realizam seus atos e obras com o intuito de manutenção no poder, ou para elegerem seus familiares e amigos próximos. A política no Brasil é uma verdadeira profissão, onde a finalidade primária não é gerir a coisa pública de forma responsável, profissional, com contenção de despesas, para que a pobreza seja diminuída e para que a nação prospere, mas para que as coisas permaneçam como estão; que o fundão eleitoral e os privilégios da classe política sejam mantidos e aumentados; que as leis que punam atos de corrupção e má gestão não sejam enrijecidas; que os órgãos encarregados de apurar crimes de colarinho branco sejam enfraquecidos.

Você deve estar perguntando qual providência poderia adotar contra esse ato completamente indecoroso do Congresso Nacional, e eu lhe respondo: acompanhe a vida política de nosso país; verifique como o deputado e o senador aos quais você conferiu sua confiança votaram. Caso não concorde com a posição deles, cabe a você cobrá-los, ou nas redes sociais desses políticos ou através dos e-mails funcionais. O importante é que isso seja feito, e mais importante ainda, será avaliar como o futuro candidato a deputado ou senador que você pretende votar se posicionou em relação aos temas mais necessários ao nosso país.

Exercer a cidadania não é apenas depositar seu voto na urna, e simplesmente lembrar novamente dos políticos na próxima eleição; exercer a cidadania é acompanhar e fiscalizar os nossos mandatários, realizando um verdadeiro escrutínio em todos os seus votos e posições. Isso é ser de fato um cidadão, e fazer valer a nossa democracia.

Thaméa Danelon, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 19 de dezembro de 2021

Os picaretas da Amazônia - Revista Oeste

Silvio Navarro

Já passou da hora de o Congresso descobrir o que as ONGs da Floresta Amazônica fazem com o dinheiro público e a que interesses elas atendem

Há décadas, o brasileiro ouve histórias sobre a presença de ONGs (organizações não governamentais) embrenhadas na Amazônia. 
As teses vão desde um sem-número de ambientalistas fantasmas que desviam dinheiro público a agentes estrangeiros interessados nas riquezas e nas oportunidades da selva inexplorada. Mas quantas são? Quem as fiscaliza? O que se sabe sobre elas? A resposta geralmente é: quase nada.
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

A primeira informação relevante é que nem o Tribunal de Contas da União (TCU) nem o Congresso Nacional têm um mapeamento de quantas organizações atuam — presencialmente ou não — na Região Norte. O número mais próximo da realidade é 16 mil, segundo um cadastro do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base em CNPJs (Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral) disponíveis. Mas até os técnicos ouvidos pela reportagem de Oeste desconfiam.

Há boas pistas de que muita coisa errada acontece à sombra da mata. Por exemplo: o TCU tem documentos sobre o repasse de R$ 252 milhões do Fundo Amazônia para 18 ONGs. 
Quase 85% do dinheiro foi gasto com palestras, livros e pesquisas — algumas sem registro de publicação. [além dos milhões de reais do dinheiro público investido nas ONGs, sem prestação de contas, sem fiscalização efetiva, que são desviados/roubados, os dirigentes de grande parte delas estão vendidos aos interesses estrangeiros  e compram espaço na mídia buscando divulgar tudo que facilite a manutenção da roubalheira, que permita aos governos estrangeiros prosseguirem na tentativa de preparação de uma desejada apropriação de áreas do território brasileiuro, a pretexto da necessidade da preservação ambiental.
Sempre que preciso,a mídia militante começa a entrevistar esses ongueiros traidores da Pátria e armam um escarcéu que o mundo vai acabar.
Ainda tem o presidente francês, acertadamente enquadrado pelo presidente Bolsonaro, para plantar a ideia de invadir a Amazônia.
Que venhma, serão vencidos, escorraçados.
O senhor Biden, que preside o Estados Unidos, deve ser sempre lembrado que combater na selva não apresenta resultados favoráveis ao país que preside.]

O gestor desse fundo é o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A auditoria diz que os recursos atingiram 160 mil pessoas — isso num universo de mais de 20 milhões de habitantes. Ou seja: provavelmente, a verba não foi usada efetivamente contra o desmatamento nem para socorrer índios ou proteger a fauna e a flora silvestres.

“Empreendimentos florestais não madeireiros”
Um caso bastante suspeito envolve a Fundação Opção Verde.
 
Quem levantou o véu sobre a entidade recentemente foi o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que briga pela instalação de uma CPI para esmiuçar esse universo, mas enfrenta resistência na Casa. 
Ele reuniu documentos recolhidos em cartórios que sugerem que a ONG seria proprietária de terras no município amazonense de Coari, na beira do Rio Solimões. Na cidade, está localizada a província petrolífera de Urucu, a maior reserva de petróleo e gás natural do Brasil.

De acordo com os documentos que chegaram ao gabinete do senador e ao Ministério Público do Amazonas, a dirigente da ONG teria adquirido mais de 100 mil hectares de terras — o equivalente a 100 mil campos de futebol. No município, contudo, moradores relatam que, como não há demarcação oficial, esse número é subestimado. E poderia ser quatro vezes maior.

O site da ONG informa que a página está “em construção” e indica apenas as informações de contato: um endereço no município de Coari onde consta somente uma placa com o nome da fundação, conforme raras imagens disponíveis na internet (veja abaixo). O telefone divulgado está desativado. Não há perfis nas redes sociais. A busca pelo CNPJ tampouco leva a algum lugar.

“Os aviões para São Gabriel da Cachoeira são praticamente todos ocupados por canadenses. É ali o maior depósito de nióbio do mundo

O nome da proprietária é Maria Helena Lopes da Costa, mas todas as pesquisas sobre ela indicam se tratar de uma “laranja”, conforme o jargão dos contratos de gaveta. Sabe-se apenas que tem um pequeno escritório contábil para a “preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo”. É especialista em montar ONGs há 15 anos. Um grupo de holandeses que atua na área de energia e mineração estaria por trás da aquisição de terras, segundo investigações do Ministério Público.

Uma consulta ao Mapa das Organizações da Sociedade Civil, o banco de informações do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), também assusta. Não há um dado sequer disponível: estatuto, missão, onde capta recursos, projetos em curso, nem como surgiu. (clique aqui para conferir).

Aluga-se
O senador Plínio Valério também reclama da presença constante de estrangeiros em outras partes da floresta. Em São Gabriel da Cachoeira, onde atua o Instituto Socioambiental (ISA), que tem escritórios em Manaus e Brasília, quase nenhum brasileiro pode pisar hoje em dia por proteção aos índios. Com a pandemia, o acesso ficou impossível, porque até o transporte fluvial foi interrompido na chamada Cabeça do Cachorro.“Os aviões de carreira para São Gabriel da Cachoeira são praticamente todos ocupados por canadenses. O que eles vão fazer lá?”, pergunta Valério. Filantropia? É a região dos Seis Lagos, o maior depósito de nióbio do mundo.”
 
Embora grande parte da mídia tradicional trate casos assim como “teoria da conspiração”, eles não são novos. Em 2007, por exemplo, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) descobriu que um milionário sueco usava uma ONG chamada Cool Earth para explorar terras no Brasil algo perto de 160 mil hectares. 
O sueco promovia uma campanha de arrecadação na internet — por 35 libras era possível ser dono virtual de 2.000 metros de terras amazônicas. Tudo era feito em defesa do desmatamento.  
A mensagem não era diferente de um discurso do presidente francês, Emmanuel Macron: a Amazônia é do mundo e, se os brasileiros não cuidam dela, devemos ser inquilinos.

A ação da entidade entrou no radar porque um pedaço da área “administrada” ficava em terreno da Força Aérea Brasileira (FAB), na Serra do Cachimbo, no Pará, fronteira com Mato Grosso. Nos arredores, há pesquisas geológicas de reservas de ouro e diamantes. Até hoje o empresário tenta fazer negócios na região, mas o governo monitora.

“Queremos puxar o fio da meada com essa CPI. Estão comprando terras onde não devem?”, afirma o senador Plínio Valério. “O Davi Alcolumbre (ex-presidente do Senado) levou um ano para ler o requerimento da CPI, e agora o Rodrigo Pacheco (atual presidente) vai levar mais um ano para instalá-la. E logo as TVs e os sites vão tentar desqualificar a investigação para proteger as ONGs da Amazônia.”

Caixa-preta
A pergunta “Quantas ONGs existem no Brasil?”, digitada no Google, devolve 3,3 milhões de consultas. É um bom sinal de que o tema suscita curiosidade. E um mal sinal o fato de ninguém ter a resposta. Há dois anos, o IBGE tentou quantificá-las: são pelo menos 237 mil. Mas, dada a quantidade de notas de rodapé e observações no estudo, a própria nota técnica chega à conclusão de que não sabe a resposta. Afinal, nem o instituto tem certeza de quantas estão ativas e quais podem ser enquadradas como ONG.

O fato é que o Congresso Nacional nunca teve interesse em avançar sobre o assunto. A última vez que uma CPI tentou analisar contratos do terceiro setor, em 2006, a apuração acabou em pizza. Na época, a oposição ao governo Lula até conseguiu instalar a comissão no Senado. O foco não era exatamente a Amazônia, mas uma ONG de Jorge Lorenzetti, conhecido como o churrasqueiro de Lula, que havia recebido R$ 18 milhões.

Temerosos, os aliados da ex-ministra Marina Silva aproveitaram a oportunidade para lançar mão do discurso de defesa dos povos da floresta contra ataques da direita ruralista às ONGs
O governo colocou na relatoria o então senador cearense Inácio Arruda, do PCdoB. Ele cuidou da CPI com um legítimo “aparelho”. O parecer final nunca foi votado.

Aliás, imagine se a Rede Sustentabilidade, de Marina Silva e seu discípulo mais estridente, o senador Randolfe Rodrigues, tivesse para investigar o que acontece na floresta deles a mesma fibra que demonstra para surfar em causas midiáticas no Supremo Tribunal Federal? São incontáveis (ainda) os picaretas da Amazônia.

Leia também “Cinquenta tons de verde”

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Juiz não vê crime em capa de revista que associou Bolsonaro a Hitler - Revista Oeste

Crystian Costa

Ministério da Justiça tentava abrir um inquérito

A capa da revista Istoé, que associou o presidente Jair Bolsonaro a Adolf Hitler, não é criminosa. Esse é o entendimento de Frederico Botelho de Barros Viana, juiz da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. Na quarta-feira 24, o magistrado determinou o trancamento de inquérito requerido pelo Ministério da Justiça. A pasta tentava investigar irregularidades cometidas pela publicação contra Bolsonaro. “Não se verifica a existência de qualquer indício, mínimo que seja, a justificar a existência de procedimento investigatório”, argumentou Viana. “A reportagem enfatiza alegações feitas pelo senador Renan Calheiros.”

[leitores, por favor, entendam: tudo que for contra Bolsonaro está dentro dos limites da liberdade de expressão;ç
Agora qualquer notícia que seja a favor do presidente pode levar seu autor para a prisão, por crime de fake news, apesar das chamadas fake news não ser crime no Brasil.
Se alguém pensar em voz alta que Renan Calheiros que responde a nove processos por corrupção = no popular o mesmo que roubo de dinheiro público = ´pode ser chamado de ladrão e for apoiador de Bolsonaro corre o risco de ser preso. Lembrando que um processo é bastante para tornar o processo um ladrão.] 

Conforme noticiou a Revista Oeste, em uma sessão na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, o parlamentar alagoano comparou práticas de Bolsonaro a experimentos de Hitler. “As informações apresentadas e suas reflexões são da garantia de liberdade de manifestação do pensamento e da liberdade de imprensa”, sustentou Viana. “A continuidade do inquérito consiste em flagrante ilegalidade.”

Bolsonaro e Hitler
Na capa da edição, a revista retratou Bolsonaro com a palavra “genocida” escrita sobre o lábio superior, como se fosse o bigode característico de Hitler. O título da capa informa: “As práticas abomináveis do mercador da morte”.

Leia também: “O tombo da velha mídia”, reportagem publicada na Edição 54 da Revista Oeste


domingo, 24 de outubro de 2021

A imprensa doente - Revista Oeste

A “CPI da Covid” não está chegando realmente ao seu fim está acabando, isto sim, com as marcas mais deprimentes de uma agonia. Essa aberração, uma das mais alucinantes que o Congresso Nacional produziu em toda a sua história, já estava destruída por uma metástase terminal antes mesmo de começar
Foi armada para falsificar fatos, condenar inimigos políticos e fraudar as próximas eleições presidenciais, com uma tentativa grosseira de derrubar o presidente da República e evitar a sua candidatura em 2022; nunca teve, assim, a mínima intenção de apurar honestamente nenhum erro no combate à covid. Ao longo dos seis meses em que esteve viva, foi um trem fantasma que levou o país a patamares de baixeza nunca atingidos antes numa disputa política. Jamais apurou coisa nenhuma. 
 
Ocultou crimes. Comportou-se nos interrogatórios como uma delegacia policial de ditadura; ofendeu, perseguiu e pisoteou os direitos das testemunhas como cidadãos e como seres humanos. Mentiu a partir do primeiro dia, e não parou até o último. Entregou-se de corpo e alma ao falso testemunho e a provas que não convencem um aluno de curso primário. Não investigou coisa nenhuma só acusou, como se os interrogados fossem criminosos e já estivessem condenados antes de abrir a boca. Inventou, e jogou em cima do governo, crimes que não existem na lei brasileira. Não teve um único momento de luz. 
Era natural, nessas condições, que acabasse como acabou: num funeral de terceira categoria, com seus donos se comendo entre si e uma lista de acusações oficiais integralmente miserável na sua qualidade e na sua consistência.

Da política brasileira, em geral, pode se esperar tudo, e do Senado, em particular, não se deve esperar nada

Qual a surpresa? O relator da CPI, Renan Calheiros, é possivelmente o cidadão mais enrolado com o Código Penal Brasileiro que habita neste momento o Congresso Nacional — nove processos no lombo por corrupção estilo-livre, ou todos-os-estilos, fora 20 anos de frequência à seção policial mais pesada do noticiário político. O presidente é outra piada sinistra: vem do Amazonas, o Estado onde mais se roubou dinheiro público destinado ao combate da covid. (Num certo momento faltou oxigênio em Manaus, uma responsabilidade direta e elementar das autoridades locais; meteu-se a mão em tudo, por ali.) 

Ele mesmo, Omar Aziz, aliado direto da politicalha local, esteve envolvido até o talo em investigações de corrupção na área da saúde; sua própria mulher e irmãos chegaram a puxar cadeia fechada sob acusações de ladroagem no mesmo setor. Nenhum dos seus principais subordinados, com problemas que foram da inépcia à histeria, teve comportamento melhor. Nada mais natural, assim, que a CPI tenha acabado como está acabando — com acusações mútuas de jogo baixo entre os grupinhos que mandavam na operação, xingatório de mãe e falta de acordo, sequer, sobre a data de publicação do relatório. 
Pior: não se sabia até a última hora do que, exatamente, estavam acusando o governo. Nem isso, depois de seis meses inteiros sem pensar em outra coisa? Nem isso.
 
Da política brasileira, em geral, pode se esperar tudo, e do Senado, em particular, não se deve esperar nada — tudo normal, portanto, com o nível de qualidade infame da CPI. 
O que sobrou de mais chocante no caso, na verdade, foi o comportamento que a mídia considerada de elite, a começar pelo julgamento que ela faz de si própria, teve diante de todo esse desastre. A imprensa brasileira, a partir do primeiro minuto, renunciou à sua função profissional de levar ao público informações objetivas sobre os fatos ligados à investigação — e de fazer suas análises com um mínimo de lógica e respeito às realidades. 
Em vez disso, atirou-se a uma militância política aberta, agressiva e sem freios em favor do relator e do presidente da comissão, mais os seus ajudantes de ordem — como se, no seu conjunto, fosse uma espécie de jornal oficial dos donos da CPI e do condomínio de partidos políticos interessados na sua exploração. Foi assim que se viu, nos últimos seis meses, um espetáculo realmente notável: jornalistas empenhados em servir a Renan, a Omar e a todos os que se dedicam a usar a CPI como ferramenta para virar a mesa; agiram o tempo todo como polícia, delatores e assistentes de acusação. Continuam a agir assim.

O fato é que as duas figuras centrais da CPI, Renan e Omar, foram transformadas de abril para cá, por decisão da mídia, em dois dos mais notáveis patriotas que a República já produziu em seus 132 anos de existência. Como entender um negócio desses? Com outros personagens, quem sabe — mas com esses dois aí? Tudo bem: a imprensa brasileira sofre, já há anos, de uma síndrome que não tem cura — o ódio a Jair Bolsonaro, que é tratado como se fosse o ser humano mais calamitoso que já apareceu neste mundo desde o nascimento de Caim. É irracional, envolve questões de descompensação psíquica e, mais do que tudo, produz um subjornalismo de teor cada vez mais baixo — mas o que se vai fazer? A vida das paixões leva mesmo a esses territórios escuros, e o público já se acostumou à mídia que tem. O extraordinário, no caso, é o apagão geral da imprensa quanto aos dois gestores da CPI — uma espécie de “queda no sistema” que responde pela estabilidade básica da atividade mental das pessoas. Como é possível alguém ser jornalista profissional e, ao mesmo tempo, ser capaz de passar seis meses inteiros de CPI sem dizer, uma única vez, quem são — do ponto de vista penal — o seu relator e o seu presidente? Aí já é mais do que militância política; é desvario.

Tão surrealista quanto os crimes de cloroquina e de genocídio é o crime de falta de planejamento, uma das joias da coroa entre as denúncias

Se a mídia brasileira não conseguiu ou não quis conseguir — dizer para os seus leitores, ouvintes e telespectadores quem são os homens a quem entregou as suas manchetes e o seu horário nobre durante os últimos 180 dias, é natural, também, que tenha fornecido uma certidão oficial de acusação séria, legal e técnica a cada um dos delírios produzidos pela CPI. Todo tipo de ilegalidade, ou de simples estupidez, cometido pelos acusadores foi aceito sem um mínimo de olhar crítico — ou a mera verificação dos fatos — por parte da mídia. Testemunhas foram humilhadas na frente dos jornalistas sem se ouvir um pio. Insultos grosseiros foram tratados como perguntas legítimas. Publicou-se com a maior seriedade do mundo que um dos crimes cometidos pelo presidente da República foi ter permitido ou incentivado a distribuição de kits” com cloroquina — um tratamento absolutamente legal e publicamente reconhecido como válido pelo Conselho Federal de Medicina. 

Como assim, “crime”, se milhares de médicos em todo o Brasil receitaram cloroquina para os seus pacientes, e se o CFM atestou que cabe aos profissionais aplicarem as terapias que julgarem mais acertadas, como em toda e qualquer doença? E o “crime de genocídio”, então, expressamente descrito na lei brasileira como o conjunto de ações praticado com a intenção deliberada de destruir “grupo nacional, étnico, racial ou religioso?” 

Há seis meses a imprensa aceita as acusações formais feitas na CPI de que Bolsonaro cometeu genocídiouma denúncia tão patética que acabou sendo retirada pelos próprios acusadores. (Retirada contra a vontade de Renan, o herói número 1 da mídia.) Tão surrealista quanto os crimes de cloroquina e de genocídio é o crime de falta de planejamento, uma das joias da coroa entre as denúncias. Como adotar um “plano nacional” se, por decisão formal do STF, nenhum ato ou projeto do governo federal poderia interferir nas decisões das “autoridades locais”? Esse o nível das acusações oficiais da CPI. Esse é o nível em que a imprensa se colocou.

O coroamento da história toda foram as expressões de pesar explícito que ocuparam o noticiário quando os acionistas majoritários da CPI, divididos por mesquinharias pessoais, interesses contrariados e ambições mal definidas, chegaram aos dias finais brigados uns com os outros. A imprensa derramou lágrimas, então, lamentando a “desunião” entre os inquisidores — no “momento decisivo”, comentou-se, eles deveriam fazer uma frente única contra Bolsonaro, em nome de “todos nós”. Nós quem? Não o público em geral, com certeza — mídia e público caminham há muito tempo em direções opostas.

Renan é Renan, Omar é Omar. Mas a imprensa brasileira deveria ser outra coisa.

Leia também “Só no Brasil”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste