Para Marília Castro Neves, vereadora, que ela não conhecia até o crime, é 'cadáver comum'
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Desembargadora do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), Marília Castro Neves
afirmou hoje em uma rede social que Marielle Franco, vereadora pelo PSOL
executada aos 38 anos com dois tiros na cabeça, na última quarta-feira,
"estava engajada com bandidos" e "não era apenas uma
lutadora".
Segundo a
desembargadora, no cargo desde 11 de dezembro de 2006, "a tal Marielle
descumpriu 'compromissos' assumidos com seus apoiadores", que, segundo
Marília, seriam do Comando Vermelho.
Marielle,
na avaliação da desembargadora, foi assassinada "por seu comportamento,
ditado por seu engajamento político".
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Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um
cadáver tão comum quanto qualquer outro — escreveu.
A
avaliação de Marília foi feita no Facebook de Paulo Nader, magistrado
aposentado da Justiça fluminense e professor emérito da Universidade Federal de
Juiz de Fora (UFJF). Ele publicou um post em que comentava a comoção provocada
pela morte de Marielle e a justificava pelo fato de a vereadora ser "uma
lutadora dos direitos humanos e líder de uma população sofrida".
O
comentário foi descoberto pela colunista Monica Bergamo, da "Folha de
S.Paulo". Procurada pela coluna, a desembargadora afirmou que nunca tinha
ouvido falar de Marielle Franco até seu assassinato e que se baseou informações
que leu "no texto de uma amiga".
Marília
afirmou ainda à coluna que fez o comentário como cidadã, e não como magistrada:
— Eu só
estava me opondo à politização da morte dela.